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5 de jun. de 2011

Ai dos Pastores... - Paulo Junior - “Prega a palavra!” foi a admoestação do apóstolo a Timóteo. “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2).



Sobre pastores e lobos 
Osmar Ludovico da Silva 


Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de 
ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos 
deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram 
uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de 
outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.  
No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada 
um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.  
Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.  
Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.  
Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.  
Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.  
Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.  
Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.  
Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.  
Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.  
Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.  
Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.  
Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.  
Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.  
Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.  
Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.  
Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.  
Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.  
Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.  
Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.  
Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos 
caricatos.  
Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.  
Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.  
Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.  
Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam 
pelo crescimento das ofertas.  
Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a 
instituição.  
Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.  
Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.  
Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega 
perto. 
Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.  
Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.  
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.  
Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e 
pregam a lei.  
Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como 
pretexto.  
Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos 
pessoais.  
Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.  
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a 
infantilização das ovelhas.  
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, 
lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.  
Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.  
Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.  
Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.  
Pastores têm dons e talentos, lobos têm cargos e títulos.  
Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.  
Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.  
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.  
Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.  
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram 
ovelhas dependentes e seguidoras deles.  
Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em 
vínculos de co-dependência.  
Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus 
Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em 
ovelhas, mas interiormente são devoradores (Mateus 7:15)


O que desejamos do nosso pastor
por

Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki


(1) Seja íntegro e fiel ao nos nutrir com a Palavra de Deus.
(2) Cuide de sua família. Ela é o seu primeiro rebanho. Então, acreditaremos que cuidará das nossas famílias.
(3) Não perca a ternura.
(4) Não seja orgulhoso.
(5) Não seja um líder centralizador, nem opressor.
(6) Ore por nós e conosco.
(7) Auxilie-nos em nossa santificação pessoal.
(8) Ajude-nos a andar dentro da vontade de Deus.
(9) Instrua-nos na Palavra de Deus acerca do sentido e propósito da nossa vida.
(10) Socorra-nos naqueles momentos de crise e desespero.
(11) Ouça os nossos desabafos, desafetos e problemas nos aconselhamentos, buscando respostas na sabedoria da Palavra de Deus.
(12) Chore conosco as nossas lágrimas.
(13) Não desista de nós.
(14) Esteja ao nosso lado nas angústias mesmo que em silêncio.
(15) Traga-nos à memória porções da Palavra que podem nos dar esperança.
(16) Com amor nos repreenda em nossos pecados, nos exortando ao arrependimento sincero.
(17) Seja sempre um conciliador entre os nossos desentendimentos.
(18) Treine e nos equipe para servirmos com eficácia e aceitação diante de Deus.
(19) Ensine-nos a identificar e usar os nossos dons que o Espírito Santo nos deu.
(20) Ajude-nos a ser produtivos, para não cairmos na futilidade e nem perdermos o nosso propósito de glorificar a Deus.
O que as Igrejas Esperam de Seus Pastores

por

Eugene Peterson


O que os membros das igrejas esperam de nós, pastores? Muitas respostas podem ser dadas a esta questão. Quando qualificamos um pouco mais a pergunta, “o que os discípulos de Jesus Cristo esperam de nós?”, obtemos uma resposta mais específica. Lá no fundo de sua alma, cada cristão autêntico deseja que seu pastor seja uma pessoa fiel à sua vocação. Abaixo transcrevo um trecho do livro O Pastor Contemplativo, de Eugene Peterson. A força do texto está na revelação das verdadeiras expectativas das pessoas com relação ao pastorado. (Rev. Misael Nascimento - extraído do blog do mesmo)


Ministrando como Pessoas Separadas

A definição aprendida pelos pastores, que nos foi dada em nossa ordenação, é que a tarefa pastoral é um ministério da Palavra e do sacramento (ordenanças).
Palavra. Nas ruínas, todas as palavras soam como “simples palavras”.
Sacramento (ordenanças) . Nos destroços, que diferença faz molhar um pedaço de pão, tomar um gole de vinho?
Todavia, século após século, os cristãos continuam a separar certas pessoas em suas comunidades, dizendo: “Você é nosso pastor, ajude-nos a nos assemelhar a Cristo”.
É verdade que as suas ações irão muitas vezes manifestar expectativas diferentes, mas nas regiões mais profundas da alma, o desejo silencioso delas é por algo mais do que alguém desempenhando um trabalho religioso. Se as palavras não-ditas fossem pronunciadas, soariam assim:
“Queremos que você seja responsável por dizer e representar entre nós aquilo que cremos sobre Deus, o Reino e o Evangelho. Cremos que o Espírito Santo está entre nós e em nós. Cremos que o Espírito de Deus continua a pairar sobre o caos do mal deste mundo e do nosso pecado, moldando uma nova Criação e novas criaturas. Cremos que Deus não é um espectador, às vezes divertido e às vezes alarmado com os destroços da história mundial, mas, um participante.
Cremos que o invisível é mais importante que o visível em qualquer momento e em qualquer evento que decidamos examinar. Cremos que tudo, especialmente tudo que parece destroço é material que Deus está usando para criar uma vida de louvor.
Cremos tudo isto, mas não vemos . Vemos, como Ezequiel, esqueletos desmembrados, brancos sob o sol impiedoso da Babilônia. Vemos uma porção de ossos que antes haviam sido crianças rindo e dançando, adultos que expunham suas dúvidas e cantavam louvores na igreja – e pecavam. Não vemos os dançarinos, os enamorados ou os cantores – só vislumbres fugidios deles. O que vemos são ossos. Ossos secos. Vemos pecado e julgamento sobre o pecado. É isso o que parece. Parecia assim a Ezequiel; parece assim para quem quer que tenha olhos para ver e cérebro para pensar; e parece assim para nós.
Mas cremos em algo mais. Cremos que esses ossos vão reunir-se, transformando-se em seres humanos com nervos e músculos, que falam, cantam, riem, trabalham, crêem e bendizem o seu Deus. Cremos que aconteceu da maneira como Ezequiel pregou e cremos que ainda acontece. Cremos que aconteceu em Israel e que ocorre na Igreja. Cremos que somos parte do acontecimento enquanto cantamos louvores, ouvimos a Palavra de Deus, recebemos a nova vida de Cristo nos sacramentos. Cremos que a coisa mais significativa que acontece ou pode acontecer é que não estamos mais desmembrados, mas unidos ao corpo ressurreto de Cristo.
Precisamos de ajuda para manter nossa fé viva, precisa e intacta. Não confiamos em nós mesmos. Nossas emoções nos atraem para a infidelidade. Sabemos que nos aventuramos num ato perigoso e difícil de fé e que existem influências fortes, desejosas de dissolver ou destruir essa fé. Queremos que nos ajude. Seja nosso pastor, um ministro da Palavra e dos sacramentos em todas as diferentes partes e estágios de nossas vidas – em nosso trabalho e recreação, com nossos filhos e nossos pais, no nascimento e na morte, em nossas celebrações e tristezas, naqueles dias em que a manhã se inicia com um sol radiante, e naqueles dias em que o tempo está sombrio. Esta não é a única tarefa na vida de fé, mas é a sua tarefa. Encontraremos outra pessoa para fazer as outras tarefas importantes e essenciais. Esta é a sua tarefa: Palavra e sacramento (ordenanças).
Mais uma coisa: Vamos ordená-lo para este ministério e queremos sua palavra de que vai manter-se nele. Este não é um trabalho temporário, mas um estilo de vida que precisamos que seja vivido em nossa comunidade. Sabemos que você faz parte da mesma aventura difícil de fé, no mesmo mundo perigoso em que vivemos. Sabemos que as suas emoções são tão instáveis quanto as nossa e sua mente é tão ardilosa quanto a nossa. É por isso que vamos ordená-lo e exigimos uma promessa sua: Sabemos também que haverá dias e meses, talvez anos, quando não teremos vontade de crer em nada e não queremos ouvir nada de você. Sabemos que haverá dias e meses, talvez anos, quando você não terá vontade de dizer nada. Não faz mal. Faça isso. Você está ordenado para este ministério, comprometido com ele.
Haverá épocas em que iremos a você em comitê ou delegação e exigiremos que nos diga algo além do que estamos lhe dizendo agora. Prometa neste momento que não cederá ao que estamos exigindo de você. Você não é ministro de nossos desejos inconstantes, ou da compreensão condicionada ao tempo das nossas necessidades, ou de nossas esperanças secularizadas de algo melhor. Com esses votos de ordenação estamos prendendo você com toda força ao mastro da Palavra e do sacramento, de modo que não poderá atender à voz da sereia.
Há muitas outras coisas a serem feitas neste mundo em escombros e vamos estar fazendo pelo menos algumas delas, mas se não soubermos as realidades básicas com as quais estamos tratando – Deus, reino, evangelho vamos terminar vivendo vidas fúteis, fantasiosas. Sua tarefa é continuar contando a história básica, representando a presença do Espírito, insistindo na prioridade de Deus, falando as palavras bíblicas de comando, promessa e convite.”
Isso, ou algo bem parecido com isso, é o que ouço a igreja dizer aos indivíduos que ordena como pastores, mesmo quando as pessoas não conseguem articular as palavras.

