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4 de nov. de 2010

Integridade 1/2 - Hernades D.Lopes


Série Livros para Ler - John Stott - Contracultura Cristã



[PORTAS ABERTAS] Pastor iraniano enfrenta execução


International Christian Concern pede oração urgente pelo pastor preso Youcef Nadarkhani que recebeu a notificação de que será executado sob a acusação de "apostasia" - a conversão do islamismo para o cristianismo - e aguarda agora o veredicto final do tribunal.

O pastor Youcef Nadarkhani, líder da igreja em Rasht, no Irã, foi preso em 13 de outubro de 2009 por questionar a prática de educação islâmica de estudantes cristãos - incluindo seus próprios filhos – que obriga a leitura do Alcorão na escola. Sua execução, inicialmente prevista para 24 de outubro, foi adiada para uma data desconhecida pelas forças de segurança na esperança de que Youcef renunciasse a Cristo e voltasse ao islamismo. Uma vez que o veredicto final do tribunal é entregue, o pastor Youcef terá 20 dias para recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

A esposa do pastor Youcef, Fatemeh Passandideh, foi presa em 08 de junho e sentenciada à prisão perpétua. No entanto, depois de uma apelação, ela foi liberada após uma audiência de 11 de outubro. Embora sua esposa tenha sido absolvida, é improvável que o seja concedido o mesmo ao marido pois a sua atividade cristã era mais proeminente e sua acusação mais grave.

Em uma carta à comunidade cristã internacional, o pastor Youcef tomou coragem e consolou os cristãos ao redor do mundo: "O que temos hoje, é uma, mas não insuportável situação difícil, porque Ele não nos prova mais do que a nossa fé pode suportar... Devemos considerar essas situações e as prisões como uma oportunidade para testemunhar o Seu nome."

Pedidos de oração:

• Ore para que o pastor Youcef Nadarkhani encontre coragem e confiança no Senhor. Ore também para que se for vontade de Deus, ele seja liberado e se não, que ele exemplifique a Cristo e dê glória a Deus em seu chamado para sofrer pelo nome de nosso Salvador.
• Ore pela esposa do pastor e seus dois filhos para que Deus sustente-os durante este período de grande provação. E que eles permaneçam firmes na fé e perseverem em face da tirania e da perda.
• Ore pelos cristãos iranianos para que não sejam intimidados ou se cansem, mas compartilhem o Evangelho com coragem e procurarem orientação do Senhor e a graça diariamente.

© Missão Portas Abertas. Website: portasabertas.org.br


A graça da contribuição

Referência: II CORÍNTIOS 8.1-15


- S. Lewis Jonhson disse que “os filósofos são pessoas que falam sobre coisas que eles mesmos não entendem, e nos fazem pensar que a culpa é nossa.”
- Existem inúmeras filosofias por aí e a maioria nos deixa mais confusos do que esclarecidos. A maioria delas sempre termina focalizando o indivíduo.





 Exemplo:

a) Os gregos diziam: Seja sábio, conheça-se a si mesmo.
b) Os romanos diziam: Seja forte, discipline-se
c) Os epicureus diziam: Dê vazão aos sentidos, aproveite a vida.
d) Os educadores dizem: Seja versátil, expanda a sua mente.
e) Os psicólogos dizem: Seja confiante, afirme-se.
f) O materialismo diz: Satisfaça-se, agrade a si mesmo.
g) Os humanistas dizem: Seja capaz, acredite em si mesmo.

- Você! Você mesmo! A si mesmo! Estamos atolados no ego até o pescoço. Faça alguma coisa para si mesmo ou com você mesmo. É antropocentrismo. É humanismo. É ego megalomaníaco. É vida emborcada, atrofiada em si mesma.
- Como foram diferentes a mensagem de Jesus e o exemplo que Ele deixou. Ele não disse para nos voltarmos para nós mesmos. Ele faz um apelo à geração do “EU PRIMEIRO.” Jesus diz: “Seja servo; dê de si mesmo aos outros.” Jesus se fez servo sendo Senhor. Sendo rei serviu. Amando-nos deu sua vida. Querendo dar-nos vida eterna, por nós morreu!
- O apóstolo Paulo disse: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também o que é dos outros.” – “Compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade.”

I. A GRAÇA DA CONTRIBUIÇÃO
- No texto de II Co 8.1-15 Paulo 6 vezes usa a palavra GRAÇA em relação ao ato de contribuir. GRAÇA = “é favor divino contrário ao merecimento humano.”
- Paulo ensina reiteradamente que a contribuição é um favor que Deus nos faz, e não um favor que nós lhe fazemos.
- À igreja de Corinto, aparelhada espiritualmente, faltava uma graça desejável. 8.7 “em tudo manifestais superabundância tanto na fé e na palavra, como no saber e em todo cuidado, TAMBÉM ABUNDEIS NESTA GRAÇA.”
- Depois da primeira carta, a igreja melhorou. Passou a ser uma igreja : 
a) Ortodoxa – abundava em fé
b) Evangelística – abundava em palavras
c) Estudiosa – abundava em ciência
d) Bem organizada – abundava em cuidado
- Há uma deficiência ainda nessa igreja: Ela não estava absorvendo uma graça. QUE GRAÇA? 8.1 = “também, irmãos, vos fazemos conhecer a GRAÇA DE DEUS concedida às igrejas da Macedônia.”
- Mas qual graça? 8.4 define: “pedindo-nos com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.” Veja versos 2,3 = a graça da generosidade.
- Tito foi enviado a Corinto para “o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também, complete esta graça entre vós.”
- Às vezes encontramos crentes cheios de fé, hábeis na Palavra, cultos, diligentes. Mas na contribuição são nulos. A contribuição não é imposta, mas é prova da sinceridade do crente – 8.8 “…”
- Crentes que praticam a contribuição sem querer – 8.10 “…” = Quem vem primeiro? A prática ou o querer? É claro que o querer. Mas Paulo colocou aqui a prática primeiro, depois o querer. Há crente que contribui sem querer, só para ver o seu nome na lista.

