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23 de ago. de 2010

A simplicidade do ensinamento bíblico

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O evangelho de Jesus Cristo deve ser pregado a todas as pessoas (Marcos 16:15-16). Por este motivo deve ser simples o suficiente para todas as pessoas entenderem. A idéia que o evangelho é místico e difícil de entender não é bem assim. A palavra de Deus é simples o suficiente para a pessoa “conhecer a verdade” e por ela ser liberta (João 8:32). A pessoa pode evitar a insensatez pela compreensão da vontade do Senhor (Efésios 5:17). Na verdade, Paulo disse que o que ele escreveu em algumas palavras pode ser entendido por cada leitor (Efésios 3:1-3). E não foi o próprio Jesus que orou “santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17)? Certamente seria triste para Jesus dizer “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (João 12:48) se um homem não pode nem mesmo entender a palavra. É simples, não é?
O que a Bíblia diz sobre a fé pode ser entendido. A Bíblia afirma que a fé é o resultado de ouvir a pregação da palavra de Deus (Romanos 10:17), não alguma força irresistível que vem de algum “sentimento interior” repentino ou através de colocar sua mão na televisão e “aceitar Jesus como seu Salvador pessoal”. Na verdade, uma pessoa nem mesmo poderia saber se há um Salvador se a palavra de Deus não tivesse testificado isso primeiro. João terminou seu livro dizendo, “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:30-31). A fé, a capacidade de ver o invisível, vem da testemunho e de evidência e de nenhuma outra maneira.
Como tal, é “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11:1). E deixe eu acrescentar mais uma coisa: você procurará em vão para encontrar uma passagem na Bíblia inteira que afirme que o homem é salvo no ponto de fé somente (Tiago 2:24). A fé, na Bíblia, sempre obedece. È simples o suficiente, não é?
O que a Bíblia diz sobre a igreja pode ser entendido. Em Mateus 16:18, Jesus disse, “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Em Atos 2:47, é dito a nós que “...acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. A primeira passagem afirma que o Senhor pretendia construir sua igreja, a segunda necessariamente sugere que ele fez isso. Agora quando isso foi conseguido, de quem era a igreja? A igreja não pertence a Cristo? O termo igreja de Cristo não é apenas um nome para distinguir entre uma denominação e outra. Denota possessão. Declara a quem a igreja pertence. Descreve os salvos pertencentes a Cristo, a ekklesia, (“chamados”) que pertencem a Jesus.
Além disso, o livro de Efésios nos diz que a igreja é o corpo de Cristo. Se a igreja é o corpo em Efésios 1:22-23, não é o corpo em Efésios 4? E se há apenas um corpo em Efésios 2 isso não significa que há apenas uma igreja? Lembre-se, também, que você não está na igreja para ser salvo; você está na igreja porque é salvo. A igreja é salva. Isso não é simples?
O que a Bíblia diz sobre o batismo pode ser entendido. Eu sempre fiquei maravilhado com homens que têm tantos problemas em saber se o bastimo é ou não essencial para a salvação. Não podemos apenas entender o que a Bíblia diz sobre o batismo? Por exemplo, em Atos 2:38, Pedro disse ao povo no Pentecostes, “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados...”. Isso é tão difícil? Não podemos entender isso? Se eu falasse, “o aluno que trabalha duro e passa em todas as suas matérias irá se formar” significa que tudo que o aluno precisa fazer é trabalhar duro para se formar? Quer dizer que ele não tem que passar em todas as matérias? E quando Ananias falou para Saulo em Atos 22:16, “levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados”, por que isso é tão difícil de entender? O batismo lava os pecados ou não? Ninguém diz que lava sem fé, mas por que temos tantos problemas em ver que a salvação também não pode vir pela fé somente? E quando Romanos 6 diz que nós “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo”, como é que alguns ainda argumentam que a aspersão é batismo? É tão difícil assim? Como um sepultamento pode ser feito pela aspersão?
E, por favor, entenda que estas não são afirmações que estabelecem a doutrina de uma determinada igreja, são apenas afirmações verdadeiras sobre o batismo tiradas da Bíblia. E se elas não significam nada, como podemos ter certeza se as afirmações sobre a fé ou o arrependimento ou a remissão dos pecados significam algo? Eu afirmo que estas afirmações podem ser entendidas por qualquer pessoa que está honestamente buscando alquilo que a Bíblia ensina sobre o batismo. Isso não é simples?
O que a Bíblia diz sobre cair da graça pode ser entendido. A maioria do mundo das denominações se submete à doutrina de Calvino que diz que uma vez que o homem foi salvo ele não pode pecar de maneira que caia da graça. Onde tem isso na Bíblia? Onde a Bíblia diz uma vez salvo, sempre salvo? Você quer me dizer que não há pecado, nenhuma maneira ilícita de viver, nenhuma blasfêmia que irá causar o homem a perder sua alma uma vez que foi salvo? A palavra de Deus diz que a graça de Deus pode ser recebida em vão (2 Coríntios 6:1); que a graça pode se tornar numa vida imoral (Judas 4); que pode ser frustrada e anulada (Gálatas 2:21); e que você pode cair dela (Gálatas 5:4). E por que Pedro diria: “procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum” (2 Pedro 1:10)? Isso certamente é simples o suficiente, não é?
Reconheço que a Bíblia é difícil em algumas partes. Algumas passagens levam tempo e investigação séria para entender. Mas não é assim com as coisas necessárias para a salvação. Até mesmo a pessoa mais simples pode entender e agir de acordo com os mandamentos que têm a ver com a salvação.

–por Dee Bowman

A Liga 04/05/10 Parte 1/7 Reflita um pouco sobre isso,o que você faz para ajudar?evangeliza?ajuda em comidas e dinheiro?fala do amor de Jesus para dar esperanças a vidas como essas?ou passa direto,afinal não é com você,não ti falta nada né?ou talvez falte,não conseguiu um trabalho,ou não passou na faculdade,ou está irritada com o mundo porque as coisas não saem do seu jeito,ou queria ser mais magra,tens casa,comida,familia,meu vizinho é rico e prospera e eu não!GRAÇAS A DEUS,PORQUE COMO PAULO FALA "A TUA GRAÇA ME BASTA"!


Testemunho - Carlos Humberto Pires

Pregação - Você é Salvo?



A Essência da Salvação – John Stott


- O Evangelho de Deus -

. . . que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho...(2 Tm 1.9,10)

É notável ver Paulo passar, de repente, da referência ao "evangelho" à afirmação central: "Deus . . . nos salvou". É mesmo impossível falar do evangelho sem falar, ao mesmo tempo, da salvação. O evangelho é precisamente isto: boas novas de salvação, ou boas notícias de "nosso Salvador Cristo Jesus" (v.10).   Desde o dia do Natal, quando a boa nova de alegria foi anunciada pela primeira vez, proclamando o nascimento do "Salvador que é Cristo o Senhor" (Lc 2: 10-11), os seguidores de Jesus têm reconhecido o seu conteúdo essencial. Paulo mesmo nunca vacilou a esse respeito. Em Antioquia da Pisídia, na primeira viagem missionária, ele refere-se ao seu evangelho como a "mensagem desta salvação". Em Filipos, na segunda jornada missionária, ele e seus companheiros foram identificados como "servos do Deus Altíssimo, que nos anunciam o caminho da salvação". E ao escrever em Roma aos Efésios, ele intitula a palavra da verdade de "o evangelho da vossa salvação" (At 13:26; 16:17; Ef 1:13).