Fonte: Eugene Peterson, O Pastor Contemplativo, p. 157-160.

Como o Ministério Materialista Prejudica o Rebanho de Deus

por

Dr. Joel. R. Beeke



“Cuidai, pois, de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue” (Atos 20:28).



[Nas edições recentes, temos examinado a necessidade de cuidar de nós mesmos e dos nossos rebanhos na luta contra os pecados do materialismo. Esse artigo examina como nosso ministério materialista prejudica a igreja de Deus. No artigo do próximo mês, se Deus quiser, concluiremos essa série de artigos nos focando em várias formas como os ministros podem ser persuadidos a superar o materialismo.]

Todos os títulos dados na Escritura aos ministros estão dentro dos parâmetros da exortação de Paulo para cuidar de todo o rebanho. Mas o nosso título mais claro e mais amplo é aquele de pastor (Efésios 4:11). Paulo menciona isso especialmente em Atos 20:28: “Apascentai [literalmente, ‘ser um pastor para’] a igreja de Deus”.
As ovelhas são criaturas únicas. Elas estão entre as criaturas mais dependentes e mais tolas da terra. Elas são propensas a perambular. Elas deixarão pastos verdejantes por áridos, e então não serão capazes de encontrar o seu caminho de volta. E elas têm vontade obstinada, mesmo a ponto de lutar contra aquelas pessoas e meios que serviriam para o melhor interesse delas.
Sem a direção de um pastor, as ovelhas se destruirão de uma forma ou de outra. Sem um pastor, as ovelhas não podem se alimentar, se defender contra os ataques, ou se tratarem quando feridas. Sem o seu pastor, as ovelhas não podem fazer nada.
Pastorear a igreja de Deus é uma tarefa maravilhosa. Baseado no Salmo 23, aqui está o que devemos cultivar como pastores: 
  • Precisamos de um coração de pastor que bata com amor incondicional para com o rebanho de Deus.
  • Precisamos de uma mão de pastor que guie as ovelhas de Deus nas veredas de justiça e que as desvie do pecado.
  • Precisamos de um ouvido de pastor para ouvir seus gritos de agonia.
  • Precisamos de um conhecimento de pastor para conhecer suas doenças, alegrias, tristezas, forças e fraquezas.
  • Precisamos de uma habilidade de pastor para guiá-las a pastos que satisfaçam suas necessidades e lhes dêem o remédio certo para as suas dores.
  • Precisamos da fidelidade de um pastor para estar com elas no tempo de necessidade.
Precisamos da força de um pastor para usar a vara da Palavra de Deus para trazê-las de volta às veredas da justiça, e para usar o cajado para erguê-las na dificuldade, sempre apontado-as para o Bom e Supremo Pastor, Jesus Cristo.

Cada uma dessas qualidades pastorais pode ser destruída por um espírito materialista. Como você pode ligar o coração pobre, ferido e quebrado, se o seu coração está apegado às riquezas deste mundo? Como você pode recuperar a ovelha extraviada se você mesmo está extraviado no mundo? Como você pode conhecer as fraquezas, tentações, forças e dons do rebanho se você ama mais as coisas desse mundo do que o povo de Deus?


Ministérios materialistas privam as ovelhas de alimento, ao invés de alimentá-las. Aqui está como:

O materialismo promove a profissionalização. O materialismo torna o ministério numa carreira ou mero trabalho. Pregação, alcance de almas, aconselhamento e visitação não são mais feitos sob a coação do chamado divino. As tarefas ainda são feitas, mas numa forma rotineira e forçada, destituída de um senso do chamado do Espírito.
Os clérigos profissionais freqüentemente alimentam-se do seu profissionalismo. Eles amam o que Spurgeon chamou de “ministerialismo”, mais do que o ministério. Eles são “pulpiteiros” ao invés de pregadores, atores ao invés de aplicadores [da Palavra], egocêntricos, ao invés de teocêntricos. Eles confiam em suas próprias habilidades ao invés de olhar para Cristo e o Seu Espírito. No final, o seu profissionalismo destruirá as ovelhas, pois as ovelhas precisam de um pastor pessoal, cuidadoso.
Nós não devemos pensar de nossas igrejas como estações de trabalho e de nossos membros como casos; devemos pensar de nossas igrejas como hospitais onde pessoas feridas encontram cuidado amoroso e terno. Como Jesus, devemos sofrer com as nossas ovelhas. Podemos evitar a armadilha do profissionalismo somente amando ao Senhor da igreja, ao Seu povo e a obra que Ele nos chamou para fazer. Como Spurgeon disse, “Nós nunca salvaremos mais até que amemos mais”.
 Ouçam o que Horatius Bonar disse sobre profissionalização:
“Amor é desejo, profundo amor, amor forte como a morte, amor tal como aquele que fez Jeremias chorar nos lugares secretos por causa do orgulho de Israel. Na pregação e na visitação, no aconselhamento e na reprovação, quanta formalidade, quanta frieza, quão pouca ternura e afeição!”.