II. A GRAÇA DA CONTRIBUIÇÃO É ESPONTÂNEA
- “Não vos falo na forma de mandamento.” V. 8. Há religiões que fazem campanhas com preços estipulados, com sacramentos cobrados. São clubes de serviço. “De graça recebestes, de graça daí”.
- No v. 8 diz: “Não digo como quem manda.” = Logo adiante, no v. 10 acrescenta: “Dou o meu parecer.” Qual era o parecer de Paulo? Desde o ano anterior que haviam começado a prática e o querer e deveriam continuar a graça da contribuição – v. 11.
- O modelo que se apresenta a Corinto foi o da igreja da Macedônia. Diz o apóstolo: “…mas deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós.” 8.5. Antes da contribuição, o novo nascimento. Só um coração que tem Jesus como Senhor, só a alma que se rendeu totalmente. Só aquele que sabe que tudo é de Deus pode experimentar a graça da contribuição.
- Cristo foi o exemplo maior desta generosidade: “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos.” 8.9.
- Graça por graça. Damos dinheiro? Cristo deu a sua vida! Damos bens materiais? Ele nos deu a vida eterna!
- Ler 8.3,4 “…se mostraram voluntários…” Um pouco mais adiante 9.7 Paulo aconselha esse espírito de voluntariedade em nossa contribuição: “cada um contribua segundo tiver proposto no coração.”

III. A GRAÇA DA CONTRIBUIÇÃO É PROPORCIONAL
- Paulo declara-nos nos v. 13-15 “…” e em I Co 16.2 “…”
- Propõe-se um privilégio, não um peso. Duas vezes se diz: “para que haja igualdade.” Igualdade de bênçãos; igualdade de responsabilidades. Não seria justo que só a Macedônia suportasse a despesa, como não seria conveniente que só ela gozasse do ensejo de contribuir.
- Eles deveriam contribuir segundo suas posses v. 11c. A proporção é a prova da sinceridade. Não dá com alegria quem não dá proporcionalmente. Uma condição decorre da outra. Deus é o juiz.
- O capítulo 9 é continuação do tema. 9.1-5 “Assim como Paulo se gloriava dos macedônios perante os corintios, gloriava-se dos corintios perante os macedônios.”
- 9.1,2 “…” = que a oferta esteja pronta como “expressão de generosidade e não de avareza.” (v. 5).
- Paulo ilustra agora com a comparação do semeador – v. 6 “…” = o semeador é Deus. Atira a semente dos bens em nossas mãos, para de nós poder colher proporcionalmente – Veja v. 8-11 “…”.
- Por que é que Deus faz essa sementeira? = “toda boa obra”; “toda generosidade”; “dar aos pobres”; “enriquecer em tudo”; “atender as necessidades dos santos”; “liberalidade para com todos”; “graças e glorificações a Deus”; “submissão ao Evangelho de Cristo” eis aí enumerados os propósitos pelos quais DEUS FAZ ABUNDAR EM VÓS TODAS AS GRAÇAS…
- Se não usarmos bem o que Deus nos dá, Ele pode encolher o braço (Ag 1.6,9-11) “…” – Esse é o lado negativo. Eis o lado positivo: Ml 3.10-12.
- Na parábola dos talentos Jesus mostra que Deus conta com nossa CONTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL “Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei.”

IV. A GRAÇA DA CONTRIBUIÇÃO É METÓDICA
- II Co 9.1-5
- I Co 16.1-4 = No primeiro dia da semana (PERIODICAMENTE), cada um de vós (PESSOALMENTE), ponha de parte (PREVIDENTEMENTE), conforme a sua prosperidade (EQUITATIVAMENTE), e vá juntando (FIELMENTE), para que se não façam coletas quando eu for (SEPARADAMENTE).
- Não basta ter apenas boa intenção de contribuir. O caixa do supermercado não quitará seus compromissos só por você dizer: “Pretendia trazer o pagamento, mas tive que gastar o dinheiro em coisa mais urgente.” = seria a igreja a única a poder realizar esse malabarismo econômico?
- Não é dar a sobra, o que resta. Devemos oferecer as primícias. Não um dia e passar um ano sem dar nada.

CONCLUSÃO
- A semeadura e a colheita: Não devemos fazer barganha com Deus. Mas quem dá recebe (II Cor 9.6).
- Lc 6.38 “…”
- Qual é o exemplo maior? II Co 8.9 “…”
- Oswald Smith quando começou seu ministério na igreja do Povo em Toronto, no Canadá pegou a igreja endividada. Começou a pregar sobre contribuição missionária. Hoje essa igreja participa do ministério de centenas de missionários em todo o mundo. Quem muito semeia muito colhe. Essa é a lei no Reino de Deus. Colhemos exatamente a mesma qualidade de semente que semeamos. Amém.

