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18 de mar. de 2011

Regeneração - REGENERAÇÃO é uma obra de Deus na qual ele muda tal disposição má numa que se deleita nas leis e nos preceitos de Deus (Ezequiel 11:19-20, 36:26-27), e isso resulta no que significa uma ressurreição espiritual. Regeneração é uma transformação drástica e permanente no nível mais profundo da personalidade e intelecto de alguém, que podemos chamar de uma RECONSTRUÇÃO RADICAL.Regeneração, ou ser “nascido de novo”, ocorre em conjunção com o chamado eficaz de Deus para com os seus eleitos (1 Pedro 1:23; Tiago 1:18), e os capacita a responder em fé e arrependimento a Cristo. Isso significa que a regeneração precede a fé; isto é, uma pessoa não nasce de novo pela fé, mas ela é capacitada a crer precisamente porque Deus a regenerou primeiro.









A Obra do Espírito Santo na Regeneração
por
John Owen


A obra do Espírito Santo na regeneração de almas precisa ser estudada e claramente compreendida pelos pregadores do evangelho, e por todos aqueles a quem a Palavra de Deus é pregada. É pelos verdadeiros pregadores do evangelho que o Espírito Santo regenera as pessoas (lCo.4:15; Fm.10; At.26: 17,18). Por isso, todos aqueles que pregam o evangelho precisam conhecer totalmente a regeneração para que possam com Deus e o Seu Espírito trazer almas ao “novo nascimento”. É também dever de todos os que ouvem a Palavra de Deus estudar e entender a regeneração (2Co.13:5).


O grande trabalho do Espírito Santo é a obra de regeneração (Jo.3:3-6). Certa noite Nicodemus, um mestre de Israel, veio até Jesus, que lhe disse: “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito”. O nosso Senhor tendo o conhecimento de que a fé e a obediência a Deus, e a nossa aceitação da parte de Deus, dependem de um novo nascimento, fala a Nicodemus do quão necessário é nascer de novo. Nicodemus fica surpreso com isso, e assim Jesus segue adiante a ensinar-lhe que obra de regeneração é esta. Ele diz: “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (v.5).

A regeneração, portanto, ocorre por meio “da água e do Espírito”. O Espírito Santo faz a obra de regeneração na alma do homem, da qual a água é o sinal exterior. Este símbolo externo é um solene compromisso e selo do pacto que até então lhes vinha sendo anunciado por João Batista. A água pode também significar o próprio Espírito Santo.
João nos fala que todos aqueles que receberam a Cristo só o fizeram por terem nascido de Deus (Jo. 1:12,13). Nem a hereditariedade, nem a vontade do homem podem produzir um novo nascimento. A obra como um todo é atribuída tão-somente a Deus (veja também Jo.3:6; Ef.2:1,5; Jo.6:63; Rm.8:9,10; Tt.3:4-6).
É sempre importante lembrar que toda a Trindade está envolvida nesta obra de regeneração. Ela se origina na bondade e no amor de Deus como Pai (Jo.3:16; Ef.1:3-6), da Sua vontade, propósito e conselho. É uma obra do Seu amor e graça. Jesus Cristo nosso Salvador a adquiriu para pecadores (Ef. 1:6). Mas o verdadeiro “lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” nas nossas almas é obra do Espírito Santo (Tt.3:4-6).
Todavia o meu presente objetivo é confirmar os princípios fundamentais da verdade concernente a essa obra do Espírito Santo que vêm sendo negados e combatidos.
A REGENERAÇÃO NO VELHO TESTAMENTO

No Velho Testamento a obra de regeneração ocorria desde a fundação do mundo, e foi registrada nas Escrituras. Contudo o seu conhecimento era muito vago comparado ao conhecimento que temos dela no evangelho.