O materialismo promove a petrificação. No ministério, alguém vive e cresce ou decai e petrifica. Não importa quão amadurecido e experiente o pastor seja, ele deve continuar crescendo espiritual e intelectualmente. O materialismo impede tal crescimento. Ele mantém os ministros vivendo na borda do crescimento.
O apóstolo Paulo nunca parou de crescer. Enquanto ele estava na prisão, esperando o machado da execução, Paulo pediu a Timóteo para trazer seus “livros e pergaminhos” (2 Timóteo 4:13), de forma que ele pudesse continuar seus estudos. 
Uma forma de evitar a petrificação é trabalhar em vários níveis. Por exemplo, ensine e escreva abaixo do seu nível em algum ministério para crianças. Então, também se desenvolva e cresça estudando materiais acima do seu nível.           
Nós não podemos permitir que o nosso tempo seja gasto ou desperdiçado por causa da preguiça. Devemos orar muito, meditar freqüentemente, e estudar duro. Devemos ler os melhores livros e aprender como usá-los proveitosamente. Devemos organizar cada hora do nosso tempo, mas permanecer flexíveis às necessidades do nosso povo. Devemos lembrar os três D’s: descartar a atividade desnecessária, delegar o que podemos, e se dedicar a somente um item por vez.           
O diário de George Whitefield diz que ele estava sobre os seus joelhos chorando por ter desperdiçado trinta minutos num dia, embora devamos notar que não é tempo desperdiçado o refrescar as nossas mentes e os nossos corpos com descanso apropriado e recreação saudável. Na visão dos teólogos de Westminster, o Sexto Mandamento requer de nós que moderemos e “sejamos sóbrios no uso do alimento, bebida, remédio, sono, labor e recreações” (Catecismo Maior, Questões 135-136). 

O materialismo promove um ministério focado no prazer
Quando um ministro fala mais sobre esportes do que sobre Cristo, despende mais tempo com um jornal do que com a Bíblia, mais tempo navegando na Internet do que orando, mais tempo acumulando possessões materiais do que promovendo o bem-estar das almas do seu rebanho, sua busca por prazer deve ser subjugada ao seu ministério. No fim do dia, o homem que se detêm mais em prazeres temporais do que em boa disciplina pode muito bem sucumbir ao alcoolismo ou adultério ou algum outro pecado da carne. Em todo caso, são as ovelhas que perdem. Podemos esperar que o nível de santidade do rebanho esteja acima do de seu pastor mundano? 
Precisamos nos afastar de toda forma de materialismo. Nossas casas, carros, fortuna, possessões e roupas não devem tornar-se um fim em si mesmas. Não é correto para o ministro “se inquietar em vão” (Sl. 39:6). Se nós pregamos ao nosso povo que eles devem separar seus corações das coisas do mundo, enquanto nosso estilo de vida expõe que nós mesmos praticamos isto, nosso ministério perde credibilidade. 
Nossa conversa diária não deve ser muito focada, ou sequer focada, sobre coisas mundanas. Se dizemos ao povo que “a boca fala do que o coração está cheio”, e nossa conversação centra-se mais sobre as posses mundanas e as buscamos mais do que nossa herança celestial, nosso ministério perde credibilidade. Qualquer coisa que venhamos a fazer ou dizer que coloque em primeiro lugar os prazeres mundanos, e só depois o serviço divino, destrói a eficácia do nosso ministério. 
O materialismo é perigoso porque ele é a prática da cobiça. A cobiça rege o nosso íntimo. Ela é como uma inundação que rompe os muros do nosso coração e transborda para fora de nossas vidas, naufragando em destruição. A cobiça faz com que a felicidade consista em coisas e não em pensamentos. Não deixe que dinheiro, posses e desejos carnais tornem-se mais importantes para você do que o ser útil para Deus e o Seu povo. Cada desejo irá esvaziá-lo e diminuí-lo. Ela irá azedar seu gosto pelo ministério. 
Deus odeia a cobiça porque ela o exclui e o insulta, e nos insensibiliza. Irmãos no ministério, crucifiquem a cobiça e andem dignos do seu chamado. Não pensem no ministério em termos de salário, mas como um investimento espiritual que oferece dividendos eternos. Como Paulo, aprendamos a estar humilhados e fartos com contentamento. 
A cobiça não acrescenta nada ao homem. Use os talentos que Deus lhe tem dado. Quando Robert Murray M'Cheyne visitou Israel, Deus usou William Burns para conduzir o reavivamento na igreja de M'Cheyne. M'Cheyne ficou tão feliz quanto [ficaria] se ele mesmo tivesse liderado o reavivamento. Ele exultou na dádiva de Burns. Ele seguiu a Deus de modo mais excelente que a maneira cobiçosa de seu mundo. “Em humildade de mente, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.” (Fl. 2:3). 
Finalmente, não cobice mulheres, e especialmente as esposas de outros homens.Ande prudentemente. Ore diariamente para manter-se livre da tentação. Apoie-se na força do Espírito. Pense nEle para preservá-lo removendo os seus desejos quando a tentação estiver presente e para remover a tentação quando estiverem presentes os desejos. 
Recuse-se a participar de qualquer forma de flerte. A melhor maneira de evitar a cobiça é cultivar um excelente casamento com sua esposa e mostrar seu coração unicamente devotado a ela. Poucas mulheres arriscarão flertar com você quando elas vêem quão dedicado você é para com sua esposa. 
Pense nas palavras de Isaías: “Purificai-vos vós que lavais os utensílios do SENHOR” (52:11). E relembre esta oração de um pastor:

Serei verdadeiro, pois há aqueles que confiam em mim;
Serei puro, pois há aqueles que aprendem com meu exemplo;
Serei forte, pois há muito sofrimento;
Serei bravo, pois há muitos desafios.

Relembre, também, o que Jesus disse a Seus discípulos, “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. Isto é como se Jesus dissesse: “Eu vos treinei. Vocês têm visto o Meu exemplo. Mas não pensem que porque vocês se formaram no melhor seminário da terra vocês estão livres de tentação. Vigiai e orai”. 
Vigilância, oração, e leitura diária da Bíblia são os melhores antídotos para a tentação. Poucos ministros que mantiveram estas disciplinas espirituais caíram. Guarde no coração a advertência de Abraham Booth: “Embora eu seja em grande parte estimado entre as pessoas religiosas; ainda assim, é possível para mim, em uma única hora de tentação, dinamitar meu caráter, arruinar minha utilidade pública, e fazer meus mais queridos amigos cristãos se envergonharem de mim. Toma-me pela tua mão, ó Senhor, e eu estarei seguro!”. 

O materialismo promove a frivolidade.
 Ministros que são faltos de atenção sóbria e que não carregam nenhuma atitude de seriedade sobre a vida, o julgamento por vir, e a eternidade, criam em torno de si uma atmosfera que extingue o temor a Deus. Eles instilam em seu povo uma atitude de complacência e indiferença, deixando-os então adormecidos e desavisados da aproximação do perigo. 
Há um lugar para o humor no ministério, especialmente em conversas privadas. Nãose deve supor que um ministro deva ser triste, antipático e anti-social. Mas ele deve manter um humor cauteloso, que nunca deve descambar em algo sugestivo ou indecente (Ef. 4:29; cf. Ef. 5:12). Conversação séria, religiosa, deve ser o cerne de cada visita que fazemos. E cada visita deve ser temperada com oração. Belike James Hervey resolveu “nunca entrar em qualquer companhia onde ele não pudesse obter acesso a seu Mestre”. 
Considere o que Thomas Boston disse: “Quando você passar algum tempo em companhia, deixe algo do cheiro do céu escorrer de seus lábios. Aprenda aquela química divina de extrair algo espiritual das coisas terrestres. Que vergonha para você é sentar-se em companhia, e novamente levantar-se, despedir-se deles, e nunca uma palavra de Cristo ser ouvida”. 
Se nossa conversa não for governada por cautela e cuidadosa sobriedade, o espírito da conversação mundana prevalecerá inevitavelmente. E a conversa mundana é dominada, como disse Charles Bridge, “pelo temor do homem, a indulgência da carne e a incredulidade prática”. Não há nenhum proveito em multiplicar palavras sem conhecimento (Jó 35:16). Não podemos edificar aqueles que estão confiados a nosso cuidado se nós os ocuparmos somente de conversas mundanas. Nós desonramos o Espírito por falharmos em falar de Sua obra na alma, e não devemos nos surpreender quando, no devido tempo, qualquer demanda por conversação e vida religiosa seja ridicularizada como legalismo. 