Rev. Hernandes Dias Lopes.

"As Coisas que Me Aconteceram"

 

(Filipenses 1:12-18)
Paulo escreveu aos filipenses de uma prisão romana.  Os anos de Paulo na prisão devem ter sido difíceis para ele, que anteriormente tinha viajado muito, pregando o evangelho de país em país.  Ele revisitou igrejas continuamente, em várias cidades.  Ele planejava ir até a Espanha (Romanos 15:28),  pois almejava fazer o evangelho conhecido onde jamais tinha sido ouvido (Romanos 15:19-21).
Então aconteceu o desastre!  Relatórios caluniosos fizeram com que Paulo fosse atacado pela multidão, preso e encarcerado.  Ele passou alguns dias numa prisão de Jerusalém, então foi removido para Cesaréia, onde esteve por pelo menos dois anos, e depois foi transferido para Roma, onde ficou pelo menos mais dois.  Que grande sofrimento para um homem como Paulo, que almejava pregar em novas áreas e visitar os irmãos em muitas partes do mundo.
Quando Paulo escrevia aos filipenses, contudo, ele dizia que esses eventos tinham contribuído para o progresso do evangelho!  Como?  Primeiro, Paulo tinha oportunidade de pregar à guarda da prisão, uma oportunidade que, provavelmente, ele nunca teria tido de outro modo.  Segundo, os irmãos que observavam a ousadia de Paulo na prisão, tomaram coragem e pregaram com mais zelo.  Terceiro, a presença de Paulo em Roma fez com que alguns ficassem com ciúmes e pregassem mais para tentar superá-lo.  O motivo deles era errado, mas o evangelho estava sendo propagado e Paulo se regozijava com isto.
Note as lições seguintes:  1) Deus dirige tudo.  Ele pode conseguir o bem das situações mais difíceis.  2)  Precisamos usar nossas oportunidades e não esperar por alguma mudança para começar a fazer a obra do Senhor.  Paulo servia o Senhor fielmente, mesmo na prisão.  3) Deveríamos regozijar-nos com o progresso do evangelho, em vez de entristecer-nos por causa de circunstâncias difíceis.
Deus pode usar nossas circunstâncias difíceis, também, para o progresso do evangelho.

por Gary Fisher

A Mente Cristã e o Ministério Cristão

 


Em 1744Jonathan Edwards pregou um sermão sobre João 5.35, que diz: .Ele era a lâmpada que ardia e alumiava, e vós quisestes, por algum tempo, alegrar-vos com a sua luz.. Edwards supôs corretamente que João Batista era um protótipo do ministro do evangelho (At 19.4).
A tese de Edwards era que a excelência do ministro do evangelho consiste em que ele seja uma lâmpada que arde e ilumina; ou seja, espiritualmente falando, o ministro do evangelho tem de ser um homem de calor e de luz.
Ele tem de ser um homem de devoção e de paixão, de conhecimento espiritual e de discernimento. Em relação a este segundo aspecto, os ministros do evangelho têm de ser, por eminência, homens de luz espiritual.
Um pastor ignorante não traz qualquer crédito para seu Senhor. Os ministros do evangelho são comissionados por Deus para serem portadores de luz espiritual para homens que se encontram nas trevas (At 26.16-18; 2 Co 4.3-6).
Um dos fatores que os capacitará a cumprirem sua função de portadores de luz é a posse de um ponto de vista bíblico a respeito do intelecto.
Os ministros do evangelho têm de possuir uma opinião correta a respeito do lugar vital da mente na vida cristã, em geral, e do ministério cristão, em particular, a fim de serem guias espirituais dignos de confiança. Estamos em uma época de ante-intelectualismo sem fundamento na Bíblia, por um lado, e de hiper-intelectualismo não-santificado, por outro lado. Somente um ponto de vista bíblico a respeito do intelecto capacitará um ministro do evangelho a corrigir esses dois erros.
Neste artigo, oferecemos apenas uma sugestão. Todavia, pensamos que tal sugestão deve ser útil ao desenvolvermos pontos de vistas bíblicos a respeito do importante papel da mente na vida e no ministério cristão. Uma teologia do intelecto pode ser extraída de três assuntos bíblicos: a Criação, a Queda e a Redenção.
1. A CRIAÇÃO