Nicodemus, um importante mestre de Israel, declarou a sua ignorância quanto a isso. “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?”. Cristo maravilhou-se de que um mestre de Israel não conhecesse esta doutrina da regeneração. Estava nitidamente declarado nas promessas especificas do Velho Testamento, como também em outras passagens (conforme veremos), que Deus haveria de circuncidar os corações do Seu povo, tirar-lhes o coração de pedra e dar-lhes um coração de carne. Em sua ignorância os mestres de Israel imaginavam que a regeneração significava apenas uma reforma de vida. De modo semelhante muitos hoje consideram a regeneração como nada mais que o esforço para se levar uma vida moral. Mas se a regeneração significar nada mais do que se tornar um novo homem moral — algo a que todos, tanto mais ou menos, recomendam — dessa forma o nosso Senhor Jesus Cristo, bem mais do que esclarecer a Nicodemus sobre esta questão, a obscureceu mais ainda.
O Novo Testamento ensina claramente que o Espírito Santo faz uma obra secreta e misteriosa nas almas dos homens. Agora, se esta obra secreta e misteriosa for na verdade apenas uma reforma moral que capacita os homens a viverem melhor, se for apenas um convencimento externo para abandonar o mal e se fazer o bem, então, a doutrina da regeneração ensinada por Cristo e todo o Novo Testamento, é definitivamente incompreensível e sem sentido.
A regeneração e a doutrina da regeneração existiram no Velho Testamento. Os eleitos de Deus, de qualquer geração, nasceram de novo pelo Espírito Santo. Mas antes da vinda de Cristo, todas as coisas dessa natureza, estavam “desde o princípio do mundo, ocultas em Deus” (Ef.3:9 — tradução literal NKJV).
Mas agora chegou o grande médico, aquele que haveria de curar a terrível ferida das nossas naturezas pela qual estávamos mortos em nossos “delitos e pecados”. Ele abre a ferida, mostra-nos o quão é terrível e revela a situação de morte que ela trouxe sobre nós. Ele assim o faz para que sejamos verdadeiramente agradecidos quando nos curar. Assim pois, nenhuma doutrina é mais completa e claramente ensinada no evangelho do que esta doutrina da regeneração.
Quão corrompidos, portanto, são os que a negam, desprezam e rejeitam.
A CONSTANTE OBRA DO ESPÍRITO

Os eleitos de Deus não eram regenerados de uma maneira no Velho Testamento e de outra completamente diferente, pelo Espírito Santo, no Novo Testamento. Todos eram regenerados de um mesmo modo pelo mesmo Espírito Santo. Aqueles que foram milagrosamente convertidos, como Paulo, ou que em suas conversões lhes foram concedidos dons miraculosos, como muitos dos cristãos primitivos, não foram regenerados de um modo diferente de nós mesmos, que também temos recebido esta graça e privilégio.