Assim, aqui, ao escrever a respeito do evangelho, Paulo usa a terminologia costumeira, isto é, que somos salvos em Cristo Jesus por determinação, graça e chamado de Deus, não por nossas próprias obras. É que ele está expondo, nesta sua última carta, o mesmo evangelho que já expusera na sua primeira carta (Galatas). Com o passar dos anos, o seu evangelho não sofreu mudanças; há somente um evangelho de salvação. E conquanto devamos traduzir os termos "evangelho" e "salvação" por expressões mais compreensíveis ao homem moderno, não podemos alterar a substância da nossa mensagem.

A essência da salvação

Precisamos juntar as três cláusulas que afirmam que Deus "nos salvou", "nos chamou com santa vocação" e "trouxe à luz a vida e a imortalidade". Isto explica que a salvação vai muito além do perdão. O Deus que nos "salvou" é também o que, ao mesmo tempo, "nos chamou com santa vocação", ou seja, que nos "chamou para sermos santos". O chamamento cristão é uma vocação santa. Quando Deus chama alguém para si, também o chama à santidade. A isto Paulo dera muita ênfase em suas cartas anteriores. "Deus não nos chamou para a impureza, e, sim, em santificação", porque todos fomos "chamados para ser santos", chamados para viver como povo santo de Deus e separado para ele (1 Ts 4:7; 1 Co 1: 2). Sendo a santidade uma parte integrante no plano de Deus para a salvação, também o é a "imortalidade", da qual escreve no versículo seguinte (v.10). De fato, "perdão", "santidade" e "imortalidade" são três aspectos da grande "salvação" de Deus.

O termo "salvação" precisa ser urgentemente libertado do conceito medíocre e pobre com o qual tendemos a degradá-lo. "Salvação" é um termo majestoso, que evidencia todo o amplo propósito de Deus, pelo qual ele justifica, santifica e glorifica o seu povo: primeiramente, perdoando as nossas ofensas e aceitando-nos como justos ao nos olhar através de Cristo; depois transformando-nos progressivamente, pelo seu Espírito, para sermos conforme a imagem do seu Filho, até que finalmente nos tornemos iguais a Cristo no céu, com novos corpos, num mundo novo. Não devemos minimizar a grandeza de "tão grande salvação" (Hb 2:3).

A origem da salvação

De onde provém tão grande salvação? A resposta de Paulo é: "Não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos" (v.9). Se quiséssemos acompanhar o manancial da salvação até a sua origem, deveríamos então voltar para trás, através do tempo, em direção à eternidade do passado. As palavras do apóstolo são mesmo: "antes dos tempos eternos"  e são traduzidas de diversas formas: "antes do princípio do mundo" (BV), "antes do tempo existir" (CIN), ou "antes de todos os séculos" (PAPF).

Para não pairar qualquer dúvida sobre a verdade de que a predestinação e eleição por Deus pertence à eternidade e não ao tempo, Paulo faz uso de um particípio aorístico para indicar que Deus de fato nos deu algo (dotheisan) desde toda a eternidade, em Cristo. O que Deus nos deu foi "a sua própria determinação e graça", ou "a sua determinação, ou propósito, de nos dar graça".   A sua determinação de dar a salvação não era arbitrária, mas sim fundada em sua graça.  Fica claro, por conseguinte, que a fonte de nossa salvação não são as nossas próprias obras, visto que Deus nos deu a sua própria determinação da graça em Cristo antes que praticássemos quaisquer boas obras, antes de termos nascido e de termos podido fazer quaisquer obras meritórias; antes mesmo da História, antes do tempo, na eternidade.

Temos que confessar que a doutrina da eleição é matéria difícil para mentes finitas mas é, incontestavelmente, uma doutrina bíblica. Ela enfatiza que a salvação é devida exclusivamente à graça de Deus, e não aos méritos humanos; não às nossas obras realizadas no tempo, mas à determinação que Deus concebeu na eternidade; "aquela determinação", como se expressa o Rev. Ellicott, "que não surgiu de algo fora dele, mas que brotou unicamente das maiores profundezas da divina eudokia".  Ou, nas palavras de E. K. Srmpson: "As escolhas do Senhor têm as suas razões imperscrutáveis, mas não se baseiam na elegibilidade dos escolhidos".  Assim sendo, a divina determinação, ou propósito, da eleição é um mistério para a mente humana, já que não se pode aspirar compreender os pensamentos secretos e as decisões da mente de Deus. Contudo, a doutrina da eleição nunca é introduzida na Escritura para despertar ou para diminuir a nossa curiosidade carnal, mas sempre tendo um propósito bem prático. De um lado ela desperta uma profunda humildade e gratidão, por excluir todo o orgulho próprio. De outro lado, traz paz e segurança, porque nada pode acalmar os nossos temores pela nossa própria estabilidade como o conhecimento de que a nossa segurança depende, em última análise, não de nós mesmos, mas da própria determinação e graça de Deus.

O Observador - Apresenta a chamada. Parte 1de 3.

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O Observador - Apresenta a chamada - Suas ultimas palavras.

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Para não Pecar contra Ti - Charles Spurgeon Postado por Charles Spurgeon / On : 16:46/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.