a) O homem foi criado como um ser bipartite. Deus criou o homem constituindo-o de dois componentes: corpo e espírito. De acordo com Gênesis 2.7, Deus criou o homem, por formação, do pó da terra e por transmissão do espírito de vida. Conseqüentemente, o homem é constituído de duas partes:
uma parte material e uma parte invisível. O produto dessa dúplice ação de formar e de transmitir foi que o homem se tornou uma alma vivente. Alguns afirmam que o uso do intelecto deveria ser evitado nas coisas espirituais.
Alega-se que o segredo da verdadeira vida espiritual consiste em rejeitar a mente e assumir uma postura de passividade aos impulsos e impressões do .espírito.. No entanto, essas idéias estão alicerçadas em um ponto de vista tricotômico do homem, que tem suas raízes na filosofia grega.
A utilização da mente não é um exercício inerentemente mau; tampouco é ante-espiritual. A mente e o espírito humano não se opõem um ao outro, nem competem um com o outro. Na verdade, a mente humana tem um lugar vital na vida cristã.
b) O homem foi criado como um ser racional. O homem foi criado para pensar. O que estabelece a diferença entre os homens e os animais?
Entre outras coisas, a sua capacidade de pensar e raciocinar. Isso é o que a Bíblia chama de entendimento (ver Sl 32.9). Os animais agem por instinto. O homem age por escolha inteligente. Ele foi criado para pensar os pensamentos de Deus, de conformidade com Ele. Deus se revela ao homem como um ser racional.
Ele tem se revelado na criação (Sl 19.1). Desde a criação do mundo, os atributos invisíveis, o eterno poder e natureza de Deus são percebidos por meio das coisas que Ele fez (Rm 1.20). Todavia, Deus tem se revelado também através da Palavra escrita.
A revelação de Deus é visualizada na natureza. Nas Escrituras, ela é verbalizada. A comunicação através de palavras pressupõe mentes que possam entendê-las e interpretá-las. As palavras são meros símbolos sem significado, se não forem decifrados por um ser inteligente.
O homem não pode conhecer a vontade de seu Criador sem a utilização da mente.

2. A QUEDA

Nos versículos iniciais de Gênesis 3, que instrumento a serpente utilizou para entrar no coração de Eva e levá-la ao erro? O instrumento foi a mente (Gn 3.1-6). Nessa passagem, encontramos a primeira ocorrência de comunicação corrupta nas Escrituras.
Por meio de uma comunicação corrupta, a serpente foi capaz de envenenar os pensamentos de Eva, de levá-la a pensar mal sobre o seu benevolente Criador e de plantar as sementes da incredulidade no solo do coração de Eva. Dessa maneira, toda a nossa raça foi levada à rebelião e caiu sob a maldição do pecado.
Como resultado disso, a mente do homem, bem como todas as outras partes de sua constituição, sofreu um efeito devastador. Cada parte do ser humano foi corrompida, incluindo sua mente (Ef 4.17,18). Agora, ao invés de pensar os pensamentos de Deus, de conformidade com Ele, o homem caído detém a verdade pela injustiça (Rm 1.18).
A mente do homem está inclinada para a carne , é hostil contra Deus e contra a sua lei (Rm 8.7). As emoções do homem também foram corrompidas (Gn 3.6).
Até hoje, a mente continua a ser o campo de batalha na guerra espiritual. Sem cairmos na especulação, podemos afirmar, fundamentados na Palavra de Deus, que Satanás tem habilidade para influenciar as mentes dos homens (2 Co 4.4). Como pregadores, é contra isso que sempre nos levantamos em cada vez que proclamamos a Palavra de Deus, não somente quando a pregamos para os incrédulos, mas também quando o fazemos para o povo de Deus (2 Co 11.3). A alma do homem se tornou perdida no campo de batalha da mente e tem de ser recuperada nesse mesmo campo de batalha.
Precisamos ter uma teologia correta a respeito da mente, pois, do contrário, estaremos desperdiçando tempo e recursos preciosos ao travarmos a batalha espiritual.

3. A REDENÇÃO

O lugar vital do intelecto está evidente na conexão com cinco assuntos que estão, de alguma maneira, relacionados à redenção.
a) Evangelismo. Tem de existir verdade suficiente no conteúdo de nossa pregação, a fim de que a fé seja formada no ouvinte. Temos de apresentar Cristo na plenitude de sua pessoa humana e divina, bem como na plenitude de sua obra de salvação. Os pecadores não invocarão um Cristo em quem eles não creram.
Eles não crerão em um Cristo a respeito de quem não ouviram; e não ouvirão, a menos que um pregador lhes fale sobre Cristo (Rm 10.14). Por conseguinte, nossa pregação precisa ter conteúdo bíblico suficiente e sólido.
Nossa tarefa como prega dores não consiste em fazer um apelo emocional e ante-intelectual em favor de decisões, quando nossos ouvintes têm apenas noções obscuras a respeito de quem é Jesus, o que Ele veio fazer, em favor do que e por que eles têm de decidir.
Os apóstolos persuadiram os homens. Argumentaram com eles utilizando as Escrituras. Temos de oferecer aos homens afirmativas racionais da verdade, se desejamos que eles respondam corretamente à verdade.