Os dons miraculosos do Espírito Santo nada tinham a ver com a Sua obra de regeneração. Não eram a comprovação de que alguém havia sido regenerado. Muitos dos que possuíram dons miraculosos jamais foram regenerados; outros que foram regenerados jamais possuíram dons miraculosos.
É também o cúmulo da ignorância supor que o Espírito Santo no passado regenerava pecadores miraculosamente, mas que agora Ele não o faz de modo milagroso, mas por persuadir-nos que não é razoável que não nos arrependamos dos nossos pecados.
Jamais cairemos neste erro se considerarmos o seguinte:
a) A condição de todos os não-regenerados é exatamente a mesma. Uns não são mais não-regenerados que outros. Todos os homens são inimigos de Deus. Todos estão sob a Sua maldição (Sl.51:5;Jo.3:5, 36; Rm.3:19; 5:15-18; Ef.2:3; Tt.3:3,4).
b) Há variados níveis de malignidade nos não-regenerados, assim como há diversos níveis de santidade entre os regenerados. Todavia o estado de todos os não-regenerados -é o mesmo. Todos carecem de que se faça neles a mesma obra do Espírito Santo.
c) O estado a que os homens são trazidos pela regeneração é o mesmo. Nenhum é mais regenerado do que outro, contudo uns podem ser mais santificados que outros. Aqueles gerados por pais naturais nascem de um mesmo modo, embora alguns logo superem os outros em perfeições e habilidades. O mesmo também ocorre com todos os que são nascidos de Deus.
d) A graça e o poder pelos quais esta obra de regeneração é operada em nós são os mesmos. A verdade é que aqueles que desprezam o novo nascimento, fazem-no porque desprezam a nova vida. Aquele que odeia a idéia de viver para Deus, odeia a idéia de ser nascido de Deus. No final, entretanto, todos os homens serão julgados por esta pergunta: “Você nasceu de Deus?”.
A COMPREENSÃO ERRADA SOBRE A REGENERAÇÃO
Em primeiro lugar regeneração não é meramente ser batizado e dizer: “eu me arrependi”. A água do batismo é apenas um sinal externo (lPe.3:21). A água mesmo só pode molhar e lavar alguém da “imundícia da carne”. Mas como um sinal exterior ela significa “uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (lPe.3:21. Veja Hb.9:14; Rm.6:3-7). O apóstolo Paulo faz claramente a distinção entre a ordenança exterior e o ato de regeneração em si mesmo (Gl.6:15). Se batismo acompanhado de confissão de arrependimento for regeneração, então todos aqueles que foram batizados e se confessaram arrependidos têm de ser regenerados. Mas é claro que isso não é assim (veja At.8: 13 com os vv. 21, 23).
Em segundo lugar a regeneração não é uma reforma moral da vida exterior e do comportamento. Por exemplo, suponhamos uma tal reforma exterior pela qual alguém volta-se de fazer o mal para fazer o bem. Deixa de roubar e passa a trabalhar. Não obstante, haja o que houver de justiça real nessa mudança moral exterior de comportamento, ela não procede de um novo coração e de uma nova natureza que ama a justiça. É tão-somente pela regeneração que um corrupto e pecaminoso inimigo da justiça pode ser trazido a amá-la e a deleitar-se em praticá-la. Há os que escarnecem da regeneração como sendo inimiga da moralidade, justiça e reforma, mas um dia hão de descobrir o quanto estão errados.
A idéia de que a regeneração nada mais é do que uma reforma moral da vida, procede da negação do pecado original e do fato de sermos maus por natureza. Se não fôssemos maus por natureza, se fôssemos bons no fundo do nosso coração, então não haveria necessidade de nascermos de novo.
A REGENERAÇÃO NÃO PRODUZ EXPERIÊNCIAS SUBJETIVAS.
A regeneração nada tem a ver com enlevos extraordinários, êxtases, ouvir vozes celestiais ou com qualquer outra coisa do tipo. Quando o Espírito Santo faz a Sua obra de regeneração nos corações dos homens, Ele não vem sobre eles com grandes e poderosos sentimentos e emoções aos quais não podem resistir.
Ele não se apodera dos homens como os maus espíritos se apossam das suas vitimas. Toda a Sua obra pode ser racionalmente compreendida e explicada por todo aquele que crê na Escritura e recebeu o Espírito da verdade que o mundo não pode receber. Jesus disse a Nicodemus: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai”, assim é com a obra de regeneração do Espírito Santo.
A NATUREZA DA REGENERAÇÃO
Regeneração é colocar na alma uma nova lei de vida que é verdadeira e espiritual, que é luz, santidade e justiça, que leva à destruição de tudo o que odeia a Deus e luta contra Ele. A regeneração produz uma milagrosa mudança interior do coração. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura”. A regeneração não se dá pelos sinais exteriores de uma mudança moral do coração e é muito distinta deles (Gl.5:6; 6:15).
A regeneração é um ato onipotente de criação. Um novo princípio ou lei é criado em nós pelo Espírito Santo (Sl.51:10; Ef.2:10). Esta nova criação não é um novo hábito formado em nós, mas uma nova capacidade e faculdade. É chamada, portanto, de “natureza divina” (2Pe. 1:4). Esta nova criação é o revestir de uma nova capacidade e faculdade criada em nós por Deus e que traz a Sua imagem (Ef.4:22-24).