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De todo meu coração te busquei (Sl 119.10-12). Seu coração saíra em busca de Deus como tal; não só desejava obedecer a suas leis, mas também comungar com sua pessoa. Essa é uma busca real, justa e persistente, e pode muito bem ser continuada de todo o coração. O modo mais seguro de purificar o caminho de nossa vida é buscando a Deus como tal e diligenciando-nos em permanecer em comunhão com ele.
E agradável ver como o coração do escritor se volve distinta e diretamente para Deus. Ele estivera considerando uma importante verdade no versículo anterior; aqui, porém, ele mais poderosa­mente sente a presença de seu Deus, e lhe fala e ora a ele como alguém que se encontra bem perto. Um coração sincero não pode viver por muito tempo sem comunhão com Deus.
Sua petição se fundamenta no propósito de sua vida; ele está buscando o Senhor e roga a que o Senhor não permita que ele desista de sua busca. E através da obediência que vamos após Deus; daí a oração: "Não me deixes fugir de teus mandamentos." Pois se desistirmos dos caminhos designados por Deus, certamente não acharemos o Deus que os designou. Quanto mais a totalidade do coração humano é posta na santidade, mais ele teme cair em peca­do. Ele não se sente suficientemente temeroso de cometer trans­gressão deliberadamente quando não passa de um viandante dis­plicente. Ele não pode tolerar um aspecto displicente nem um pen­samento disperso que vagueia para longe dos limites do preceito. Devemos ser como os que sinceramente buscam a Deus, os quais não têm tempo nem vontade de perambular, e juntamente com nossa sinceridade devemos cultivar um zeloso temor para não va­guearmos longe da vereda da santidade.
Duas coisas podem ser bem parecidas e ao mesmo tempo total­mente distintas: os santos são 'peregrinos' - "Sou peregrino na ter­ra" (v. 19) -, mas não são andarilhos; estão de passagem pelo país dos inimigos, mas sua rota segue em frente; estão buscando seu Senhor enquanto atravessam essa terra estrangeira. Seu caminho não é visto pelos homens; porém ainda não perderam sua rota.
O homem de Deus se exercita, mas não confia em si mesmo; seu coração está em seu caminhar com Deus; mas ele sabe que mesmo toda sua força não basta para mantê-lo no rumo certo, a menos que seu Rei seja seu guardador; e Aquele que fez os mandamentos o fará perseverante em obedecê-los; daí a oração: "Não me deixes fugir. “Não obstante, tal senso de carência jamais se converteu em apologia da indolência; pois enquanto orava para ser guardado na rota certa, ele se precavia para percorrê-la, bus­cando o Senhor com todas as veras de seu coração.
Note como a segunda oitava deste Salmo se harmoniza com a primeira: onde o versículo 2 declara que o homem, para ser bem-aventurado, deve buscar o Senhor de todo seu coração; o presente versículo reivindica a bênção declarando o caráter: "De todo meu coração te busquei”.
[v. 11]
Guardo no coração tuas palavras para não pecar contra ti.
Quando uma pessoa piedosa suplica pelo favor divino, ela deve criteriosamente usar todos os meios para sua obtenção; e, con­seqüentemente, como o salmista suplicara que fosse preservado de vaguear sem rumo, ele aqui nos mostra a santa precaução que tomara para evitar de cair em pecado. "Guardei no coração tuas palavras." Seu coração seria guardado pela palavra, visto haver guardado a palavra em seu coração. Tudo quanto escrevera sobre a palavra, e tudo quanto lhe fora revelado pela voz divina - tudo, sem exceção, ele armazenara em suas afeições, como um tesouro a ser preservado num escrínio, ou como uma semente selecionada para ser depositada no solo fértil - que solo mais fértil há do que um coração renovado, totalmente dedicado a buscar o Senhor? A palavra era do próprio Deus, e por isso era preciosa ao servo de Deus. Ele não usa a palavra sobre seu coração como um talismã, mas a ocultou em seu coração como uma norma. Ele a deposita onde habita o amor e a vida, e ali ela encheu as recâmaras com doçura e luz. Devemos imitar a Davi, imitando tanto sua atitude subjetiva quanto seu caráter objetivo. Primeiro, devemos ponde­rar que o que cremos é genuinamente a palavra de Deus; isso fei­to, devemos ocultá-la ou entesourá-la, cada um de per si; e é pre­ciso que notemos bem que isso deve ser feito não como uma proe­za da memória, mas como um jubiloso ato das afeições.
Para não pecar contra ti. Eis aqui o objetivo almejado. Como disse alguém corretamente: Aqui está a coisa mais preciosa - tua palavra; oculta no melhor lugar - em meu coração; com o melhor dos propósitos -para não pecar contra ti. Isso foi feito pelo salmista com cuidado pessoal, como alguém que oculta cuidadosa­mente seu dinheiro quando receia a presença de ladrões; neste caso, o temível ladrão era o pecado. "Pecar contra Deus" é o con­ceito cristão de mal moral; as demais pessoas só se preocupam quando ofendem seus semelhantes. A palavra de Deus é o melhor preventivo para a ofensa contra Deus, pois ela expressa sua mente e vontade e se propõe a levar nosso espírito a conformar-se com o divino Espírito. Nenhuma cura para o pecado na vida se compara a palavra na sede da vida, que é o coração.
Obtém-se uma agradável variedade de significado pondo a ênfase nas palavras 'tua' e 'ti'. Ele fala a Deus, ama a palavra por­que ela é a palavra de Deus e odeia o pecado porque ele é pecado contra o próprio Deus. Se porventura aborrece alguém, sua con­clusão é que com isso ele ofendeu a Deus. Se não provocamos o desprazer de Deus é porque entesouramos sua própria palavra.
E também digno de nota o modo pessoal como alguém temen­te a Deus faz isso: "De todo meu coração te busquei." Seja o que for que outros escolham fazer, ele já fez sua escolha e já colocou a Palavra nos recessos mais íntimos de sua alma como seu mais de­sejável deleite; e se porventura outros preferem transgredir, seu alvo é seguir após a santidade: "Para eu não pecar contra ti." Isso não era o que se propusera fazer, mas o que já havia feito. Muitos são ostensivos em prometer; o salmista, porém, fora autêntico em concretizar; por isso esperava ver um resultado seguro. Quando a Palavra está escondida no coração, a vida estará resguardada do pecado.
O paralelismo entre a segunda oitava e a primeira ainda conti­nua. O versículo 3 fala de não praticar iniqüidade, enquanto que este versículo trata do método de não pecar. Quando formamos uma idéia de alguém abençoadamente santo (v. 3), ela nos leva a fazer um ardente esforço para atingirmos a mesma sacra inocên­cia e divina felicidade; e isso só pode ocorrer através de um cora­ção piedoso alicerçado nas Escrituras.
[v. 12]
Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me teus estatutos.
Bendito és tu5 ó Senhor. Estas palavras de adoração são oriun­das de intensa admiração pelo caráter divino, o qual o escritor humildemente almeja imitar. Ele bendiz a Deus por tudo o que lhe revelara e operara nele; ele o louvo com a calidez de reverente amor e com a profundidade de santa admiração. Estas são tam­bém palavras de percepção que emanam da consciência da pro­funda e infinita felicidade de Jeová em seu interior. O Senhor é e deve ser bendito, pois ele é a perfeição da santidade; e essa prova­velmente seja a razão por que isso é usado como uma súplica neste lugar, E como se Davi dissesse: Vejo que de conformidade contigo meu caminho para a felicidade foi encontrado, pois tu és supre­mamente bendito; e se em minha estatura assimilei tua própria santidade, também serei participante de tua bem-aventurança.
Mal chegou a palavra em seu coração quando um ardente de­sejo veio à tona para assimilá-la e guardá-la. Quando o alimento é deglutido, o próximo passo é digeri-lo; e quando a palavra é rece-:io âmago da alma, a primeira oração é: Senhor, ensina-me seu significado. "Ensina-me teus estatutos."; pois somente assim : aprender o caminho da bem-aventurança. Tu és tão bem-aventurado, que estou certo de que te deleitarás em abençoar ou­tros; e imploro-te que me dês esta dádiva a fim de que eu seja instruído em teus mandamentos. As pessoas felizes geralmente sentem o maior prazer em fazer outros felizes; e com toda certeza o Deus feliz se disporá em comunicar santidade que é a fonte da felicidade. A fé inspirou esta oração e a alicerçou, não em algo visto no homem orando, mas exclusivamente na perfeição do Deus a quem se faz a súplica. Senhor, tu és bendito, por isso abençoa-me com tua doutrina.
Precisamos ser discípulos ou aprendizes - ensina-me. Que honra ter Deus pessoalmente como professor! Quão ousado é Davi em suplicar ao Deus bendito que o ensine! Todavia foi o Senhor mesmo quem pôs tal desejo em seu coração quando a sacra pala­vra foi depositada ali, e portanto podemos estar certos de que ele não se mostrou exageradamente ousado em expressá-la. Quem não se dispõe a entrar na escola de tal Professor com o fim de aprender dele a arte do santo viver? A este Instrutor devemos sub­meter-nos, caso queiramos guardar de maneira prática os estatu­tos da retidão. O Rei que ordenou os estatutos sabe perfeitamente seu significado, e visto serem eles o produto de sua própria natu­reza, ele pode inspirar-nos melhor com o espírito dos mesmos. A petição se impõe a todos quantos desejam purificar seu caminho, visto ser ela muito prática e solícita por instrução, não com base na erudição secreta, mas com base na lei na forma de estatuto. Se porventura conhecemos os estatutos do Senhor, então possuímos uma educação que é muitíssimo essencial.
Que cada um de nós saiba dizer: Ensina-me teus estatutos. Eis aqui uma doce oração para ser feita a cada dia. Ela está a um passo do versículo 10: "Não me deixes fugir", como este está a um passo do versículo 8: "Não me desampares jamais." Sua resposta se acha nos versículos 98-100: "Teus mandamentos me fazem mais sábio que meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais que todos meus mestres, porque me­dito em teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos, por­que guardo teus preceitos." Não, porém, até que fosse repetido ainda pela terceira vez no "Ensina-me" dos versículos 33 e 66, para o quê solicitei a atenção de meus leitores. Mesmo depois des­ta terceira súplica, a oração ocorre novamente em diversas pala­vras nos versículos 124 e 139, e o mesmo anseio se aproxima do final do Salmo, no versículo 171: "Profiram louvor meus lábios, pois me ensinas teus decretos."