O materialismo promove a indiferença.
 Como muitos doutores que vêem os pacientes como números, alguns ministros tratam as pessoas mais como objetos a serem manipulados do que como almas a serem salvas. Tais ministros são faltos na oração, preguiçosos na preparação do sermão, ineficazes na pregação, e negligentes na visita pastoral. 
Recentemente, um pastor foi chamado em razão de uma mulher estar no hospital, em resposta ao pedido de um parente. Quando a visitou, ele leu as Escrituras com ela, comentou-a brevemente, e terminou com uma oração. Quando ele se despediu, a mulher chorou e disse: “Meu pastor também veio, mas ele falou mais sobre si mesmo e sobre o clima, do que sobre minha condição. Ele não leu a Bíblia, não falou sobre o Senhor, e sua oração foi curta e rasa. Você acha que ele se preocupa com a minha alma?”. 
Irmãos, se não pastorearmos nosso povo tanto com as nossas mentes e os nossos corações, devemos deixar o ministério. Um ministro indiferente é um funcionário, não um pastor. Horatius Bonar descreve bem tal homem: “Muito intimamente associados com o mundo, nós temos em grande medida nos acostumado a seus modos. Conseqüentemente, nossos gostos foram viciados, nossas consciências cegas, e aquela ternura sensível de sentir que, antes sofrer na própria pele a ter o mais remoto contato com o pecado, foi descartada e deu lugar a um amontoado de calosidades das quais nós em outro tempo, nos nossos primeiros dias, acreditávamos ser incapazes”. 
“Deus salva todos os tipos de pessoas, inclusive ministros”, escreveu John Kershaw, um pastor batista do século XIX. Embora a tendência do ministério seja isolar um pastor das atrações do mundo, um dos grandes perigos do ministério é o de ele elevar um pastor a lidar tão freqüentemente com o sacro que isto se torne banal para ele. É verdade que nós podemos lidar com a Palavra de Deus como se ela fosse nada mais do que palavras de homens. Nós podemos tomar aquilo que é santo enquanto vivemos vidas profanas. Nós podemos urgir outros à santidade, mas, como os fariseus, não mover uma polegada em nossa direção. Consequentemente, nos movemos em nosso ministério mais pela indiferença e pela descrença do que pela fé. 
Estejam alertas, irmãos, pois a indiferença é o fruto do materialismo. Ela nos torna frios em nossa pregação, fechados em nossas visitas, irreverentes no manuseio das realidades eternas, e relapsos em todos os nossos deveres sacros. 
Não seja vencido por um espírito materialista e incrédulo. Relembre que tudo o que vocês dizem é filtrado pelas grades das mentes do nosso povo. Se o registro acumulado de tudo o que eles sabem sobre vocês indica mais materialismo do que santidade, nossas ovelhas irão morrer de fome mesmo enquanto se alimentam de todas as nossas mensagens.
Nós não podemos amar a Deus e ao mundo. Nós não podemos servir a dois senhores. Quem de nós pode, como ministros, manter nossa integridade espiritual, nosso amor a Deus, nossos corações de pastor, e nosso proceder religioso, se secretamente flertamos com o mundo? Quem de nós pode viver como um peregrino e forasteiro quando ambicionamos mais pela terra do que pelo céu?
Cuide do rebanho. Alimente a igreja com a Palavra; não os deixe morrer de fome com o materialismo. Atente ao alerta de Thomas Scott: “O ministro que não consegue manter-se longe do mundanismo que ele mesmo desaprova e diz ao povo para se afastar, deve manter uma considerável distância de si mesmo. Se ele caminha perto da borda, outros caíram no precipício”.

Original:
 Revista The Banner of Sovereign Grace Truth, Setembro de 2004.

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto / Márcio Santana Sobrinho
Cuiabá-MT, 29 de Novembro de 2005.
Motivações Perigosas para o Ministério
por
Rev. Gildásio Reis

Falar de vocação não é uma tarefa fácil. Como explicar os vislumbres de certezas espirituais? Pode a vocação de Deus ser descrita? Talvez devesse deixar tal desafio para os mais experientes nas lidas pastorais; não obstante, quero pisar neste terreno mui solenemente. Nestes doze anos de ministério tenho visto alguns pastores perderem o rumo original e ministérios infrutíferos com igrejas fracas e em declínio. Entendo que grande culpa dos problemas destas igrejas deve-se a nós mesmos, seus pastores. Notem as palavras de Eugene Peterson:
“Os pastores estão abandonando seus postos, desviando-se para a direita e para a esquerda, com freqüência alarmante. Isto não quer dizer que estejam deixando a igreja e sendo contratados por alguma empresa. As congregações ainda pagam seus salários, o nome deles ainda consta no boletim dominical e continuam a subir no púlpito domingo após domingo. O que estão abandonando é o posto, o chamado. Prostituíram após outros deuses.Aquilo que fazem e alegam ser ministério pastoral não tem a menor relação com as atitudes dos pastores que fizeram a história nos últimos vinte séculos” .
Uma reflexão dura, mas realista. Alguns pastores estão abandonando seus postos. Após ler estas considerações de Peterson, fiz a seguinte pergunta: O que tem levado nossos jovens ao ministério? Minha pergunta levanta a questão sobre as reais motivações de nossos vocacionados para o Ministério Pastoral. Talvez nem todos têm consciência de que errar na vocação trás conseqüências desagradáveis para si mesmos e também para suas futuras igrejas. Embora uma vaga vocação para o ministério possa levar ao pastorado, não sustentará o pastor através das ásperas realidades da vida na igreja. É preciso avaliar as verdadeiras motivações, antes de ingressar nos seminários.
Por motivação queremos dizer os motivos internos que levam uma pessoa à ação. Todos nós tomamos decisões na vida motivados por algo ou alguma coisa em dado momento de nossa existência e considerando as diversas situações da vida. Falando da motivação que leva um jovem a decidir pelo ministério, entendemos que todo genuíno vocacionado deve ter como ambição ser um instrumento de Deus. Sua única motivação para ser pastor é seu desejo ardente de realizar a obra de Deus e para a glória de Deus. Contudo, é possível que nem sempre esta seja a mola propulsora de um ou outro aspirante ao pastorado. A título de alertar-nos para este perigo, alisto cinco possíveis motivações erradas e egocêntricas que podem levar alguém ao Ministério:

1)  Adquirir estabilidade financeira: Os motivos da nossa sociedade secular são controlados pelo cifrão. Vivemos uma época de recessão e de desemprego. São só na cidade de São Paulo, quase 2 milhões de desempregados. O tempo médio hoje para alguém que perde o emprego é de 1 ano até conseguir outro. É com temor e tremor que arrisco raciocinar desta maneira, mas temo que alguns jovens em nossas Igrejas , passe a compreender o ministério como uma profissão e um meio de ganhar a vida. Penso que todo candidato ao ministério deveria responder a esta pergunta: O motivo que tenho para desejar ser pastor é porque serei pago para isto?
Quanto a isto, Spurgeon escreveu: “Se um homem perceber, depois do mais severo exame de si mesmo, qualquer outro motivo que a glória de Deus e o bem das almas em sua busca do pastorado, melhor que se afaste dele de uma vez, pois o Senhor aborrece a entrada de compradores e vendedores em seu templo”.

