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7 de ago. de 2010

“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós..” Mateus 5. 11 -12








“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós..”
Mateus 5. 11 -12
Um certo homem chamado Robert de Ryssel e sua família (esposa e dois filhos) foram presos na Holanda por volta do séc. XVI por professarem a fé cristã reformada. Eles foram levados à presença do juiz civil e interrogados. Diante do interrogatório eles confessaram que liam a Bíblia, oravam a Deus, cantavam os salmos em família. Os filhos disseram que se colocavam de joelhos e oravam diariamente pelas autoridades para que Deus as abençoasse. Os magistrados chegaram até a se comover com o relato dos meninos. Mesmo assim, o pai e o filho mais velho foram julgados e condenados à morte na fogueira. Diante da fogueira, o filho mais velho orou a Deus dizendo: “Ó PaiEterno, aceita os sacrifícios das nossas vidas em nome do Seu Filho Amado!”. Ao ouvir isso, o monge que acendia o fogo interrompeu dizendo: “Mentira, seu marginal, Deus não é Seu Pai e vocês são filhos do diabo!” E quando o fogo acendeu, o menino exclamou: “Vejo, meu pai, o céu se abrindo e milhares de anjos se alegrando sobre nós. Sejamos alegres, nós estamos morrendo pela verdade”. O monge então gritou outra vez: “Mentira, vejo o inferno se abrindo e milhares de diabo vos esperando para jogá-los no fogo eterno”. O pai e o filho encorajaram um a outro até a hora da morte.
O que aconteceu na vida de Robert de Ryssel e seu filho mais velho é simplesmente o cumprimento das palavras de Jesus que disse acerca dos seus discípulos: “Se perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros”. A perseguição é parte da vida cristã. Todo discípulo fiel de Jesus haverá de ser perseguido. Paulo afirmou isso: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus, serão perseguidos” (II Tm. 3.12).
É interessante observar que na oitava e última bem aventurança, Jesus afirmou que seus discípulos são verdadeiramente felizes por serem perseguidos. Ouça o que ele diz: (ler Mt.5.10-12). Vejamos algumas observações gerais dessa bem aventurança:1) Jesus proferiu tais palavras ainda no início de seu ministério a fim de alertar aos seus discípulos de que a perseguição seria uma realidade na vida deles, caso o seguissem fielmente. 2) Jesus repete o termo “bem aventurados”, duas vezes, mas está referindo-se à uma só bem aventurança. Ele quer enfatizar com essa repetição que a perseguição é uma certeza na vida do crente e que ser perseguido por sua causa é de fato uma grande benção. 3) A oitava bem aventurança é o resultado das sete primeiras. A perseguição é conseqüência das demais bem aventuranças. Os bem aventurados dos versos 10 e 11 são os mesmos dos versos 3 a 9. À medida em que o crente fiel manifesta o caráter cristão das bem aventuranças, ele não será aceito pelo mundo mas sofrerá dele perseguição.
É bem evidente para nós que o tema apresentado por Cristo na oitava bem aventurança é a perseguição como um aspecto da vida cristã. Jesus nos ensina três coisas importantes a respeito da perseguição na vida do crente: a natureza da perseguição; a causa da perseguição e a atitude cristã diante da perseguição.

1.A Natureza da Perseguição:

O que é perseguição? A perseguição é uma das tribulações que pode nos sobrevir durante nossa caminhada cristã na terra. Para entender o que ela significa, precisamos atentar para a palavra que Jesus usou. Jesus usa o verbo perseguir duas vezes em nosso texto (perseguidos; perseguem). A palavra que ele usa transmite a idéia de buscar com diligência e empenho alguém ou alguma coisa. No sentido positivo, a Bíblia exorta o crente a perseguir (buscar com toda dedicação) o amor, a santificação e a justiça (I Co. 14.1; Hb. 12.14; 2Tm. 2.22). O mesmo verbo também é usado na Bíblia no sentido negativo e, nesse sentido transmite a idéia de “alguém ser buscado para receber maus tratos, ser atormentado ou afligido por alguma causa”. Jesus usa o termo neste sentido. Observe que o crente, por perseguir a vida cristã em virtude do seu amor por Cristo, será perseguido. Tal perseguição aos cristãos pode ocorrer de diversas maneiras:
Insultos e zombarias: o crente sofre perseguições quando é maltratado com palavras vis que são lançadas injustamente contra ele. Ele pode ser ofendido verbalmente além de ser alvo de piada e mangação da parte dos outros. Pelo fato de sermos cristãos, é inevitável que isso nos aconteça. O próprio Cristo sofreu esse tipo de perseguição. Nosso Senhor Jesus Cristo, de forma injusta e cruel, foi zombado e insultado por muitos, especialmente no final de sua vida. Jesus já sabia que esse tipo de perseguição o esperava (Lc. 6.32). E foi exatamente o que aconteceu com ele antes e depois de ser pendurado na cruz. Ele foi zombado pelos soldados, (Mt. 27.29-31); pelos que passavam perto da cruz (39,40); pelos líderes religiosos (41-43); pelos dois ladrões que estavam ao seu lado (44). Ninguém foi tão insultado e zombado quanto o Senhor Jesus Cristo e nem será. No entanto, ele afirmou que seus discípulos sofreriam perseguição por meio de insultos e zombarias. “Como o Senhor, também os servos”, ele disse. Seus discípulos foram os primeiros a serem zombados e insultados por causa de sua fé em Cristo.
Se você é um cristão fiel, não se surpreenda diante dos insultos e zombarias que pode lhe sobrevir do mundo incrédulo. Você está sujeito a isso. Esse tipo de perseguição pode acontecer na sua casa, no seu trabalho, na escola. Alguns exemplos: O jovem cristão que não compartilha com os pecados de seus colegas descrentes na escola, vai ser chamado de quadrado, bobo. O trabalhador fiel que evidencia sua fé cristã em seu ambiente de trabalho pode ser zombado e criticado por seus colegas de profissão que não conhecem a Cristo. Se esse tipo de coisa estiver acontecendo, é sinal de que você está sendo perseguido. Não se surpreenda nem se irrite com isso, mas lembre-se que Cristo, mais do que todos sofreu esse tipo de perseguição e, você, como seu discípulo está sujeito ao mesmo.
Calúnias e difamações: “Bem aventurados sois vós quando, mentindo, disserem todo mal contra vós”. A perseguição que se dá na vida do crente pode também se expressar por meio de acusações falsas que são levantadas contra ele. Jesus sofreu esse tipo de perseguição da parte de seus oponentes. Acusaram o Senhor de comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores (Mt. 11.19); afirmaram falsamente que Jesus expulsava demônios pelo espírito de Belzebu (Mt. 12.24). E se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto mais os membros de sua família, disse Jesus (Mt. 10.24). Se aconteceu ao Senhor, pode acontecer na vida dos seus servos. Vemos uma evidência muito forte desse tipo de perseguição na vida dos primeiros cristãos. Muitas acusações falsas foram levantadas contra os cristãos da igreja primitiva. Aqueles nossos irmãos, por causa de adorarem o único Deus e rejeitarem a idolatria do mundo pagão, foram acusados de ateus; aqueles irmãos, por terem Cristo como seu único Senhor e rejeitarem o culto ao imperador romano, foram acusados de anarquistas que desrespeitavam as autoridades; aqueles irmãos, que se reuniam para adorar a Deus, celebrar a ceia do Senhor e expressar a comunhão dos santos, foram acusados pelos incrédulos de se reunirem para cometerem toda sorte de imoralidade. A esse tipo de perseguição os crentes estão sujeitos. O mesmo pode se dá conosco, caso sejamos fiéis a Cristo. Não se surpreenda se falsas acusações forem lançadas contra você pelo fato de ser um crente fiel.
Perseguição física (prisões, açoites e morte): Em outra ocasião, quando Jesus deu uma série de instruções aos seus discípulos acerca da obra missionária deles no mundo, ele os assegurou que, por causa do seu nome, eles estariam sujeitos a prisões, açoites e até mesmo a morte (Mt. 10. 17-22). Esse tipo de perseguição foi muito comum em determinados momentos da história da igreja, como por exemplo, na era apostólica (perseguição dos judeus e romanos) e na época da reforma (perseguição da ICR). Nesses dois períodos, a confissão da fé cristã conforme a Bíblia era sinônimo de morte. Muitos servos e servas de Deus foram presos, torturados e mortos. Uns foram lançados às feras, outros enforcados, queimados em fogueiras e alguns decapitados. Era uma situação totalmente diferente da nossa realidade hoje aqui no Brasil. Pois é bem verdade que no contexto religioso atual do nosso país esse tipo de perseguição não é presente. Não temos nenhum relato de que alguém foi morto aqui no Brasil por ser um cristão. No entanto, devemos aprender algo com isso: 1) não devemos nos acomodar em nossa vida cristã pelo fato de não sermos perseguidos até a morte em nosso país. 2) devemos nos lembrar e orar por nossos irmãos que estão sendo perseguidos e mortos atualmente em países que rejeitam o cristianismo (Ex. Oriente Médio; Ásia); 3) devemos aprender com o exemplo de fé de nossos irmãos do passado e estar dispostos a sofrer qualquer tipo de perseguição, como eles estavam.

