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25 de out. de 2010

Sabedoria Humana VS Espirito Santo - Paulo Junior


Série livros para Ler - Pecadores nas Mãos de um Deus Irado - Jonathan Edwards





Salvos Da Ira De Deus 1/7


Você Pode Provar Que Deus Existe?


Não vivemos mais numa era em que a existência de Deus seja considerada como certa. Em tempos anteriores as pessoas discutiam questões como "Com que Deus Se parece?" ou "Quantos deuses há?" O fato de haver um deus ou deuses era tacitamente admitido por quase todos. Os tempos mudaram. A nossa era está sendo chamada de"cética" ou incrédula. A crença em Deus não é mais considerada como necessária ou, para alguns, nem sequer desejável. Os pensadores cristãos não mais dominam o campo da filosofia como antes. A arte cristã não é mais o foco das expressões culturais.

Desde o período do Iluminismo no século dezoito e do advento da era da ciência, vem crescendo o sentimento de que apegar-se à crença em Deus é uma opção para quem não pode enfrentar a idéia de viver num universo onde as coisas acontecem mediante leis naturais impessoais. Não temos evidência direta que possa ser comprovada cientificamente sobre um ser que vive "lá fora". O cosmonauta soviético, Yuri Gagarin, comentou depois de sua viagem espacial: "Não vi nenhum Deus lá fora". Deus não foi descoberto num tubo de ensaio ou telescópio. Somos então obrigados a valer-nos de meios não-empíricos como a experiência religiosa e os sentimentos emocionais para cultivar nossa fé em Deus. O conceito predominante é que a ciência não oferece qualquer evidência para sustentar essa fé e de fato apresentou elementos que tornam a crença num deus um tanto frágil.

Este clima de opinião, afirmando que a ciência tornou Deus desnecessário ou até insustentável, deixou muitos com um sentimento de incredulidade sobre a questão. A forma mais popular de agnosticismo em nossa sociedade é o passivo. As pessoas dizem: "Não temos qualquer evidência comprobatória para afirmar a existência de Deus. Não existe um conhecimento real para discutir o assunto".

Será que o incrédulo tem razão? A ciência progrediu a ponto de poder explicar a vida e o universo adequadamente sem referência a Deus? A fé em Deus se baseia apenas nas emoções? Como teísta gostaria de tratar dessas questões. Gostaria de oferecer alguma evidência para a existência de Deus que abranja o assunto em sua forma mais básica.

Você Pode Provar Que Deus Existe?

Entre várias coisas que o cristão afirma sobre Deus, ele diz que Deus é o Criador do mundo. Deus é dito como existindo em Si mesmo e sendo eterno. Tal noção sobre Deus é razoável? Existe qualquer evidência para sustentá-la?

Vamos começar nossa pesquisa no ponto mais básico. Comecemos supondo que algo existe. Este é o nosso ponto de partida. Alguns talvez objetem que não podemos provar logo de início que qualquer coisa exista. Talvez toda a realidade não passe de uma ilusão. Até a ilusão é uma ilusão. É possível que ninguém esteja tendo a ilusão. Para indivíduos assim este argumento não terá peso. Mas não faz mal, pois essas pessoas nem sequer existem se nada existe. Meu argumento é dirigido àqueles que realmente existem e vou deixar as objeções à nossa suposição inicial aos filósofos que devem confirmar meu ponto de partida para poder negá-lo. Aonde nossa teoria nos leva? Gostaria de mostrar que se algo existe agora, algo sempre existiu. Ah! essa é a dificuldade! Uma coisa é afirmar que algo existe agora e outra muito diferente é assegurar que algo sempre existiu. Vamos ver então como chegaremos até lá.

Se algo existe agora, devemos afirmar uma dentre três coisas a respeito disso. Ou ele é eterno, criado por algo que é eterno, ou autocriado. Você pode pensar em quaisquer outras alternativas? Qual das três tem sido mais freqüentemente oferecida como uma alternativa por aqueles que não admitem a existência de Deus? A resposta óbvia é a terceira. Se dermos a primeira ou a segunda opção, já teremos afirmado que algo é eterno (seja um mundo eterno ou um criador eterno). Só a terceira alternativa nos livra do algo auto-existente e eterno. Vamos observar a situação mais de perto.

A Criação Foi por Acaso?

Durante o Iluminismo alguns dos céticos franceses afirmaram que a hipótese sobre Deus não era mais necessária porque "sabemos agora que o universo veio a existir por 'geração espontânea' ".A geração espontânea era um conceito popular nos primeiros dias da revolução científica antes de terem sido feitos progressos no método científico de experimentação e observação. O aparecimento repentino de bactérias no pão ou de girinos numa poça d'água era explicado como geração espontânea. Isso significa que algo surgiu do nada, sendo outra maneira de explicar a autocriação. Cientistas mais cuidadosos, mediante experiências melhor controladas, demonstraram o erro dessas teorias. O estudo microscópico minucioso revelou a origem das bactérias e girinos. Em pouco tempo a idéia de geração espontânea foi descartada e escarnecida pelos cientistas.

Versões mais recentes de autocriação são expressas em termos mais sofisticados. As pessoas falam hoje sobre a origem do universo em termos de movimento quantum e combinações de espaço, tempo e acaso. Num sentido popular isto significa "criação por acaso". Apesar do novo vocabulário, essas idéias continuam sendo uma expressão do conceito da autocriação.

O que há de errado com esse conceito? O que teria de acontecer para que algo criasse a si mesmo? Como é evidente, a fim de que algo pudesse criar-se a si mesmo, ele teria de existir em primeiro lugar. Ele teria de existir antes de existir, caso devesse criar a sua própria existência. Sua cabeça está começando a girar? Para que algo pudesse criar a si mesmo, ele teria de ser e não ser ao mesmo tempo e na mesma relação. A fim de isso ser possível, haveria necessidade de violar a lei básica de toda ciência, a lei da contradição. Dizer que algo existe e não existe ao mesmo tempo e da mesma forma, é fazer uma declaração insensata. A idéia de autocriação é extremamente irracional.

Mas, o que dizer da criação por acaso? A fim de compreender os problemas ligados a esta idéia, precisamos entender muito bem o que é acaso. O dicionário define acaso como "conjunto de pequenas causas independentes entre si, que se prendem a leis ignoradas ou mal conhecidas, e que determinam um acontecimento qualquer" ou "algo que acontece como resultado de forças desconhecidas ou não consideradas". O acaso descreve uma relação matemática de fatores. A fim de ilustrar isto, consideremos a questão de atirar uma moeda para o alto. Dizemos que as possibilidades de ser cara ou coroa são iguais. (Isto é, se pudermos impedir que grude no chão ou fique de pé, de lado.) Suponhamos que a moeda seja atirada e saia cara. O que fez com que acontecesse isso? Foi o acaso? Claro que não. O acaso simplesmente nos informa das possibilidades, de acordo com as inúmeras variáveis. No geral não controlamos todos os elementos envolvidos no atirar da moeda. Quando alguém faz isso, não sabemos geralmente se ela foi atirada com o lado da cara para cima, quanta pressão foi exercida pelo polegar, quão densa se achava a atmosfera em que foi lançada, ou quantas revoluções a moeda fez no ar. Se soubéssemos todos esses fatores com certeza, estaríamos prontos a apostar num resultado de 2 a 1.

Qual o ponto dessa analogia? Simplesmente que o acaso não tem poder para causar coisa alguma. Ele não tem poder porque não é nada (não é uma coisa nem um ser). O acaso é uma abstração matemática sem existência real. Desde que nada é, não pode fazer nada. Dizer que o mundo foi criado por acaso é afirmar que foi criado pelo nada ou foi"autocriado". Chamar isso de geração espontânea ou de acaso dá no mesmo.