2)
  Status social: Não é de hoje que a sede de posição cega as pessoas . O “ser pastor”, mesmo que em nossos dias não é lá muito bem visto, até mesmo pelos escândalos envolvendo alguns líderes cristãos, os títulos de Reverendo e Pastor transmitem uma certa dose de autoridade que dignifica o ser humano, e lhe confere status social. Não obstante, liderar não é fácil. Às vezes pregar pode ser uma tortura. Pastorear ovelhas relutantes é uma atividade esmagadora. Ser uma figura pública sob os olhares de todos e viver sob constantes cobranças, mesmo que estas não sejam verbais, sacodem o nosso coração. Nós pastores inevitavelmente armazenamos um certo nível de frustração em nosso trabalho. Ficamos frustrados com os conflitos da igreja, com a futilidade de nossos planos e com o fracasso do nosso povo. O status social não pode sustentar o nosso ministério e fazer com que vivamos nossa vocação de modo responsável.
Em I Tm 3:1, Paulo escreve : “se alguém deseja o pastorado, excelente obra almeja” O termo “deseja”na língua grega é epithumeo, que tem o significado de “colocar o coração, ambicionar, desejar”. Precisa ser observado que o objeto do desejo é a obra, o serviço, e não a posição ou status. Este foi um erro cometido por Tiago e João (Mc 10:35:45). Alguém motivado por posição elevada e pelo desejo de atenção trará com certeza prejuízo a si mesmo e à Igreja de Cristo.

3)  Necessidade de firmar-se como pessoa: É possível que alguém caia na armadilha de desejar o ministério por entender que a posição e o status conquistado forçam os outros a lhe dedicarem atenção. O desejo que um ser humano tem de que os outros o respeitem é um sinal louvável de sua auto-estima. Não há nada de errado em desejar ser respeitado e admirado, mas não é a motivação correta para o ministério. É comum termos notícias de líderes que avaliam sua eficiência ministerial através de quantas pessoas da denominação o conhecem. Conheci um pastor que guardava todo exemplar do jornal Brasil Presbiteriano em que saía uma matéria com sua foto e que falava a seu respeito. São líderes que buscam a fama e serem aplaudidos pelos homens.

4) O Senso de obrigação: Há quem se torne ministro, pois depois de ter passado pela família, conselho, presbitério e ter feito o curso teológico no seminário, sente-se na obrigação de ter que ir até o fim de seu “chamado”. Sente-se culpado se não fizer aquilo que todos esperam dele. É desnecessário dizer que este líder não desenvolverá seu ministério com alegria e prazer. Um velho pregador deu um sábio conselho a um jovem quando indagado sobre sua opinião quanto a seguir o ministério: “Se você pode ser feliz fora do ministério, fique fora, mas se veio o solene chamado, não fuja” Precisamos instruir aos nossos seminaristas que mesmo que tenham feito o curso de teologia no Seminário, caso sintam que não foram chamados ao pastorado, entendam que o tempo de estudos e de preparação não será perdido. Poderão ser uma excelente ajuda às igrejas como pregadores, professores, oficiais e líderes. O peso de um sentimento de obrigação não pode levar ninguém ao pastorado. O Ministério deve ser obedecido por vocação e não por obrigação. Alguém pontuou o seguinte: “os ministros sem a convicção do chamado carecem muitas vezes de coragem e carregam uma carta de demissão no bolso do paletó. Ao menor sinal de dificuldade, vão-se embora”.

5) Falta de opções: É possível que alguém decida ser um pastor, pois depois de tentativas inglórias de ingressar em alguma outra faculdade, ou por não ter condições financeiras de custear um curso em uma universidade , percebeu que poderia fazer um curso de nível superior pago pelo Presbitério e ainda recebendo ajuda de custo de sua Igreja. Nossos jovens precisam ver que o candidato ao ministério, sendo seu chamado imposto por Deus, não é uma preferência entre outras alternativas, ou por falta delas. Ele é pastor não por falta de alternativas, mas porque esta é a única alternativa possível para ele, e insisto: Vocação pastoral não pode ser por falta de opções, mas porque foi imposta por Deus.
Todos nós que somos pastores sabemos como o ministério é desgastante, e ninguém pode cumprir o difícil papel de pastor se não tiver a consciência de que foi comissionado por Deus. Na qualidade de pastores e tutores eclesiásticos, faz-se necessária nossa orientação aos aspirantes e candidatos ao Ministério de que não há como alguém sobreviver no pastorado, caso sinta que esta foi uma escolha sua e não de Deus.

Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, Psicanalista Clínico, Mestre em Teologia pelo centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (Educação Cristã) e Professor de Teologia Pastoral no Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição

Ministros Preparados pela Tentação
por
Rev. Donald Macfarlane

(Uma anotação no diário do Rev. Donald Macfarlane, extraída de “The Memoir and Remains of Rev. Donald Macfarlane”).
Depois da reunião desta noite, eu descobri que fui levado a proferir palavra oportuna a alguns, na reunião. Eu fui antecipadamente preparado de uma forma misteriosa, para falar como eu falei. Pois nos últimos dias fui terrivelmente atormentado por Satã com alguns dos meus antigos pecados os quais eu tinha boas razões para crer que o Senhor já havia me perdoado há muito tempo. Mas o maléfico vinha dia e noite com um fardo deles no seu negro lombo, para levar embora minha esperança. Isso abatia meu espírito, mas eu fugia para o sangue de Jesus, e ele ia embora, pois ele não pode suportar o argumento do sangue pelo qual sua cabeça foi ferida.
Fui colocado em uma condição de falar do coração para outros corações. Se falássemos a pobres pecadores para o seu próprio benefício, nós mesmos devemos ser grandes pecadores na nossa experiência. Eu me senti grandemente aliviado enquanto falava, e alguns outros também tiveram alívio! Ministros são instrumentos nas mãos de Deus, e Ele os usa de acordo com a Sua própria vontade. Ele permite que Satanás os atormente com tentações de modo a prepará-los, tal como com uma pedra de amolar, para a Sua obra.
Se o tentador soubesse que, ele estava, através das suas tentações, preparando os servos de Deus para destruir o seu próprio reino, ele não se ocuparia tanto em atormentá-los. Alguns têm chamado Satanás de “O grande tolo”. Se você visse um homem tentando quebrar uma grande rocha batendo sua cabeça contra ela, você diria a aquele homem, “Você é um grande tolo; você só está se machucando.” Assim é com Satanás: em tudo o que ele faz para destruir o reino de Cristo, ele somente opera para a destruição do seu próprio reino. Seus agentes são tão tolos quanto ele próprio. Eles são excessivamente laboriosos em seus esforços e artifícios para derrotar o reino de Cristo, e estão, em tudo o que fazem, trabalhando para a sua própria e eterna ruína.