Sofra como um bom Saldado de Cristo – Lloyd-Jones

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Observem o apóstolo Paulo escrevendo ao nervoso e amedrontado jovem Timóteo. Eleja lhe havia dito: "Sofre as aflições como bom soldado de Jesus Cristo". Ele dissera a Timóteo que juntasse as suas forças e seguisse adiante. Agora ele quer dar-lhe algo que realmente o encha de poder, pelo que diz: "Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu evangelho" (2 Timóteo 2:8). Cristo não venceu somente os homens, não venceu somente o diabo, venceu a morte e o túmulo, o último inimigo. Ele é todo-poderoso. Lembrem-se disso! E ao lembrar-se disso, o homem se fortalece no Senhor e na força do Seu poder. O nome, a lembrança do poder e do efeito do nome do Senhor ressurreto faz maravilhas.

E assim eu leio no livro de Apocalipse, "Eles o venceram (o inimigo) pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho" (12:11). Eles ameaçaram o diabo com Ele, e com essa ameaça o venceram. Esta é a única maneira. Ah, sim, diz um homem séculos mais tarde:

Quão suave é o nome de Jesus
Aos ouvidos do crente;
Cura as tristezas e as feridas
E expulsa o seu temor.

O nome o fortalece. O nome de Jesus o faz. "Quão suave é o nome de Jesus!" "Expulsa o seu temor." Você sabe usar este nome? Sabe invocá-lo? Sabe o que é ser fortalecido ao simples som dele? Ei-lo aqui de novo:

Forte no Senhor dos exércitos
E no Seu grandioso poder,
Quem confia em Cristo e em Sua força,
Sim, é mais do que vencedor.

O cristão luta, mas confia neste nome, invoca-o, e ele o fortalece. E assim ele é "mais do que vencedor".

Espero que todos nós saibamos usar o nome do Senhor desta maneira. Isto sempre me faz pensar em algo que ouvi muitas vezes quando eu era menino. Tive o privilégio de ser criado num povoado, numa pequena comunidade onde todos nos conhecíamos. Às vezes um valentão amea¬çava um rapazinho, e este ficava aterrorizado porque não tinha nenhuma possibilidade contra o valentão. Que é que o rapazinho fazia? Bem, eis o que com freqüência eu ouvia: o rapazinho sabia que estava perdido, que não podia fazer nada; mas muitas vezes ele parava o valentão simples¬mente dizendo: "Vou falar com meu pai sobre você", ou: "Se você me bater, vou contar ao meu irmão maior". E o valentão, por mais valentão que fosse, ficava com medo do nome do pai. E eu e você, em nossa fraqueza e incapacidade, devemos ameaçar o diabo com o nome do nosso Pai e do nosso bendito Senhore Salvador. Ameace-o! "Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." Diga-lhe: "Sei que sozinho não posso fazer nada contra você; mas, se você relar em mim, Ele me vingará". Ameace-o com o nome do Senhor. Ele é uma torre forte, e o justo corre para lá e fica a salvo. O nome não acrescenta nada à sua força, no sentido puramente físico e material, porém coloca força dentro de você infundindo-lhe confiança. O simples nome, a própria palavra, dá-lhe energia; você pode ameaçar o valentão que o está ameaçando, e você pode pô-lo a correr.

Este é um princípio que se vê em toda parte na vida. Ele explica por que um embaixador tem sucesso em seu trabalho. Ele mesmo não é nada, mas fala em nome do seu país, em nome do seu soberano, fala em nome dos poderes que estão por trás dele. A palavra é dele, todavia o poder é do seu país. E o outro país ouve a palavra de um homem porque sabe que ele é o representante do poder invisível, oculto e grandioso que está por trás dele.

Aí está, pois, um dos modos mais excelentes de ficar firme contra as astutas ciladas do diabo e ser mais do que vencedor. "Forte no Senhor e na força do seu poder." Conhecer o poder do Seu nome! "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno", diga a seu inimigo, "deixe-me. Não pertenço a você, pertenço a Cristo, sou protegido por Ele". "Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho." Queira Deus capacitar-nos a pôr em prática estas preciosas verdades, para que "possamos resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes".

Piedade com Contentamento – João Calvino

Mas a piedade é grande lucro (1Tm 6.6,7). De uma forma elegante, e com uma mudança irônica, o apóstolo repentinamente arremessa contra seus oponentes as mesmas palavras com significado oposto, como se quisesse dizer: "Eles agem errônea e impiamente em fazer comércio da doutrina de Cristo, como se a piedade fosse [fonte de] lucro; e no entanto entenderam corretamente que a piedade é de fato um grande e riquíssimo lucro." Ele a qualifica assim porque ela nos traz plena e perfeita bem-aventurança. Aqueles que se aferram à aquisição de dinheiro, e que usam a piedade para granjearem lucros, tornam-se culpados de sacrilégio. Mas a piedade é por si só suficientemente um imensurável lucro para nós, visto que é através dela que nos tornamos não só os herdeiros do mundo, mas também [é através dela] que somos capacitados para o desfruto de Cristo e de todas as suas riquezas.

Com contentamento. Esta pode ser uma referência ou a uma disposição íntima ou a uma suficiência de riqueza. Se porventura for subentendida como uma disposição, o significado será: os piedosos que nada desejam, mas que vivem contentes com sua pobreza, esses têm granjeado um grande lucro. Mas se for tomada no sentido de suficiência âe possessões - interpretação esta que no momento me agrada -, será uma promessa como aquela do Salmo 34.10: "Os filhos dos leões passam necessidade e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor bem nenhum faltará." O Senhor está sempre presente com seu povo; e, segundo a demanda de nossas necessidades, ele concede a cada um de nós uma porção de sua própria plenitude. Portanto, a genuína bem-aventurança consiste na piedade, e essa suficiência é tão boa quanto um razoável aumento de lucro.

 Porque nada trouxemos para o mundo. Ele acrescenta esta cláusula a fim de definir o limite do que nos é suficiente. Nossa cobiça é um abismo insaciável, a menos que seja ela restringida; e a melhor forma de mantê-la sob controle é não desejarmos nada além do necessário imposto pela presente vida; pois a razão pela qual não aceitamos esse limite está no fato de nossa ansiedade abarcar mil e uma existências, as quais debalde sonhamos só para nós. Nada é mais comum e nada mais geralmente aceito do que essa afirmação de Paulo; mas tão pronto tenhamos concordado com ela - vemos isso acontecendo todos os dias -, cada um de nós prevê que suas necessidades absorverão vastas fortunas, como se possuíssemos um estômago bastante grande para comportar metade da terra. Eis o que diz o Salmo 49.13: "Ainda que pareça loucura que os pais esperem habitar aqui para sempre, todavia sua posteridade aprova o seu caminho." Para assegurarmos que a suficiência [divina] nos satisfaça, aprendamos a controlar nossos desejos de modo a não querermos mais do que é necessário para a manutenção de nossa vida. Ao qualificar de alimento e cobertura, ele exclui o luxo e a superabundância. Pois a natureza vive contente com um pouco, e tudo quanto extrapola o uso natural é supérfluo. Não que algum uso mais liberal de possessões seja condenado como um mal em si mesmo, mas a ansiedade em torno delas é sempre pecaminosa.