Nossa mensagem precisa oferecer-lhes suficiente verdade em relação à qual eles reagirão. Estejamos certos de que os pecadores não serão salvos sem a obra do Espírito Santo no coração deles. Todavia, o Espírito Santo não age em um vácuo intelectual.
Se os homens devem ser salvos, certa medida de verdade tem de estar presente em nossa pregação.
b) Santificação. A santificação é a restauração da imagem de Deus no homem. É a obra do Espírito Santo em conformar o povo de Deus à imagem de Cristo. O processo de santificação sempre envolve a Palavra de Deus e se realiza na vida dos crentes, quando o Espírito Santo aplica-a à consciência deles e os torna dispostos a prestar obediência a Deus (2 Ts 2.13).
O Espírito Santo é o Espírito da Verdade e santifica o povo de Deus utilizando a Palavra da Verdade. Na santificação, o Espírito Santo não deixa de lado a mente humana. Tampouco Ele trabalha diretamente sobre a mente humana, sem a utilização da Palavra de Deus. Essa é a razão por que nosso Senhor orou: Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. (Jo 17.17). A santificação acontece por intermédio da obra do Espírito juntamente com a Palavra de Deus. Também ela não se realiza pelo Espírito sem a Palavra, o que é misticismo; nem pela Palavra sem o Espírito Santo, o que é formalismo.
De acordo com Efésios 4.24, o novo homem foi criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. Colossenses 3.10 afirma que o novo homem se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.
O crente não deve ser forjado nos moldes do mundo, e sim transformado pela renova ção de sua mente (Rm 12.2). Harry Blamires descreveu a mente cristã como uma mente treinada, informada e equipada para manejar as informações da controvérsia secular, dentro de um corpo de referências que está constituído de pressuposições distintamente cristãs. (.A Mente Cristã., p. 43).
Ele prossegue afirmando que os verdadeiros pensadores cristãos parecem não existir em nossos dias. O crente moderno sucumbiu à secularização. (ibid., p. 3).
Infelizmente, isso é contrário à nossa redenção em Cristo, o qual, da parte de Deus, se tornou sabedoria para nós (1 Co 1.30). O apóstolo Pedro afirmou: Vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento. (2 Pe 1.5 - ênfase acrescentada).
Ele exortou seus leitores a crescerem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (2 Pe 3.18). Tanto nós como nosso povo precisamos ser pensadores cristãos!
Nossa habilidade para viver com sucesso a vida cristã está diretamente relacionada não com o que nós sentimos, e sim com o que sabemos, fundamentados no ensino da Palavra de Deus escrita. Diversas vezes nas epístolas do Novo Testamento, os imperativos para o viver cristão estão reforçados por muitas verdades que temos de recordar em nossa mente. (Ver 1 Co 15.58; Ef 6.7,8; Cl 3.23-24 e Tg 1.2-3.)
Essa é a maneira como a santificação acontece. A mente realiza um papel importante em discernir a vontade de Deus, que é outro aspecto vital da santificação cristã. Como o nosso povo discernirá qual é a vontade de Deus para suas vidas? Não é por meio de esfregar uma lâmpada, ou por meio de lançar sortes, ou por meio de expor um pouco de lã ao orvalho.
Deus não nos chama para descobrir sua vontade como se ela fosse um tipo de código mágico que precisa ser decifrado. Ele espera que sejamos pessoas que tomam boas decisões; e isso exige o uso da mente.
A Palavra de Deus nunca nos instrui a esperarmos passivamente para sermos guiados pelo Espírito, ou a esperarmos passivamente para recebermos paz no que diz respeito a determinado assunto, antes de começarmos a agir. Deus quer que pensemos com oração e com a Bíblia aberta.
c) Adoração. Que tipo de adoração Deus deseja receber? Adoração oferecida em espírito e em verdade (Jo 4.23). Isto significa adoração que é sinceramente tributada com integridade e que está, inteligentemente, em harmonia com os princípios bíblicos. O culto público não é ocasião para desparafusar nossa cabeça e depositá-la debaixo do banco. A última coisa que devemos fazer, quando chegamos ao culto, é desligar as nossas mentes. Deus quer mentes informadas e corações aquecidos, quando nos reunimos para adorá-Lo.

Qualquer outra coisa é um sacrifício inaceitável.

d) Fé. A fé bíblica não é apenas credulidade. Como alguém disse, a fé bíblica não é uma credulidade ilógica na ocorrência de algo improvável. A fé bíblica também não é mero otimismo. Não é simplesmente uma atitude positiva diante de circunstâncias negativas. Não controlamos nossas vidas com nossas atitudes mentais. A fé significa crer em tudo que Deus prometeu em sua Palavra.
A fé bíblica não fecha seus olhos para os fatos (Rm 4.19-21); ela não consiste em tentar construir nossa autoconfiança. Não é acreditar em nós mesmos. Antes de qualquer outra coisa, a fé bíblica não é puramente mística. Antes de tudo, ela consiste em pensar.