A regeneração renova as nossas mentes. Ser renovado no espírito de nossas mentes significa que as nossas mentes possuem agora uma nova e salvadora luz sobrenatural que as capacita a pensarem e a agirem espiritualmente (Ef.4:23; Rm.12:2). O crente é renovado em “conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl.3:10).
O NOVO HOMEM
Esta capacidade e faculdade nova produzida em nós pela regeneração é chamada de “novo homem”, porque envolve uma completa e total mudança da alma, de onde procede toda ação espiritual e moral (Ef.4:24). Este “novo homem” é contraposto ao “velho homem” (Ef.4:22,24). Este “velho homem” é a nossa natureza humana corrompida que tem a capacidade e faculdade de produzir pensamentos e atos malignos. O “novo homem” está capacitado e habilitado a produzir atos religiosos, espirituais e morais (Rm.6:6). Denomina-se de “novo homem” porque é uma “nova criação de Deus” (Ef.l:19; 4:24; Cl.2:12, 13; 2Ts.1:11).
Este “novo homem” é criado de imediato, num átimo. É por isso que a regeneração não pode ser uma mera reforma de vida, que é o trabalho de toda uma vida (Ef.2:10). É a obra de Deus em nós que antecede todas as nossa obras para com Deus. Somos feitura de Deus, criados para produzir boas obras (Ef.2: 10).
Assim pois não podemos produzir boas obras aceitáveis a Deus sem que primeiro Ele produza esta nova criação em nós. Está dito que este “novo homem” é “criado segundo Deus [i.e., à Sua imagem], em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef.4:24). A imagem de Deus no primeiro homem não foi uma reforma de vida. Nem foi um padrão de bom proceder. Adão foi criado à imagem de Deus antes que fizesse qualquer boa obra. Esta imagem de Deus era a capacidade e faculdade dada a Adão para viver uma vida tal que manifestasse verdadeiramente o caráter santo e justo de Deus. Tal capacidade e faculdade foi dada a Adão antes mesmo dele começar a viver para Deus. É verdadeiramente indispensável que o mesmo ocorra também conosco. Primeiro, a imagem de Deus, a qual é o “novo homem”, é novamente criada em nós. Então podemos começar mais uma vez a apresentar em nossas vidas o caráter santo e justo de Deus (Lc.6:43; Mt.7:18).
A ALIANÇA DE DEUS
Deus já nos tem dito como nos trata em Sua aliança (Ez.36:25-27; Jr.31:33; 32:39,40). Ele primeiro lava e limpa a nossa natureza; arranca o nosso coração de pedra e dá-nos um coração de carne; escreve as Suas leis em nossos corações e coloca o Seu Espírito em nós para nos capacitar a guardar essas leis. É isso o que significa regeneração. Que também é descrita como o santificar, o tornar santo todo nosso espírito, alma e corpo (lTs.5:23).
COMPROVADO PELA ESCRITURA
O Espírito Santo não opera de qualquer outro modo senão por aquilo que nos mostra a Escritura. Tudo que alega ser obra de regeneração Sua, precisa ser comprovado pela Escritura. O Espírito Santo, por ser onisciente, conhece as nossas naturezas perfeitamente, e por isso sabe com exatidão como operar nelas sem as ferir ou danificar, sem forçá-las de modo algum a concordar com a Sua vontade.
A pessoa ao ser regenerada, jamais, em momento algum, sente que está sendo malignamente forçada contra a sua vontade. A despeito disso, muitos que são verdadeiramente regenerados têm sido tratados pelo mundo como se fossem loucos, ou algum tipo de fanático religioso (2Rs.9:11; Mc.3:21; At.26:24, 25).
A obra do Espírito Santo na regeneração de almas precisa ser estudada e claramente compreendida pelos pregadores do evangelho, e por todos aqueles a quem a Palavra de Deus é pregada. É pelos verdadeiros pregadores do evangelho que o Espírito Santo regenera as pessoas (lCo.4:15; Fm.10; At.26: 17,18). Por isso, todos aqueles que pregam o evangelho precisam conhecer totalmente a regeneração para que possam com Deus e o Seu Espírito trazer almas ao “novo nascimento”. É também dever de todos os que ouvem a Palavra de Deus estudar e entender a regeneração (2Co.13:5).
A regeneração foi-nos revelada por Deus (Dr.29:29). Assim pois não estudar nem tentar compreender esta grande obra é revelar a nossa própria estultícia e loucura. Enquanto não tivermos nascido de Deus nada poderemos fazer que Lhe agrade, nem obtemos dEle quaisquer consolações, e nada somos capazes de entender a Seu respeito ou sobre o que Ele está realizando no mundo.
Há o grande perigo de que os homens possam estar enganados quanto à regeneração e que estejam, portanto, eternamente perdidos. Crendo erroneamente que podem obter o céu sem que lhes seja necessário nascer de novo, ou que havendo nascido de novo podem continuar a levar uma vida pecaminosa. Tais opiniões contradizem claramente o ensinamento do nosso Senhor e dos apóstolos (Jo.3:5; 1Jo.3:9).