Brincar de Deus – J. I. Packer

Os termos que nossa Bíblia traduz por "pecado", tanto no Antigo como no Novo Testamento, significam ou errar o alvo, ou falhar em alcançar um padrão, ou falhar em obedecer à autoridade. Seja o padrão inalcançado, o alvo não atingido, a vereda abandonada, a lei transgredida ou a autoridade desafiada, em cada caso é o homem contra Deus. O pecado é medido à luz de Deus e sua vontade. O pecado é desviar-se do caminho que Deus determinou (Êx 32.8), para um caminho proibido, um caminho de própria escolha (Is 53.6). O pecado consiste em andar contrariamente a Deus, retroceder para longe de Deus, voltar as costas para Deus, desafiar e ignorar a Deus.


Em termos positivos, qual é a essência do pecado? Brincar de Deus. E, como um meio para tanto, recusar-se a permitir que o Criador seja Deus, até onde estiver envolvido aquele que assim agir. A atitude que é a essência do pecado consiste em viver, não para Deus, mas para si mesmo; amar, servir e agradar a si mesmo, sem importar-se com o Criador. Consiste em tentar ser tão independente de Deus quanto possível, colocando-se fora do alcance de sua mão, mantendo-0 afastado, conservando as rédeas da vida em suas próprias mãos, agindo como se a própria pessoa e os seus prazeres fossem a finalidade para a qual as demais coisas, incluindo Deus, existissem. O pecado é a exaltação de si mesmo contra o Criador, evitando prestar a homenagem que Lhe é devida e pondo-se no lugar dEle como o padrão final de referência, em todas as decisões da vida. Agostinho analisou o pecado como orgulho (superbia), aquela louca paixão de ser superior até mesmo a Deus, como um estado de espírito afastado de Deus para uma atitude de auto-absorção (homo incurvatus in se). Assim, o pecado é a imagem do diabo, pois o orgulho auto-exaltado foi o seu pecado antes que se tornasse o nosso (1 Tm 3.6).

Todos esses elementos estavam embrionariamente contidos no primeiro pecado humano, que consistiu em entregar-se à tentação de ser ' 'como Deus" (Gn 3.5). Paulo nos mostra que o pecado começou quando os homens, "tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças" (Rm 1.21). Ele mesmo nos oferece a mais precisa análise do espírito do pecado contida na Bíblia, ao dizer que ' 'o pendor da carne [a mente e o coração do pecador não-regenerado] é inimizade contra Deus" (Rm 8.7) — descontentamento para com o seu governo, ressentimento contra as suas reivindicações e hostilidade para com a sua Palavra; tudo expresso por meio da determinação fixa e inalterável de seguir a sua própria independência, em desafio ao Criador. O substantivo abstrato "inimizade" intensifica a idéia, como se Paulo houvesse dito "essência da inimizade", ou então "inimizade pura".

Dessa atitude de auto-deificação brotam atos de autodeterminação contra Deus e nossos semelhantes: atos de irreligiosidade, no primeiro caso; atos de desumanidade, no segundo caso. Um ser que desprezou o primeiro grande mandamento — amarás a Deus com todas as tuas forças — dificilmente poderia mostrar muito respeito para com o segundo — amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Disso, deriva-se o espírito do pecado, que destroça as relações entre o homem e o seu Criador e também destrói a sociedade humana. Paulo nos apresenta três formas características em que essa ação destruidora se manifesta (Rm 1.26-31; Gl 5.19-21 e 2 Tm 3.2-4).
J. I. Packer

Como pregar o evangelho

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Por: Martyn Lloyd Jones

A apresentação do evangelho é assunto sempre importante, pelas consequências eternas que dependem da nossa atitude para com o evangelho. Para mim não há necessidade de argumentar que é especialmente importante nos dias atuais por duas razões: a apostasia geral, o fracasso da parte das igrejas em não apresentarem o evangelho de Jesus do modo como deveria ser apresentado; e a consequente impiedade e o consumado materialismo que crescentemente, caracterizam a vida do povo. Também é um assunto de urgente importância, em face da natureza dos tempos pelos quais estamos passando. A vida é sempre incerta, mas é excepcionalmente incerta hoje. (…)

Que privilégio maravilhoso o Senhor Deus Todo-poderoso confiar a homens como nós esta obra de propagar e pregar o evangelho! Ao mesmo tempo é uma responsabilidade tremenda. (…)

Este assunto é tão amplo e importante que, obviamente, é impossível tratar dele adequadamente numa só preleção. Tudo o que posso fazer é selecionar o que considero como alguns dos mais importantes princípios relacionados com ele; procurarei ser tão prático quanto poder. (…)

Agora se me fosse pedido falar sobre este assunto em certos círculos, meu primeiro trabalho seria tentar definir a natureza do evangelho, e eu iria adiante e perguntaria: o que é o evangelho? Em muitos círculos as pessoas se extraviaram; caíram em heresias; pregam um evangelho que, para nós, não é evangelho nenhum. Pode ser que alguns de vocês perguntem: “Será necessário gastar tanto tempo no estudo da apresentação do evangelho? Não seria uma coisa que podemos considerar ponto pacífico? Se o homem crê no evangelho, ele está incumbido de apresentá-lo do jeito certo. Se um homem é ortodoxo e crê nas coisas certas, a sua aplicação do que ele crê é algo que cuidará de si mesmo”. Isso, para mim é um erro muito grave; e quem quer que seja tentado a falar assim, não somente ignora a sua própria fraqueza, porém, ainda mais, ignora o adversário das nossa almas, que está sempre tentando frustrar a obra de Deus.

(…) Tomo como prova dois exemplos: Há, por exemplo, homens que parecem evangélicos em sua crença e doutrina; são perfeitamente ortodoxos em sua fé e, todavia, a obra que realizam é completamente infrutífera. Jamais conseguem quaisquer resultados; nunca ficam sabendo de algum convertido resultante do seu trabalho e do seu ministério. Eles são tão firmes quanto você, entretanto o ministério deles não leva a nada. Por outro lado – e esta é a minha Segunda prova – há aqueles que parecem conseguir resultados fenomenais do seu trabalho e dos seus esforços. Empreendem uma campanha, ou pregam um sermão e, como resultado, há numerosas decisões por Cristo, ou o que eles chamam de “conversões”. Contudo, muitos desses resultados não duram; não são permanentes; são apenas de natureza temporária ou passageira. Qual a explicação desses dois casos? (…) Há uma lacuna entre o que o homem crê e o que ele apresenta em seu ensino ou pregação. O perigo quanto ao primeiro tipo é o de apenas falar ACERCA do evangelho, exulta nele; porém, em vez de pregar o evangelho, ele o elogia, diz coisas maravilhosas sobre ele. O tempo todo fica simplesmente falando sobre o evangelho, em vez de apresentar o evangelho. O resultado é que, embora o homem seja altamente ortodoxo e firme, o seu ministério não mostra resultado nenhum.