e) Amor. Um dos alvos do conhecimento é o amor (1 Tm 1.5). Amor a Deus e amor aos homens são os alvos gêmeos e supremos do conhecimento bíblico. Acima de tudo, somos ordenados a amar o Senhor Deus, com todo o nosso coração, toda a nossa alma, toda a nossa mente e toda a nossa força. O conhecimento bíblico possui uma ligação vital com a salvação, a santidade, a adoração, a fé e o amor.
Agora deve ser óbvio que o importante papel da mente na vida e no ministério cristão não é um simples assentimento acadêmico; é algo intensamente prático. Um ministro do evangelho que falha em aceitar pontos de vista corretos sobre o intelecto não ensinará doutrina e teologia a seu povo como tem de fazê-lo.
Ele será freqüentemente prejudicado pela falsa culpa, imaginando que seu ministério, em alguma medida, não é espiritual, porque ele ensina ao povo doutrinas e se focaliza mais em meditar e raciocinar a Palavra do que em sentimentos e experiências.
A regra predominante da vida cristã tem de ser a revelação objetiva da Palavra de Deus, e não a experiência subjetiva. A Bíblia tem de definir e determinar a experiência; ela nunca deve ser interpretada e torcida a fim de adequar-se à experiência.
Os crentes precisam conhecer suas Bíblias. Homens e mulheres crentes que falham em abraçar pontos de vista bíblicos sobre o intelecto não crescer ão na graça, como o fariam se abraçassem tais pontos de vistas.
O povo de Deus é destruído por falta de conhecimento. Pastores que não ensinam corretamente ao povo de Deus correm o risco de serem rejeitados por Deus (Os 4.6). Deus afirma: Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência. (Jr 3.15). Não apascentam com conversas sobre a Bíblia, com histórias impressionantes, com piadas inteligentes ou com humor, e sim com inteligência e conhecimento.
Nunca subestime o que pode advir de um ministério de púlpito sadio e firme, que consistentemente satisfaz os padrões de excelência. Tal ministério pode ser o instrumento de treinar homens para a liderança da igreja. Também diminuir lá o trabalho da sala de aconselhamento.
Nunca subestime o poder que exercem os pensamentos dos homens no moldar as suas atitudes. Os homens agem da maneira como eles pensam. Alguém já disse corretamente que as opiniões são mais fortes do que exércitos. Muitas vozes estão gritando em nossos dias, dizendo-nos que o importante não é a doutrina, e sim a experiência. Mas, ao contrário de tal afirmação, as duas são importantes.
A primeira tem de moldar a segunda. A doutrina é extremamente importante. Temos de rejeitar a idéia de que alguém pode ser crente sem levar em conta o que ele crê. Pelo contrário, o que uma pessoa crê faz toda a diferença no que diz respeito ao cristianismo bíblico.
Esse é um dos principais interesses que distingue a fé evangélica do catolicismo romano, no qual a tradição tem sido exaltada acima da Palavra de Deus, o ritual se deteriorou em ritualismo, e cerimônias vazias se tornaram um substituto sem significado para a adoração inteligente.
Também é um dos principais fatores que distingue a fé evangélica do liberalismo, com sua rejeição da doutrina e sua ênfase na ação social. Não é um acidente que o ecumenismo está divorciado da teologia.
Homens e mulheres crentes que não são instruídos em doutrina e sã teologia revelarão uma tendência para viverem mais pela paixão do que pelo princípio. Eles tenderão a desconsiderar os mandamentos evidentes de Cristo e manifestarão uma inclina ção ímpia para preferências e impulsos subjetivos (.Deus não me falou sobre isto ou aquilo. Deus não me levou a fazer isto ou aquilo.).
Nenhum discípulo de Cristo deveria necessitar de impressões especiais para motivá-lo a obedecer os evidentes mandamentos e princípios das Escrituras. Deus exige obediência à sua Palavra, independentemente dos sentimentos, inclinações pessoais e preferências de alguém.
Aqueles que deixam de abraçar pontos de vistas bíblicos a respeito do papel da mente na vida cristã estar ão freqüentemente à mercê de seus desejos, confundindo seus interesses pessoais e suas preferências com a vontade de Deus (Jr 17.9). Eles revelar ão a tendência de abraçar um Cristo sentimental, ao invés do Cristo revelado na Bíblia, e de julgarem seu relacionamento com Ele fundamentados em critérios subjetivos, ao invés de fundamentados nas promessas objetivas e nos preceitos da Palavra de Deus (Rm 5.8; Jo 14.15; 15.10-11).
Eles revelarão a tendência de aceitar um ponto de vista passivo a respeito da vida cristã, esperando que o Espírito Santo lhes dê impulsos particulares, a fim de guiá-los. (Os verbos de ação do Novo Testamento indicam o contrário: lutar, correr, evitar, arrancar, mortificar, resistir, permanecer firme.)
Tais pessoas se mostrarão temerosas de expressarem suas personalidades e identidades, pensando que precisam esperar no Espírito, para receberem alguns impulsos ou impressões, antes de agirem. Eles terão falta de discernimento; serão incapazes de fazer distinção entre os desejos legítimos e os desejos carnais e cairão em uma maneira hiperespiritual de pensar e de agir.
Quando pontos de vistas bíblicos a respeito da mente não são entendidos e abraçados, a adoração coletiva tende a focalizar mais os elementos que se destinam a ajustar as emoções do que nos elementos que se destinam a informar a mente. Ao invés de uma sólida exposição e aplicação das Escrituras como o elemento central do culto, a pregação da Palavra de Deus será substituída por outras coisas, tais como música, histórias, vídeos, testemunhos ou apelos emocionais.
Os pastores e os membros de tais igrejas serão tentados a pensarem mais em termos de pragmatismo do que nos princípios bíblicos. A questão importante será: Isto funciona?, ao invés de ser: Isto é verdadeiro?
O testemunho das Escrituras a respeito do lugar vital da mente na vida e no ministério cristão deveria guardar-nos de um anti-intelectualismo não-santificado que, em vários aspectos, caracteriza a época em que vivemos, tanto dentro quanto fora da Igreja. Em seguida, mencionamos duas das formas mais comuns desse erro.
1) Um fundamentalismo tacanho , um biblicismo rígido, bombástico e intolerante que se opõe ao estudo e a erudição; a maneira de pensar que equipara a erudição com o liberalismo; uma maneira de pensar que considera os pastores que estudam idiomas e consultam comentários como inimigos do evangelho ou como homens que estão apagando o Espírito Santo; uma postura que olha com suspeita toda erudição bíblica. Esse tipo de antiintelectualismo tem de ser evitado a todo custo.
2) Um pietismo entusiasta . uma abordagem extemporânea da pregação que omite o trabalho de estudo e deixa a pregação para o momento de sua apresentação no culto.
Uma abordagem que considera o estudo e a preparação como atitudes que apagam o Espírito Santo; a maneira de pensar que diz: Não me preparei, nem estudei como deveria, mas confiarei que o Espírito Santo me dará algo para dizer, vindo para ajudar-me no púlpito.
A respeito desse tipo de abordagem, alguém disse: O Espírito de Deus não motivar á um homem sem os seus próprios esforços, visto que Ele trabalha por intermédio da utilização diligente dos recursos humanos.
Nada substituirá o estudo laborioso e perseverante no fiel cumprimento dos deveres deste ofício. (Thomas Murphy, .Teologia Pastoral., p. 92). Aquilo que muitas vezes passa por confiança em Deus é pouco mais o que presunção fantasiada de indolência.
Temos de estudar bastante para sermos usados por Deus. Ele não utilizar á um homem ignorante e despreparado. Não temos qualquer base bíblica para esperar que o Espírito da Verdade abençoe nossas ministrações no púlpito, quando temos sido preguiçosos nos estudos. Também não temos qualquer base bíblica para esperar que o Espírito Santo compensará nossa ignorância.
No grau e proporção em que formos infectados com essa forma de anti-intelectualismo, não nos mostraremos diligentes o suficiente ao nos dedicarmos ao estudo e à preparação. Nunca devemos subestimar a grande importância da mente na vida e no ministério cristão. O comentário de James Orr transmite uma advertência penetrante:
Se existe uma religião no mundo que exalta o ofício do ensino, com certeza podemos dizer que é a religião de Jesus Cristo. Freqüentemente se observa que nas religiões pagãs o elemento doutrinário é mínimo. O principal elemento em tais religiões é o ritualismo.
No entanto, é exatamente nisso que o cristianismo se distingue das outras religiões. O cristianismo contém doutrina. Ele alcança os homens vindo com um ensino definido e positivo.
O cristianismo reivindica ser a verdade e fundamenta-se no conhecimento, embora seja um conhecimento que pode ser alcançado somente por meio de certas condições morais.
Durante toda a história da Igreja, um cristianismo divorciado do pensar sério e elevado tem revelado a tendência de tornar-se fraco, insípido e doentio; enquanto o intelecto, destituído de seus direitos na esfera espiritual, tem buscado sua satisfação fora do cristianismo e se desenvolvido em um racionalismo ímpio. (.O Ponto de Vista Cristão a Respeito de Deus e do Mundo., pp. 20, 21).
O que necessitamos na Igreja de Cristo não é um intelectualismo árido, e sim um intelectualismo bíblico. Os ministros de Cristo serão luzes para seu povo somente quando tiverem abraçado uma teologia bíblica a respeito do intelecto.