2. A Causa da Perseguição:

Jesus afirmou: “Bem aventurados os perseguidos”. Isso é uma verdade. Agora é verdade também o fato de que nem todos os perseguidos são bem aventurados. Ao longo da história humana, temos visto várias pessoas serem perseguidas por diversas causas. Muitos mártires já passaram por este mundo. “Pessoas que deram suas vidas por uma causa, para defender um país, seus direitos, um líder, uma idéia.” Por exemplo, alguém pode defender o comunismo, ou movimento sem terra e ser perseguido por isso. Mas isso não quer dizer que ele é bem aventurado. Bem aventurados, conforme o ensino de Jesus, são aqueles perseguidos por outra causa. Bem aventurados são aqueles que são perseguidos por uma causa religiosa, mas não é qualquer causa religiosa, mas a causa de Cristo.
É isso que Jesus diz: “Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça… e, por minha causa (Cristo). Já aprendemos anteriormente, ao estudar a quarta bem aventurança (fome e sede de justiça), qual é o significado da palavra justiça no contexto das bem aventuranças. Com este termo, Jesus refere-se ao aspecto ético da vida cristã, caracterizado por uma vida de santidade e obediência aos mandamentos de Deus. A palavra justiça do verso 6 tem o mesmo sentido aqui no verso 10. Portanto, os crentes são perseguidos por causa de sua vida reta e de conformidade com a vontade de Deus.
Jesus também falou: “e por minha causa”. Ele quer dizer: “por causa do amor e da fé que vocês têm em mim”. Observe o seguinte: “por causa da justiça” e “por minha causa” são duas razões intimamente relacionadas. Pois, com que propósito, você persegue a justiça, uma vida reta e santa? Não é por um propósito qualquer, mas somente porque você ama a Cristo. Quem ama a Cristo, guarda os seus mandamentos, pratica a justiça. Então, a nossa obediência é expressão do amor que temos por Nosso Salvador, e a conseqüência disso é que seremos perseguidos.
Era de se esperar que aquele que chora pelo pecado, é manso, procura fazer as coisas certas, exerce a misericórdia, a paz e a honestidade entre as pessoas, fosse bem aceito no meio da sociedade em que vive. Mas o que é que acontece? Em vez de aceitação, perseguição. Por que é assim? A razão é que o caráter cristão estabelecido por Jesus é totalmente contrário ao padrão de vida do mundo incrédulo. Isso provoca uma tensão, uma inimizade entre o mundo e a igreja, entre o crente e o ímpio. O crente que demonstra caráter cristão denuncia o pecado do mundo e isso resulta em ódio da parte do mundo. Não pode ser diferente, pois o padrão de vida do mundo é totalmente oposto ao de Cristo. A vida cristã de um crente fiel é insuportável aos olhos dos ímpios que vivem em seus pecados e o resultado é perseguição. Se você procura imitar Cristo em sua vida, sofrerá a mesma reação de ódio que Cristo sofreu quando esteve aqui na terra. Jesus afirmou que o mundo nos odiará por sua causa: (ler João 15.18-20; cf. Mt. 10.22; 24.9). Denuncie o pecado do mundo com seus atos e palavras e verá qual é a conseqüência. Por exemplo, valorize o casamento e condene o adultério e o homossexualismo e muitos rirão de você; condene o suborno e valorize um trabalho justo e honesto, e também serás perseguido com os insultos e a zombaria do mundo. Valorize o dia do Senhor e o mundo dirá a você que isso é perca de tempo. Você está disposto a ser perseguido por causa da justiça e de Cristo?
Para aqueles que não querem ser perseguidos por causa da justiça e por amor a Cristo, existem meios de se evitar a perseguição. Aprove o padrão do mundo, conformando-se as suas idéias e costumes. Ria de suas piadas sujas, deleite-se nas suas novelas, programas e músicas imorais e serás bem aceito por todos; você jovem crente, viva conforme a liberdade dos jovens do mundo, faça o que eles fazem e não serás perseguido. Evitemos a fiel pregação do evangelho que denuncia o pecado e chama o pecador ao arrependimento e a fé em Jesus, e preguemos o que o mundo gosta de ouvir e ninguém vai zombar e criticar nossa igreja. Mas eu pergunto: Isso vale a pena? Existe algum proveito em deixar de ser perseguido por amor a Cristo? Não. Isso é uma atitude de covardia. Os covardes assumem o padrão do mundo para não serem perseguidos. Eles querem Cristo e o mundo, mas isso é impossível. Eles querem achar sua vida no mundo, mas com sua atitude acabam perdendo-a. A Bíblia diz que não há lugar para covardes no reino dos céus (Ap.21.8). Mas por outro lado, Jesus afirma: “Bem aventurados os perseguidos”… porque deles é o reino dos céus.
Você é chamado por Cristo a ser perseguido por amor a ele. Se você quer ser fiel a Deus, vai ser perseguido. Por isso, não evite a perseguição, mas esteja disposto a sofrê-la quando ela vier. Agora, existe um tipo de perseguição que devemos evitar: é aquela que é sofrida por escândalo ou pecado. Sobre isso Pedro diz: “Não sofra nenhum de vós como assassino, ladrão, criminoso ou como quem se intromete em negócios alheios” (I Pe.4.15). Esse tipo de perseguição é lamentável e vergonhoso e não traz nenhum benefício para quem o sofre. Por outro lado, existe uma perseguição gloriosa e que traz alegria e benção para quem a sofre: aquela que é sofrida por causa de nossa fidelidade a Cristo, conforme diz o apóstolo Pedro: “Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês… Se você sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus com esse nome” (I Pe.4.14,16).