O perigo quanto ao segundo homem é o de interessar-se tanto e preocupar-se tanto pela aplicação do evangelho e pela obtenção de resultados, que deixa abrir-se uma brecha entre o que ele está apresentando (aquilo que ele crê) e a concreta obtenção dos resultados propriamente dito. Como eu disse, não basta você crer na verdade; você deve ter o cuidado de aplicar da maneira certa o que você crê.

Métodos de Estudo

Há dois meios principais pelos quais podemos estudar este assunto da apresentação do evangelho. O primeiro é estudar a Bíblia mesma, com especial referência a Atos dos apóstolos e às Epístolas do Novo Testamento. Isso deve ser posto em primeiro lugar, se queremos saber como se faz este trabalho. Devemos retornar ao nosso livro-texto, a Bíblia. Devemos retornar ao modelo primitivo, à norma, ao padrão. Em Atos, e nas Epístolas é-nos dito, uma vez por todas, o que é a Igreja Cristã e como é, e como se deve realizar a sua obra. Devemos sempre certificar-nos de que os nosso métodos estão em harmonia com o ensino do Novo Testamento.

O segundo método é suplementar; é fazer um estudo da história da Igreja Cristã subsequente aos tempos do Novo Testamento. Podemos concentrar-nos especialmente na história dos avivamentos e dos grandes despertamentos espirituais; e também podemos ler biografias dos homens que no passado foram grandemente honrados por Deus em sua apresentação do evangelho. Mas devemos notar aqui um princípio da maior importância. Quando digo que é bom fazer um retrospecto e ler a história do passado e as biografias de grandes homens que Deus usou no passado, espero que esteja claro em nossas mentes que precisamos retornar para além dos últimos 100 anos. Vejo muitos bons evangélicos que parecem ser de opinião que não houve nenhum real labor evangelístico até por volta de 1870. Há os que parecem pensar que não se conheceu obra evangelística antes do surgimento de Moody. Conquanto demos graças a Deus pela gloriosa obra realizada nos últimos 100 anos, eu os conclamo a fazerem um estudo completo da história pretérita da Igreja. Vão até o século dezoito. Vão até o tempo dos puritanos, e para mais atrás ainda, à Reforma Protestante. Retrocedam mais ainda, e estudem a história daqueles grupos de evangélicos que viveram no continente europeu na época em que o catolicismo romano detinha o poder supremo. Vão direto aos Pais Primitivos que defendiam idéias evangélicas. É uma história que pode ser rastreada ininterruptamente até a própria Igreja Primitiva. Esse estudo é de importância vital, para que não venhamos a supor, em função de uma falsa visão da história, que a obra evangelística só pode ser feita de uma certa maneira e com a aplicação e o uso de certos métodos.

Eu gostaria de recomendar a vocês um bem completo estudo daquele teólogo americano, Jonathan Edwards. Foi uma grande revelação para mim, descobrir que um homem que pregava como ele podia ser honrado por Deus como o foi, e Ter tão grandes resultados para o seu ministério como teve. Ele era um grande erudito e filósofo, que redigia cada palavra dos seus sermões. Tinha vista fraca, e costumava ficar no púlpito com o seu manuscrito numa das mãos e uma vela na outra e, conforme lia o seu sermão, homens não somente foram convertidos, mas alguns deles literalmente caíam no chão sob a convicção de pecado sob o poder do Espírito. Quando pensamos na obra evangelística em termos de evangelização popular dos 100 anos recém-passados, acho que poderíamos ser tentados a dizer que um homem que pregasse daquela maneira não teria a menor possibilidade de obter conversões . todavia, ele foi um homem usado por Deus no Grande Despertamento ocorrido no século 18. Assim, eu os concito a se entregarem completamente ao estudo da história da Igreja e das coisas grandiosas que Deus fez em várias eras e períodos. Aí estão, pois, as duas linhas mestras que seguiremos na abordagem deste assunto – o estudo da Bíblia e um estudo da Igreja Cristã.

Os Princípios Fundamentais

O objetivo supremo desta obra é glorificar a Deus. Esse é o ponto central. Esse ;é o objetivo que deve dominar e sobrepujar todos os demais. O primeiro objetivo da pregação do evangelho não é salvar almas; É GLORIFICAR A DEUS. Não se tolerará que nenhuma outra coisa, por melhor que seja nem por mais nobre, usurpe esse primeiro lugar.

O único poder que realmente pode realizar esta obra é o Espírito Santo. Quaisquer que sejam os dons naturais que um homem possua , o que quer que um homem seja capaz de fazer como resultado das suas propensões naturais, o trabalho de apresentar o evangelho e de levar àquele supremo objetivo de glorificar a Deus na salvação dos homem, é um trabalho que só pode ser feito pelo Espírito Santo. Vocês vêem isso no próprio Novo Testamento. Sem o Espírito, é-nos dito, não podemos fazer nada. (Desde os tempos bíblicos até a história da igreja nos mostra que somente através da obra do Espírito Santo é que o evangelho foi pregado com poder e autoridade).

O único e exclusivo meio pela qual o Espírito Santo opera é a Palavra de Deus
. Isso é algo que se pode provar facilmente. Vejam o sermão que foi pregado por Pedro no dia de Pentecoste. O que ele fez realmente foi expor as Escrituras. Ele não se levantou para relatar as suas experiências pessoais. Ele deu a conhecer as Escrituras; esse foi sempre o seu método. E esse é também o método característico de Paulo, como se vê em Atos 17:2: “disputou com eles sobre as Escrituras”. No trato com o carcereiro de Filipos, vocês vêem que ele pregou-lhe Jesus Cristo e a Palavra do Senhor. Vocês recordarão as suas palavras na Primeira Epístola a Timóteo, onde ele diz que a vontade de Deus ;e que todos os homem sejam salvos e sejam levados ao conhecimento da verdade (1 Tm.2:4). O meio usado pelo Espírito Santo é a verdade.

A verdadeira motivação para a evangelização deve provir da apreensão destes princípios. E, portanto, de um zelo pela honra e glória de Deus e de um amor pelas almas dos homens.

Há um constante perigo de erro e de =heresia, mesmo entre os mais sinceros, e também o perigo de um falso zelo e do emprego de métodos antibíblicos. Não há nada sobre o que somos exortados mais vezes no Novo Testamento do que sobre a necessidade de constante auto-exame e de retorno às Escrituras.

Aí, penso eu, vocês têm cinco princípios fundamentais claramente ensinados na Palavra de Deus e confirmados profusamente na subsequente história da Igreja Cristã.

A Aplicação dos Princípios

Isto me leva à Segunda divisão principal do nosso assunto, que é a aplicação desses princípios à obra concreta da apresentação do evangelho. Este é um assunto que se divide naturalmente em duas partes principais. Há primeiro a obra de evangelização, e depois a obra de edificação e instrução na justiça.