James R. Domm

O Conhecimento do Pecado – J. I.Packer







A mais profunda divisão entre os homens, neste mundo, pode ser expressa assim: alguns têm conhecimento do pecado, e outros não. Essa divisão não se verifica apenas entre a igreja e o mundo; ela manifesta-se até mesmo na igreja. Ao falar de "conhecimento do pecado" não me refiro ao discernimento dos pecados dos outros, acompanhado de virtuosa indignação contra os mesmos. Vez por outra, todos nós sentimos tal indignação, como se deu com aquele fariseu, na narrativa de Jesus, o qual agradeceu a Deus por não ser como os outros homens, tal como o publicano (Lc 18.11, 12). Com essa expressão refiro-me antes à consciência de sua própria culpa, perversão, impureza e falta de capa¬cidade moral e espiritual, conforme Deus as vê. Se temos ou não tal conhecimento não depende nem de vivermos moral ou imoralmente à luz de padrões convencionais, nem depende de nosso estilo de vida preferido ser ordeiro e controlado, em oposição ao estilo descontrolado e casualista. Tudo quanto pode ser dito sobre o estilo de vida é que se alguém não é um daqueles que encaixam o seu viver nos moldes da respeitabilidade convencional, de tal modo que os homens pensem bem a seu respeito, então talvez essa pessoa esteja mais em contato consigo mesma e melhor capacitada para perceber que o diagnóstico bíblico do pecado é uma carapuça que se ajusta à sua cabeça. Nos dias de Jesus, isso aconteceu com os publicanos e outros (pecadores) sem reputação, em contraste com os fariseus. Isso vem se repetindo desde então. O falecido Peter-Sellers, aquele maravilhoso ator que representou vários personagens, disse francamente que não sabia quem ou o que ele era, à parte dos papéis que desempenhava. Os escritores que falaram sobre ele, referiram-se à máscara por detrás da máscara. Por semelhante modo, a religião pode ser apenas um papel teatral, produzindo o estado mental que o trecho do Salmo 36.2 atribui aos ímpios: "A transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta nem detestada".