Fonte: Jornal Os Puritanos – Ano X – No 04 – Out./Nov./Dez./2002
(Extraído do Livro “O Espírito Santo”, do teólogo puritano John Owen (O Príncipe dos Puritanos), publicado pela Banner Of Truth, cap 8, pg 43-51.
Adaptado das suas obras para uma linguagem contemporânea por R.J.K. Law.)
 Regenerados
por
Vincent Cheung
 
Nós podemos definir a natureza pecaminosa do homem como uma forte disposição da mente para o mal (Colossenses 1:21; Romanos 8:5-7). REGENERAÇÃO é uma obra de Deus na qual ele muda tal disposição má numa que se deleita nas leis e nos preceitos de Deus (Ezequiel 11:19-20, 36:26-27), e isso resulta no que significa uma ressurreição espiritual. Regeneração é uma transformação drástica e permanente no nível mais profundo da personalidade e intelecto de alguém, que podemos chamar de uma RECONSTRUÇÃO RADICAL. [35] Os compromissos mais básicos do indivíduo são voltados de objetos e princípios abomináveis, que ele uma vez serviu, para Deus. Essa mudança no primeiro princípio de pensamento e conduta de uma pessoa gera um efeito replicante que transforma o espectro inteiro de sua cosmovisão e estilo de vida.
Regeneração, ou ser “nascido de novo”, ocorre em conjunção com o chamado eficaz de Deus para com os seus eleitos (1 Pedro 1:23; Tiago 1:18), e os capacita a responder em fé e arrependimento a Cristo. Isso significa que a regeneração precede a fé; isto é, uma pessoa não nasce de novo pela fé, mas ela é capacitada a crer precisamente porque Deus a regenerou primeiro. Fé não é a pré-condição da regeneração; antes, a regeneração é a pré-condição da fé.
Uma razão pela qual muitos cristãos pensam que a regeneração ocorre pela fé é por que eles têm confundido regeneração com “salvação” em geral, e “justificação” em particular. Quando a palavra “salvação” é aplicada ao pecador, ela é um termo geral que pode implicar diversas coisas, tais como os itens que estamos discutindo nesse capítulo [*]. Por outro lado, na justificação Deus confere ao eleito a justiça legal merecida por Cristo em sua obra redentora. A Bíblia ensina que nós somos justificados pela fé, e não que nós somos regenerados pela fé. A confusão acontece quando alguém considera tanto a justificação como a regeneração como significando “salvação”.
Jesus diz: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (João 3:3). A palavra “ver” aqui se refere principalmente à capacidade de entender, ou “investigar”. Paulo escreve em 2 Coríntios 4:4: “O deus desta eracegou as mentes dos descrentes, para que não possam ver a luz do evangelho da glória de Cristo”. Se eles não podem ver o evangelho, então eles não podem aceitá-lo, o que conseqüentemente torna impossível que eles sejam salvos.
Mateus 13:15 estabelece um ponto similar: “Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com seus ouvidos, e fecharam seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e se converter, e eu os curaria”. Ou, como Marcos 4:12 diz: “De outro modo, poderiam converter-se e ser perdoados!”. Uma pessoa entenderásomente quando for capaz de ver, e somente quando ela entender é que ela será capaz de se voltar, isto é, se “converter” (Mateus 13:15). Se é necessário “ver” antes que alguém tenha fé, e se a capacidade de “ver” é somente possível após a regeneração (João 3:3), então naturalmente a regeneração vem antes da fé.