Tradução livre: Eli Daniel da Silva
Barretos-SP, 11.02.05

O Pastor como Despenseiro
por
John Stott


Muitos dizem que o Brasil é o país do futuro. No mínimo, é um dos países que irá influenciar o futuro do mundo. Tem uma grande potencialidade de recursos e é um dos maiores países em extensão. É, também, um dos maiores em população. Um país em que Deus está fazendo uma grande obra.

O pastor é, talvez, um dos homens mais importantes neste quadro. Ao lado do evangelista, do apóstolo e do profeta (Ef 4.12), o trabalho do pastor é chave para o estabelecimento de uma Igreja sadia, obediente e reprodutiva dentro da sociedade brasileira.

Sem o pastor, todo trabalho de evangelismo e estabelecimento de novas igrejas vai durar apenas uma geração. Deus tem confiado uma grande responsabilidade ao pastor: o fortalecimento do rebanho e a edificação do corpo de Cristo, em amor, para cumprir com Seus propósitos.

Para fazer isso, o pastor fala, ministrando a Palavra de Deus ao povo de Deus. A Bíblia usa a palavra “pregação”. Várias vezes, durante a semana, o pastor é chamado a pregar, quer dizer, a falar as palavras de Deus. Portanto, as perguntas básicas de todo pastor são: “O que falarei?” e “Onde descobrirei o que hei de falar?”. A resposta a essas perguntas está relacionada com aquilo que o pastor é e não é.


O que o pastor não é 


O pastor, primeiramente, não é como o profeta que recebeu a revelação original da boca de Deus. Basicamente, Deus já nos revelou tudo o que queria revelar. Tudo que nós precisamos para a vida já está na Bíblia. Quando Ele fala hoje, por meio do Seu Espírito, é para aplicar a Palavra às nossas vidas.

O pastor também não é um apóstolo, como os doze discípulos. Eles foram testemunhas oculares da ressurreição de Jesus e foram ordenados pessoalmente por Jesus Cristo a apascentar as Suas ovelhas. O pastor não tem a autoridade de uma pessoa que recebeu tudo pessoalmente das mãos de Jesus. O que ele fala é sujeito a discussão, porque ele não tem o monopólio da interpretação.

Em terceiro lugar, o pastor não é um papagaio. Ele não é uma pessoa que colhe idéias de outros e repassa-as adiante como conhecimento próprio.

Suas idéias não são achadas em qualquer lugar. Os seus sermões não são sacolas de trapos; quer dizer, idéias e pensamentos simplesmente colhidos de livros e de sermões que outros já pregaram. Não é errado usar as idéias de outras pessoas ou citar outros em nossos sermões. O problema com o papagaio é que ele não usa sua própria mente. Ele usa idéias, palavras e pensamentos de outros porque é preguiçoso.


O que o pastor é 


Como, então, o pastor resolverá o seu problema básico de conseguir o que vai falar? O pastor, como Paulo, é um despenseiro dos mistérios de Deus (1Co 4.1,2). Um despenseiro é um administrador que cuida dos bens de uma outra pessoa. Os mistérios são a revelação de Deus preservada na Bíblia. Portanto, a mensagem do pastor não vem diretamente da boca de Deus, como a mensagem do profeta ou do apóstolo, nem da mente de outras pessoas, como a mensagem do papagaio, mas, da Palavra de Deus da qual ele é o despenseiro privilegiado.

A palavra despenseiro significa “o gerente da casa”. O gerente da casa está debaixo da autoridade do dono da casa, com a responsabilidade de proteger, cuidar, ministrar e prestar contas de todos os bens ao dono. O depósito que Deus nos confiou é a Bíblia e o pastor, como despenseiro, tem a responsabilidade de distribuir este depósito ao povo com fidelidade (1Co 4.2).


A motivação do pastor 


O fato de sermos despenseiros, deve ser um incentivo ao nosso trabalho. Deus tem colocado a Sua confiança em nós e desejamos demonstrar que merecemos tal confiança.

É muito fácil para um pastor ficar desanimado ou abatido. Afinal, ele não lida com coisas mecânicas, mas com homens e mulheres. Nem sempre eles cooperam com as boas idéias do pastor. Muitas vezes, só reparam nos erros!
O fato de que Deus achou por bem nos confiar tesouros tão valiosos, nos deve dar confiança no que fazemos. Não é possível ficar desanimado quando consideramos que o Deus do Universo nos confiou algo tão essencial como a ministração dos Seus mistérios ao Seu povo.

Paulo diz que a pregação é algo que ele não pode deixar de fazer (1Co 9.16,17). É obrigado a trabalhar! Deus está dependendo do pastor, Seu despenseiro. Sua família também está esperando que o despenseiro a alimente. Só assim a casa terá sucesso. Só assim será bem administrada.


A mensagem fiel do pastor 


A mensagem do pastor depende do fato de que ele é um despenseiro: sua mensagem não lhe pertence, mas pertence ao Senhor. Ele não a inventou. É algo que ele recebeu. Ele tem a responsabilidade de ser fiel à mensagem que lhe foi confiada através da Palavra de Deus. Como ser fiel à mensagem? Há três coisas que podemos fazer: guardar o bom depósito, ministrar o bom depósito e disciplinar-nos.


Guardar o bom depósito 


Nas cartas a Timóteo, Paulo chama a sua atenção ao fato de que lhe foi confiado um depósito (1Tm 1.11; 2Tm 1.12) e exorta-o a guardar fielmente este depósito (1Tm 6.20; 2Tm 1.13,14).

Ele deseja que Timóteo não deixe a mensagem ser modificada por causa da oposição de palavras vãs, baseadas numa ciência falsa, mas que fique fiel ao modelo de palavras sãs que recebeu de Paulo.

Nós também recebemos, de Paulo e da Bíblia, as mesmas sãs palavras. Só podemos guardá-las bem, garantindo a comunicação pura e verdadeira, por meio do Espírito Santo que habita em nós (2Tm 1.14).

Paulo é mais específico sobre como guardar este depósito. Em 2Co 2.17, ele afirma que não faz como muitos que falsificam a Palavra de Deus. Ao contrário, Paulo usava a Palavra de Deus com seriedade, para aquilo que Deus a tinha destinado. Em 4.2, no grego, ele diz que “não diluímos a Palavra de Deus”.

A palavra “diluir” era usada no comércio de vinho. Alguns colocavam água no vinho para lucrar mais. A idéia é de que alguns “vendiam” a Palavra de Deus, visando lucro. Adulteravam a Palavra de Deus para fazê-la mais aceitável. Esse não é o nosso alvo.

Não apresentamos a Palavra de Deus só para que os nossos ouvintes gostem. Porém, procuramos manifestar a verdade que nos foi confiada para que a tornemos conhecida. Somos despenseiros e é isso que nosso Mestre nos incumbiu a fazer.


Ministrar o bom depósito 


Esta é a pregação: manifestar a verdade tal como está escrita na Bíblia. Portanto, cada sermão que pregamos deve ser uma exposição da verdade de Deus. Paulo recebeu a comissão de dar pleno cumprimento à Palavra de Deus (Cl 1.25). Aos presbíteros em Éfeso, ele disse: “jamais deixei de anunciar todo o desígnio de Deus!” (At 20.27).