Alguns eruditos usaram a expressão "criação por acaso" de maneira mais correta. Isto é, seguiram a definição do dicionário e disseram: "Não sabemos como o universo surgiu. As possibilidades são estas ou aquelas, mas na verdade não sabemos". Isso não indica que o mundo veio a existir por acaso no sentido de que o acaso foi o poder casual. Quais as possibilidades de o universo ter sido criado mediante o poder do acaso? Nenhuma.

Se criação por acaso significa autocriação, sendo portanto ilógica, isso significa que não poderia acontecer? A realidade tem de ser lógica? A teoria quantum e o chamado "Princípio de Indeterminâricia de Heisenberg"'indicam que é isto precisamente o que acontece? Estamos diante de um problema sutil mas grave de linguagem que envolve um uso errado das palavras.

Em vista de o movimento das partículas atômicas sob certas condições experimentais parecer imprevisível ou "fortuito", seu comportamento foi chamado de indeterminado. O que significa isso? Indeterminado é definido como "não determinado ou fixo. Indefinido, vago, incerto". Ser indeterminado não é ser não-determinado. A indeterminância significa simplesmente que não sabemos por que as partículas se comportam dessa forma. Isso não é o mesmo que dizer que o seu movimento foi causado pelo nada ou pelo acaso. Afirmar que o movimento não teve causa é fazer uma declaração não-científica e irracional.

Abandonar a noção de Deus para aceitar a alternativa da autocriação é suicídio intelectual. Talvez seja uma idéia bem aceita na sociedade, mas não suporta sequer uma crítica intelectual rudimentar.

R. C. Sproul

Finitum non capax infinitum – R. C. Sproul








- Deus é Incompreensível - 

O estudo da própria teologia normalmente começa com a doutrina da incompreensibilidade de Deus. Este termo pode sugerir ao leitor que cremos que Deus é fundamentalmente inconhecível ou ininteligível. Na realidade o caso não é este, de modo nenhum. Nós cremos que o Cristianismo é, antes de tudo, uma religião revelada. Somos compromissados com a idéia de que Deus se fez conhecer a nós suficientemente para que sejamos redimidos e experienciemos comunhão com ele.

A doutrina da incompreensibilidade de Deus chama atenção para a distância entre o Criador transcendente e suas criaturas mortais. Um dos principais axiomas ensinados por João Calvino era expressado pelo refor¬mador na frase latina Finitum non capax infinitum - "O finito não pode captar (ou conter) o infinito." Porque Deus é infinito em seu ser e eterno e nós somos finitos e limitados, tanto pelo espaço quanto pelo tempo, nosso conhecimento dele nunca é compreensivo ou completo. Nós apreendemos um conhecimento de Deus, mas não o conhecimento total.

Para conhecer Deus compreensivelmente teríamos necessidade de participar em seu atributo de infinidade. Infinidade é um atributo divino acertadamente chamado de "incomunicável", o que significa que Deus não pode fazer deuses de nós mesmos. Mesmo Deus não pode "criar" um segundo deus. O segundo deus não poderia ser realmente um deus porque seria, por definição, uma criatura. Seria dependente de e derivado do Deus original. Mesmo em nosso estado glorificado no céu, no qual entenderemos as coisas de Deus muito mais completamente do que entendemos agora, nosso conhecimento de Deus não será compreensivo, completo. Nossa glorificação não significa deificação. Ainda seremos criaturas; ainda seremos finitos. Mesmo no céu o axioma se aplica:Finitum non capax infinitum.

Embora nos falte um conhecimento compreensivo de Deus, não somos reduzidos a ceticismo ou agnosticismo. Nós apreendemos Deus, sim. A igreja primitiva enfrentou uma heresia virulenta na forma do assim chamado gnosticismo. Os gnósticos, que derivaram seu nome da palavra grega para conhecimento(gnosis), criam que não podemos ter nenhum conhecimento apropriado de Deus pelos meios normais de apreensão racional ou dos sentidos. O único canal desse conhecimento é uma intuição mística possuída só por uma elite bem-dotada de "gnostikoi", ou "aqueles que estão por dentro". Os gnósticos reivindicavam um nível ou tipo superior de conhecimento àquele dos apóstolos e buscavam exceder ou suplantar a autoridade deles. O problema gnóstico foi exacerbado mais tarde com o surgimento do neoplatonismo.

Neoplatonismo foi uma tentativa consciente de fornecer uma filosofia alternativa ao Cristianismo. A fé cristã, tendo vencido a filosofia grega tradicional, o neoplatonismo, foi a tentativa de restaurar a filosofia grega à preeminência. O filósofo mais importante do movimento neoplatônico, Plotino, descreveu Deus como "o Um". Plotino insistia que nada positivo sobre Deus pode jamais ser afirmado. Ele é inconhecível. Podemos rodear sobre certas idéias a respeito de Deus, mas nunca podemos pousar sobre nenhuma delas. Plotino popularizou o método de falar sobre Deus que é chamado a "via da negação"(via negationis), que define algo dizendo o que a coisa não é.

A teologia cristã rejeita o cetiscismo do gnosticismo e neoplatonismo. A via da negação, entretanto, por vezes é empregada na teologia. Por exemplo, falamos da infinitude e imutabilidade de Deus. São termos negativos. Dizer que Deus é infinito é dizer que ele não é finito. Dizer que ele é imutável é dizer que ele é não-mutável, não-variável. Neste sentido estamos apontando para dessemelhanças entre Deus e criaturas. Se houvesse só dessemelhanças entre Deus e o homem, realmente não poderíamos ter nenhum conhecimento de Deus.

Tornou-se moda em nossos dias falar em Deus como sendo "totalmente outro". Esta frase foi cunhada para salvaguardar a transcendência de Deus contra todas as formas de panteísmo que buscam identificar Deus com ou contê-lo dentro do universo. Se tomado literalmente, contudo, o termo "totalmente outro" seria fatal ao Cristianismo. Se não há nenhum sentido em que Deus e o homem são similares, se não há nenhuma analogia de ser entre Deus e homem, então não há nenhuma base para comunicação entre nós. Seres totalmente dissimilares não têm nenhum caminho de discurso entre si.

A Escritura ensina que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Isto não quer dizer que somos pequenos deuses. A imagem não obscurece a diferença entre Deus e o homem. Garante, no entanto, algum ponto de semelhança que torna possível a comunicação, por mais limitada que seja.

Embora a igreja empregue o caminho da negação em suas declarações sobre Deus, sua confissão não é, como no neoplatonismo, limitada a esse método. Também usamos o "meio da afirmação" (via affirmatas) e o "meio da eminência" (via eminentia). A via da afirmação faz afirmações positivas sobre Deus, como "ele é santo, soberano e justo". A via da eminência descreve Deus elevando categorias pertencentes à criatura ao grau infinito ou máximo.

Por exemplo, estamos familiarizados com as categorias de poder e conhecimento. Exercemos poder, mas nosso poder é limitado. O poder de Deus sobre sua criação não é limitado; é absoluto. Então dizemos que Deus é todo-poderoso ou onipotente. Do mesmo modo, embora nosso conhecimento seja limitado, o de Deus não é. Dizemos que ele é onisciente, ou totalmente sabedor.

Nossa linguagem sobre Deus leva em conta tanto as semelhanças entre ele e nós como as dessemelhanças. A incompreensibilidade de Deus busca respeitar este sentido no qual Deus nos é conhecido e o sentido no qual ele continua desconhecido para nós.

Martinho Lutero distinguiu entre o "Deus oculto" (Deus absconditus) e o "Deus revelado" (Deus revelatus):

...uma distinção deve ser observada quando o conhecimento ou, mais precisamente, o assunto do ser divino está sendo discutido. A disputa deve ser entre ou o Deus oculto (abscondito) ou o Deus revelado (revelato).Nenhuma fé em, nenhum conhecimento e nenhum entendimento de Deus, até onde ele não é revelado, são possíveis... O que está acima de nós não nos cabe. Pois pensamentos dessa natureza, que querem perscrutar algo mais sublime, acima e externo àquilo que foi revelado sobre Deus, são completamente diabólicos. Nada efetuamos com eles senão lançar a nós mesmos em destruição, porque nos propõem um objeto que desafia investigação, a saber, o Deus não-revelado. Que Deus em vez disso fique com seus decretos e mistérios em oculto.