3. A atitude cristã diante da perseguição:

Que atitude o Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos diante da perseguição por sua causa? Regozijai-vos e exultai-vos… (v.12). Ele está dizendo: “alegrem-se grandemente, saltem de alegria por estarem sofrendo por meu nome”. O que isso significa? Jesus está nos sugerindo a ficar sorrindo no meio do sofrimento? Ou a pular de alegria quando as pessoas nos insultam e zombam por causa da nossa fé nele? Não podemos ficar tristes diante da perseguição? Precisamos entender o seguinte: o que Jesus está nos sugerindo é que não fiquemos desesperados diante da perseguição, mas que tenhamos a plena certeza de que estamos sofrendo pela causa certa e que devemos nos alegrar por isso, pois isso resultará em uma grande benção para nós. Os primeiros discípulos que foram perseguidos por causa de Cristo expressaram essa alegria. Os apóstolos do Senhor, depois de terem sido presos e açoitados pelos líderes religiosos da época, “saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome” (At.5.41). A alegria de Paulo e Silas era tão grande na perseguição que eles cantavam louvores a Deus na prisão (At.16.25). Como explicar essa atitude de alegria dos discípulos de Cristo? Deus dá forças aos seus servos em tempos de perseguição. A alegria do crente na perseguição é resultado da graça do Espírito Santo que neles habita. Além disso, as promessas de Deus nos motivam a ser alegres na perseguição.
O crente se alegra na perseguição porque ele sabe que isso é uma bem aventurança na vida dele. Ele confia nas palavras de Cristo: “Bem aventurados (abençoados) os perseguidos por minha causa”. O Senhor não está nos encorajando a buscar perseguição, mas ele afirma que estamos sujeitos a ela e que somos verdadeiramente felizes se ela nos acontece. Qual a razão dessa bem aventurança? Por que devemos ser alegres na perseguição? O Senhor nos apresenta três razões:
“Porque deles é o reino dos céus”: Cristo promete o reino dos céus como uma herança para aqueles que são perseguidos por sua causa. Esse reino é caracterizado pelo domínio de Cristo sobre seu povo que, como herdeiro desse reino, tem a responsabilidade de viver conforme as exigências do Rei e também o privilégio de desfrutar das bênçãos desse reino. Observe que Jesus inicia e termina as bem aventuranças com a promessa da herança do reino. Essa é a promessa da primeira e última bem aventurança. As demais promessas das outras bem aventuranças são aspectos desse reino. Significa dizer que, os que são herdeiros do reino em Cristo, participam de todas as bênçãos que há nesse reino: consolo, herança da terra, satisfação da justiça, misericórdia, ver a Deus, ser filho de Deus. Quando você reconhece a grande benção de ser um herdeiro do reino de Deus tanto agora como no mundo porvir, não fugirá da perseguição nem se desesperará com ela, mas se alegrará em ser perseguido por causa da justiça que é conseqüência do seu amor por Cristo, pois ele te deu o seu reino como uma herança e ninguém podem tirar isso de você.
Porque é grande o vosso galardão nos céus: O Senhor promete uma grande recompensa para aqueles que sofrem por seu nome. O galardão do qual Jesus fala aqui é uma recompensa que ele dará a seus servos fiéis que foram perseguidos por seu nome. Essa recompensa é também um aspecto do reino dos céus. Os herdeiros do reino receberão galardão de Deus. Esse galardão que Deus nos promete não é resultado dos nossos próprios méritos, mas é fruto da graça do Generoso Deus para conosco. Por isso, não devemos nos orgulhar de nós mesmos, mas ser humildes em reconhecer que Deus é livre para abençoar e nós, seus servos que fizemos apenas o que devíamos fazer. Quando reconhecemos que nada merecemos de Deus, mas mesmo assim ele tem prazer em nos recompensar por nossa fidelidade, somos, então, motivados ainda mais a enfrentar as perseguições que nos sobrevêm com coragem e alegria, pois temos a certeza de que, pela graça de Deus, é grande o nosso galardão nos céus.
Porque assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós: Considerando o contexto no qual Jesus proferiu estas palavras, logo percebemos que ele tem em mente os fiéis profetas do SENHOR do Antigo Testamento. Profetas tais como Isaías, Jeremias, Elias, Amós e muitos outros profetas que foram perseguidos e até mortos pela causa de Deus. Ao falar dos profetas do AT aqui na oitava bem aventurança, Jesus tem o propósito de identificar seus discípulos e todos os cristãos com eles e, com isso, motivá-los a serem alegres na perseguição. Que alegria traz para nós o fato de sermos identificados com os profetas do Senhor? Devemos reconhecer que nós não somos os primeiros a serem perseguidos e muitos servos do Senhor sofreram piores perseguições do que nós no passado. 2) O fato de sermos identificados com os profetas indica que estamos na mesma posição deles: Perseguidos e, ao mesmo tempo, bem aventurados. Isso é motivo de alegria para nós, pois sabemos que os profetas que sofreram perseguição aqui na terra, já desfrutam do consolo eterno no céu com Cristo, e o mesmo também se dará conosco.

Conclusão:

Robert de Ryssel e seu filho, como também os demais servos de Deus que foram perseguidos no passado até à morte, expressaram alegria e coragem em meio à perseguição. Eles perderam bens, reputação, e até mesmo a vida por amor a Cristo. No entanto, isso não foi motivo de tristeza e desespero para eles, pois tinham a plena certeza de que, perdendo a vida por amor a Cristo, estavam de fato encontrando-a por toda a eternidade. O mundo pode nos perseguir duramente, mas não pode tirar nossa alegria e fé que vem do Senhor, nem tampouco pode desfazer a promessa de Deus de que viveremos com ele em eterna alegria e felicidade na glória por vir.
Alem disso, é absolutamente certo de que Deus, assim como recompensará seus servos fiéis com a vida eterna, também recompensará com um castigo justo e eterno àqueles que se rebelaram contra ele e perseguiram cruel e injustamente a sua igreja aqui na terra. Os que foram perseguidos clamam por justiça diante de Deus. E vai chegar o dia da vingança do Altíssimo, quando ele retribuirá a cada um segundo as suas obras. Desse dia em diante, os ímpios sofrerão eternamente, enquanto que os santos louvarão a Deus para sempre por sua justiça e bondade (Ap.11.17,18).
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;” Mat 5.13


- Elissandro Rabelo

Pobre de espírito, espiritualmente pobre, humildes de espírito, ter um coração de pobre são expressões que podemos tomar como
sinônimas ou tendo o mesmo sentido.

O que o Senhor Jesus procura ensinar aqui está relacionado com todo o seu discurso. É feito certo paralelismo com os pequeninos do
capítulo 18 versos 1 a 6. Ter acesso ao Reino de Deus é condição dada não em virtude  da sabedoria dos homens, mas da graça de Deus.
Portanto os pobres podem  entrar porta a dentro devido aos méritos de Cristo e não o poder dos poderosos.
Os pobres são sempre os últimos em qualquer escala de valor da sociedade humana, mas para Cristo os últimos serão os primeiros
(Mc9.35), e os menores serão os maiores (Lc. 9.48).