Todos temos nossas doutrinas favoritas ou trechos prediletos para pregar. Mas um despenseiro fiel não serve somente arroz em cada refeição. Ele serve a refeição completa e variada visando a boa alimentação de todos, A casa de Deus precisa de despenseiros que ministram sistematicamente toda a Palavra de Deus, tanto as passagens bem conhecidas como as pouco conhecidas. Como fazer isto?

Precisamos nos avaliar: de que verdades estamos nos esquivando? Em quais estamos nos concentrando demais? Um método que nos mantém fiel à Palavra toda é seguir livros inteiros da Bíblia, capítulo por capítulo, versículo por versículo.

Nossa exposição tem que ser simples e direta. Devemos demonstrar claramente o caminho que o povo deve seguir. Em 2 Tm 2.15, Paulo exorta Timóteo a estudar a fim de manejar bem a Palavra. Manejar pode ser traduzido por “cortar reto”, como em Pv 3.6: “Ele endireitará as tuas varedasNossa exposição da Bíblia tem que ser simples, direta e fácil de entender. O sermão deve preparar para o povo uma estrada reta, fácil de seguir.


A disciplina do pastor 


O bom despenseiro familiariza-se com todo o conteúdo do depósito. O depósito que está guardado nas Escrituras é tão extenso que uma longa vida de estudos não conseguiria esvaziar suas riquezas e variedades. A pregação expositiva não é fácil. Talvez por ser tão árdua é que ela é encontrada no ministério de tão poucos. Os únicos que estão preparados para realizar este ministério são os que estão preparados para seguir o exemplo dos apóstolos em Atos 6.4.

Eles acharam desperdício abandonar a pregação da Palavra para servir às mesas. Antes, “nos consagraremos ao ministério da PalavraEsses eram despenseiros fiéis.

A pregação sistemática é impossível sem o estudo sistemático. Não é suficiente deslizar por cima de uns poucos versículos cada dia. Também não basta estudar um trecho quando vamos pregar sobre ele. Diariamente precisamos estar nos aprofundando na Palavra de Deus. Nós mesmos devemos estar imersos nela. Precisamos conhecer os grandes temas da Bíblia e aplicar os resultados do nosso estudo à nossa vida.

Quando nos toca pregar sobre algo específico, então devemos nos aplicar ao estudo disciplinado, usando todos os recursos à nossa disposição.

Queremos chegar ao entendimento pleno do significado da passagem e da aplicação dela à vida do povo. Isso é trabalho árduo. Para ser fiel (1Co 4.2), o despenseiro vai procurar conhecer bem o depósito que lhe foi confiado a favor do povo de Deus.


Adaptado de "Preacher's Portrait" de John Stott, por Douglas Spurlock.
Pastores ou Potentados? 

por

John MacArthur Jr.



Alguns líderes modernos de igrejas imaginam-se a si mesmos como homens de negócios, personalidades da mídia, promovedores de entretenimento, psicólogos, filósofos ou advogados. Essas idéias e conceitos se contrastam, nitidamente, em todos os seus detalhes, com o tom da simbologia que as Escrituras utilizam para descrever os líderes espirituais.
Por exemplo, em 2 Timóteo 2, o apóstolo Paulo empregou 7 metáforas para descrever os rigores do ministério de liderança. Ele apresenta o pastor como um mestre (v. 2), um soldado (v. 3), um atleta (v. 5), um agricultor (v. 6), um obreiro trabalhador (v. 15), um vaso (vv. 20-21) e um escravo (v. 24). Todas essas figuras evocam idéias de sacrifício, labor, serviço e arduidade. Elas nos falam, de modo eloqüente, sobre as responsabilidades complexas e diversas envolvidas no ministério de liderar. Nenhuma delas transforma o ministério de liderança em algo esplendoroso.
Esta é a razão por que não devemos supor que o exercer liderança seja algo espetacular. Liderar a igreja (estou falando sobre todos os aspectos da liderança espiritual, não somente da função do pastor) — não é um manto de status a ser conferido à aristocracia da igreja. Não é obtido pela idade avançada, comprado com dinheiro ou herdado por laços de parentesco. O ministério de liderar não recai necessariamente sobre aqueles que são bem-sucedidos em seus negócios ou em suas finanças. Liderar a igreja não é distribuído com base na inteligência ou no talento. As exigências para a liderança são pureza de caráter, maturidade espiritual e, acima de tudo, disposição de servir com humildade.
A metáfora favorita de nosso Senhor, referindo-se à liderança espiritual, era a de um pastor — alguém que cuida do rebanho de Deus. Esta foi uma figura que Jesus utilizou para descrever a Si mesmo. Todo líder de igreja é um pastor. A palavra pastor significa alguém que cuida de ovelhas. Esta é uma figura muito apropriada. Um pastor guia, alimenta, fortalece, consola, corrige e protege. Essas são responsabilidades de todo líder de igreja.
Os pastores não possuem status. Em todas as culturas, eles ocupam os níveis mais baixos da pirâmide social. Isto corresponde perfeitamen­te às palavras de nosso Senhor, ao dizer: “O maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lc 22.26).
No plano que Deus estabeleceu para a Igreja, a liderança é uma posição de humildade, amor e serviço. Liderar a igreja é um ministério, não um empreendimento administrativo. Aqueles que Deus indica como líderes não são chamados para serem monarcas, e sim súditos humildes; não celebridades espertíssimas, e sim servos que trabalham com empenho. Aqueles que lideram o povo de Deus têm de ser, antes de tudo, exemplos de sacrifício, devoção, submissão e humildade.
O próprio Senhor Jesus serviu como modelo para nós, quando se inclinou para lavar os pés dos discí­pulos — uma tarefa que habitualmente era realizada pelos servos mais inferiores (Jo 13). Se o Senhor do universo agiu assim, nenhum líder de igreja tem o direito de pensar que é um mandachuva.
Pastorear animais é um trabalho que não exige muita habilidade. Não existem universidades que oferecem graus de doutorado em pastorear animais. Não é um trabalho difícil. Até um cachorro pode ser treinado para guardar um rebanho de ovelhas. Nos tempos bíblicos, rapazes (Davi, por exemplo) pastoreavam as ovelhas, enquanto os homens mais velhos realizavam serviços que demandavam mais habilidade e maturidade.
Pastorear um rebanho espiritual não é tão simples. O pastorado espiritual requer mais do que uma pessoa de pouca instrução e sem objetivos. Os padrões são elevados, e as exigências, difíceis de satisfazer. Nem todos podem preencher as qualificações, e de todos os que as satisfazem poucos parecem ser bem-sucedidos neste ministério. O pastorado espiritual exige um homem de integridade, piedade, dons e capacidades múltiplas. No entanto, ele precisa manter a perspectiva e o comportamento de um jovem pastor de animais.
A tremenda responsabilidade de liderar o rebanho de Deus está acom­panhada do potencial de grande bênção ou de grande juízo. Os bons líderes são duplamente abençoados (l Tm 5.17), e os péssimos líderes são duplamente repreendidos (v. 20), pois “àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido” (Lc 12.48). Tiago 3.1 nos diz: “Não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo”.
As pessoas frequentemente me perguntam o que eu acho ser o se­gredo do crescimento fenomenal da Igreja Comunidade da Graça, nas últimas duas décadas. Antes de qual­quer outra resposta, eu lhes digo que é a soberania de Deus que determina a membresia de uma igreja e que os números não constituem um critério para avaliar o sucesso espiritual. Entretanto, em meio ao tremendo crescimento numérico, a espirituali­dade vital de nossa igreja tem sido notável. Estou convencido de que Deus nos tem abençoado principalmente porque nosso povo tem mostrado forte compromisso com a liderança bíblica. Ao afirmar e procurar seguir o exemplo piedoso dos seus líderes, a nossa igreja tem aber­to as portas às extraordinárias bênçãos das mãos de Deus.
Os líderes da Igreja Comunida­de da Graça têm se esforçado para vencer a preocupação que algumas igrejas parecem ter em relação à auto-estima e ao egoísmo característicos da sociedade contemporânea. Os líderes de nossa igreja tanto seguem o modelo como proclamam a chamada de Jesus ao discipulado — “Quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 10.38,39).
Há alguns anos, quando construíamos o auditório que agora utilizamos como ginásio, alguns fizeram a compra de sete cadeiras em formato de trono, com uma coroa esculpida em sua parte mais alta. Tais cadeiras serviriam ao propósito de que o corpo de pastores se assentassem, quando subissem à plataforma. Nunca usamos aquelas cadeiras. Nossos pastores preferem assentar-se nos bancos, com a igreja. Isto é simbólico, mas reflete a atitude que desejamos transmitir como pessoas chamadas por Cristo para liderar sua igreja.
Filipenses 2.3-4 nos dá as prescrições para uma igreja saudável: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, con­siderando cada um os outros superi­ores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”. Como devemos ministrar? Procurando honrar as outras pessoas e satisfazer as necessidades delas. Se as pessoas de uma igreja estão brigando por posições e autoridade, ali haverá o mesmo tipo de caos que houve entre os discípulos, quando perguntavam a Jesus qual deles era o maior (Mt 20.20-21, Mc 9.33-35, Lc 22.24).
Temos de liderar com humildade nosso povo. Os pastores determinam a direção do rebanho. Nenhuma igreja será bem-sucedida, se os seus líderes falharem em sua tarefa. E nenhum rebanho sobreviverá e prosperará, se os seus pastores tentarem barganhar seu ministério por tronos.