A Evangelização e os Seus Perigos

O primeiro é o de exaltar a decisão como tal, e este é um perigo especialmente quando vocês estão trabalhando com jovens (…). Mostra-se às vezes no uso da música. (…) Fiam-se na música e no cântico de coros para produzirem o efeito desejado e de ocasionarem decisão. (…) Há os que tem o Dom de contar histórias de maneira comovente e eficaz. Outros parecem por a sua confiança no encanto pessoal do orador.(…)

O segundo perigo é que as pessoas podem chegar a uma decisão resultante de um falso motivo. Às vezes as pessoas se decidem por Cristo simplesmente porque estão desejosas de ter a experiência que outros tiveram (…) Ou pode ser o desejo de Ter este maravilhoso tipo de vida do qual lhe falaram. O evangelho de Jesus Cristo dá-nos uma vida da maravilhosa, e louvamos a Deus por isso, mas a verdadeira razão para nos tornarmos cristãos não é que tenhamos uma vida maravilhosa; é, antes, que estejamos em correta relação com Deus. Às vezes Cristo é apresentado como herói. (…) poderá ser que (…) se unam a nossa classe bíblica ou à nossa Igreja simplesmente porque a mensagem atraiu o seu instinto heróico. (…)

E, a seguir, o último perigo que desejo acentuar sob o presente título, é a terrível falácia de apresentar o evangelho em termos de “Cristo precisa de você”, e de dar a impressão de que, se o rapaz não se decide por Cristo, é um mal sujeito. (…)

Devemos apresentar a verdade; esta terá que ser uma exposição positiva do ensino da Palavra de Deus. Primeiro e acima de tudo, devemos mostrar aos homens a condição em que se acham por natureza, à vista de Deus. Devemos levá-los a ver que, independentemente do que façamos e do que tenhamos feito, todos nós nascemos com “filhos da ira”; nascemos num estado de condenação, culpados aos olhos de Deus; fomos concebidos em pecado e fomos formados em iniquidade. Isso vem em primeiro lugar.

Feito isso, devemos prosseguir e demonstrar a enormidade do pecado. Não significa apenas que devemos mostrar a iniquidade de certos pecados. Não há nada que seja tão vital como a distinção entre pecado e pecados. (…) Depois devemos conclamar os nossos ouvintes a confessarem e a reconhecerem os seus pecados diante de Deus e dos homens. E então devemos ir adiante e apresentar a gloriosa e estupenda oferta de salvação gratuita , que se acha unicamente em Jesus Cristo, e Este crucificado. A única decisão, que é do mais diminuto valor, é a que se baseia na compreensão dessa verdade. Podemos fazer os homens se decidirem como resultado dos nossos cânticos, como resultado do encanto da nossa personalidade, mas o nosso dever não conseguir seguidores pessoais. O nosso dever não é simplesmente aumentar o tamanho das nossas classes de estudo da Bíblia ou das organizações e igrejas. O nosso dever é reconciliar almas com Deus. Repito que não há nenhum valor numa decisão que não esteja baseada na aceitação da verdade.

A Edificação

A minha Segunda subdivisão relacionada com a apresentação do evangelho é a obra de edificação. Este é um grande tema, e tudo o que eu posso fazer é simplesmente lançar certos princípios. Em nenhuma oura parte o perigo de um falso método é mais real do que esta particular questão de edificação, como o que me refiro ao ensino concernente à santificação e à santidade. Não se pode ler o Novo Testamento sem perceber logo Que a Igreja Primitiva reagia contra problemas, perigos e heresias incipientes que a assediavam. Havia os que diziam, por exemplo: “Continuemos no pecado para que a graça seja mais abundante”. Havia os que diziam que, contanto que você fosse cristão, não importava o que você tinha feito, que, contanto que você estivesse certo em suas crenças, o seu corpo não importava e você podia pecar o quanto quisesse. Isto é conhecido como antinomianismo. Havia os que se diziam sem pecados. Havia os que partiam em busca de “conhecimento”, que alegavam Ter alguma experiência esotérica especial que os outros , cristãos inferiores, ignoravam. (…)

Se posso fazer um sumário de todos esses perigos, é o perigo de isolar um texto ou uma idéia e construir um sistema em torno dele, em vez de comparar Escritura com Escritura. Isso é procurar atalho no mundo espiritual. As pessoas tentam chegar à santificação com um só movimento, e assim se privam do processo descrito no Novo Testamento. A maneira de evitar esse perigo é estudar o Novo Testamento, especialmente as Epístolas. Devemos ter o cuidado de não tomar um incidente dos Evangelhos e tecer uma teoria em torno dele(…) Devemos compreender que o nosso padrão nesta questão particular(santidade/santificação) acha-se nas Epístolas.(…)

Conclusão

Permitam-me resumir tudo o que eu venho tentando dizer, da maneira seguinte: se vocês quiserem ser competentes ministros do evangelho, se quiserem apresentar a verdade de modo certo e verdadeiro, terão que ser estudantes assíduos da Palavra de Deus, terão de lê-la sem cessar. Terão que ler todos os bons livros que os ajudem a entendê-la e os melhores comentários da Bíblia que puderem encontrar. Terão que ler o que denomino teologia bíblica, a explicação das grandes doutrinas do Novo Testamento, para que venham a entendê-las cada vez mais claramente e, daí, sejam capazes de apresentá-las com clareza cada vez maior aos que venham ouvi-los. A obra do ministério não consiste meramente em oferecer a nossa experiência pessoal, ou em falar das nossa vidas ou das vidas de outros, mas sim, em apresentar a verdade de Deus de maneira tão simples e clara quanto possível. E o jeito de fazer isso é estudar a Palavra e toda e qualquer coisa que nos ajude nessa tarefa suprema.

Talvez vocês me perguntem: quem é suficiente para estas coisas? Temos outras coisas que fazer; somos homens ocupados. Como poderemos fazer o que você nos pede que façamos? Minha resposta é que nenhum de nós é suficiente para estas coisas, todavia Deus pode capacitar-nos para fazê-las, se de fato estamos desejosos de servi-lO. Não me impressionam muito esses grandes argumentos de que vocês são homens ocupados, de que vocês têm que fazer muitas coisas no mundo e, por isso, não têm tempo de ler estes livros sobre a Bíblia e de estudar teologia, e por esta boa razão: alguns dos melhores teólogos que conheci, alguns dos mais santos, alguns dos homens mais culto, tiveram que trabalhar mais duro que qualquer de vocês e, ao mesmo tempo, foram-lhes negadas as vantagens que vocês gozam. “Querer é poder”. Se eu e vocês estivermos preocupados com as almas perdidas, jamais deveremos alegar que não temos tempo para preparar-nos para este grande ministério; temos que fabricar tempo. Temos que aparelhar-nos para a tarefa, consciente da séria e Terrível responsabilidade da obra. Temos que estudar, trabalhar, suar e orar para podermos conhecer a verdade cada vez mais e cada vez mais perfeitamente. Temos que pôr em prática em nossas vidas as palavras que se acham em 1 Tm.4:12-16. Conceda-nos Deus a graça e o poder para fazê-lo, para a honra e a glória do Seu santo nome.