Revisando, Deus escolheu um número de indivíduos para receber a salvação. Após isso, Cristo veio a esta terra e pagou o preço do pecado pelos eleitos. Então, cada um dos eleitos é intimado a crer no evangelho nos tempos específicos designados por Deus. Contudo, visto que os eleitos nascem como pecadores, há presente dentro deles uma forte disposição para o mal, tornando-os incapazes e indispostos para responder. Portanto, Deus regenera os pecadores eleitos assim como ele os intima, e coloca em cada um deles uma nova natureza que é disposta para com Deus e a justiça. Assim, a regeneração é uma obra MONERGÍSTICA – ela é uma obra de Deus que produz seus efeitos sem qualquer cooperação da pessoa que está sendo salva.
João 1:12-13 faz referência à natureza monergística da regeneração: “Mas a todos quantos o receberam, a eles ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus, àqueles que quem crêem em seu nome, que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (NASB). A passagem indica que a regeneração não ocorre por se pertencer a uma descendência natural particular, nem ocorre por “decisão humana” (v. 13, NIV). A visão popular da regeneração é que através de uma “decisão” por Cristo, o homem pode nascer de novo, e assim, ser salvo do pecado. Contudo, a Escritura ensina que a regeneração é uma obra totalmente de Deus, que ele efetua em seus escolhidos, e que não ocorre através da vontade do homem: “O vento sopra onde quer. Você o ouve, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito” (João 3:8).
É fácil entender porque a regeneração deve preceder a fé se guardarmos em mente que o homem está espiritualmente morto antes da regeneração (Efésios 2:1; Romanos 3:10-12, 23). Por causa da hostilidade da mente às coisas de Deus antes da regeneração, os eleitos por si mesmos nunca chegariam à fé em Cristo quando o evangelho lhes fosse apresentado. É Deus quem age primeiro, e tendo mudado a disposição deles de má para boa, e das trevas para a luz, eles então respondem ao evangelho pela fé em Cristo, e por ela eles se tornam justificados aos olhos de Deus. Atos 16:14 registra a conversão de Lídia, e o versículo diz que foi Deus quem primeiro “abriu seu coração” para que ela pudesse “responder à mensagem de Paulo”.
(Teologia Sistemática, páginas 188-189)


NOTAS:
[35] - Ela é “radical” no sentido de que ela afeta a própria raiz da personalidade de uma pessoal.

[*] - Nota do tradutor: Os assuntos tratados no capítulo são: eleição, chamado, regeneração, conversão, justificação, adoção, santificação, preservação.


Nota sobre o autor: Vincent Cheung é o presidente da Reformation Ministries International [Ministério Reformado Internacional]. Ele é o autor de mais de vinte livros e centenas de palestras sobre uma vasta gama de tópicos na teologia, filosofia, apologética e espiritualidade. Através dos seus livros e palestras, ele está treinando cristãos para entender, proclamar, defender e praticar a cosmovisão bíblica como um sistema de pensamento compreensivo e coerente, revelado por Deus na Escritura. Ele e sua esposa, Denise, residem em Boston, Massachusetts. [http://www.rmiweb.org/ ]

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 26 de Agosto de 2005.
Fonte:Monergismo 


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A Regeneração ou Novo Nascimento - A. W. Pink



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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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