João Calvino fez uma distinção semelhante entre o que podemos conhecer sobre Deus e o que permanece desconhecido para nós. "Sua essência, realmente, é incompreensível, totalmente transcendendo todo pensamento humano; mas em cada uma de suas obras sua glória está estampada em caracteres tão brilhantes, tão distintos e tão nobres que ninguém, por mais obtuso e analfabeto que seja, pode argumentar ignorância como desculpa."

Antes Calvino havia elogiado o conhecimento de Deus que já temos: "Visto que a perfeição da bem-aventurança consiste do conhecimento de Deus, agradou-lhe de modo que ninguém poderá ser excluído dos meios de obter a felicidade, não só depositar em nossas mentes a semente da religião da qual já falamos e, como também manifestar de tal maneira suas perfeições na estrutura inteira do universo, e diariamente se colocar em nosso campo de visão, de modo que não possamos abrir os olhos sem ser obrigados a enxergá-lo".

Calvino e Lutero, com a doutrina da incompreensibilidade de Deus, procuraram ser fiéis ao ensino bíblico se prendendo a ambos os aspectos do conhecimento de Deus, sua ocultação e sua revelação de si: "As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei" (Dt 29.29).

Nós já vimos que a teologia reformada é centrada em Deus, e não centrada no homem; teocêntrica, não antropocêntrica. Ao mesmo tempo reconhecemos que nosso entendimento de Deus tem implicações radicais para nosso entendimento da humanidade, que ele criou em sua imagem. O conhecimento do homem e o conhecimento de Deus são inter-relacionados, estão vinculados um ao outro. Em um sentido, tornando-nos apercebidos de nós mesmos nos tornamos cientes de nossa própria finitude e qualidade de criatura. Reconhecemos que somos criaturas dependentes. Essas coisas nos apontam para o Criador, embora em nossa natureza decaída busquemos evitar ou ignorar essa placa indicadora de caminhos. Em outro sentido, só quando entendemos quem é Deus é que entendemos adequadamente quem nós somos.

Bem no início de seu trabalho clássico, Instituías da Religião Cristã, João Calvino diz:

Nossa sabedoria, até onde deveria ser considerada sabedoria verdadeira e sólida, consiste quase que inteiramente de duas partes: o conhecimento de Deus e de nós mesmos. Mas como eles são ligados por muitos vínculos, não é fácil determinar qual dos dois antecede e dá surgimento ao outro. Pois, em primeiro lugar, nenhum homem pode se examinar sem logo voltar seus pensamentos para Deus em quem ele vive e se move; porque é perfeitamente óbvio que os dons que possuímos não têm possibilidade de ser de nós mesmos; não é assim; é que nosso ser em si nada mais é do que uma subsistência somente em Deus.

Mais tarde Calvino volta sua atenção ao outro lado da moeda:

Por outro lado é evidente que o homem nunca alcança um verdadeiro auto-conhecimento até que antes ele tenha contemplado a face de Deus e descido depois de tal contemplação para olhar a si próprio... Enquanto não olhamos para além da terra, estamos bem satisfeitos com nossa própria justiça, sabedoria e virtude; nós nos dirigimos a nós mesmos com os termos mais lisonjeiros e parecemos apenas menores do que semideuses. Mas se começarmos apenas uma vez a levantar nossos pensamentos a Deus e refletir no tipo de ser que ele é, e em quanto é absoluta a perfeição dessa retidão, e sabedoria, e virtude, à qual, como padrão, somos constrangidos a ser conformados, o que antes nos deleitava por sua mostra falsa de retidão se tornará poluído com a maior iniqüidade; o que antes se impunha estranhamente sobre nós sob o nome de sabedoria nos aborrecerá pela sua extrema doidice; e o que apresentava a aparência de energia virtuosa será condenado como a mais miserável impotência. Tão distantes estão aquelas qualidades em nós que parecem as mais perfeitas de corresponder à divina pureza.

Os Incrédulos tropeçam - Os crentes se Regozijam (Sermão). C. H. Spurgeon Postado por Charles Spurgeon / On : 10:06/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.


“Como está escrito: Eis que Eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer Nela não será confundido.” (Rm 9:33 )

O nosso Apostolo foi inspirado por Deus e, não obstante, ele foi levado a citar passagens tomadas do Antigo Testamento. O Espírito de Deus teria podido ditar-lhe novas palavras; teria podido mostrar-lhe como confirmar a verdade mediante outros argumentos, mas a Ele não Lhe agrada fazer isso. Guia o Seu servo a estabelecer a Verdade presente por meio de verdades reveladas anteriormente, e assim dá-nos o exemplo de como esquadrinhar as Escrituras e de valorizar os antigos oráculos de Deus. A passagem sob a nossa consideração parece estar composta por duas Escrituras entrelaçadas até serem convertidas numa, um método que era utilizado com freqüência pelos apóstolos. Uma parte do texto que estamos considerando encontra-se em Isaías 28: 16.

O Apóstolo não faz uma citação literal, porém dá-nos o sentido em lugar das palavras: "Eis que Eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apressará.” (Is 28:16 ). Mas, o Apóstolo Paulo insere essa palavra de profecia na outra, citando desta vez de Isaías 8: 14: "Então Ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel". Não posso evitar fazer uma ou duas observações sobre estas passagens antes de abordar o texto que vamos considerar. 

Em Isaías 8:14, percebe-se uma surpreendente prova da divindade de Cristo. Vide  o décimo terceiro versículo: "Ao SENHOR dos Exércitos, a Ele santificai; e seja Ele o vosso temor e seja Ele o vosso assombro. Então Ele", isto é, o SENHOR dos Exércitos" será por santuário" para os crentes; "mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel". Isaías expressa uma profecia do SENHOR dos Exércitos, e Paulo cita-a em referência ao Senhor Jesus Cristo, com o propósito claro de que concluamos que o Senhor Jesus Cristo não é outro que o próprio Jeová, Ele mesmo.

 Aprendemos da segunda passagem outra Verdade de Deus que serve para ilustrar mais de perto o nosso texto. Em Isaías 28:16, lemos, "Eis que eu assentei em Sião uma pedra". O apóstolo omitiu as palavras "por fundamento" e inseriu as palavras da outra passagem, "mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo". Mas a profecia original de Isaías serve para nos mostrar que o propósito real de Deus ao pôr a Cristo em Sião não era para que os homens tropeçassem nEle, mas sim, para que fosse o alicerce para as suas esperanças. O propósito real de Deus era que Cristo fosse a pedra angular para a confiança humana.


Mas o resultado foi que para um conjunto de homens renovados pela Graça Toda-poderosa, Cristo veio a ser um santuário de refúgio e em uma pedra de dependência. E para outros, deixados na sua própria depravação, Ele tornou-Se numa pedra de tropeço e rocha de escândalo — estes são alguns comentários sobre as primitivas Escrituras que Paulo cita. Vamos, agora, ao próprio versículo. O nosso texto informa-nos que muitos tropeçam em Cristo. E, logo, em segundo lugar, assegura-nos que quem recebe a Cristo e crê nEle, não terá motivo para estar envergonhado.


I. A primeira declaração não necessita nenhuma prova, pois a própria observação ensina-nos que MUITOS TROPEÇAM EM CRISTO. Tão logo Deus foi manifestado na carne, os mortais começaram a tropeçar nEle. "Não é este o filho do carpinteiro?", era a pergunta de quem esperava a pompa mundana e a grandeza imperial. "Conhecemos o Seu pai e a Sua mãe e, não estão conosco todas as Suas irmãs?", era a objeção sussurrada pelos seus próprios concidadãos. O maior de todos os profetas não tinha nenhuma honra na Sua própria terra. O nosso Senhor foi rejeitado por toda a espécie de homens. Ainda que O olhassem desde diferentes origens, todos o faziam com o mesmo olho escarnecedor.


Os fariseus tropeçavam nEle porque Ele não era, nem supersticioso, nem ostentoso; certamente, Ele não lavava as Suas mãos antes de comer, nem tampouco orava nas esquinas das ruas! Ele tinha relações com os publicanos e pecadores! Ele não alargava os seus filactérios. Ele curava os enfermos doentes no dia de repouso! Ele não tinha qualquer respeito pelas tradições, e por tudo isso, todo o 'justo' fariseu O aborrecia. O saduceu, por outro lado, apesar de que odiava a superstição farisaica, desprezava igualmente a Cristo em grande medida. As suas objeções eram disparadas de outro âmbito. Para ele, Cristo era muito supersticioso, pois o saduceu não cria nem em anjo, nem em espírito nem na ressurreição dos mortos — e a todas estas crenças o Profeta de Nazaré sustentava-as abertamente.


O ceticismo filosófico detestava Jesus porque o Seu ensino continha muito do elemento sobrenatural. Ao longo de toda a Sua vida, tanto nas cortes superiores do Herodes ou de Pilatos, como entre as mais baixas fileiras da turba da Judeia, Cristo foi desprezado e rejeitado entre os homens. Desde tempos antigos haviam açoitado a todos os profetas os quais o Senhor tinha enviado, e era pouco surpreendente que agora atacassem ao próprio Senhor. "Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes", isto podiam dizer todos os profetas de Deus, pois Israel não recebeu nem ao homem solitário cujo alimento consistia em gafanhotos e mel silvestre, nem ao mais cordial Espírito que chegou comendo e bebendo.


Eliminaram todos os profetas de Deus e não aceitaram nenhuma da suas repreensões. E quando o próprio Filho chegou, disseram: "Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança." Os judeus a uma voz rejeitaram-No, com a única exceção do remanescente, conforme à eleição da Graça. Mas o judeu não está sozinho na sua ofensa dirigida à Cruz. Sabemos que quando o Evangelho foi levado aos gentios posteriormente, Cristo crucificado foi pedra de tropeço para eles. Os refinados gregos, com os seus diversos sistemas de filosofia, esperavam ver no Messias um pensamento profundo e um gosto clássico. Porém, quando ouviram pregar Paulo sobre a ressurreição dos mortos, não viram nada que adulasse a sua filosofia e então escarneceram abertamente dessa pregação. 


Enquanto o judeu recolhia o seu manto de franjas estendidas e chamava a Cristo 'pedra de tropeço', o grego marchava para o seu templo clássico ou para a sua academia científica, e gritava: "Disparate! Os homens que falam assim devem estar loucos!" Em todo o tempo, inclusive até na nossa época, sempre que Cristo é pregado, o coração humano tem sido instigado imediatamente à ira contra Ele. O embaixador de Deus tem encontrado homens relutantes a receber a paz por ele proclamada. O amado Filho de Deus, que não veio senão com palavras de misericórdia e ternura, foi aborrecido e rejeitado pelos próprios homens a quem veio para abençoar. "Veio para o que era Seu, e os Seus não o receberam.”


Não obstante, nós temos pouco a ver com essas épocas passadas — temos a ver muito mais com o presente e conosco mesmo. E é uma coisa triste saber que no meio desta assembléia, ainda que suponho que nos autodenominamos Cristãos, há muitas pessoas para quem Cristo é ainda pedra de tropeço e rocha de escândalo. É um fato lamentável que há centenas de milhares de pessoas em Londres para quem o Evangelho de Cristo é tão pouco conhecido como dos hindus ou dos tártaros, Cristo não é uma pedra de tropeço para estes — pois não O conhecem e, portanto, não têm a culpa que alguns de vós tendes — por ter ouvido dEle e rejeitá-Lo.

No meio da presente assembléia há alguns que tropeçam em Cristo por causa da Sua santidade. Ele é demasiado estrito para eles. Eles queriam ser cristãos mas, não querem renunciar aos seus prazeres sensuais. Eles quereriam ser lavados no Seu sangue, mas desejam ainda rolar no atoleiro do pecado. Há muitas pessoas que estariam suficientemente dispostas a receber a Cristo se, depois de O receber, pudessem continuar com a sua bebedeira, com a sua devassidão e com o seu comodismo. Porém, Cristo deita o machado à raiz das árvores — Ele diz-lhes que terão de renunciar a tudo isto—“porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos de desobediência", e, além disso, "sem santidade ninguém verá o Senhor".


A natureza humana se levanta contra isto. "Como? Não poderei gozar de nenhuma lascívia favorita? Não poderei desfrutar destas coisas, ao menos, de vez em quando? Tenho de abandonar, por completo, os meus velhos hábitos e os meus antigos caminhos? Tenho de ser feito uma nova criatura em Cristo Jesus?" Estes são termos muito duros, são condições muito severas, e assim, o coração humano retorna às panelas de carne do Egito e agarra-se ao alho e às cebolas do antigo estado de servidão, e não quer ser libertado nem através de um maior que Moisés que eleva a vara para dividir o mar, e promete dar-lhe Canaã , donde flui leite e mel. Cristo ofende os homens porque o Seu Evangelho é intolerante com o pecado.


Outros tropeçam com o nosso bendito Senhor porque não gostam do plano de ser salvos inteira e unicamente por meio da fé. Há algumas dessas pessoas aqui? Eu suponho que haverá algumas. Elas dizem: "O quê? As nossas boas obras não valem nada? Não há nada que possamos fazer para ajudar na nossa salvação? Dize-nos que o que justifica a alma é confiar unicamente em Cristo, sem nada mais. Então não o entendemos, ou ainda que o entendêssemos, nós não gostamos". Isto é demasiado humilhante, demasiado simples, demasiado fácil. "Por quê", diz o homem que sempre tem assistido à igreja da sua paróquia ou na sua casa de reunião, que não deve nada a ninguém e que é generoso para com os pobres—"Por que então a minha posição não é nada melhor que a da prostituta, que percorre as ruas, à meia-noite! Ou que a do ladrão que cumpre o seu mês de castigo, em trabalhos forçados".


Não seria melhor a tua condição, meu querido ouvinte, quanto à tua salvação eterna, se recusas crer em Cristo. A condenação do ímpio descarado é certa, mas, igualmente certa será a tua se, depois de teres ouvido o plano de salvação, dás a volta e o desprezas porque preferes a tua justiça própria à justiça de Deus! Ah, quantos naufragam ao baterem contra esta rocha e quantos são tragados por esta areia movediça! Eles queriam ser salvos, mas não aceitam dobrar o joelho. Eles não estão contentes por receber a salvação de Deus, pela fé em Cristo Jesus, e assim, perecem devido ao seu teimoso orgulho.

Conheci a outros que tropeçam em Cristo por causa da doutrina que Ele prega, mais especificamente, as Doutrinas da Graça. Nesta casa entra alguém que, se pregássemos um sermão sobre a virtude cristã, diria: "eu gostei desse discurso"; mas, se pregássemos a Cristo, e, começássemos a falar a respeito das doutrinas profundas contidas no Evangelho, tais como a eleição, a chamada eficaz e o eterno e imutável amor, imediatamente se zangam quase até o ponto de ranger os seus dentes. Queriam ter a Cristo, dizem eles, mas não podem aceitar estas doutrinas. "O quê? Deus salva a quem quer e nem sequer pede permissão à criatura? Fará o que Lhe agrade conosco assim como um oleiro faz o que quer com a massa de argila? Hão de dizer na nossa cara que não depende de quem quer, nem de quem corre, mas sim de Deus que tem misericórdia? Não podemos suportar isso — dirigir-nos-emos a algum outro lugar onde o homem receba maior consideração, e onde Deus não seja colocado tão acima das  nossas cabeças".


Ah, mas, meu amigo, Jesus Cristo não elaborará a Sua doutrina para te agradar, nem diluirá a verdade da Escritura para que se adapte aos teus gostos carnais. Observa que é no nono capítulo de Romanos onde se encontra o meu texto, e nesse mesmo capítulo de Romanos tens a declaração mais clara e audaz que em qualquer parte foi registrada concernente à Soberania da Graça Divina, e se tu decides fazer da Soberania uma desculpa para não creres em Cristo, perecerás para tua desgraça; e, perecerás merecidamente também, porque queres discutir com a Palavra de Deus e condenas a tua própria alma a ser castigada pela Soberania de Deus.


Mas, na verdade, meus queridos amigos, quando os pecadores estão resolvidos a objetar a Cristo, a coisa mais fácil do mundo é encontrar algo com que objetar. Tenho conhecido a alguns que tropeçam por causa do povo de Cristo. Dizem: "Bem, eu queria crer em Cristo, mas observa aos crentes! Vê quão inconsistentes são eles. Contempla a tantos membros da igreja e vê em que caminhos ímpios caminham, incluindo a alguns ministros", e então, começam a enumerar diversos faltas de alguns eminentes servos de Deus, e pensam que esta é uma desculpa para que eles mesmos vão para o Inferno porque outros não caminham retamente no caminho para o Céu!


Oh, mandarás a tua alma para o Inferno porque outra pessoa não é tudo o que deveria ser? Se Davi cai e se Davi é restaurado, é essa uma razão pela qual tu devas cair, para não ser restaurado, alguma vez? O que importa que alguns peregrinos que se dirigem ao Céu se dirijam à 'Vereda Cômoda do Prado (1) ' e tenham de retornar ao caminho coxeando? É essa uma razão pela qual devas seguir o caminho que conduz à 'Cidade da Destruição'? Parece-me, amigo, que isto só deveria fazer-te mais diligente para procurar fazer firme a tua vocação e eleição! Os naufrágios dos demais deveriam levar-te a navegar mais cuidadosamente; a falência de outros homens deveriam conduzir-te a comercializar com maior diligência e humildade. Porém, citar os defeitos de outros, como uma razão pela qual devas continuar no erro dos teus caminhos, é o método de raciocinar do néscio! Tem muito cuidado, para que não descubras a tua necessidade quando estiver sumida nas chamas do Inferno.

A objeção real do homem natural não é, entretanto, nem contra o povo de Deus, nem contra o plano de salvação, considerado em si mesmo, mas contra Cristo. A pedra de escândalo é Cristo — a Pessoa de Cristo. Vós não quereis aceitar que Este Homem reine sobre vós!; Não estais anuentes a que Ele leve a coroa e a que receba toda a honra da vossa salvação. Preferiríeis perecer no vosso pecado antes que Jesus Cristo seja engrandecido pela vossa salvação. Esta é uma severa acusação, vocês dirão. Se não é verdade, rogo-vos que me demonstrem que é falsa, crendo em Jesus! Se não tendes objeção a Cristo, aceitai-O! Pecador, se tu disseres que não tropeças por causa de Cristo, eu exorto-te, então, a que te apegues a Ele! Se Ele não é detestável para ti, tome-O nos teus braços, agora!


Ora, homem, se estivesses no teu juízo, posto que Cristo te pode salvar com uma salvação eterna, tu certamente O agarrarias, a menos que houvesse alguma objeção pelo caminho. E como não te apegas a Ele, eu te digo que há um obstáculo no teu pecaminoso coração, um tropeço em Cristo que será a tua ruína a menos que Deus te livre disso. Que Deus me ajude agora a argumentar uns poucos minutos com quem não crê em Cristo, com quem O tem feito uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo.


Querido amigo, deixa-me que me aproxime de ti e que tome a tua mão e fale contigo. Alguma vez consideraste quanto insultas a Deus, o Pai, por rejeitares a Cristo? Se fosses convidado para a festa de algum homem, e te aproximasses da mesa e partisses todos os pratos e os lançasses ao chão e os pisasses, não seria isso um insulto? Se fosses um pobre mendigo sentado à porta, e, motivado por pura caridade, um homem rico te convidasse para a sua festa, o que pensarias merecer, se tratasses suas provisões, desta maneira? E, não obstante, esse é precisamente o teu caso. Não tens nenhum merecimento ante Deus. Tu és um pobre pecador sem nenhum direito sobre Ele e, todavia, agradou-Lhe preparar uma mesa para ti. Os Seus novilhos e os Seus animais engordados foram sacrificados, e agora tu não queres vir!


Não! Tu ainda fazes pior! Pões objeções à festa! Desprezas a deleitosa terra e a boa provisão de Deus! Considera somente com quantos gastos se tem realizado a provisão da salvação! O Pai eterno entregou o Seu Filho. Presta atenção! O Seu Bem-Amado, o mais querido do Seu coração, o Seu único Filho, foi entregue à MORTE, e tu desprezas um Dom como este? O que pensas? Não te faria ruborizar se entregasses o teu único filho para lutar pelo teu país e aqueles a quem o entregasses, te desprezassem a ti e ao teu dom? Se por causa de algum patriotismo sobre-humano pelo bem do teu país, chegasses inclusive a matar o teu filho, não te feriria na carne viva se os homens se rissem de ti e fizessem escárnio do ato?


E, todavia, isso é o que fazes para com o Pai eterno, o Qual por amor aos homens apartou do Seu peito ao Seu Amado, cravou-O no madeiro e cobriu-O de dores inexprimíveis. Tu desprezas o dom inexprimível, o ato mais rico de generosidade que inclusive o coração infinito de Deus tivesse podido imaginar, ou a mão infinita de Deus tivesse podido levar a cabo! Tu desprezas tudo isso! Tocas a Deus, permite-me dizer-te, na menina dos Seus olhos. Tu O tens ferido na parte mais sensível! Melhor seria que corresses sobre o fio da Sua espada ou te lançasses sobre as protuberâncias do Seu broquel que desprezares e rejeitares ao Seu unigênito Filho, imolado pela culpa humana.

Considera, de novo, que prova está aqui da tua pecaminosidade, e quão rapidamente serias condenado finalmente, quando este pecado esteja escrito sobre a tua testa. Ora, homem, não haveria necessidade de denunciar nenhum outro pecado contra ti; o livro no qual as tuas faltas têm sido raramente registradas necessita ser aberto, pois esta prova bastaria! Tu tens feito de Cristo uma pedra de tropeço, objetaste ao amado Filho de Deus; então, por que necessitamos nós de outras testemunhas? Pelo testemunho desta única boca serás condenado: "Tu tens aborrecido ao Príncipe de glória. Tu tens-Lhe recusado dar-lhe o teu coração"; portanto, levem-no ao lugar de onde veio. O que importa que não tenhas sido alguma vez um adúltero ou um freqüentador de bordéis, não basta isto? Não mostra isto a escuridão do coração do traidor e a baixeza do teu caráter? Este não quis receber a Cristo! Ele converteu o alicerce que Deus pôs em Sião "em pedra de tropeço e rocha de escândalo". O que pensas disto, tu que me estás escutando?


Além disso, como isto será uma pronta testemunha para te condenar, como aumentará isto a tua miséria? Pensas que Deus será terno contigo quando tu não tens sido terno com o Seu Filho? Quando te lançar para o Inferno, fará com que as chamas sejam menos ardentes? Pensas que a Sua vingança será refrescante para com o homem que tropeçou no Seu Filho? Não! Porém, isso antes, afiará o gume da Sua espada. "Este traidor, com efeito, desprezou o sangue de Cristo". Isso derramará combustível sobre as chamas. "Este homem fez de meu Unigênito Filho uma pedra de tropeço, e agora vou demonstrar-lhe que «quem cair sobre esta pedra, despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.»


Pensas tu que um rei estaria mais inclinado a ser misericordioso para com um traidor, se soubesse que esse traidor tem desprezado o seu filho? Não. Parece-me mais antes que a sentença deveria ser muito mais severa. Ah, Pecador!, ainda que todos os pecadores escapassem, tu que tens ouvido o Evangelho, não escaparás; ainda que as flechas de Deus errassem noutros pecadores, cravar-se-ão em ti! Tu serás o alvo especial da vingança todo-poderosa, porque foste desobediente e tropeçaste nesta pedra de tropeço. Reflita, homem, não selará isto a eternidade da tua dor? Como poderás escapar se descuidas uma salvação tão grande? Tu quebraste a única ponte que teria podido conduzir-te à segurança! Tu tens desmantelado o único refúgio que teria podido proteger-te da ira divina. "Já não resta mais sacrifício pelos pecados". 


Como poderia restar algum? Quando estiveres no Inferno, pensas que Cristo virá uma segunda vez para morrer por ti? De novo derramaria o Seu sangue para te tirar do lugar de tormento? Homem, tens uma imaginação tão vã para sonhares que haverá um segundo resgate oferecido para aqueles que não têm escapado da ira vindoura, e que Deus, o Espírito Santo, virá de novo e tratará com os pecadores que teimosamente O rejeitaram anteriormente? Não, na medida em que o teu Salvador seja rejeitado, e desprezes a vida eterna, e o próprio alicerce seja uma pedra de tropeço, não pode restar nada para ti a não ser uma terrível espera do julgamento e ardente indignação.


E agora outra palavra mais para ti. Não faz tremer o teu coração esta perspectiva do caso? Não é suficiente teres quebrantado a lei de Deus? Por que chegaste ao ponto de desprezares o Seu Filho? Oh, meus olhos! Se vós pudésseis chorar para sempre não choraríeis lágrimas suficientes, porque uma vez recusaste olhar para Ele, que é agora o vosso gozo diário. Não é este um dos piores pecados que teremos de confessar? E, oh Pecador, não o confessarás agora? Não quebrantará o teu coração este pensamento: que tu tens desprezado até aqui a Quem é muito encantador e todo Ele terno? Que o Espírito de Deus introduza isso em vós como um prego em lugar seguro; e parece-me que vós ides voltar-vos para o Redentor dizendo-Lhe: "Meu Senhor e meu Deus, perdoa-me por ter sido tão rude Contigo. Aceita-me, recebe-me no Teu seio, lava-me com o Teu sangue. Toma-me como Teu servo, e salva-me com uma grande salvação".


Feliz é o homem que é conduzido pela graça divina a confessar assim a sua falta, e não tropeça mais. Depois de tudo, que obstáculo há para que tropecemos? Oh, meu querido Ouvinte, por que deverias rejeitar a Cristo? Ele não é um duro capataz: "O Seu jugo é suave e o Seu fardo é leve." Por que deverias recusar a tua própria misericórdia? Acaso, ser salvo é uma desgraça? Acaso, ser limpo do pecado é uma calamidade? Acaso, ser feito um filho de Deus é uma desvantagem? Escapar do Inferno e voar para o Céu, não é a mais desejável de todas as misericórdias? Por quê, então, desprezar a Cristo? Isso é irracional! Que Deus te livre deste irracional pecado e te conduza agora a aceitar a Cristo com um coração perfeito, e Ele receberá o louvor por isso eternamente.

II. Agora, vou procurar explicar, com a ajuda do Espírito de Deus, a segunda parte: a parte mais consoladora do texto: "E TODO AQUELE QUE CRER NELE NÃO SERÁ CONFUDIDO". Sentir-te-ás confundido ao pensar que não creste antes; serás confundido ao pensar que não crês mais firmemente agora; com freqüência sentirás vergonha e confusão de rosto por conta da tua ingratidão, e da tua pecaminosidade e do teu desencaminhamento de coração. Porém o texto quer dizer que não serás confundido por teres confiado em Cristo. Quem crê em Cristo nunca terá alguma causa para estar confundido por havê-lo feito.


1. Ao tratar isto, antes de mais nada, vou comentar quando é que aqueles que confiam em Cristo poderiam ser confundidos por ter crido nEle. Bem, eles poderiam envergonhar-se, se Cristo os abandonasse alguma vez. Se alguma vez se chegasse a isto: que Ele, o esposo do meu coração, me abandonasse e me deixasse como uma viúva solitária, no mundo; se, depois de haver dito: "Não te desampararei, nem te deixarei", Ele Se apartasse, depois de tudo, e, nunca dedicasse ao Seu servo qualquer sorriso do Seu rosto, então eu teria razão, na verdade, de ver-me confiado por ter posto a minha confiança num Salvador tão inconstante.


O Cristo do arminiano é alguém de quem têm boa base para envergonhar-se, porque redime aos homens com o sangue precioso e, não obstante, vão para o Inferno. O Cristo doarminiano ama hoje, mas odeia amanhã; salva por graça, mas essa graça depende do uso que o homem faça dela; resgata aos homens de um estado de condenação e justifica-os; mas, depois de tudo, deixa-os retornar ao estado de condenação e, depois de tudo, perecem.


Porém, o Cristo dos cristãos é uma Pessoa muito diferente: uma vez que os ama jamais os abandona; onde Ele tem começado uma boa obra continua fazendo-a e aperfeiçoa-o. O Cristo do cristão diz: "Eu dou às Minhas ovelhas vida eterna; e não perecerão jamais, nem ninguém as arrebatará da Minha mão". Enquanto o cristão não descubra que a Graça de Deus se foi por completo, que o amor de Cristo cessou, não terá qualquer razão para ser envergonhado. Além disso, o cristão teria razão para duvidar se Cristo fosse falhar-lhe, quer quanto à providência ou à graça, ou nos seus tempos de tribulação e de tentação. Se o Senhor não me segurar quando estiver no meio dos rios, teria razão para me corar pela minha esperança. Se caminhando através da fogueira as chamas me queimassem, e não encontrasse que o Senhor fosse o meu pronto auxílio nas tribulações, então seria envergonhado.

Oh, Amados, quando poderá acontecer isto? 'Em seis tribulações te livrou, e na sétima não te tocará o mal'. Têm sido muito abatidos e não teriam podido estar mais abaixo, a menos, que tivessem estado na vossa tumba. Têm sido muito pobres, tendo escassamente pão para comer ou roupa para vestir! Tudo aquilo no que confiavam deixou de ser o vosso sustento. Ficaram órfãos no mundo, com a exceção do vosso Pai que está no Céu. Mas, mesmo assim, apesar de tudo isso, não vos foi dado o pão? Não vos tem sido assegurada a vossa água? E, não tem de ser o vosso testemunho hoje, no concernente a Deus, que Ele tem sido um amigo que tem permanecido mais próximo que um irmão? Bem, então não serás envergonhado jamais, porque nunca te chegará um tempo quando te deixes perecer através da pressão das tribulações, ou quando permita que sejas destruído pela força das tentações.


Além disso, um Cristão teria motivos de ser envergonhado se as promessas de Cristo não fossem cumpridas. São muito ricas e muito plenas, e há muitíssimas delas, e se eu tomo estas promessas e atuo segundo a Palavra de Deus, e logo, depois de tudo, encontro que a promessa é um mero papel de refugo; se o Senhor rompesse o Seu próprio juramento, então eu seria envergonhado por ter acreditado num Deus infiel! Mas, quando será isso? Cristão, ainda não te chegou esse tempo? Tens visto promessas aplicadas com poder ao teu coração, e as tens levado a Deus em oração. Permite-me apelar à tua experiência. Não têm sido cumpridas, além da tua expectativa ou da tua fé? Não tem feito Deus por ti, coisas extremamente abundantes, que ultrapassam o que possas pedir ou pensar? 


E, todavia, nesta manhã talvez tenhas medo de que a Sua promessa não seja cumprida! Estás a assistir aqui com um espírito abatido, tiveste tantos problemas durante a semana que realmente começas a estar envergonhado por teres confiando em Deus. Envergonha-te de ti mesmo por estares envergonhado! Mas, podes estar seguro de que a tua confiança não é algo de que devas envergonhar-te. Mas, oh meus irmãos, quão envergonhado estaria o cristão se quando chegasse ao momento da morte não encontrasse apoio, não visse a qualquer anjo amável junto ao seu leito, ou que algum Salvador lhe sustentasse a sua cabeça ao alto, no meio das ondas! Mas, ouviste alguma vez de algum cristão que se envergonhasse na hora da sua morte? Não é antes pelo contrário, mais exatamente, o claro testemunho de todos os que partiram que os seus últimos momentos foram dourados com a luz do sol do Céu?

Não cantaram nos seus leitos de morte, com Davi: "Sim, ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam?” Se, na verdade, pudéssemos despertar na ressurreição e descobrir-nos sem um Salvador; se pudéssemos estar no tribunal de Deus e descobrir que o sangue de Cristo não nos tivesse limpo; se, depois de toda a nossa fé nEle O ouvíssemos dizer: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno", então poderíamos ser envergonhados! Porém, o nosso texto assegura-nos que nunca teremos de sofrer isso. Então podemos apoiar-nos plenamente sobre este doce consolo: que tendo crido em Cristo nunca nos veremos na necessidade de nos envergonharmos da nossa esperança, nem nesta vida, nem na vida vindoura.

2. Tendo notado quando o cristão poderia ser envergonhado, notemos por que poderia ser envergonhado se tais coisas se dessem. Algumas vezes pensei, queridos Amigos, que em algum sentido, se se chegasse a demonstrar que a Bíblia é falsa, nunca me veria envergonhado por ter acreditado nela. Se não houvesse um Salvador, penso que quando estivesse diante do trono de Deus não seria envergonhado por ter crido no Evangelho, porque, parece-me que poderia atrever-me a dizer inclusive ao Deus eterno: "Grandioso Deus, eu acreditei isso de Ti, o que refletia a mais excelsa honra sobre o Teu caráter; cri em Ti que eras capaz de um grandioso ato de graça: a entrega do Teu próprio Filho; cri que eras tão justo que não perdoarias sem um castigo e, todavia, tão misericordioso que preferirias entregar o Teu Filho a não teres misericórdia dos homens.

Cri de Ti coisas mais excelsas que as que creram os judeus, ou os muçulmanos ou os pagãos, e a minha alma amou-Te por isso, na verdade; eu, com efeito, preguei aquilo que pensei que honraria o Teu nome, e agora que resulta ser um equívoco, não me vejo envergonhado por haver crido, pois era algo que deveria de ter sido verdadeiro, que a Tua natureza e Teu caráter faziam provável que fosse verdade, e lamento ao ver que não o é, mas, não estou envergonhado!. Queria que tivesse sido certo; isso far-te-ia mais glorioso, do que o és, grande Deus."


Amados, não estamos sob nenhuma apreensão de que isto aconteça, 'porque sabemos a quem temos crido, e estamos seguros que é poderoso para guardar o nosso depósito.' Por que se envergonharia um cristão se o Evangelho fosse falso? Deveríamos envergonhar-nos, antes de mais nada, porque aventuramos o nosso tudo na Sua Verdade. Arriscamos o nosso tudo em Cristo. O mundo diz que não se deve pôr nunca todos os nossos ovos numa só cesta; e quando um homem especula numa só coisa, e todo se derruba, a gente sábia eleva a sua cabeça e diz: "Ah!, é muito imprudente, é muito imprudente; é melhor teres três ou quatro cordas para o teu arco; não deves depender de uma só coisa".

O mundo está muito no certo nas coisas humanas. Mas, aqui estamos nós, pondo toda a nossa dependência num homem; a minh’alma não tem qualquer sombra de esperança em nenhuma outra parte exceto em Cristo, e eu sei que os vossos espíritos não têm nem sequer a sombra de um fantasma de dependência em nenhuma outra parte, exceto no sangue e na justiça desse divino Redentor, que consumou a nossa salvação e subiu ao alto. Se pudesse falhar-nos, então todas as nossas esperanças se teriam desvanecido, e seríamos os mais dignos de comiseração de todos os homens; se a nossa esperança resultasse ser um engano, seríamos na verdade néscios, e teríamos razão de nos vermos envergonhados pela nossa esperança.


Além disso, seríamos envergonhados porque renunciamos a esta vida pela vindoura; crendo no mundo vindouro, havemos dito: "este não é o nosso repouso; não temos aqui uma cidade permanente". O provérbio do mundo reza: "Mais vale um pássaro na mão do que cem voando"; mas nós, por outro lado, havemos dito que o pássaro na mão não é nada absolutamente, que os cem pássaros voando são tudo. A nossa alma diz: "Sorte! Não a esperamos aqui, é lá que a sorte tem de ser encontrada". "Riqueza! Ninguém é rico na terra, as riquezas estão no Céu, o verdadeiro tesouro está na Glória". "Amor! O amor não encontra um objeto apropriado aqui; o nosso afeto está posto nas coisas de cima, onde Cristo mora à mão direita de Deus".


Agora, se as coisas resultassem mal, e tivéssemos crido em vão, então seríamos envergonhados pela nossa esperança, mas não até então! Não até então, amados! E isso não acontecerá nunca! Sabemos em quem acreditamos, e temos confiança que ao renunciarmos a esta terra, só renunciamos a um punhado de cinzas, para podermos gozar das riquezas e da Glória para sempre. Além disso, se Cristo nos falhasse, seríamos envergonhados porque começamos jactando-nos antes de ter terminado a batalha. "No Senhor se glorificará a minha alma".


Espero que digais, queridos Amigos, que ainda que não tenhais entrado no Céu, e ainda não vissem a Cristo cara a cara, aprendestes a glorificar-se na cruz de Cristo, e ninguém foi capaz de detê-los na vossa exaltação. Tens-te glorificado-te em Cristo! Tens dito que Ele é um Alicerce seguro, que Ele é um precioso Esposo, que Ele é Tudo em Tudo para ti e digno do teu melhor amor! Mas, se Ele te falhasse, então estarias na posição de um homem que se gabou antes de tempo. Porém, nós nunca seremos envergonhados; fazemos bem em jactarmo-nos à boca cheia. Glorifiquemo-nos em Cristo. Mas oh!, se Ele nos falhasse —coisa que Ele nunca fará—- então nós seríamos, na verdade, envergonhados!

Além disso, temos feito algo mais de que jactarmo-nos! Vocês e eu, na realidade, dividimos o saque! E, oh!, se a batalha se perdesse, então seríamos envergonhados! Disseram-nos de que numa das grandes batalha do continente europeu em tempos antigos, os franceses, antes de que se iniciasse a batalha, começaram a vender os cativos ingleses entre eles, e calculavam quanto do despojo de guerra corresponderia a cada soldado; porém, felizmente, nunca conseguiram a vitória. Mas vós e eu já temos entrado no nosso descanso; recebemos o selo da nossa herança; temos começado, inclusive na Terra, a comer os cachos de Escol. E se tudo fosse um engano, seríamos envergonhados, mas não até então. Valor, queridos Amigos! Podemos prosseguir valorosamente, dividindo ainda o espólio; pois como Cristo é veraz e Deus é fiel, não haverá razão para sermos envergonhados.


Conheci  algumas pessoas que são envergonhadas por terem feito uma má especulação, porque induziram outros a arriscar-se nela; foram mais envergonhadas ao dar a cara aos seus amigos que perderam dinheiro, do que foram por reconhecer que elas mesmas também perderam. Vós e eu temos estado induzindo outros a embarcar-se nesta grandiosa aventura; ensinamos a outros a crer em Cristo; e alguns de nós escassamente passamos um dia sem ganhar outras almas para terem confiança em Cristo. Oh, temos uma doce segurança de que não pregamos fábulas astutamente idealizadas e de que nunca seremos envergonhados.

3. Tenho de anelar a vossa paciência só por um momento mais, enquanto prossigo agora, a mencionar quem são aqueles que nunca serão envergonhados? A resposta é geral e especial. O texto diz: "todo aquele que crer", ou seja, qualquer homem que tenha vivido, ou que viva, que creia em Cristo, não será envergonhado. Se tens sido um pecador descarado ou um moralista; se és educado ou iletrado; se és um príncipe ou um mendigo, não importa: "todo aquele que crer em Cristo, não será envergonhado". Tu, homem, que estás mais longe, ainda que raramente venhas à Casa de Deus, mas se crês em Cristo hoje, jamais serás envergonhado por causa dEle. Vós, que tendes assistido na Casa de Deus durante anos, e se vos sentis culpados por terdes rejeitado a Cristo, se confiardes nEle agora, não sereis envergonhados.

Mas há uma particularidade, que é, "todo aquele que crer". Os outros serão envergonhados. Tem de haver uma fé real e sentida; tem de haver uma confiança simples na Pessoa e na obra de Jesus: sempre que está presente essa confiança, não haverá vergonha. "Ah!", diz alguém, "mas eu tenho tão pouca fé; tenho medo de que serei confundido". Não, tu estás sob a condição: "todo aquele"; "que crer", ainda que a sua fé seja muito pouca, nunca será envergonhado. "Ah!", diz outro, "mas eu tenho muitas dúvidas". Mesmo assim, querido coração, posto que tu crês, não serás envergonhado; todas as tuas dúvidas e todos os teus medos jamais te condenarão, pois a tua fé há de prevalecer.

"Oh! Mas", diz alguém mais, "a minha corrupção é muito forte; assisti esta manhã lamentando-me devido às minhas imperfeições; elas alcançaram o controle da minha fé, e eu tenho caído durante a semana". Sim, alma, tão completamente caída como estás, se tu crês, nunca serás envergonhada. Olha-te o pecado na cara? Sentes-te muito abatido sob o sentido da tua própria indignidade? Atreve-te a crer em Cristo tal como és, com pecados e tudo: aventura-te a crer nEle sem nenhuma outra confiança. Quando as perspectivas são escuras e as graças mortas, quando as evidências são negras, quando tudo te mostra desagrado e como uma maldição, atreve-te a crer nEle!

Toma-o agora para que seja teu amigo quando não contas com nenhum amigo! Foge agora para este Refúgio quando toda a outra porta está fechada! Agora que o inverno congelou toda corrente, vêem agora e bebe agora desta corrente que flui para sempre; este poço de Belém que está dentro da porta, que não pode falhar-lhe nunca; e não necessitas de pôr a sua vida em perigo para alcançá-lo, é livre para ti, neste instante! Agacha-te e bebe confidencialmente! Agacha-te e bebe e não terás mais sede; pois "todo aquele que crer nEle, não será  envergonhado".

4. Para concluir, o texto significa mais do que diz; pois se bem que é certo que diz que não será envergonhado, significa além disso que será glorificado e cheio de honra. Se tu confias em Cristo hoje, isso trazer-te-á a vergonha dos homens, assegurar-te-á tribulações e aflições, mas também te garantirá honra aos olhos dos santos anjos de Deus e Glória, no fim, aos olhos do universo reunido! Onde está o homem que confia em Cristo, hoje? Ali está ele no pelourinho, e os homens dizem: "Ah! Oh! O néscio! O néscio! O néscio! Confia em Deus, a quem não pode ver! Crê num Cristo de quem ouvimos mas que nunca nos falou! Confia no sangue de um galileu crucificado!


O mundano grita: "Nós somos muito sábios para isso; nós vamos crer em teorias geológicas, no espiritualismo ou na metafísica; vamos crer no próprio diabo antes que crer em Cristo!" Assim eles ridicularizam o homem que confia em Cristo. A cena é mudada, a geração dos vivos partiu, e o mundo converteu-se num grande cemitério. Ali jazem.


Inumeráveis montículos indicam onde estão dormindo os corpos dos homens. A trombeta toca, soa claramente através do Céu e da Terra, e das tumbas sobem os corpos que uma vez foram alimento do verme, e as almas retornam a esses esqueletos: e agora, onde está o homem que confiou em Cristo?
A trombeta a todos tem despertado da suas tumbas e juntos despertam: "Onde está o homem que confiou em Cristo?" Quem é o que pergunta por ele? O próprio Rei no trono tem feito a pergunta! O Rei Jesus, sentado no Seu tribunal, busca o Seu amigo: "Onde está o homem que confiou em Mim? Tragam-no aqui". Vejam a mudança, agora não há vaias, nem gritaria, nem risadas, nem calúnia! Um esquadrão triunfante de espíritos resplandecentes transporta o crente à mão direita de Jesus, e ali se senta entronizado como Cristo, sentado com Ele para julgar os homens e os anjos, reinando sobre o Trono de Cristo em todo o esplendor de Cristo!


"Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar," assim se fará ao varão que põe a sua confiança em Cristo! Vamos, cristão, sem importar qual seja o teu estado hoje, sem importar como ressoe nos teus ouvidos a zombaria do mundo, pensa nessa honra obstinada que a turba de pecadores terá de te render no Último Grande Dia! Pensa em como a tua fama e a tua reputação se levantarão conjuntamente com os teus ossos! E assim como os vermes não podem devorar o teu corpo para impedir a tua ressurreição, tampouco a calúnia nem a censura devorarão o teu caráter para impedir a tua ressurreição, também! A Glória será tua, a Glória eterna, enquanto que os teus inimigos serão revestidos de vergonha e desprezo eternos! 

Bem, o que dizeis vós, queridos Ouvintes? De que lado estais esta manhã? É Cristo uma pedra de tropeço para vós? Prosseguireis tropeçando nEle e objetando-Lhe? Dizeis, antes: "Não, queremos ter a Cristo e confiar nEle." Oh, se o Senhor vos tem conduzido até esse ponto, aplaudirei de gozo! E vós, vós anjos, tocai as vossas harpas! Vós serafins! Afinai de novo as vossas liras; pois há gozo no Céu como há gozo na Terra quando uma alma chega a pôr a sua confiança em Cristo. Que o Senhor nos conduza a cada um de nós a fazê-lo, para glória do Seu Nome. Ámem. Ámem.


(UNBELIEVERS STUMBLING—BELIEVERS REJOICING)
 
de C. H. Spurgeon
(Inédito em português!)


OS INCRÉDULOS TROPEÇAM — OS CRENTES REGOZIJAM-SE

Sermão n.º 571, pregado na manhã de domingo 22 de maio de 1864, por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.

Notas:

[*] ACF - Bíblia, edição João Ferreira de Almeida, Corrigida Fiel, versão e-Sword, cotejada com «A Bíblia Sagrada» João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida, Edição da Sociedade Bíblica, Rua José Estêvão, 4-B, 1100 LISBOA, PORTUGAL, Copyright das Sociedades Bíblicas Unidas (1968)


(1) By-path meadow: "Vereda Separada do Prado' foi traduzido também como: 'Campo da Vereda'. No «Progresso do Peregrino» de João Bunyan é uma vereda aparentemente mais cómoda de seguir, mas, que levava os peregrinos a extraviar-se. Nota de Allan Román.

fontes: 
Adapted from The C.H. Spurgeon Collection, Versión 1.0, Ages Software, 1.800.297.4307
wwvv.spurgeon.com.mx(Tradutor:AllanRomán23/XII/2009)
Tradução em português: Carlos António da Rocha (de 5 a 7 de janeiro de 2010) -

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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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