(Adaptado de Shepherdology: A Master Planfor Church Leadership [Pastorado, um Plano-Mestre para a Liderança da Igreja].) Publicado em português na Revista Fé para Hoje, n.24, ed. Fiel.. 


Conselhos aos Pastores:  
como ajudar as pessoas a estarem mais satisfeitas em Deus 
John Piper 
Tradução: Leonardo Bueno 
   Revisão: Felipe Sabino  


1. Ame a Deus de todo o teu coração, alma, mente e força na presença dos outros. Isso é 
contagiante.  
2. Ame as outras pessoas a partir do poder da graça de Deus. Isto é, na forma como 
você as ama, mostre a beleza de Cristo em Seu amor por elas.  
3. Conte histórias sobre aqueles que foram encantados pela beleza e glória de Deus. 
Parece que as verdadeiras narrativas da experiência de pessoas com a dignidade de Deus 
são muito despertadoras. 
4. Descreva o valor de Deus – seu tesouro – em termos abundantes.  
5. Ensine as pessoas a orarem para a transformação de seus próprios corações, ou seja, 
ensine-as a orar como o salmista: “Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e 
não para a cobiça”.
1
  
6. Apresente para as pessoas uma meditação e reflexão prolongada sobre a palavra de 
Deus. A maioria das pessoas não sabe como pegar uma palavra, frase ou sentença de um 
texto bíblico, memorizá-la e analisá-la repetidamente em sua mente, olhando para ela de 
diferentes perspectivas, fazendo muitas perguntas sobre a mesma, aplicando-a a 
diferentes aspectos de sua vida e fazendo analogias dela em sua mente. Mas é 
precisamente nesse cogitar que a seiva da fruta começa a fluir e a despertar o paladar da 
alma. 
7. Mostre às pessoas como encontrar promessas particulares e específicas na Bíblia para 
experimentarem. Quando Paulo diz em Romanos 15:13, “ora, o  Deus de esperança vos 
encha de todo o gozo e paz na vossa fé…”, ele está apontando que a alegria e paz 
surgem à medida que confiamos nas preciosas e grandes promessas de Deus. Portanto, 
as pessoas precisam fazer uma busca mais específica pelas promessas e então mantê-las 
em suas mentes, concentrando-se nelas no decorrer do dia. 
                                               
8. Ajude as pessoas a desligar a televisão. Poucas coisas em nossa cultura são mais 
espiritualmente entorpecentes do que a televisão. Mesmo os shows chamados “bons”, 
em geral, mostram banalidades, vulgaridades e tudo o mais, exceto o cultivo de uma 
capacidade rica e profunda de gozar a Deus. E quando você acrescenta a isso a 
avalanche de propagandas sugestivas que acompanha quase todo programa, não espanto 
porque tantos cristãos professos são espiritualmente incapazes de experimentar 
pensamentos elevados e emoções profundas.  
10. Aponte as pessoas para biografias centradas em Deus. As lutas e as vitórias de 
cristãos que conheceram a grandeza e a glória de Deus são muito cativantes e 
despertadoras.  
11. Mostre às pessoas como transpor as suas alegrias nas coisas naturais para a alegria em 
Deus. Veja o que quero dizer. Mesmo a pessoa mais infeliz parece ter uma ou duas 
coisas em sua vida que a deixa alegre. Pode ser a sua família. Pode ser o céu à noite. 
Pode ser a pesca. Ajude tais pessoas a fazer uma transposição, ou seja, passar pela linha 
da música chamada “alegria” em sua alma e transpô-la do natural para o sobrenatural, 
por um ato de fé em Deus como aquele que criou a família, o céu à noite ou a pesca. 
Ajude-as a ver que todas as coisas que são verdadeiramente deleitosas neste mundo, que 
despertam prazeres em seu coração, são dons de Deus e reflexos do seu caráter e da sua 
bondade. Se eles são capazes de se deleitarem nas coisas naturais, então pela graça do 
Espírito Santo podem ser capazes de transpor aquelas alegrias a um nível mais elevado, e 
assim descobrir a alegria em Deus.  
12. Chame as pessoas para a confissão e a renúncia dos pecados que os assolam, faz com 
que se sintam falsos e bloqueia a verdadeira afeição por Deus. 
13. Ensine-os sobre a necessidade e o valor do sofrimento na vida cristã, e como isso é 
tão ínfimo quando comparado com a glória a ser revelada. 
  
Essas são algumas das coisas que podem ajudar o seu povo. 
  
Em minha opinião, o mais útil é simplesmente cuidar da sua própria alma e daquilo que 
incendeia o deleite por Deus em você, e então partilhar isso com os outros. 
Que as bênçãos sejam sobre você, à medida que realiza a suprema tarefa de fazer com 
que a alegria em Deus nasça em sua congregação. 


Fonte: Extraído e traduzido de www.desiringgod.org, 
com a devida autorização.

Fonte:Monergismo

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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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