Jesus se identifica com os pobres, humildes e pequeninos a ponto de afirmar que quem os serve, serve a Ele, e quem não os serve não
O serve (Mt. 25.45).

A pobreza de espírito é a disposição de viver segundo normas espirituais colocadas pelo Senhor Deus, e não viver tendo uma atitude de
arrogância e de prepotência, se bastando a si mesmo.

Só é feliz quem reconhece que com seus próprios meios não pode se aproximar de Deus.

A promessa feita aos pobres de espírito se repete aos perseguidos: O REINO DOS CÉUS É DE VOCÊS.
Mateus 5. 11 -12

Esses dois últimos versos das “bem-aventuranças” fornecem uma explicação geral sobre as declarações feitas e acrescenta uma
comparação entre discípulos e profetas. Jesus quer mostrar que seus discípulos são responsáveis tanto pela vida dentro de padrões do
Novo Testamento, como da divulgação da mensagem salvadora, assim como no passado os profetas o fizeram.

Jesus vai comparar seus seguidores, os que são justificados pela graça, aos profetas do passado e dizer ainda que quem recebe um
justo como se recebia um profeta terá recompensa (Mt 10.41).

A felicidade consiste, essencialmente, na expectativa da vida futura, pois as promessas são de caráter espiritual, mas quem busca a
vontade de Deus passa a usufruir, de imediato, todas as regalias de filho de Deus.



“Nós somos loucos por amor de Cristo...” 1 Coríntios 4.10

Reputação significa renome, fama, celebridade. A reputação que as pessoas buscam é na verdade a valorização do seu “eu”, o bom
nome, a consideração recebida da parte de outrem, etc. O mundo, por sua vez, valoriza as pessoas que têm dinheiro, poder ou fama:
essas são as de “boa reputação”.  A reputação, à luz da Bíblia, é reconhecida pelo mundo
como fanatismo, moralismo, radicalismo, atraso cultural e coisas desse tipo. Paulo já sabia disso na sua época, conforme deixou
registrado nas Sagradas Escrituras: “Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é
o poder de Deus.” 1 Coríntios 1.18. O apóstolo conhecia muito bem a glória que o mundo busca e deixa claro qual a glória que nós,
cristãos, devemos buscar: “Gloriemo-nos na esperança da glória de Deus.” Romanos 5.2. Vejamos um exemplo bastante atual: Se nós
queremos servir a Deus no altar, na posição de pastores, anjos de Deus ungidos para pregar o Evangelho do Senhor Jesus no meio desse
mundo vil. Ser considerado loucos assim pelo mundo, conforme acontece com os nossos pastores, é, por sua vez,
grande honra diante de Deus, pois o próprio Senhor Jesus disse: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e,
mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque
assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.” Mateus 5.11,12. Reputação, para este mundo, significa estar de acordo com os
seus princípios, normas e padrões. Acontece que as pessoas que medem essa reputação estão comprometidas com as estruturas
pecaminosas deste mesmo mundo e não têm olhos para ver a realidade. Só Deus pode sondar os corações e julgar além das aparências,
por isso, muitas vezes os cristãos sofrem calúnias daqueles que pretendem denegrir a sua imagem com expressões que vão desde os
preconceitos mais baixos e comuns às acusações mais abomináveis possíveis. Por exemplo, é comum chamarem os cristãos de
bitolados, fanáticos, loucos, massa de manobra, desequilibrados mentais, necessitados ignorantes que se satisfazem com algumas
palavras, ou, mais grosseiramente, de ladrões, chantagistas, ou coisas desse tipo. A reputação deste mundo
não interessa aos cristãos. Ela é falsa, demagógica, de aparência, vale como mercadoria. Tem preço de compra e de venda. O que mais
nos interessa é o que Deus pensa de nós. Ainda que diante desse mundo que jás no maligno sejamos tratados como lixo. Falando do seu
ministério à Igreja de Corinto, o apóstolo Paulo, que segundo o mundo era mestre e doutor, um principal entre os fariseus, deixou bem
clara sua opção para servir ao Senhor Jesus: “Somos difamados, e exortamos; até o presente somos considerados como o refugo do
mundo, e como a escória de tudo.” 1 Coríntios 4.13.


A Bíblia nos diz que "Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com
ela." (1 Coríntios 12:26 - NTLH). Talvez sejamos muito mais adeptos em compartilhar dos momentos felizes do que dos momentos
difíceis. Agindo assim, agimos errado, agimos contra a vontade de Deus.

Existem cristãos espalhados por todo este mundo que precisam de solidariedade e nossas orações por suas vidas.
E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. 2 Timóteo 3:12


Dê glórias a Deus! Ruim seria se ninguém estranhasse seu modo de viver. Assim como trataram a Jesus também tratarão aos que o
seguem, se o perseguiram também te perseguirão.
Ore pelos que te perseguem, ame os que te odeiam, se teu inimigo tiver sede dá de beber, se tiver fome dá de comer, dê a outra face,
não resista ao homem mal, abençoe os que te maldizem, torne o mal com bem, se te pedirem a túnica entrega também a capa, não se
vingue, confia em Deus, lembre que Jesus foi mudo para o calvário, não reclame, antes louve a Deus em seu coração, Ele enxugará tuas
lágrimas e saiba, você não esta sozinho.



Não desista, obedecer a Deus é mais importante que servir aos homens. Na tua fraqueza o poder de Deus se aperfeiçoará!


- Anderson


A (ir)rracionalidade do ser humano sem Deus

  


“O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Isaías 1.3).

O ser humano é reputado como sendo o único animal racional. Sua capacidade cognitiva e de raciocínio é o fundamento da sua categorização como homo rationalis. Os outros animais, em sua totalidade, são classificados como sendo irracionais. A Bíblia afirma que a capacidade cognitiva e racional humana é de natureza ectípica, ou seja, é derivada de um modelo original e perfeito, o Arquétipo, no caso, o próprio Deus Soberano Criador do universo: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança [...] Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.26,27). Uma das características da imagem de Deus no homem é justamente a sua racionalidade.
Não obstante, à luz do que as Sagradas Escrituras afirmam a respeito do homem, podemos afirmar com toda a certeza, que, na realidade, o ser humano, morto em seus delitos e pecados, é o mais irracional de todos os animais. A passagem do profeta Isaías é demasiadamente clara a este respeito: “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Isaías 1.3). Isto não quer dizer, todavia, que, por ocasião da queda, o homem perdeu por completo a sua racionalidade. O homem não é incapaz de fazer uso da razão. O que a Escritura está ensinando, na verdade, é que o pecado causou um estrago imenso na razão humana. Esta se encontra absurdamente deformada, a ponto de Deus afirmar que o seu povo não possuía conhecimento real a seu respeito. É verdade que, no contexto, está enfocado o povo de Israel apóstata. Não obstante, podemos afirmar a mesma realidade no que concerne ao homem enquanto ser criado por Deus.

O homem sem Deus, cego em seu entendimento (2 Coríntios 4.4), é incapaz de reconhecer o Criador e se curvar em obediência e adoração a Ele. O apóstolo Paulo afirma que o ser humano se encontra em estado tal, que em vez de adorar o Criador, adora a criatura (Romanos 1.18-25). Ao passo que os animais irracionais conhecem os seus donos e possuidores, o homem é incapaz de reconhecer o seu Possuidor. A desgraça do pecado consiste nisto: no impedimento ao verdadeiro conhecimento de Deus. Por isso, podemos afirmar com propriedade que o homem é o mais irracional dos animais. Isso nos lembra o dito do puritano Joseph Alleine, na sua obra Um Guia Seguro para o Céu. Ele disse o seguinte: "Ó homem! Que monstro o pecado te transformou!"

O reformador francês João Calvino (1509-1564) estabeleceu as bases da verdadeira epistemologia. Calvino nos ofereceu uma diretriz clara de como o homem pode chegar a conhecer algo verdadeiramente no capítulo de aberturas das Institutas (1559). Eis suas palavras:

Quase toda a soma de nosso conhecimento, que de fato se deva julgar como verdadeiro e sólido conhecimento consta de duas partes: o conhecimento de Deus e o conhecimento de nós mesmos. Como, porém, se entrelaçam com muitos elos, não é fácil, entretanto, discernir qual deles precede ao outro, e ao outro origina. 

De fato, é impossível ter qualquer conhecimento verdadeiro se não tivermos o correto conhecimento acerca de Deus e de nós mesmos. A grande questão que se levanta nesse momento é: Como o ser humano morto espiritualmente pode obter qualquer conhecimento acerca de Deus, visto que o pecado tem o poder devastador de impedir o relacionamento entre o Criador e a criatura? Vale salientar ainda que, não se trata de um mero conhecimento acerca da existência de Deus, mas um conhecimento piedoso e devoto, que envolva relacionamento íntimo entre Deus e o homem. Em virtude de o homem trazer em seu coração aquilo que Calvino denominou de semen religionis, ele tem conhecimento da existência de uma divindade. Não obstante, o pecado impede que ele reconheça o seu Criador. Então, como resolver esse dilema?

A resposta é: em Jesus Cristo, o nosso Redentor. É somente por meio de Jesus Cristo que podemos conseguir qualquer conhecimento real. Apenas em Cristo o homem encontra a expressão genuína da sua racionalidade. As Escrituras mostram isso de forma maravilhosa quando afirma: “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11.9). Não se trata de uma passagem citada fora de contexto. Basta observar que o capítulo 11 de Isaías trata exatamente da vinda dAquele que é o descendente de Davi, Jesus Cristo. Ademais, Deus, falando por meio do profeta Jeremias, no contexto da Nova Aliança, afirma: “Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jeremias 31.34; cf. os versículos 31-33).

Então, por mais que os grandes “luminares” do pensamento intelectual pós-moderno postulem a autonomia da razão humana, na verdade, posicionamo-nos nas fileiras daqueles considerados como “loucos” pelo mundo (1 Coríntios 1.18-31), que proclamam a falência da razão humana. Somente por meio do nosso Cristo é que recebemos o verdadeiro conhecimento. Apenas em Jesus é que o homem é salvo (leia-se “passivamente”) da sua irracionalidade.

Graças a Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, “o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.
Autor: 
Fonte: [ Cristão Reformado ]

"Deus odeia o pecado, mas ama o pecador": esse é o ensino bíblico?


"Deus odeia o pecado, mas ama o pecador": esse é o ensino bíblico?

Sem rodeios:

"Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos." Pv 6.16-19

"Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade. Destruirás aqueles que falam a mentira; o SENHOR aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento." Sl 5.4-6

"O SENHOR prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma. Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo. Porque o SENHOR é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos." Sl 11.5-7

"Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece." Jo 3.36

Uma pergunta para reflexão: Deus queima o pecado ou pecador no inferno?
"Deus ama o pecador mas odeia o pecado". Essa frase é famosa mas... Você sabia que não é isso o que a Bíblia nos ensina?
Nesse vídeo Paul Washer nos fala biblicamente sobre a Ira de Deus que é manifesta contra os pecadores; explica o porque Jesus Cristo precisou vir ao mundo para que a Salvação dos pecadores fosse possível; fala também dos clichês e frases prontas que vemos em qualquer canto e aceitamos como sendo verdade, mas que na realidade estão longe do que a Bíblia nos ensina sobre Deus.

Alimente-se da Palavra!

Para complementar, um ótimo vídeo do Paul Washer:

Quem pode curar o orgulho e a cobiça? - Blaise Pascal

Os filósofos, que não nos podem oferecer nenhum bem, exceto aquele que está dentro de nós? Encontraram eles a cura para nossos males? Curam nossa presunção de nos tornarmos iguais a Deus? Aqueles que nos põem no nível das feras, os muçulmanos, que não nos oferecem nada mais para nosso bem que os prazeres terrenos, mesmo na eternidade, oferecem cura para nossa cobiça?

Então, qual religião nos ensinará a cura do orgulho e da cobiça? Em suma, qual religião nos ensinará o verdadeiro bem, nossas responsabilidades, a fraqueza que nos faz desviar, a causa de nossas fraquezas, o tratamento que cura tudo isso e os meios de alcançar esse tratamento? Nenhuma outra religião conseguiu isso. Vejamos o que a sabedoria de Deus poderá alcançar.

Entrega à soberba

A sabedoria de Deus diz: "Ninguém espera verdade ou consolo de outras pessoas. Fui eu quem formou você. Somente eu ensinei a você ser o que é, mas você não está na mesma condição em que o criei. Criei você santo, inocente, perfeito e lhe concedi esclarecimento e compreensão, mostrei-lhe minha glória e minhas maravilhas. Então, seus olhos contemplaram a majestade de Deus. Você não estava nas trevas que hoje o cegam nem entregue à morte e às misérias que o afligem.

"Mas você não pôde suportar tanta glória sem se entregar à soberba. Você queria tornar-se o centro de si mesmo e viver sem ajuda. Você se afastou de minha regra, pondo-se como igual a mim no desejo de encontrar felicidade para você, então o abandonei à própria sorte. Incitei as criaturas subordinadas a você a se revoltarem contra você e se tornarem suas inimigas, para que você se transformasse como as feras. Você está tão distante de mim que resta apenas um vislumbre de seu autor em seu débil e vago conhecimento.

“Os sentimentos, independentemente da razão e de seus senhores, induziram você a buscar o prazer. Todas as criaturas afligem ou provocam você. Elas o dominam, subjugando forçosamente ou fascinando você com certa esperteza, muito mais terrível e danosa. Essa é a condição do ser humano hoje. Elas retêm um fraco instinto da felicidade da natureza original, mas são lançadas na cegueira e na cobiça de sua natureza posterior".

Deus é que me Inspira - C. H. Spurgeon - SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.

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Deus, que me fez, que inspira canções de louvor durante a noite. (Jó 35.10)

Qualquer indivíduo pode cantar à luz do dia. Quando a riqueza o cerca com abundância, qualquer homem pode louvar o Deus que lhe dá colheitas abundantes ou abençoa grandemente os seus negócios. E muito fácil para o conjunto de sinos ecoar músicas quando o vento está soprando; o difícil é a música ressoar quando nenhum vento está soprando. E fácil cantar quando podemos ler a notas à luz do dia, mas aquele que é habilidoso canta do seu coração. Nenhum homem pode fazer uma música na escuridão de sua alma. Ele pode tentar, mas descobrirá que a música à noite tem de ser inspirada por Deus.

Quando todas as coisas vão bem, posso entoar canções por onde quer que eu vá, regozij ando-me pelas flores que crescem em meu caminho. Todavia, coloquem-me em um deserto onde não cresce qualquer coisa verde, e como poderei cantar um hino de louvor a Deus? Se minha voz é clara e meu corpo, saudável, posso cantar louvor a Deus. Silencie-se a minha língua, seja eu prostrado no leito da enfermidade, como poderei entoar os altos louvores de Deus, a menos que Ele mesmo me inspire as canções? Não, não está no poder do homem cantar a Deus, quando todas as coisas estão contra ele, a menos que a música do céu encha a sua alma. Foi uma canção divina que Habacuque cantou, quando disse: "Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação" (Habacuque 3.17-18). Visto que nosso Criador nos inspira canções à noite, esperemos nEle para recebermos as músicas. Ó Grande Músico, não permita que permaneçamos em silêncio por causa de nossas circunstâncias. Ajusta os nossos lábios à melodia de ações de graças.

Vá as Raízes - D. M. Lloyd-Jones

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Quão complexa e complicada é a maneira moderna de tratar das diversas porções da vida humana! Quão fútil também, já que o princípio central não é atingido! Se o olho for mau, todo o corpo será tenebroso, por maior que seja o esforço de iluminar as diferentes partes do ser.

Se o manancial é venenoso, o riacho que dali se origina contém constante veneno, por mais que nos esforcemos para limpar os baldes de água dali tirados. Essa idéia é expressa por Tiago em sua Epístola, nestes termos: «De Onde procedem guerras, e contendas, que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?» (Tiago 4.1). Ou, como no-lo recorda nosso Senhor, «do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias» (Mateus 15.19).

Por conseguinte, o que precisa ser tratado é o centro, o coração, a causa da dificuldade, e não apenas suas diversas manifestações. Ou seja a árvore boa, e o seu fruto bom, ou então que seja a árvore má, e o seu fruto mau (Mateus 7.15-20), conforme o Senhor nos ensina. O tratamento deve começar no centro. Não importa o que o homem faz, ou o que o homem sabe, ou qualquer coisa acerca dele; o próprio indivíduo é que precisa ser corrigido, em suas fundamentais e centrais relações com Deus. É médico muito deficiente aquele que trata somente dos sintomas e das complicações, e ignora a própria enfermidade.

E a enfermidade, nesse caso, é a manchada e enlameada condição da alma humana, condição resultante do pecado. Seu olho espiritual está anuviado e cego. A luz de Deus não pode penetrar ali. Todas as trevas que há no seu interior se devem a isso, e somente a isso. Essa a doença, e somente essa, que requer tratamento. Como o Evangelho é simples e direto!
Truth Unchanged, Unchanging, p. 90,1

O que vem a ser a Santidade de Deus? – Jonathan Edwards

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Não se deve considerar em conformidade com a razão qualquer idéia acerca do fim último de Deus na criação do mundo que implique, verdadeiramente, alguma indigência, insuficiência ou mutabilidade da parte de Deus, ou alguma dependência do Criador com relação à criatura pra qualquer parte de sua perfeição ou felicidade. Isso porque fica evidente, tanto pelas Escrituras quanto pela razão, que Deus é infinita, eterna, independente e imutavelmente glorioso e feliz; que ele não pode ser beneficiado de maneira alguma pela criatura, nem receber coisa alguma da criatura, nem ser sujeitado por outro ser qualquer sofrimento ou redução de sua glória ou felicidade.

A idéia de que Deus criou o mundo a fim de receber qualquer coisa em particular da criatura é contrária à natureza de Deus, mas também incoerente com o conceito de criação, o qual implica num ser receber do nada a sua existência e tudo o que corresponde a esta. Isso, por sua vez, implica na mais perfeita, absoluta e universal derivação e dependência. Se a criatura recebe TUDO de Deus, inteira e perfeitamente, como é possível que ela tenha algo a acrescentar a Deus a fim da fazê-lo, em qualquer sentido, maior do que antes, tornando o Criador dependente da criatura?

Tudo o que é bom e precioso em si mesmo é digno de ser estimado por Deus com reverência suprema. É, portanto, digno de ser estabelecido como o fim último de sua operação, caso seja passível de ser alcançado, uma vez que se pode supor que algumas coisas, preciosas e excelentes em si mesmas, não são obtidas por meio de qualquer operação divina, pois a sua existência, em todos os sentidos possíveis, deve ser concebida como algo anterior a qualquer operação divina. Assim, a existência de Deus e sua perfeição divina, apesar de serem infinitamente preciosas em si mesmas, não podem ser tidas como um fim de qualquer operação divina, pois não podem ser consideradas, em qualquer sentido, conseqüentes de quaisquer obras de Deus. Porém, tudo o que é, em si mesmo, absolutamente precioso, e passível de ser buscado e obtido, é digno de ser proposto como fim último da operação divina.

Logo aquilo que é, em si mesmo, mais precioso e alcançável pela criação é o fim supremo de Deus na criação. Tudo que é, em si mesmo, mais precioso e o era originalmente, antes da criação do mundo, e tudo que é alcançável por meio da criação, sendo também, de algum modo, superior em valor a todas as outras coisas, isso deve ser digno de ser o fim supremo de Deus na criação; deve, igualmente, ser digno de ser seu fim transcendente.

A retidão moral de Deus consiste em ELE ESTIMAR o que é mais precioso, ou seja, ELE PRÓPRIO.

Se o próprio Deus é, em qualquer sentido, devidamente passível de ser o seu fim na criação do mundo, é razoável supor que ele considera a reverência a si mesmo como o fim último e transcendente de suas obras, pois ele é digno em si mesmo de ser esse fim, uma vez que é infinitamente o maior e melhor de todos os seres. Todo o restante, no tocante a dignidade, importância e excelência, não é absolutamente nada em comparação a ele. E, portanto, se Deus demonstra a sua reverência pelas coisas segundo a sua natureza e suas proporções, deve ter a maior reverência possível por si mesmo. Seria contrário à perfeição de sua natureza, à sua sabedoria, à sua santidade e retidão perfeita, segundo as quais ele é inclinado a fazer tudo o que é mais correto, supor algo diferente.

Uma parte considerável da retidão moral de Deus, pela qual ele é inclinado a tudo o que é correto, adequado e amável (isto é, agradável, admirável) em si mesmo, consiste em ele ter a mais elevada deferência por aquilo que é, em si mesmo, superior e melhor. A retidão de Deus deve constituir uma devida reverência por aquilo que é objeto de respeito moral, ou seja, pelos seres inteligentes capazes de atos e relacionamentos morais. E, portanto, deve consistir, acima de tudo, em reverenciar apropriadamente o Ser ao qual essa reverência é devida, pois Deus é infinitamente mais digno de ser reverenciado. A dignidade de outros não é nada em comparação com a dignidade dele; a ele pertence toda reverência possível. A ele pertence toda a reverência de que qualquer ser Inteligente é capaz. A ele pertence Todo o coração. Logo, se a retidão moral do coração consiste em reverenciar sinceramente aquilo que é devido, ou que assim o requer por força de seu merecimento e propriedade, esse merecimento requer que se preste deferência infinitamente maior a Deus, e a negação dessa deferência pode ser considerada uma conduta infinitamente imprópria. Segue-se, portanto, que a retidão moral da disposição, inclinação ou afeição de Deus consiste SOBRETUDO numa deferência POR SI MESMO infinitamente superior à sua deferência por todos os outros seres; em outras palavras, é nisso que consiste a sua santidade.

O Que É Crer - John Piper

 

 

Erros a Respeito da Conversão – Joseph Alleine (1634 – 1668)



O diabo tem produzido muitas imitações de conversão, iludindo as pessoas, ora com isto, ora com aquilo. Ele possui tamanha habilidade e astúcia que, se possível fosse, enganaria até os próprios eleitos. Agora, para que eu possa curar o erro devastador de alguns que pensam que são convertidos quando não são, bem como remover as inquietações e os temores de outros que pensam que não são convertidos quando na verdade o são, mostrarei a natureza da conversão — tanto o que ela não é quanto o que ela é. Vamos começar com o aspecto negativo.

Conversão não é professar o cristianismo. O cristianismo é mais que um nome. Se dermos ouvidos a Paulo, veremos que o cristianismo não se, fundamenta na palavra, mas no poder (I Corin-tios 4:20). Se o fato de deixar de ser judeu ou pagão e professar o cristianismo significasse conversão verdadeira — visto que isso é tudo o que alguns dão a entender a respeito dela — quem poderia ser melhores cristãos senão os de Sardo ou Laodicéa? Eram todos cristãos professos, porém apenas de nome; e por serem cristãos só de nome, são condenados por Cristo e ameaçados de serem rejeitados (Apocalipse 3:14-16). Quantos há que invocam o nome do Senhor Jesus mas não se apartam da iniqüidade (II Timóteo 2:19), professando que conhecem a Deus, mas negando-o com suas obras? (Tito 1:16). Será que Deus vai recebê-los como verdadeiros con-vertidos? O quê? Convertidos do pecado enquanto eles ainda vivem em pecado? É uma visível contradição! É claro que se o óleo das lâmpadas da fé não houvesse faltado, as virgens loucas jamais teriam sido impedidas de entrar (Mateus 25:12). Encontramos não apenas cristãos professos rejeitados, mas inclusive pregadores de Cristo e milagreiros,  pois são maus obreiros  (Mateus 7:22-23).

Conversão não é revestir-se das insígnias de Cristo no batismo. Ananias, Safira e Simão Mago foram batizados, assim como as demais pessoas. Quantos caem em erro neste ponto, enganando e sendo enganado; imaginando que a graça eficaz está necessariamente ligada à administração externa do batismo, de modo que toda pessoa batizada é regenerada, não apenas por observar a ordenação, mas também no sentido real e literal da palavra. Assim, os homens imaginam que por haverem sido regenerados por ocasião do batismo, não necessitam de nenhuma outra obra. Mas se fosse assim, então todos os que tivessem sido batizados seriam, necessariamente, salvos, pois a promessa de perdão e salvação é feita em referência à conversão e à regeneração (Atos 3:19; Mateus 19:28). E, de fato, se a conversão e o batismo fossem idênticos, então seria conveniente que os homens levassem um certificado de seu batismo quando morressem, e mediante a apresentação dele não haveria dúvidas quanto à sua admissão no céu.

Em suma, se não há nada mais a acrescentar à salvação ou à regeneração, senão o fato da pessoa ser batizada, isto vai frontal-mente contra o que dizem as Escrituras em Mateus 7:13-14, bem como contra muitas outras passagens. Se isto for verdade, não deveremos mais dizer: "Estreita é a porta, e apertado o caminho", porque se todos os que são batizados são salvos, a porta é excessivamente larga e nós, daqui em diante, deveremos dizer: "Larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à vida". Se isto é verdade, milhares podem entrar lado a lado; e nós não ensinaremos mais que os justos dificilmente serão salvos ou que há necessidade de tanto empenho para apoderar-se do reino dos céus pela violência e de tanto esforço para entrar nele. (I Pedro 4:18; Mateus 11:12; Lucas 13:24). Sem dúvida alguma, se o caminho é tão fácil como muitos supõem, ou seja, que é necessário pouco mais que simplesmente ser batizado e clamar: "Senhor, tem misericórdia", não  precisamos nos empenhar em buscar, bater e lutar, como requer a Palavra de Deus, a fim de obtermos a salvação. Reafirmamos que se isto é verdadeiro, não diremos mais: "Poucos há que a encontram"; será melhor dizermos: "Poucos a perderão". Não diremos mais que, dos muitos que são chamados, "somente alguns são escolhidos" (Mateus 22:14), e que, mesmo do Israel professo, somente um remanescente será salvo (Romanos 9:27). Se esta doutrina é verdadeira, não mais faremos coro com os discípulos: "Quem, então, será salvo?", mas ao invés disso: "Quem, então, não será salvo?". Assim, se alguém for batizado — mesmo que seja um fornicário, ou escarnecedor, ou avarento, ou beberrão — herdará o reino de Deus! (I Corintios 5:11 e 6:9-10).

Alguns irão alegar: aqueles que pecaram depois de terem recebido a graça regeneradora no batismo precisam ser renovados; caso contrário não poderão ser salvos.

Eu respondo: em primeiro lugar, há uma conexão infalível entre regeneração e salvação, como já temos mostrado. Em segundo lugar, o homem precisa nascer de novo novamente — o que é um grande absurdo. Poderíamos, do mesmo modo, supor que o homem nascesse duas vezes fisicamente, bem como duas vezes espiritualmente. Mas, em terceiro lugar e acima de tudo, isso garante o que eu defendo, isto é, não importa o que os homens recebam ou aspirem receber no batismo, se depois disso forem considerados flagrantemente ignorantes, ou profanos, ou formais, ou destituídos de poder espiritual, "precisam nascer de novo" (João 3:7) ou, então, ficarão fora do reino de Deus. Assim, precisam ter mais a argumentar em seu favor do que simplesmente a regeneração batismal.

Bem, como podem ver, nisto todos concordam, isto é, seja o que for que se receba no batismo, se os homens não forem santificados precisam ser renovados por uma mudança total e poderosa ou não escaparão da condenação do inferno. "Não vos enganeis, Deus não se deixa escarnecer." Quer seja o seu batismo ou qual¬quer outra coisa que aspirem, digo-lhes, da parte de Deus, que se qualquer de vocês for uma pessoa ímpia, ou escarnecedora, ou amante de más companhias (Provérbios 13:20), em suma, se não for um cristão santo, cuidadoso, abnegado, não poderá ser salvo (Hebreus 12:14; Mateus 15:14).

A conversão não se fundamenta na justiça moral. Esta justiça não ultrapassa à dos escribas e fariseus, portanto, não pode conduzir-nos ao reino de Deus (Mateus 5:20). Antes de sua conversão, Paulo era irrepreensível segundo a justiça que há na lei (Filipenses 3:6). O fariseu poderia dizer: "Não sou roubador, injusto, adúltero" etc. (Lucas 18:11). Vocês precisam de alguma coisa além disso para apresentar, ou seja como for que se justifiquem, Deus os condenará. Eu não condeno a moralidade; mas os aconselho a não descansarem nela. A piedade inclui a moralidade, assim como o cristianismo inclui a humanidade, e a graça inclui a razão; mas não devemos confundir as coisas.

