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7 de jul. de 2010

O Que Custa Ser Conquistador de Almas - C.H. Spurgeon



/ On : 14:17/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.
-Sermão-

Quero dizer uma palavra aos que estão tentando levar almas a Jesus. Vocês aspiram a ser úteis e oram por isto. Sabem o que isto envolve? Têm certeza? Preparem-se, então, para ver e sofrer muitas coisas que prefeririam não conhecer. Experiências que lhes seriam pessoalmente desnecessárias virão a ser o seu quinhão, se o Senhor os utilizar para a salvação de outros. Uma pessoa comum pode repousar em seu leito todas as noites, mas o médico não, pois pode ser chamado a qualquer hora. O lavrador pode ficar tranqüilo, acomodado junto da lareira, mas o pastor tem que estar fora, junto com os cordeiros, suportando por causa de les todas as variações do tempo. É como nos diz o apóstolo Paulo: 44Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que tam bém eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com eterna glória". Por esta causa seremos levados a passar por experiências que nos surpreenderão.
Alguns anos atrás padeci terrível depressão de espírito. Suce deram-me certos acontecimentos aflitivos. Já não estava bem, e o meu coração abateu-se dentro de mim. Das profundezas fui for çado a clamar ao Senhor. Pouco antes disso, fui a Mentone para repouso. Sofri muito no corpo, mas muito mais na alma, pois meu espírito estava esmagado. