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30 de dez. de 2010

Você esta Revestido De Poder ? - Paul Washer


Causa e Efeito - Paulo Junior


Jesus Não Desiste de Amar Você - Hernandes D.Lopes 1/2


Paul Washer - A Dádiva Que Ninguém Quer



Sobre quem a Bíblia fala? - Tim Keller


Estudo sobre o livro de Rute - John Piper (parte 2)


Então, Rute e Noemi voltam para Belém de Judá (versículo 19). Mas ela responde no versículo 20, 

Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que pois me chamareis Noemi? O SENHOR testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me tem feito mal.
O que você acha da teologia de Noemi? Gostaria de escolher a teologia Noemi qualquer dia em vez do ponto de vista sentimental de Deus, que domina o mundo evangélico hoje. 

Noemi é inabalável tem certeza absoluta de três coisas: Deus existe. Deus é soberano. Deus a afligiu. O problema com Noemi é que ela esqueceu a história de José, que também entrou em um país estrangeiro. Ele foi vendido como escravo. Ele foi acusado por uma adúltera e colocado na prisão. Ele tinha todos os motivos para dizer, assim como Noemi, "O Todo-Poderoso lidou comigo amargamente." Mas ele manteve sua fé e Deus transformou tudo para o bem nacional do seu povo de Israel. A lição-chave Gênesis 50:20 é o seguinte: "Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.

Noemi está certa em acreditar em um Deus soberano e todo-poderoso que rege os assuntos das nações e famílias e dá a cada dia a sua parte de dor e prazer. Mas ela precisa abrir os olhos aos sinais dos seus propósitos misericordiosos.

Foi Deus que tirou a fome e abriu um caminho para casa. Observe o delicado toque de esperança no fim do versículo 22. "E chegaram a Belém no princípio da colheita das cevadas." Não só isso, Noemi tem de abrir os olhos a Rute. Que presente! Que bênção! No entanto, como ela e Rute diante o povo de Belém, Noemi diz no versículo 21, "O Senhor me trouxe volta vazia." Não, Noemi! Você está tão cansada com a noite da adversidade que você não pode ver o amanhecer da alegria. O que ela diria se pudesse ver que em Rute, ela ganharia uma criança, e que esta criança seria o avô do maior rei de Israel, e que este rei de Israel que prenunciam o Rei dos reis, Jesus Cristo, o Senhor do universo? Eu acho que ela diria: O Senhor não julga com débil entendimento, mas confie n'Ele por sua graça, atrás de uma providência carrancuda Ele esconde uma face sorridente.


Permitam-me concluir com quatro lições

1. Governo soberano de Deus

Deus, o Todo-Poderoso reina em todos os assuntos dos homens. Ele governa as nações (Daniel 2:21) e ele governa as famílias. Sua providência estende-se desde os EUA até a sua cozinha. Sejamos como as mulheres de fé do Antigo Testamento. Elas duvidavam de muitas coisas, mas nunca duvidavam que Deus estava envolvido em cada parte de suas vidas e que ninguém poderia deter a mão d'Ele (Daniel 4:35). Ele dá a chuva e ele tira a chuva. Ele dá a vida e ele leva a vida. Nele vivemos, nos movemos e existimos. Nada, nem mesmo um palito  de dente é bem compreendido, exceto em relação ao Deus. Ele é o todo-abrangente da realidade, que permeia tudo. Noemi está certa e nós devemos acompanhá-la nessa convicção. Deus Todo-Poderoso reina em todos os assuntos dos homens.

2. Misteriosa providência de Deus

As providências de Deus às vezes são muito difíceis. Deus tinha lidado com Noemi de forma amarga, pelo menos no curto prazo. Talvez alguém vá dizer: foi tudo devido ao pecado de ir para Moab e casar seus filhos com mulheres estrangeiras. Talvez assim. Mas não necessariamente. Salmo 34:19 diz: "Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas." Nem o Antigo Testamento nem no Novo Testamento prometem que os crentes vão escapar das aflição da vida. Mas, suponha que calamidade Noemi foi devido à sua desobediência. Isso faz com que a história seja duplamente encorajadora, porque mostra que Deus deseja e é capaz até mesmo para transformar os seus juízos em alegrias. Se Rute foi trazida para a família por causa do pecado, é duplamente surpreendente que ela é feita a avó de Davi um antepassado de Jesus Cristo. Nunca pense que o pecado de seu passado significa que não há esperança para o futuro.

3. Bons propósitos de Deus

Isso leva à terceira lição. Não só Deus reina em todos os assuntos dos homens, e não só a sua providência, por vezes, é difícil, mas em todos as suas obras são feitas para o bem e a felicidade de seu povo. Quem teria imaginado que no pior de todos os tempos, o período de juízes, Deus estava se movendo em silêncio nos dramas de uma única família para preparar o caminho para o maior rei de Israel? Mas não só isso, ele estava trabalhando para preencher Noemi e Rute e Boaz e seus amigos com grandes alegrias. Se alguma coisa aconteceu na sua vida  que fez o seu futuro parecer perdido, aprender com Rute que Deus está agora trabalhando dar-lhe um futuro de esperança. Confie nele, espere pacientemente. As sinistras nuvens estão cheias de grande misericórdia e vai quebrar com a bênção sobre sua cabeça.

4. Liberdade Como Rute

Por fim, aprendemos que, se você confiar na bondade e misericórdia soberana de Deus para persegui-lo todos os dias da sua vida, então você está livre, como Rute. Se Deus chamar, você pode deixar a família, você pode deixar seu trabalho, você pode deixar sua cidade, e você pode fazer compromissos radicais e empreender novos empreendimentos. Ou você pode encontrar a liberdade e coragem e força para manter um compromisso que você já fez. Quando você acredita na soberania de Deus e que ele gosta de trabalhar fortemente para aqueles que confiam nele, isso nos dá uma liberdade e alegria que não pode ser abaladas por tempos difíceis. O livro de Rute nos dá um vislumbre do trabalho oculto de Deus, durante o pior dos tempos. E assim como todas as outras Escrituras, como diz Paulo (Romanos 15:4, 13), Rute foi escrito para que possamos transbordar de esperança.

Igreja, uma comunidade terapêutica - Hernandes D.Lopes



A igreja de Deus é a coluna e baluarte da verdade. Ela é filha da verdade, anda na verdade, é santificada na verdade e embaixadora da verdade. A igreja, porém, tempera a verdade com o amor. Ela fala a verdade em amor. Verdade sem amor fere; amor sem verdade engana. Para ser uma comunidade terapêutica, a igreja precisa falar a verdade e ao mesmo tempo amar as pessoas. Nas palavras de Jesus, a igreja “não esmaga a cana quebrada nem apaga a torcida que fumega”. O apóstolo Paulo exorta as igrejas da Galácia: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o, com espírito de brandura, e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl 6.1). Para que a igreja seja uma comunidade terapêutica, alguns princípios devem ser observados à luz do texto supra:
1. Uma igreja terapêutica não faz provisão para o pecado. Aqueles que vivem na prática do pecado não pertencem à igreja de Deus, pois quem vive pecando não conhece a Deus. O pecado na vida do crente é um acidente e não uma prática. O crente não pode pecar deliberadamente, intencionalmente. Não podemos fazer provisão para o pecado e ao mesmo tempo pertencermos à igreja do Deus vivo. Deus nos salvou do pecado e não no pecado; fomos chamados à santidade e à irrepreensibilidade.
2. Uma igreja terapêutica é conduzida pelo Espírito Santo. Quando Paulo fala: “vós, que sois espirituais” não está referindo-se a uma elite dentro da igreja. Os crentes em Cristo são aqueles que receberam o Espírito (Gl 3.2), nasceram do Espírito (Gl 4.29), andam no Espírito (Gl 5.16), produzem o fruto do Espírito (Gl 5.22,23), e vivem no Espírito (Gl 5.25). A igreja de Deus é uma comunidade terapêutica, porque os crentes, sendo espirituais, são agentes da cura e não instrumentos da morte.
3. Uma igreja terapêutica trata com sensibilidade os que tropeçam. O apóstolo ordena: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura”. A palavra usada pelo apóstolo procede da medicina. Foi usada no grego clássico para reparar um osso quebrado. Precisamos lidar com tato e sensibilidade com as pessoas que caem. Devemos ser intransigentes com o pecado, mas cheios de ternura com aqueles irmãos que são surpreendidos por ele. Não podemos esmagar aqueles que já estão quebrados nem ferir ainda mais aqueles que já estão machucados pela queda. A correção ao faltoso precisa ser com espírito de brandura e não com truculência. A disciplina visa a restauração do caído e não sua destruição.
4. Uma igreja terapêutica mantém-se vigilante para não cair em pecado.Paulo diz que devemos nos guardar para não sermos também tentados a cair nos mesmos pecados que reprovamos nos outros. Hipocrisia e soberba são armadilhas perigosas que aprisionam e adoecem a igreja. Seria hipocrisia condenar na vida do irmão o pecado que acariciamos no coração. Somos tendentes a projetar nossos próprios erros em alguém e condenar nesse alguém o que não temos coragem de enfrentar em nós mesmos. Vemos com mais facilidade um cisco no olho do irmão do que uma trave em nosso próprio olho. Coamos mosquitos e engolimos camelos. Uma igreja terapêutica não coloca fardos nas costas das pessoas, mas leva as cargas uns dos outros.

A Mente Cristã e o Ministério Cristão





James R. Domm

Em 1744, Jonathan Edwards pregou um sermão sobre João 5.35, que diz: “Ele era a lâmpada que ardia e alumiava, e vós quisestes, por algum tempo, alegrar-vos com a sua luz”. Edwards supôs corretamente que João Batista era um protótipo do ministro do evangelho (At 19.4). A tese de Edwards era que a excelência do ministro do evangelho consiste em que ele seja uma lâmpada que arde e ilumina; ou seja, espiritualmente falando, o ministro do evangelho tem de ser um homem de calor e de luz. Ele tem de ser um homem de devoção e de paixão, de conhecimento espiritual e de discernimento. Em relação a este segundo aspecto, os ministros do evangelho têm de ser, por eminência, homens de luz espiritual. Um pastor ignorante não traz qualquer crédito para seu Senhor. Os ministros do evangelho são comissionados por Deus para serem portadores de luz espiritual para homens que se encontram nas trevas (At 26.16-18; 2 Co 4.3-6). Um dos fatores que os capacitará a cumprirem sua função de portadores de luz é a posse de um ponto de vista bíblico a respeito do intelecto. Os ministros do evangelho têm de possuir uma opinião correta a respeito do lugar vital da mente na vida cristã, em geral, e do ministério cristão, em particular, a fim de serem guias espirituais dignos de confiança. Estamos em uma época de antiintelectualismo sem fundamento na Bíblia, por um lado, e de hiperintelectualismo não-santificado, por outro lado. Somente um ponto de vista bíblico a respeito do intelecto capacitará um ministro do evangelho a corrigir esses dois erros.
Neste artigo, oferecemos apenas uma sugestão. Todavia, pensamos que tal sugestão deve ser útil ao desenvolvermos pontos de vistas bíblicos a respeito do importante papel da mente na vida e no ministério cristão. Uma teologia do intelecto pode ser extraída de três assuntos bíblicos: a Criação, a Queda e a Redenção.
1. A Criação
a) O homem foi criado como um ser bipartite. Deus criou o homem constituindo-o de dois componentes: corpo e espírito. De acordo com Gênesis 2.7, Deus criou o homem, por formação, do pó da terra e por transmissão do espírito de vida. Conseqüentemente, o homem é constituído de duas partes: uma parte material e uma parte invisível. O produto dessa dúplice ação de formar e de transmitir foi que o homem se tornou uma alma vivente. Alguns afirmam que o uso do intelecto deveria ser evitado nas coisas espirituais. Alega-se que o segredo da verdadeira vida espiritual consiste em rejeitar a mente e assumir uma postura de passividade aos impulsos e impressões do “espírito”. No entanto, essas idéias estão alicerçadas em um ponto de vista tricotômico do homem, que tem suas raízes na filosofia grega. A utilização da mente não é um exercício inerentemente mau; tampouco é antiespiritual. A mente e o espírito humano não se opõem um ao outro, nem competem um com o outro. Na verdade, a mente humana tem um lugar vital na vida cristã.
b) O homem foi criado como um ser racional. O homem foi criado para pensar. O que estabelece a diferença entre os homens e os animais? Entre outras coisas, a sua capacidade de pensar e raciocinar. Isso é o que a Bíblia chama de entendimento (ver Sl 32.9). Os animais agem por instinto. O homem age por escolha inteligente. Ele foi criado para pensar os pensamentos de Deus, de conformidade com Ele. Deus se revela ao homem como um ser racional. Ele tem se revelado na criação (Sl 19.1). Desde a criação do mundo, os atributos invisíveis, o eterno poder e natureza de Deus são percebidos por meio das coisas que Ele fez (Rm 1.20). Todavia, Deus tem se revelado também através da Palavra escrita. A revelação de Deus é visualizada na natureza. Nas Escrituras, ela é verbalizada. A comunicação através de palavras pressupõe mentes que possam entendê-las e interpretá-las. As palavras são meros símbolos sem significado, se não forem decifrados por um ser inteligente. O homem não pode conhecer a vontade de seu Criador sem a utilização da mente.
2. A Queda
Nos versículos iniciais de Gênesis 3, que instrumento a serpente utilizou para entrar no coração de Eva e levá-la ao erro? O instrumento foi a mente (Gn 3.1-6). Nessa passagem, encontramos a primeira ocorrência de comunicação corrupta nas Escrituras. Por meio de uma comunicação corrupta, a serpente foi capaz de envenenar os pensamentos de Eva, de levá-la a pensar mal sobre o seu benevolente Criador e de plantar as sementes da incredulidade no solo do coração de Eva. Dessa maneira, toda a nossa raça foi levada à rebelião e caiu sob a maldição do pecado. Como resultado disso, a mente do homem, bem como todas as outras partes de sua constituição, sofreu um efeito devastador. Cada parte do ser humano foi corrompida, incluindo sua mente (Ef 4.17,18). Agora, ao invés de pensar os pensamentos de Deus, de conformidade com Ele, o homem caído detém a verdade pela injustiça (Rm 1.18). A mente do homem está inclinada para “a carne”, é hostil contra Deus e contra a sua lei (Rm 8.7). As emoções do homem também foram corrompidas (Gn 3.6).
Até hoje, a mente continua a ser o campo de batalha na guerra espiritual. Sem cairmos na especulação, podemos afirmar, fundamentados na Palavra de Deus, que Satanás tem habilidade para influenciar as mentes dos homens (2 Co 4.4). Como pregadores, é contra isso que sempre nos levantamos em cada vez que proclamamos a Palavra de Deus, não somente quando a pregamos para os incrédulos, mas também quando o fazemos para o povo de Deus (2 Co 11.3). A alma do homem se tornou perdida no campo de batalha da mente e tem de ser recuperada nesse mesmo campo de batalha. Precisamos ter uma teologia correta a respeito da mente, pois, do contrário, estaremos desperdiçando tempo e recursos preciosos ao travarmos a batalha espiritual.
3. A Redenção
O lugar vital do intelecto está evidente na conexão com cinco assuntos que estão, de alguma maneira, relacionados à redenção.
a) Evangelismo. Tem de existir verdade suficiente no conteúdo de nossa pregação, a fim de que a fé seja formada no ouvinte. Temos de apresentar Cristo na plenitude de sua pessoa humana e divina, bem como na plenitude de sua obra de salvação. Os pecadores não invocarão um Cristo em quem eles não creram. Eles não crerão em um Cristo a respeito de quem não ouviram; e não ouvirão, a menos que um pregador lhes fale sobre Cristo (Rm 10.14). Por conseguinte, nossa pregação precisa ter conteúdo bíblico suficiente e sólido. Nossa tarefa como pregadores não consiste em fazer um apelo emocional e antiintelectual em favor de “decisões”, quando nossos ouvintes têm apenas noções obscuras a respeito de quem é Jesus, o que Ele veio fazer, em favor do que e por que eles têm de decidir. Os apóstolos persuadiram os homens. Argumentaram com eles utilizando as Escrituras. Temos de oferecer aos homens afirmativas racionais da verdade, se desejamos que eles respondam corretamente à verdade. Nossa mensagem precisa oferecer-lhes suficiente verdade em relação à qual eles reagirão. Estejamos certos de que os pecadores não serão salvos sem a obra do Espírito Santo no coração deles. Todavia, o Espírito Santo não age em um vácuo intelectual. Se os homens devem ser salvos, certa medida de verdade tem de estar presente em nossa pregação.
b) Santificação. A santificação é a restauração da imagem de Deus no homem. É a obra do Espírito Santo em conformar o povo de Deus à imagem de Cristo. O processo de santificação sempre envolve a Palavra de Deus e se realiza na vida dos crentes, quando o Espírito Santo aplica-a à consciência deles e os torna dispostos a prestar obediência a Deus (2 Ts 2.13). O Espírito Santo é o Espírito da Verdade e santifica o povo de Deus utilizando a Palavra da Verdade. Na santificação, o Espírito Santo não deixa de lado a mente humana. Tampouco Ele trabalha diretamente sobre a mente humana, sem a utilização da Palavra de Deus. Essa é a razão por que nosso Senhor orou: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). A santificação acontece por intermédio da obra do Espírito juntamente com a Palavra de Deus. Também ela não se realiza pelo Espírito sem a Palavra, o que é misticismo; nem pela Palavra sem o Espírito Santo, o que é formalismo. De acordo com Efésios 4.24, o novo homem foi “criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”. Colossenses 3.10 afirma que o novo homem “se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”. O crente não deve ser forjado nos moldes do mundo, e sim transformado pela renovação de sua mente (Rm 12.2).
Harry Blamires descreveu a “mente cristã” como “uma mente treinada, informada e equipada para manejar as informações da controvérsia secular, dentro de um corpo de referências que está constituído de pressuposições distintamente cristãs” (“A Mente Cristã, p. 43). Ele prossegue afirmando que os verdadeiros pensadores cristãos parecem não existir em nossos dias. “O crente moderno sucumbiu à secularização” (ibid., p. 3). Infelizmente, isso é contrário à nossa redenção em Cristo, o qual, da parte de Deus, se tornou sabedoria para nós (1 Co 1.30). O apóstolo Pedro afirmou: “Vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento” (2 Pe 1.5 - ênfase acrescentada). Ele exortou seus leitores a crescerem “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18). Tanto nós como nosso povo precisamos ser pensadores cristãos!
Nossa habilidade para viver com sucesso a vida cristã está diretamente relacionada não com o que nós sentimos, e sim com o que sabemos, fundamentados no ensino da Palavra de Deus escrita. Diversas vezes nas epístolas do Novo Testamento, os imperativos para o viver cristão estão reforçados por muitas verdades que temos de recordar em nossa mente. (Ver 1 Co 15.58; Ef 6.7,8; Cl 3.23-24 e Tg 1.2-3.) Essa é a maneira como a santificação acontece.
A mente realiza um papel importante em discernir a vontade de Deus, que é outro aspecto vital da santificação cristã. Como o nosso povo discernirá qual é a vontade de Deus para suas vidas? Não é por meio de esfregar uma lâmpada, ou por meio de lançar sortes, ou por meio de expor um pouco de lã ao orvalho. Deus não nos chama para descobrir sua vontade como se ela fosse um tipo de código mágico que precisa ser decifrado. Ele espera que sejamos pessoas que tomam boas decisões; e isso exige o uso da mente. A Palavra de Deus nunca nos instrui a esperarmos passivamente para sermos guiados pelo Espírito, ou a esperarmos passivamente para recebermos paz no que diz respeito a determinado assunto, antes de começarmos a agir. Deus quer que pensemos com oração e com a Bíblia aberta.
c) Adoração. Que tipo de adoração Deus deseja receber? Adoração oferecida em espírito e em verdade (Jo 4.23). Isto significa adoração que é sinceramente tributada com integridade e que está, inteligentemente, em harmonia com os princípios bíblicos. O culto público não é ocasião para desparafusar nossa cabeça e depositá-la debaixo do banco. A última coisa que devemos fazer, quando chegamos ao culto, é desligar as nossas mentes. Deus quer mentes informadas e corações aquecidos, quando nos reunimos para adorá-Lo. Qualquer outra coisa é um sacrifício inaceitável.
d) . A fé bíblica não é apenas credulidade. Como alguém disse, a fé bíblica não é uma credulidade ilógica na ocorrência de algo improvável. A fé bíblica também não é mero otimismo. Não é simplesmente uma atitude positiva diante de circunstâncias negativas. Não controlamos nossas vidas com nossas atitudes mentais. A fé significa crer em tudo que Deus prometeu em sua Palavra. A fé bíblica não fecha seus olhos para os fatos (Rm 4.19-21); ela não consiste em tentar construir nossa autoconfiança. Não é acreditar em nós mesmos. Antes de qualquer outra coisa, a fé bíblica não é puramente mística. Antes de tudo, ela consiste em pensar.
e) Amor. Um dos alvos do conhecimento é o amor (1 Tm 1.5). Amor a Deus e amor aos homens são os alvos gêmeos e supremos do conhecimento bíblico. Acima de tudo, somos ordenados a amar o Senhor Deus, com todo o nosso coração, toda a nossa alma, toda a nossa mente e toda a nossa força. O conhecimento bíblico possui uma ligação vital com a salvação, a santidade, a adoração, a fé e o amor.
Agora deve ser óbvio que o importante papel da mente na vida e no ministério cristão não é um simples assentimento acadêmico; é algo intensamente prático. Um ministro do evangelho que falha em aceitar pontos de vista corretos sobre o intelecto não ensinará doutrina e teologia a seu povo como tem de fazê-lo. Ele será freqüentemente prejudicado pela falsa culpa, imaginando que seu ministério, em alguma medida, não é espiritual, porque ele ensina ao povo doutrinas e se focaliza mais em meditar e raciocinar a Palavra do que em sentimentos e experiências. A regra predominante da vida cristã tem de ser a revelação objetiva da Palavra de Deus, e não a experiência subjetiva. A Bíblia tem de definir e determinar a experiência; ela nunca deve ser interpretada e torcida a fim de adequar-se à experiência. Os crentes precisam conhecer suas Bíblias.
Homens e mulheres crentes que falham em abraçar pontos de vista bíblicos sobre o intelecto não crescerão na graça, como o fariam se abraçassem tais pontos de vistas. O povo de Deus é destruído por falta de conhecimento. Pastores que não

ensinam corretamente ao povo de Deus correm o risco de serem rejeitados por Deus (Os 4.6). Deus afirma: “Darvos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15). Não apascentam com conversas sobre a Bíblia, com histórias impressionantes, com piadas inteligentes ou com humor, e sim com inteligência e conhecimento. Nunca subestime o que pode advir de um ministério de púlpito sadio e firme, que consistentemente satisfaz os padrões de excelência. Tal ministério pode ser o instrumento de treinar homens para a liderança da igreja. Também diminuirá o trabalho da sala de aconselhamento.
Nunca subestime o poder que exercem os pensamentos dos homens no moldar as suas atitudes. Os homens agem da maneira como eles pensam. Alguém já disse corretamente que as opiniões são mais fortes do que exércitos. Muitas vozes estão gritando em nossos dias, dizendo-nos que o importante não é a doutrina, e sim a experiência. Mas, ao contrário de tal afirmação, as duas são importantes. A primeira tem de moldar a segunda. A doutrina é extremamente importante. Temos de rejeitar a idéia de que alguém pode ser crente sem levar em conta o que ele crê. Pelo contrário, o que uma pessoa crê faz toda a diferença no que diz respeito ao cristianismo bíblico. Esse é um dos principais interesses que distingue a fé evangélica do catolicismo romano, no qual a tradição tem sido exaltada acima da Palavra de Deus, o ritual se deteriorou

em ritualismo, e cerimônias vazias se tornaram um substituto sem significado para a adoração inteligente. Também é um dos principais fatores que distingue a fé evangélica do liberalismo, com sua rejeição da dou- trina e sua ênfase na ação social. Não é um acidente que o ecumenismo está divorciado da teologia.
Homens e mulheres crentes que não são instruídos em doutrina e sã teologia revelarão uma tendência para viverem mais pela paixão do que pelo princípio. Eles tenderão a desconsiderar os mandamentos evidentes de Cristo e manifestarão uma inclinação ímpia para preferências e impulsos subjetivos (“Deus não me falou sobre isto ou aquilo.” “Deus não me levou a fazer isto ou aquilo.”). Nenhum discípulo de Cristo deveria necessitar de impressões especiais para motivá-lo a obedecer os evidentes mandamentos e princípios das Escrituras. Deus exige obediência à sua Palavra, independentemente dos sentimentos, inclinações pessoais e preferências de alguém.
Aqueles que deixam de abraçar pontos de vistas bíblicos a respeito do papel da mente na vida cristã estarão freqüentemente à mercê de seus desejos, confundindo seus interesses pessoais e suas preferências com a vontade de Deus (Jr 17.9). Eles revelarão a tendência de abraçar um “Cristo sentimental”, ao invés do Cristo revelado na Bíblia, e de julgarem seu relacionamento com Ele fundamentados em critérios subjetivos, ao invés de fundamentados nas promessas objetivas e nos preceitos da Palavra de Deus (Rm 5.8; Jo 14.15; 15.10-11). Eles revelarão a tendência de aceitar um ponto de vista passivo a respeito da vida cristã, esperando que o Espírito Santo lhes dê impulsos particulares, a fim de guiá-los. (Os verbos de ação do Novo Testamento indicam o contrário: lutar, correr, evitar, arrancar, mortificar, resistir, permanecer firme.) Tais pessoas se mostrarão temerosas de expressarem suas personalidades e identidades, pensando que precisam esperar no Espírito, para receberem alguns impulsos ou impressões, antes de agirem. Eles terão falta de discernimento; serão incapazes de fazer distinção entre os desejos legítimos e os desejos carnais e cairão em uma maneira “hiperespiritual” de pensar e de agir.
Quando pontos de vistas bíblicos a respeito da mente não são entendidos e abraçados, a adoração coletiva tende a focalizar mais os elementos que se destinam a ajustar as emoções do que nos elementos que se destinam a informar a mente. Ao invés de uma sólida exposição e aplicação das Escrituras como o elemento central do culto, a pregação da Palavra de Deus será substituída por outras coisas, tais como música, histórias, vídeos, testemunhos ou apelos emocionais. Os pastores e os membros de tais igrejas serão tentados a pensarem mais em termos de pragmatismo do que nos princípios bíblicos. A questão importante será: “Isto funciona?”, ao invés de ser: “Isto é verdadeiro?”
O testemunho das Escrituras a respeito do lugar vital da mente na vida e no ministério cristão deveria guardar-nos de um antiintelectualismo não-santificado que, em vários aspectos, caracteriza a época em que vivemos, tanto dentro quanto fora da Igreja. Em seguida, mencionamos duas das formas mais comuns desse erro.

1) Um fundamentalismo tacanho — um biblicismo rígido, bombástico e intolerante que se opõe ao estudo e a erudição; a maneira de pensar que equipara a erudição com o liberalismo; uma maneira de pensar que considera os pastores que estudam idiomas e consultam comentários como inimigos do evangelho ou como homens que estão apagando o Espírito Santo; uma postura que olha com suspeita toda erudição bíblica. Esse tipo de antiintelectualismo tem de ser evitado a todo custo.

2) Um pietismo entusiasta — uma abordagem extemporânea da pregação que omite o trabalho de estudo e deixa a pregação para o momento de sua apresentação no culto. Uma abordagem que considera o estudo e a preparação como atitudes que apagam o Espírito Santo; a maneira de pensar que diz: “Não me preparei, nem estudei como deveria, mas confiarei que o Espírito Santo me dará algo para dizer, vindo para ajudar-me no púlpito”. A respeito desse tipo de abordagem, alguém disse: “O Espírito de Deus não motivará um homem sem os seus próprios esforços, visto que Ele trabalha por intermédio da utilização diligente dos recursos humanos. Nada substituirá o estudo laborioso e perseverante no fiel cumprimento dos deveres deste ofício” (Thomas Murphy, “Teologia Pastoral”, p. 92). Aquilo que muitas vezes passa por confiança em Deus é pouco mais do que presunção fantasiada de indolência.
Temos de estudar bastante para sermos usados por Deus. Ele não utilizará um homem ignorante e despreparado. Não temos qualquer base bíblica para esperar que o Espírito da Verdade abençoe nossas ministrações no púlpito, quando temos sido preguiçosos nos estudos. Também não temos qualquer base bíblica para esperar que o Espírito Santo compensará nossa ignorância. No grau e proporção em que formos infectados com essa forma de anti-intelectualismo, não nos mostraremos diligentes o suficiente ao nos dedicarmos ao estudo e à preparação.
Nunca devemos subestimar a grande importância da mente na vida e no ministério cristão. O comentário de James Orr transmite uma advertência penetrante: “Se existe uma religião no mundo que exalta o ofício do ensino, com certeza podemos dizer que é a religião de Jesus Cristo. Freqüentemente se observa que nas religiões pagãs o elemento doutrinário é mínimo. O principal elemento em tais religiões é o ritualismo. No entanto, é exatamente nisso que o cristianismo se distingue das outras religiões. O cristianismo contém doutrina. Ele alcança os homens vindo com um ensino definido e positivo. O cristianismo reivindica ser a verdade e fundamenta-se no conhecimento, embora seja um conheci- mento que pode ser alcançado somente por meio de certas condições morais. Durante toda a história da Igreja, um cristianismo divorciado do pensar sério e elevado tem revelado a tendência de tornar-se fraco, insípido e doentio; enquanto o intelecto, destituído de seus direitos na esfera espiritual, tem buscado sua satisfação fora do cristianismo e se desenvolvido em um racionalismo ímpio” (“O Ponto de Vista Cristão a Respeito de Deus e do Mundo”, pp. 20, 21).

O que necessitamos na Igreja de Cristo não é um intelectualismo árido, e sim um intelectualismo bíblico. Os ministros de Cristo serão luzes para seu povo somente quando tiverem abraçado uma teologia bíblica a respeito do intelecto.

Espiritualidade Alienante


Milhões de pessoas vivem uma espiritualidade alienante, ocupando-se exclusivamente com questões espirituais e sobrenaturais, enquanto fazem vista grossa às questões ordinárias da vida. Vivem à beira de uma espiritualidade esquizofrênica, ignorando que a vontade do Pai deve ser feita “assim na terra, como no céu”, conforme a oração ensinada por Jesus.


Perdemos o contacto com a realidade que nos circunda. Há irmãos sinceros que demonstram tamanha sensibilidade para as coisas espirituais, que freqüentemente dão testemunho de visões angelicais. Alguns testemunham acerca de supostos arrebatamentos, e relatam entusiasticamente suas excursões ao paraíso. A impressão que se dá é que tais pessoas buscam uma espécie de fuga da realidade. Geralmente, são pessoas muito simples, que vivem em comunidades carentes, desprovidas de qualquer infra-estrutura.



Suas experiências espirituais são a maneira de responderem à mensagem escapista que ouvem nos púlpitos de suas igrejas.



Se não há nada que se possa fazer para mudar as coisas neste mundo, o que fazer? Imaginar que haja outro mundo, oposto a tudo o que vemos aqui, parece uma saída plausível.



Em vez de incentivar os crentes a descruzarem os braços e trabalharem pela transformação do mundo, tal posicionamento estimula a indiferença, e a desesperança quanto ao futuro da humanidade.



Há pregadores que afirmam categoricamente que as coisas precisam piorar, para que Jesus Se apresse em retornar à Terra.



Ora, se o mundo está prestes a pegar fogo, por que nos preocupar com o seu futuro? Por que nos preocupar com questões como distribuição de renda, preservação do meio-ambiente, educação, ética nas pesquisas científicas, e etc.?



A igreja entrou de sola no negócio de ganhar almas, e assim, “povoar o céu”. Porém, a igreja primitiva estava envolvida em outro empreendimento: transformar o mundo.



Qualquer espiritualidade que não esteja comprometida com a realidade, está a serviço dos poderosos deste mundo, e é completamente dispensável para Deus.



Celebrações dominicais, vigílias, congressos, campanhas evangelísticas, se tornam apenas em passatempo, incapazes de estreitar nossa comunhão com o Criador. Ele mesmo é quem protesta:

“De que me serve a multidão dos vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados (...) Quando virdes à minha presença, quem requereu isto das vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs! O incenso é para mim abominação, e também as luas novas, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade, nem o ajuntamento solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece. Já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço. As vossas mãos estão cheias de sangue; lavai-vos, e purificai-vos. Tirai a maldade dos vossos atos de diante dos meus olhos! Cessai de fazer o mal, e aprendei a fazer o bem! Praticai o que é reto, ajudai o oprimido. Fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas”.ISAÍAS 1:11a,12-17
Até que ponto a igreja de hoje não está incorrendo no mesmo erro de Israel dos tempos de Isaías?


Estamos craques em oferecer cultos que são verdadeiros shows, com direito a efeitos especiais e tudo mais. Mas será que Deus tem recebido nosso culto? Será que Ele Se deixa impressionar com nossas parafernálias tecnológicas?



De um lado encontramos igrejas extremamente litúrgicas, onde a forma se sobrepõe ao conteúdo. Do outro lado, temos as igrejas modernas, desprovidas de ritos, mas preocupadas em apresentar um show que vá de encontro aos anseios do homem moderno.


As pessoas não são incentivadas a oferecer culto a Deus, mas a serem tão-somente expectadoras. Elas vão à busca de bênçãos, e não para oferecerem a Deus suas vidas, seus dons, seu serviço.



Ao despedir-se dos crentes, o ministro pronuncia a bênção apostólica, mas não lhes comissiona a mudar a realidade.



Miquéias expressa a preocupação que todos deveríamos ter com relação ao culto que prestamos a Deus:



“Com que me apresentarei ao Senhor, e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, ou de miríades de ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom. E o que é que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?”MIQUÉIAS 6:6-8



O sacrifício que Deus espera de nós é “fazer o bem e repartir com os outros”(Hb.13:16). Tal é a Justiça do Reino de Deus.



Que todos os crentes que lotam os mega-templos de hoje em dia, ouçam o clamor do Criador: “Pois eu quero misericórdia, e não o sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos” (Os.6:6). Não é Deus quem precisa de nossa misericórdia, e sim os necessitados deste mundo. Servi-los é servir a Deus.


E o critério pelo qual seremos julgados um dia é a misericórdia que houvermos demonstrado ao nosso semelhante. Por isso, bem-aventurados são os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.


Se quisermos agradar a Deus, temos que praticar a justiça, e amar a misericórdia, em vez de Lhe oferecer cultos desprovidos de sinceridade.


-Hermes C. Fernandes

Recuperando o Evangelho de sua Humilhação

 Uma onda de avivamento autêntico passa sobre a igreja quando três coisas acontecem juntas: o ensino das grandes verdades do Evangelho com clareza, a aplicação com poder espiritual dessas verdades à vida das pessoas, e a extensão dessa experiência a um grande número de pessoas. Nós, evangélicos, precisamos urgentemente de um avivamento assim hoje. Precisamos recuperar o Evangelho.
Imagine a igreja evangélica sem o Evangelho. Eu sei que isso não faz sentido, afinal os evangélicos são definidos pelo Evangelho. Mas tente imaginar isso por um momento. Com o que nosso evangelicalismo, sem o Evangelho, talvez parecesse? Teríamos de substituir a centralidade do Evangelho com outra coisa, naturalmente. Então, o que poderia tomar o lugar do Evangelho em nossos sermões, livros, áudios, EBDs, estudos de pequenos grupos e, acima de tudo, em nossos corações?
Um monte de coisas, possivelmente. Uma absorção introspectiva na recuperação de traumas emocionais, por exemplo. Ou uma devoção apaixonada pela causa pró-vida. Ou uma manipulação confiante das modernas técnicas de administração. Ou um direcionamento para o crescimento e “sucesso” da igreja. Ou uma preocupação profunda com a instituição da família. Ou uma fascinação pelos dons do Espírito mais incomuns. Ou um apelo engenhoso ao consumismo ao se oferecer certo tipo de Cristianismo Light, com sacrifício zero. Ou um simpático, empático e adocicado cultivo das relações interpessoais. Ou a determinação de trazer o país de volta a suas raízes cristãs por meio do poder político. Ou uma calorosa afirmação de autoestima. O movimento evangélico, privado do Evangelho, talvez se concentrasse em uma ou muitas dessas preocupações a fim de definir-se e tirar energia para sua missão. Em outras palavras, os evangélicos poderiam marginalizar, ou mesmo perder, o Evangelho e ainda continuar seu caminho, talvez sem perceber sua perda.
Evangelicalismo sem evangelho
Evangélicos sem evangelho
Mas isso não apenas é possível: está realmente acontecendo entre nós neste momento. Indiferente ao que alguém possa pensar das várias preocupações listadas acima como alternativas à centralidade do Evangelho – e alguns desses assuntos possuem validade genuína, e mesmo urgente, em especial a família – nenhuma delas é central à nossa fé. Nenhuma delas é o Evangelho ou é digna de empurrar o Evangelho para a periferia de nossa mensagem, nossos planos e nossas afeições. O Evangelho de nosso bendito Senhor Jesus Cristo está sofrendo hoje humilhação entre nós, evangélicos, por nossa evidente negligência a ele.
Quando pensamos sobre o Evangelho, podemos ter o sentimento de “nós já sabemos disso, ok”. Presumimos o Evangelho como garantido. Assumimos que as pessoas da nossa igreja conhecem o Evangelho, e estamos ansiosos em mudar para assuntos mais “relevantes” e “práticos”. O Evangelho está sendo colocado de lado em nossos corações e mentes em favor de uma ampla variedade de questões, tão variadas quanto a fragmentação do evangelicalismo, ao mesmo tempo em que o coração e a alma de nossa fé caem em obscuridade através da negligência. Os mistérios sagrados da encarnação, cruz, ressurreição, ascensão e do reino celestial do nosso Senhor, os grandes temas da eleição, propiciação, justificação e santificação, o poder e o engano do pecado, o significado da fé e arrependimento, nossa união com nosso Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado, o valor infinitamente superior de nossa recompensa celestial em comparação ao que essa vida tem a oferecer (incluindo a vida cristã), o julgamento final e a eternidade – esses temas gloriosos que repousam no centro de nossa fé, que fizeram a igreja grande em seus grandes momentos do passado, e que podem fazer o mesmo para nós hoje, se os recuperarmos e trabalharmos neles confiante, piedosa e biblicamente – esses tesouros infinitamente preciosos estão sendo evitados em favor de questões legítimas, mas secundárias. Nós devemos guardar a centralidade do que é central.
Nós não deveríamos pensar: “bem, é claro que temos o Evangelho. A Reforma o recuperou para nós”. Essa complacência nos custará caro. Toda geração de cristãos deve reaprender como novas as verdades básicas da nossa fé. A igreja está sempre a uma geração de distância da ignorância total do Evangelho, e hoje estamos fazendo um progresso rápido em direção a este objetivo catastrófico. Ao invés de relaxadamente presumir o Evangelho, devemos agressiva, deliberada, completa e apaixonadamente ensinar e pregar o Evangelho. Todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão em Cristo. Se não procurarmos intencionalmente esses tesouros, nós os perderemos.
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Líderes e pastores, em particular, estão hoje sob enorme pressão para satisfazer às demandas imediatas do mercado à custa do Evangelho. As pessoas querem o que elas querem quando querem, ou então elas dirigirão até a Rua da Primeira Igreja de Onde-as-Coisas-Acontecem para conseguir o que desejam. Nós líderes estamos perdendo nossa coragem? Começamos a sentir que o Evangelho satisfaz as necessidades das pessoas de maneira menos convincente ou menos proveitosa? Estamos constantemente oferecendo às pessoas “Cinco Passos para (alguma coisa)” em resposta aos problemas delas. Mas não está funcionando. Para nossa vergonha, nós cristãos somos moralmente iguais ao mundo. Por quê? Uma razão é que pensamos em pequenos passos, e nossas vidas demonstram isso. Não percebemos a realidade da perspectiva de Deus. Percebemos a realidade da perspectiva de nossa cultura ímpia, e então tentamos enfiar um princípio bíblico na superfície de nossa profunda confusão. Consequentemente, muito pouco realmente muda. O que realmente precisamos não é sermos mimados, mas sermos reeducados a respeito da realidade, como ela deve ser interpretada a nós pelo Evangelho. Precisamos saber quem Deus realmente é. Precisamos descobrir quem realmente somos. Precisamos entender qual é realmente a raiz do nosso problema e qual é realmente a resposta misericordiosa de Deus a isso. E precisamos que essa nova percepção da realidade permeie profundamente nossas afeições e desejos, nos reorientando radical e alegremente a uma maneira de viver totalmente nova. Mas, se realmente sentimos que o simples e antigo Evangelho oferece muito pouco às necessidades reais das pessoas, então, no final das contas, nós realmente não o conhecemos.

7 chaves para o sucesso
"Sete chaves"
Hoje, nós evangélicos estamos sofrendo uma derrota massiva, brilhantemente disfarçada de sucesso massivo. Registrou-se que 74% dos norte-americanos com 18 anos ou mais dizem que fizeram um compromisso com Jesus Cristo, de acordo com uma pesquisa Gallup. Isso poderia sugerir um alto grau de eficácia em nosso testemunho. Mas, ao mesmo tempo – como se precisássemos de verificação disso – uma pesquisa da Roper Organization mostra pouca diferença entre a conduta moral de cristãos “nascidos de novo” antes e depois de sua conversão. Se estivermos debaixo do encanto das pesquisas de opinião ao invés das obrigações do Evangelho, que lugar há para a porta estreita e o caminho apertado? Mesmo que nossas igrejas aproveitem uma medida de sucesso exterior, continuamos sendo influenciados, não influentes, enquanto mudarmos nosso fundamento dos caminhos de Deus para os caminhos do homem, da verdade bíblica ungida pelo Espírito para as habilidades e novidades humanas. Operando de maneira antropocêntrica ao invés de teocêntrica, nossas igrejas não necessariamente falharão. Elas mantêm uma boa chance de sucesso como qualquer outra franquia. Algumas talvez se tornem populares – mas populares como o quê? Como passatempo religioso, ou como uma força para Deus?
O que você está fazendo,ó cidade devastada?
Por que se veste de vermelho
e se enfeita com jóias de ouro?
Por que você pinta os olhos?
Você se embeleza em vão,
pois os seus amantes a desprezam e querem tirar-lhe a vida.
(Jeremias 4.30)

Ó devastado evangelicalismo, por que você zela pela moda e busca incansavelmente pela sempre nova “relevância”? Por que você é tão inseguro que anseia pelo reconhecimento favorável do mundo? Eles desprezam tudo que você guarda como precioso! “Tornei-me tudo para com todos” não é licença para satisfazer os caprichos do consumidor. Somente Cristo é Senhor. Ou você se esqueceu de sua majestade? E porque você está tão orgulhosa de seus números e dólares? Quão pobre você realmente é! Volte para o Evangelho. Volte para a fonte de verdadeira alegria, vida e poder. Santifiquem a Cristo novamente como Senhor em seus corações. Acorde! Fortaleça o remanescente, pois está a ponto de morrer. Mas se você não retornar à centralidade do Evangelho como poder de Deus para a igreja hoje, então que razão seu Senhor tem para não te abandonar completamente?
Traduzido por Josaías Jr 
-Por Ray Ortlund

O Valor da Repreensão

Clodoaldo Machado
Uma das difíceis situações para o ser humano suportar é quando ele está sendo repreendido. É muito incômodo ouvir repreensão. Ela fere com veemência o orgulho humano, fazendo com que ele rejeite e evite ser repreendido. A repreensão é algo que verdadeiramente não gostamos.
O que é também verdade é que a repreensão é muito útil em nossas vidas. Ainda que seja uma difícil experiência, ser repreendido é extremamente benéfico para nós. Não é sem motivo que a Bíblia quando fala dela mesma cita a repreensão como uma de suas utilidades. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” (2Tm 3.16)
Por que a repreensão é necessária? Por que Deus nos repreende? Algumas reflexões nos ajudarão a olharmos para a repreensão com outros olhos.
A Bíblia nos compara com a ovelha. Deus escolheu este animal para ilustrar seus servos. O salmo 100 diz que nós somos ovelhas do seu rebanho. Quando pensamos sobre este animal entendemos porque precisamos ser repreendidos. A ovelha é um animal que precisa constantemente ser cuidado. Ela não sabe se cuidar e não tem senso de defesa. A ovelha por ser assim se expõe à perigos sem saber o risco que está correndo. Isto faz com que ela precise ser vigiada e quando sai da área de segurança, seja repreendida. Alguém disse que as ovelhas têm a tendência de se desviar do caminho e não de se manter nele. Quando Deus nos compara às ovelhas entendemos dentre outras coisas que precisamos ser repreendidos.
A Bíblia também fala sobre o pendor da carne. Muitas vezes a Bíblia usa a palavra carne para se referir ao caráter caído do ser humano. Isto significa que a natureza carnal dos servos de Deus também implica que eles sejam repreendidos. Paulo escreveu aos romanos que se alguém está na carne não pode agradar a Deus (Rm 8.8). Ele também se referiu ao pendor da carne como sendo de inimizade contra Deus (Rm 8.7). Somos salvos, mas ainda possuímos a natureza carnal que nos conduz a caminhos que não são os de Deus, por isso precisamos ser repreendidos. Paulo falou a respeito dele mesmo e reconheceu que não havia bem nenhum em sua natureza carnal (Rm 7.18). Nossa natureza carnal requer que sejamos repreendidos para não sermos achados desagradando nosso Salvador.
Há ainda um outro motivo que a Bíblia apresenta sobre a necessidade de sermos repreendidos. Ele se encontra no Salmo 19.11,12. Davi escreveu este salmo falando sobre o valor das Escrituras. Dentre os benefícios apontados por ele está a repreensão que recebemos pela palavra de Deus. Davi disse que pela Palavra de Deus, seu servo é admoestado (v.11). Porém no versículo 12 é que Davi fala algo muito interessante. Davi faz uma pergunta retórica: “Quem há que possa discernir as próprias faltas?” Certamente a resposta para esta pergunta é negativa. Não há ninguém que tenha plena consciência de suas próprias faltas. Nós não temos conhecimento completo sobre o potencial que há em nós para fazermos coisas erradas que desagradam a Deus. Isto nos dá mais uma razão para aceitarmos que a repreensão é valorosa para nós. Quando Deus nos repreende é porque Ele sabe o que somos capazes de fazer. Fazemos coisas que aparentemente não são ruins, e que entendemos, não nos farão mal algum, porém Deus não vê assim. Davi está dizendo que não temos completa consciência sobre nossos erros. Esta é sem dúvida uma forte razão para sermos repreendidos. A repreensão é boa, pois nos ajuda a enxergar os erros que ainda não enxergamos.
Assim devemos lutar contra a tendência que há em nós de rejeitarmos a repreensão. Sem dúvida não é prazeroso ser repreendido, porém devemos entender que ela é muito útil em nossas vidas. Somos repreendidos porque Deus está cuidando e demonstrando Seu amor por nós. Provérbios 3.12 diz: “Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem”. Portanto não rejeitemos a repreensão, ela tem muito valor em nossas vidas.

A Providência de Deus e a Oração de Seus Servos





por Hermisten Maia Pereira da Costa

Jesus nos ensinou a orar: “… Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). A oração não é uma tentativa de mudar a vontade de Deus, mas sim a manifestação sincera do nosso desejo de submeter-Lhe os nossos projetos, aspirações, sonhos e necessidades. A oração sincera se caracterizará pelo intenso desejo de submeter nossos desejos à vontade de Deus. Esta submissão não é algo simplesmente aprendido pela razão, embora mesmo racionalmente temos argumentos para assim proceder, pelo fato de sabermos que Deus é sábio, bondoso e onisciente. “Somente o Espírito pode capacitar-nos a subordinar todos os nossos desejos à glória divina”.[1] A submissão a Deus é um aprendizado da fé, através de nossa comunhão com Ele.
Quando pedimos que Deus faça a Sua vontade, o fazemos não resignadamente, como se não tivesse jeito mesmo, ou como se Deus fosse o nosso inimigo que nos venceu e que agora só resta nos submeter humilhantemente… Não! A nossa oração é feita com amor e confiança, certos de que a vontade de Deus é sempre a melhor, de que ela sempre é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2); por isso, temos prazer em cumpri-la, conforme bem expressaram Davi e Paulo, respectivamente: “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei” (Sl 40.8). “Não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus” (Ef 6.6). Somente um coração que tem dentro de si a Palavra, pode sentir prazer na vontade de Deus e, se alegrar na manifestação do Seu poder.
Ao orarmos sinceramente, conforme nos ensinam as Escrituras, estamos submetendo a nossa vontade a Deus; isto significa que não pretendemos ensinar a Deus, nem mudar a Sua vontade; antes, nos colocamos diante dEle dizendo: Eu creio que a Tua vontade é a melhor para a minha vida, cumpre em mim todo o Teu propósito. Orar é entregar confiantemente o nosso futuro a Deus a fim de que Ele concretize Sua eterna e santa vontade em nós. A oração revela o nosso desejo de que a vontade de Deus se realize.[2]
João Calvino (1509-1564), comentando esta petição, diz:
“Com esta prece somos induzidos à negação de nós mesmos, para que Deus nos reja conforme o Seu arbítrio. Nem somente isto, mas também que, a nada reduzidos a mente e o coração nossos, crie Deus em nós mente nova e novo coração, para que em nós não sintamos qualquer frêmito de desejo que a pura anuência para com a Sua vontade. Em suma, que não queiramos nós próprios algo de nós mesmos; pelo contrário, que Seu Espírito nos governe o coração, para que, ensinando-nos Ele interiormente, aprendamos a amar as cousas que lhe aprazem, a, porém, odiar as que Lhe desagradam. De onde também isto se segue: que todos e quantos sentimos à vontade se Lhe opõem, a esses renda-os e vãos e írritos.”[3]

A Oração do Senhor nos ensina a pedir a Deus que realize a Sua vontade aqui na terra como é feita no céu. Oramos para que a vida na terra se aproxime o máximo possível a do céu, onde os anjos cumprem perfeitamente a vontade de Deus (Sl 103.21).[4]
A vinda do reino (Mt 6.10) é o resultado lógico do cumprimento da vontade de Deus. Quando assim oramos, estamos seguros de que Deus age sempre em a) Sabedoria; por isso confiamos nos Seus propósitos; b) Poder; sabemos que Ele é poderoso para cumprir perfeita e totalmente os Seus propósitos; c) Fidelidade; Deus é fiel a Si mesmo e por isso, Se revela fiel a nós através de Suas promessas; d) Amor; a Sua vontade é sempre amorosa; o amor de Deus é aquele que se sacrifica pelo Seu povo.
Finalizando a análise deste princípio, devemos mencionar um outro: A submissão. A submissão deve reger as nossas orações. Esta atitude vemos plenamente exemplificada em Cristo, em Sua oração proferida próxima ao Seu martírio: “Meu Pai: Se possível, passa de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres” (Mt 26.39). O ministério terreno de Cristo foi uma manifestação constante da Sua obediência desde a Sua encarnação, passando por todos os desafios inerentes à Sua missão, até a Sua auto-entrega na cruz em favor do Seu povo (Vd. Fp 2.5-8; Hb 5.8).
A oração está relacionada com a Providência de Deus. Se por um lado, nós não podemos delimitar a ação de Deus às nossas orações, por outro, devemos estar atentos ao fato de que Deus nos abriu a porta da oração a fim de exercitarmos a nossa fé em paciente submissão. Entendemos que as nossas orações quando feitas por um motivo justo, através de Cristo e, partindo de um coração sincero, fazem parte da execução do plano de Deus. “Quando Deus nos dá aquilo que pedimos, é como se essas coisas tivessem nelas a estampa de nossas orações!”[5]
Portanto, não devemos nem podemos pedir qualquer coisa a Deus contrária à vontade de Jesus Cristo, visto que as nossas orações são feitas em Seu nome. “Solicitar algo a Deus, em nome de Cristo, quer dizer solicitar-lhe algo em harmonia com a natureza de Cristo! Pedir algo em nome de Cristo, a Deus Pai, é como se o próprio Cristo estivesse formulando a petição. Só podemos pedir a Deus aquilo que Cristo pediria. Pedir em nome de Cristo, pois, significa deixar de lado nossa vontade própria, aceitando a vontade do Senhor!”[6]
Quando oramos, estamos exercitando o privilégio que Deus nos concedeu, amparados na Sua Palavra que nos mostra as Suas promessas.[7] A nossa oração é dirigida ao Pai, sabendo que Ele é um Pai onisciente e providente: por isso, não pretendemos e, de fato não podemos mudar a vontade de Deus. E, francamente, ainda que pudéssemos, ousaríamos fazê-lo? Será que faríamos algo melhor? Se você por um instante sequer titubear diante desta, permita-me, ridícula questão, é porque você ainda não conhece o Deus da Palavra!
Nesta mesma linha de raciocínio, escreveu Packer:
“O reconhecimento do fato da soberania de Deus é a base de [nossas] orações. Na oração, o cristão solicita coisas e agradece por elas. Por quê? Porque reconhece que Deus é a origem de todo bem que já possui e de todo bem que espera no futuro. Essa é a filosofia fundamental da oração cristã. A oração não é uma tentativa para forçar a mão de Deus, mas um humilde reconhecimento de incapacidade e dependência. Quando nos pomos de joelhos, sabemos que não somos nós que controlamos o mundo; não estando em nosso poder, portanto, atender nossas necessidades pelos nossos próprios esforços independentes; todas as coisas boas que desejamos para nós mesmos e para os outros devem ser procuradas em Deus; e se elas vierem, virão como dádivas de Suas mãos. (…) Por conseguinte, o que na realidade fazemos, cada vez que oramos, é confessar nossa própria impotência e a soberania de Deus. Dessa maneira, o próprio fato de um crente orar é uma prova positiva de que crê na soberania do seu Deus.”[8]

Curiosamente, Platão (427-347 a.C.), um filósofo pagão, com discernimento correto, entendia que um dos males de sua época era a corrosão da religião praticada por supostos sacerdotes e profetas – que ele chama de mendigos e adivinhos -, os quais exploravam a credulidade das pessoas, especialmente das ricas. Dentro do quadro descrito, uma das fórmulas usadas por esses líderes religiosos, era fazer as pessoas crerem que poderiam mudar a vontade dos deuses mediante a oferta de sacrifícios ou, através de determinados encantamentos; os deuses seriam portanto limitados e aéticos, sem padrão de moral, sendo guiados pelas seduções humanas:

“Mendigos e adivinhos vão às portas dos ricos tentar persuadi-los de que têm o poder, outorgado pelos deuses devido a sacrifícios e encantamentos, de curar por meio de prazeres e festas, com sacrifícios, qualquer crime cometido pelo próprio ou pelos seus antepassados, e, por outro lado, se se quiser fazer mal a um inimigo, mediante pequena despesa, prejudicarão com igual facilidade justo e injusto, persuadindo os deuses a serem seus servidores – dizem eles – graças a tais ou quais inovações e feitiçarias. Para todas estas pretensões, invocam os deuses como testemunhas, uns sobre o vício, garantindo facilidades (…). Outros, para mostrar como os deuses são influenciados pelos homens, invocam o testemunho de Homero, pois também ele disse: ‘Flexíveis até os deuses o são. Com as suas preces, por meio de sacrifícios, votos aprazíveis, libações, gordura de vítimas, os homens tornam-nos propícios, quando algum saiu do seu caminho e errou’ (Ilíada IX.497-501).”[9]

Meus irmãos, este quadro pode parecer estranho, mas na realidade, muitas pessoas ainda crêem assim ou, pelo menos se comportam como se Deus fosse movido de um lado para o outro conforme as nossas “seduções espirituais”: longas orações, peregrinações, sacrifícios, abstinências, louvores exaltados, entre outros recursos. Este não é o Deus das Escrituras. O nosso Deus dirige todas as coisas com sabedoria, justiça e amor; é a Ele a Quem oramos: “seja feita a Tua Vontade!”
A oração é um testemunho solene de nossa confiança no cuidado paternal de Deus. A Palavra nos estimula a lançar sobre Deus e a Sua promessa toda a nossa confiança. Jesus Cristo nos instrui: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6.33-34). “Não se vendem dois pardais por um asse? e nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais” (Mt 10.29-31).
O nosso Pai conhece os nossos corações; Ele sabe as nossas motivações e intenções. As pessoas podem nos julgar mal como também nós cometemos este mesmo equívoco; isto ocorre amiúde ou porque não fomos claros como gostaríamos, ou porque de fato houve má vontade; ou seja, houve algum ruído na comunicação. No entanto, o nosso Pai, nos conhece perfeitamente; Ele vê em secreto os segredos dos nossos corações (Mt 6.6). João testifica a respeito de Jesus Cristo: “E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo 2.25).
Quando oramos, nós buscamos o Pai, não o homem (Mt 6.5,6). Este é o sentido genuíno da oração. Não estamos, através da oração, em busca de recompensa humanas, tais como: o aplauso, um alto conceito a respeito de nossa devoção e piedade; não. Apesar desta “recompensa” ser geralmente mais imediata, nós não a buscamos… Pelo contrário, oramos ao Pai para de fato, falar com Ele, colocando diante de Seu trono de graça as nossas necessidades… E neste procedimento, jamais devemos nos esquecer de que Ele sabe todas as coisas.
Mesmo sem conseguir entender perfeitamente a extensão deste maravilhoso mistério, não podemos deixar de utilizar a oração, um privilégio que Deus graciosamente nos concedeu, de podermos falar com Ele e, de exercitar a nossa fé na Sua soberana providência. (1Sm 1.9-20; Sl 6.9; Pv 15.29; Mt 26.41; Lc 1.13; 1Ts 5.17; Tg 4.2,3; 1Jo 5.13-15). “É pela fé que tomamos posse de Sua providência invisível”, conclui Calvino.[10]
Deus sabe das nossas necessidades. O saber de Deus não é apenas intelectual: Deus sabe e por isso cuida (Mt 6.8). Ele não dorme, antes, sabe do que necessitamos antes mesmo que tenhamos consciência da nossas necessidades: A Bíblia também nos ensina que Deus nem sempre nos dá aquilo que pedimos; entretanto, sempre nos dá aquilo de que necessitamos de fato e de verdade, mesmo que nem ainda tenha penetrado em nosso coração a realidade da carência… A nossa demorada consciência de nossas próprias carências não escapa à Providência de Deus, nem à Sua graciosa provisão.
A Palavra de Deus declara isto. Os salmistas, inspirados por Deus, testificam: “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor” (Sl 34.15). “Ele não permitirá que os teus pés vacilem: não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita nem dorme o guarda de Israel” (Sl 121.3-4). “Aí habitou a tua grei: em tua bondade, fizeste provisão para os necessitados” (Sl 68.10). E Deus mesmo promete: “E será que antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Is 65.24).
A ação de Deus na História não é de forma imediatista ou apenas para resolver problemas isolados. Deus age de forma sábia, conforme o Seu Santo Conselho, objetivando a Sua Glória na execução do Seu plano. O Plano de Deus e o Seu governo são eternos e eficazes. Davi e Paulo declaram esta compreensão, respectivamente: “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda” (Sl 139.16). “Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça…” (Gl 1.15).
O próprio Deus, reivindica o Seu governo quando vocaciona o profeta Jeremias: “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e antes que saísses da madre, te consagrei e te constituí profeta às nações” (Jr 1.5).
Deus, o nosso Pai, cuida de cada um de nós como se fôssemos o único que Ele teria para cuidar; Ele cuida “pessoalmente” de nós.[11] As nossas orações são o testemunho desta certeza. O Deus que preservou a Elias, enviando os corvos para lhe levarem alimento (1Rs 17.1-6), é o mesmo que é o nosso Pai onisciente e providente. Portanto, podemos fazer eco ao testemunho de fé e vida de Davi e de Paulo: “O Senhor, tenho-o sempre à minha presença; estando Ele à minha direita não serei abalado” (Sl 16.8). “Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça” (Fp 4.6).
O melhor antídoto contra a ansiedade é a oração sincera e confiante, através da qual expomos a Deus as nossas dúvidas, temores e confiança. Portanto, orar é exercitar a nossa confiança no Deus da Providência, sabendo que nada nos faltará, porque Ele é o nosso Pai.
Calvino, relacionando as nossas orações ao cuidado providente de Deus, escreve:
“Para incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, Ele promete que, o que propusera fazer movido por Seu próprio beneplácito, Ele concederia em resposta a seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência ente estas duas verdades, a saber: que Deus preserva a Igreja no exercício de sua soberana mercê, e que Ele a preserva em resposta às orações de Seu povo. Pois, visto que suas orações se acham conectadas às promessas graciosas, o efeito daquelas depende inteiramente destas.”[12]

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NOTAS:
[1] A.W. Pink, Enriquecendo-se com a Bíblia, São Paulo, Fiel, 1979, p. 46.
[2] “Orar não é bem conseguir que Deus faça nossa vontade, mas demonstrar que estamos interessados tanto quanto Ele na concretização da Sua vontade.” (Millard J. Erickson, Introdução à Teologia Sistemática, São Paulo, Vida Nova, 1997, p. 179).
[3] João Calvino, As Institutas, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1985-1989, III.20.43.
[4] O Catecismo de Heidelberg (1563), comentando a “terceira petição” do Pai Nosso, assim interpreta: “Concede que nós e todos os homens renunciemos à nossa própria vontade e obedeçamos sem queixa, à tua vontade, que com exclusividade, é boa, para que assim todos dêem cumprimento a seu dever e à sua vocação, tão espontânea e fielmente como os anjos nos céus.” (Pergunta 124. In: O Livro de Confissões, São Paulo, Missão Presbiteriana do Brasil Central, 1969, § 4.124).
[5]John Flavel, Se Deus Quiser, São Paulo, PES., 1987, p. 26.
[6]A.W. Pink, Deus é Soberano, São Paulo, Fiel, 1977 p. 134.
[7]Vd. J. Calvino, As Institutas, III.2.2 e 7; João Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo, Edições Paracletos, 1997, (Hb 11.11), p. 318.
[8] J.I. Packer, Evangelização e Soberania de Deus, 2ª ed. São Paulo, Vida Nova, 1990, p. 11.
[9] Platão, A República, 7ª ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, (1993), 364c-e.
[10]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo, Edições Paracletos, 1999, Vol. 1, (Sl 13.1), p. 262.
[11] Agostinho (354-430) exulta: “Ó bondosa Onipotência que olhais por cada um de nós como se dum só cuidásseis, velando por todos como por cada um!”. [Agostinho, Confissões, São Paulo, Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores, VI), III.11.19]. (Ver também, J. Calvino, As Institutas, I.17.6).
[12] João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo, Edições Parakletos, 2002, Vol. 3, (Sl 102.17), p. 578.


Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa, pastor da I.P. Ebenézer, Osasco, SP e professor de Teologia Sistemática e Filosofia no Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, São Paulo, Capital.

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