Que significa conhecer o pecado em nós mesmos? Significa mais do que saber que, algumas vezes, não somos exatamente perfeitos — embora alguns achem difícil chegar a esse ponto. Significa notar os motivos do interesse próprio: a auto-imposição, o avanço pessoal, a autojustifícação, a auto-satisfação — motivos esses que estimulam as nossas ações. Significa compreender que esses motivos revelam o nosso verdadeiro "eu", porque procedem do nosso próprio "coração"— não, naturalmente, daquele músculo que bombeia o sangue, e, sim, do âmago real oculto de nossa personalidade, de onde, segundo Jesus ensinou, procedem "os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura" (Mc 7.21,22). "Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?", declarou Deus por meio do profeta, em Jeremias 17.9, 10. E Ele mesmo deu a resposta: "Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos". Conhecer o pecado, pois, é enfrentar o fato que, em nosso estado caído, não podemos fazer nossos corações assumirem a atitude requerida por Deus, de autonegação, de auto-humilhação, de tomar a cruz e dar a vida em favor do próximo. Alguns, na verdade, podem sentir prazer em ter aparência de religiosos — o Oriente e o Ocidente estão repletos de pessoas para os quais isso representa uma satisfatória viagem pelo "ego". Mas, nenhum ser humano caído aprecia naturalmente as privações e asperezas da auto-entrega ao Deus vivo. Tereza de Ávila foi ousada ao dizer: "Senhor, se é assim que tratas os teus amigos, não me admira que tenhas tão poucos". Finalmente, o conhecimento do pecado é reconhecer que precisamos de perdão, e que, sem perdão, não haverá a mínima esperança de comunhão com Deus.

Como adquirimos o conhecimento do pecado? Por meio da lei de Deus, assevera Paulo — a lei que reflete o caráter de Deus e expressa a sua vontade para o nosso viver, e da qual há elementos gravados na consciência de cada ser humano (cf. Rm 2.14, 15); a lei que foi outorgada no Sinai e explicada pelos profetas, pelos apóstolos e pelo próprio Senhor Jesus. "Ora, sabemos que tudo o que a lei diz aos que vivem na lei o diz, para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Rm 3.19, 20). É claro que, quando Paulo fala sobre a "lei", ele indica padrões de viver para Deus, em adoração, bem como de viver para o próximo, por meio do serviço; ele indica também indispensáveis padrões de bondade, assim como especificações quanto a males proibidos; e, a demanda por constante perfeição (cf. Tg 2.10), que ultrapassa em muito a esforços ocasionais; e, ainda, a declaração do juízo retributivo contra os transgressores da lei. Ora, segundo Paulo ensina, ao nos fazer conscientes do pecado, a lei funciona assim:

1.      A lei identifica o pecado, definindo e retratando-o.

2.      A lei desperta a desobediência. O pecado é uma espécie de alergia no sistema moral e espiritual do homem caído, uma reação anômala à lei de Deus. O pecado irrompe irracionalmente, sob a forma de um impetuoso desejo, contrário aos mandamentos do Senhor. "Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência..." (Rm 7.7,8). Todo aquele que procura observar qualquer dos mandamentos de Deus, no nível da motivação, disciplinando-se para querer somente aquilo que Deus quer, passa por uma experiência similar a de Paulo. Desta forma, cada um de nós pode detectar a sua própria depravação total, se até este ponto temos duvidado dela.

3.      A lei condena a desobediência por ela mesma fomentada, capacitando-nos assim a nos vermos como realmente somos, isto é, culpados diante de Deus, condenados à morte. "Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri... Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento me enganou [transpondo minhas defesas num ponto, enquanto eu estava ocupado em repeli-la em outro] e me matou [isto é, trouxe-me à miséria de a cada momento saber que estava perdido]" (Rm 7.9, 11).

Assim, por induzir-nos ao desespero, a lei nos ensina a olhar para fora de nós e de nossas fantasiosas realizações morais e nos ensina a virmos a Cristo como pecadores, para sermos perdoados. Que isso aconteça, faz parte do plano misericordioso de Deus. É conforme Lutero explicou em certa ocasião: "Enquanto os pecados são desconhecidos, não há lugar para a cura, nem esperança de que ela aconteça; pois, os pecadores que pensam estarem saudáveis, e que não precisam de médico, não suportarão o toque da mão do curador. Portanto, a lei é necessária para nos dar conhecimento do pecado, a fim de que o homem orgulhoso, que pensa estar são, possa ser humilhado pela descoberta de sua imensa iniqüidade pessoal e suspire e anele pela graça que é oferecida em Cristo"{The Bondage of the Will — A Escravidão da Vontade — tradução de J. I. Packer e O. R. Johnston, p. 288). Nas próprias palavras de Paulo: "De maneira que a lei nos serviu de aio paidagôgos, o escravo encarregado da educação de uma criança] para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé" (Gl 3.24).

A isto pode ser acrescentado que Jesus Cristo, o Filho de Deus em carne, pode verdadeiramente ser descrito não somente como a graça encarnada, mas também como a lei encarnada. A sua vida e os seus ensinos revelam a santidade diante de nós, de um modo que tanto nos instrui quanto nos condena. Para muitos crentes, o ato de meditar nas palavras de Jesus tem servido para despertar e aprofundar o senso de pecado, mais do que qualquer outra coisa. Não podemos pensar sobre o pecado com mais profundidade do que isto: tudo o que somos, moral e espiritualmente, é aquilo que Cristo não é. Já tivemos ocasião de dizer que o conhecimento do pecado vem através do conhecimento de Deus. Agora, devemos acrescentar que esse conhecimento vem principalmente através do conhecimento do Deus encarnado.

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