Fonte: [ Liga Calvinista ]

Herdeiros da Ira de Deus – Thomas Watson – (1620-1686)

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a. Sob o poder de Satanás

A primeira desgraça é que, pela natureza, estamos "sob o poder de Satanás", que é chamado de "o príncipe da potestade do ar" (Ef 2.2). Antes da queda, o homem era um cidadão livre, agora é um escravo; antes, um rei em seu trono, agora, está em grilhões. A quem o homem está escravizado? Aquele que é seu inimigo. Isso tornava pior o cativeiro de Israel. "Sobre eles dominaram os que os odiavam" (SI 106.41). Pelo pecado somos escravizados a Satanás, inimigo da humanidade, que escreve todas as suas leis com sangue. Os pecadores, antes da conversão, estão sob as ordens de Satanás; como o asno está sob o comando do condutor, assim ele conduz todos que labutam pelo mal. Assim que Satanás tenta, eles obedecem. Como o navio está sob o comando do piloto, que o guia pelos caminhos que quiser, assim é o pecador sob o comando de Satanás: e este sempre conduz o navio para o inferno. O maligno dirige todos os poderes e todas as faculdades do pecador.

i.       Satanás dirige o entendimento. Ele cega os homens com ignorância e. depois, dirige-os. Como os filisteus arrancaram os olhos de Sansão e, assim, o amarraram, Satanás pode fazer o que quiser com um homem ignorante, uma vez que ele não enxerga o erro em seu caminho, o mal pode guiá-lo a qualquer pecado. Você pode guiar um cego para onde quiser, pois todo o pecado está fundamentado na ignorância.

ii.      Satanás dirige a vontade. Embora ele não possa obrigar, pode, pela tentação, atrair. "Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos" (Jo 8.44). Ele toma os corações, e estes, passam a lhe obedecer. "Queimaremos incenso à Rainha dos Céus" (Jr 44.17). Quando o mal instiga um pecador com a tentação, ele irá atropelar e quebrar todas as leis de Deus, de maneira a obedecer Satanás. Onde está, então, o livre-arbítrio, quando Satanás exerce tal poder sobre a vontade? "E quereis satisfazer-lhe os desejos." Não há uma só parte do corpo que não esteja a serviço do mal: a cabeça planeja o pecado, as mãos o executam, os pés correm para executar a tarefa do maligno. Cícero dizia: "A escravidão é odiosa para um espírito nobre". Satanás é o pior tirano. A crueldade de um canibal ou de Nero é nada para ele. Outros tiranos governaram sobre o corpo, ele governa sobre a consciência. Outros tiranos mostraram alguma misericórdia para com seus escravos: ainda que trabalhassem nas galés, eles lhes davam carne, davam-lhes horas de descanso. Satanás é um tirano impiedoso: não dá descanso. Quanto pesar Judas suportou. O diabo não lhe deu nenhum descanso até que traísse Cristo e, depois, encharcasse as mãos em seu próprio sangue.

APLICAÇÕES

Primeira aplicação: veja nossa desgraça causada pelo pecado original, escravizados a Satanás. Efésios 2.2 diz que Satanás atua absolutamente nos filhos da desobediência. Que triste praga é para um pecador estar a serviço do mal. Exatamente como um escravo, se os senhores mandam que cave nas minas, quebre pedras nas pedreiras ou puxe os remos, ele tem de obedecer, não ousa recusar. Se o diabo manda que um homem minta ou roube, ele não se recusa e, o que é pior, voluntariamente obedece a esse tirano. Outros escravos são forçados contra sua vontade: "os filhos de Israel gemiam sob a servidão" (Êx 2.23). Os pecadores, porém, estão dispostos a serem escravos, não escolhem a liberdade, mas beijam seus grilhões.

Segunda aplicação: trabalhemos para sair dessa condição deplorável na qual o pecado nos afunda, saindo debaixo do poder de Satanás. Se qualquer um de seus filhos fosse feito escravo, você daria grandes somas de dinheiro para resgatar sua liberdade. Quando, então, suas almas estão escravizadas, não devemos lutar para libertá-las? Promova o evangelho. O evangelho proclama alegria para os cativos. O pecado prende os homens, porém o evangelho os liberta. A pregação de Paulo era "para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" (At 26.18). A estrela do evangelho guia a Cristo e, se tiverem Cristo, então serão livres, embora não da existência do pecado, mas da tirania de Satanás. "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). Vocês desejam ser reis para reinarem no céu e vão deixar que Satanás reine em vocês? Não pensem em ser reis quando morrerem e escravos enquanto viverem. A coroa de glória é dos vencedores, não dos cativos. Então, saia da jurisdição de Satanás, deixe que seus grilhões de pecado sejam eliminados pelo arrependimento.

b. Herdeiros da ira de Deus

"Éramos por natureza filhos da ira." A explanação que Tertuliano faz dessa passagem está errada, pois ele entende a expressão "filhos da ira" de maneira subjetiva, ou seja, sujeitos à ira e à cólera, transgressores freqüentes na irascível faculdade de um espírito irado. Por "filhos da ira", o apóstolo, passivamente, quer dizer herdeiros da ira, expostos à cólera de Deus. O Senhor, no passado, foi um amigo, porém, o pecado quebrou os laços de amizade. Agora, o sorriso de Deus se transformou numa carranca. Julgados no tribunal, fomos feitos filhos da ira. "Quem conhece o poder da tua ira?" (SI 90.11). "Como o bramido do leão, assim é a indignação do rei" (Pv 19.12). Como o coração de Hamã não deve ter tremido, quando o rei, enfurecido, levantou-se durante o banquete (Et 7.7).

A ira de Deus, todavia, é infinita, outras iras são somente fagulhas: em Deus, a ira não é passional, como em nós; é, antes, uma ação da santa vontade de Deus, pela qual ele execra o pecado e decreta a sua punição. Essa ira é muito triste e é ela que acirra a aflição desta vida, como quando vem a doença, atendendo à cólera de Deus, e a consciência entra em agonia. A mistura do fogo com a saraiva deixa a situação mais terrível (Ex 9.24). Portanto, a mistura da ira de Deus com a aflição produz algo torturante: é um cravo a mais no jugo. A ira de Deus, mesmo só ameaçadora (como o aguaceiro suspenso nas nuvens) fazia as orelhas de Eli tinirem; o que dizer, então, de quando a ira é efetuada? É terrível quando o rei avalia e censura um traidor, mas, é muito mais terrível quando ele o manda para o cavalete ou para ser moído na roda. "Quem conhece o poder da ira de Deus?"

Enquanto formos filhos da ira não podemos fazer nada com as promessas, elas são como a árvore da vida, produzindo muitos tipos de fruto, mas da qual não temos o direito de tirar nem uma só folha. "Filhos da ira" (Ef 2.3), "estranhos às alianças da promessa" (Ef 2.12). As promessas são como uma fonte selada. Enquanto estivermos no estado natural, não vemos nada a não ser a espada flamejante, como diz o apóstolo: "Pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador" (Hb 10.27). Enquanto formos filhos da ira, estamos todos "debaixo da maldição" (Gl 3.10). Como o pecador pode comer e beber estando em tal condição? É como Dâmocles, no banquete, que ao sentar para a refeição principal tinha uma espada sobre sua cabeça, pendurada somente por um fio, por isso não podia comer. Assim é a espada da ira e da maldição de Deus, suspensa a todo o tempo sobre o pecador. Lemos sobre um rolo voador, cheio de maldições (Zc 5.3). Um rolo com maldições vai contra cada pessoa que vive e morre em pecado. A maldição de Deus arruina tudo por onde passa. Há uma maldição sobre o nome do pecador, uma maldição sobre sua alma, uma maldição sobre seu estado e sobre sua posteridade, uma maldição sobre a lei. É muito triste se tudo o que o homem comer se transformar em veneno; assim, o pecador come e bebe a própria condenação à mesa de Deus. É assim antes da conversão. Como o amor de Deus transforma qualquer coisa amarga em doce, do mesmo modo a maldição de Deus transforma tudo o que for doce em amargo.

Observe nossa desgraça por causa da queda. "Herdeiros da ira." E esse um estado em que devemos descansar? Se um homem ficar sob a ira do rei não irá se esforçar para se reintegrar a seu favor? Fujamos da ira de Deus. E para onde podemos fugir, senão para Jesus Cristo? Não existe nada mais que nos proteja da ira de Deus. "Jesus, que nos livra da ira vindoura" (lTs 1.10).

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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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