A conversão não consiste numa conformidade exterior às normas de piedade. É certo que os homens podem ter uma aparência de piedade, mas sem eficácia (II Timóteo 3:5). Podem fazer longas orações (Mateus 23:14), jejuar freqüentemente (Lucas 18:12), ouvir de bom grado a Palavra de Deus (Marcos 6:20), e serem muito zelosos no serviço de Deus -— ainda que isso lhes seja caro e dispendioso (Isaías 1:11), e, mesmo assim, não serem convertidos. Devem ter alguma coisa a mais para argumentar em seu favor do que simplesmente o fato de ir à igreja, dar esmolas, e fazer uso da oração, para provar que são verdadeiramente convertidos. Não há serviço exterior que um hipócrita não possa fazer, até mesmo dar todos os seus bens para o sustento dos pobres e o seu corpo para ser queimado (I Coríntios 13:3).

A conversão não é apenas o aprisionamento da corrupção mediante a educação, mediante as leis humanas ou pela força da aflição. É comum e fácil confundir-se educação com graça; mas se isto fosse suficiente, que homem haveria melhor que Joás? Enquanto seu tio Jeoiada viveu, ele se mostrou muito dedicado ao serviço de Deus e tomou sobre si o encargo de reparar a casa do Senhor (II Reis 12:2, 7). Mas neste caso não foi nada mais senão o resultado de uma boa educação durante o tempo em que o seu bom tutor viveu, pois, quando ele morreu Joás revelou que era apenas um lobo enjaulado, logo depois caindo na idolatria.

Em suma, a conversão não consiste em iluminação, ou con¬vicção, ou mudança superficial, ou reforma parcial. O apóstata pode ser um homem iluminado (Hebreus 6:4), e um Félix pode ficar espavorido sob condenação (Atos 24:25), e um Herodes pode fazer muitas coisas (Marcos 6:20). Uma coisa é alvoroçar o pecado somente por convicções; outra coisa é crucificá-lo pela graça da conversão. Pelo fato de terem a consciência atormentada pelos pecados, muitos têm em alta conta o seu caso, confundindo miseravelmente a convicção com a conversão. Entre estes inclui-se Caim, o qual poderia ter passado por convertido, andando pelo mundo, para cima e para baixo, como um homem enlouquecido, sob a fúria de uma consciência culpada, até que ele a sufocou, dedicando-se à construção e aos negócios. Outros imaginam que, devido haverem deixado seus caminhos devassos, as más companhias e alguns prazeres em particular, e havendo-se transformado em pessoas sóbrias e civilizadas, são agora verdadeiramente convertidos. Esquecem-se de que há uma enorme diferença entre ser santificado e civilizado. Esquecem-se de que muitos procuram entrar no reino dos céus — não estando longe dele e chegando bem perto do cristianismo — e, contudo, deixam finalmente de alcançá-lo. Enquanto são dominados pela consciência, muitos oram, ouvem, lêem e reprimem os pecados deleitáveis; mas tão logo que ela se aquieta eles voltam a pecar novamente. Quem poderia ser mais religioso que os judeus quando a mão do Senhor pesava sobre eles? No entanto, antes que passasse a aflição, já haviam se esquecido de Deus. Vocês podem ter abandonado um pecado incômodo e haver escapado da torpe corrupção do mundo, sem contudo haverem mudado a sua natureza carnal.

Vocês podem pegar uma massa grosseira de chumbo e moldá-la na mais graciosa forma de uma planta, depois na forma de um animal, e então na forma e feições de um homem, mas continuará sendo chumbo o tempo todo. Assim, um homem pode passar por várias transformações — da ignorância ao conhecimento, da irreverência à delicadeza, e finalmente a uma aparência de religião — e durante esse tempo todo ser carnal, irregenerado, e sua natureza permanecer a mesma.

Ouçam então, pecadores, ouçam para que vivam. Porque se iludirem, fundamentando suas esperanças sobre a areia? Sei que será tarefa difícil àquele que tentar arrancar as suas esperanças infundadas. Só pode ser desagradável para vocês, como também o é para mim. Faço isso como um cirurgião que, com o coração pesado, tem que cortar o membro gangrenado de seu querido amigo, porque é necessário fazê-lo. Mas, entendam-me, amados, estou apenas derrubando a casa arruinada (pois, caso contrário, ela vai desmoronar-se rapidamente e soterrá-los sob suas ruínas) para que eu possa construí-la bela, forte e firme para sempre. A esperança do ímpio perecerá (Provérbios 11:7). Não seria melhor, ó pecador, deixar que a Palavra de Deus o convença agora enquanto é tempo, deixan¬do de lado suas falsas e enganadoras esperanças, ao invés de permitir que a morte abra seus olhos tarde demais e você se ache no inferno antes que possa arrepender-se? Eu seria um pastor falso e infiel se não advertisse a vocês que se não tiverem edificado suas esperanças sobre terreno melhor que aqueles já mencionados, então ainda estão em pecado. Deixem falar a consciência. O que querem apresentar em sua defesa? É que usam a vestimenta de Cristo; que ostentam o nome de Cristo; que são membros da igreja visível; que têm conhecimento dos princípios religiosos; que são civilizados; que cumprem as tarefas religiosas; que são justos em seu procedimento; que têm a consciência atormentada pelos pecados? Declaro-lhes, da parte do Senhor, que tais argumentos jamais serão aceitos no tribunal de Deus. Tudo isso, embora seja bom em si mesmo, não vai provar que são convertidos, e, portanto, não será suficiente para sua salvação. Oh, atentem para isso e tomem a decisão de voltarem rápida e completamente. Examinem seus corações, não descansem até que Deus tenha completado a obra em vocês, pois devem ser pessoas diferentes ou estarão perdidos. Mas se essas pessoas não são convertidas, o que dizer dos profanos? Estes, talvez, dificilmente leiam ou escutem este discurso, mas se há algum deles que o esteja lendo ou ouvindo, precisa saber — da parte do Senhor que o fez — que está longe do reino de Deus. Se é possível que aquele que faz companhia às virgens prudentes ainda pode ficar de fora, não será, então, muito mais provável que aquele que faz companhia às loucas seja destruído? É possível alguém ser sincero em sua conduta e não ser justificado diante de Deus? O que será de você, então, ó homem miserável, cuja consciência lhe diz que é falso nas suas transações e na sua palavra? Se os homens podem ser iluminados e levados à prática externa dos deveres sagrados, e ainda assim se perderem por não serem convertidos, o que será de vocês, ó famílias miseráveis, que vivem sem Deus neste mundo? O que será de vocês, miseráveis pecadores, em cujos pensamentos Deus raramente está — vocês que são tão ignorantes que não podem orar, ou tão descuidados que nem se preocupam com isso? Oh, arrependam-se e sejam convertidos, afastando-se dos seus pecados pela justificação. Refugiem-se em Cristo, a fim de obterem a graça perdoadora e renovadora. Entreguem-se a Ele, para andarem com Ele em santidade, caso contrário jamais verão a Deus. Oh, se dessem atenção aos conse¬lhos de Deus! Em nome dEle, admoesto-lhes mais uma vez. Atentem para a minha repreensão. Abandonem a insensatez e vivam. Sejam sóbrios, justos e piedosos. Lavem as mãos, pecadores; purifiquem os seus corações, ó vocês de duplo ânimo. Cessem de fazer o mal, aprendem a fazer o bem (Provérbios 1:23 e 9:6; Tito 2:12; Tiago 4:8; Isaías 1:16-17). Mas se continuarem, morrerão.

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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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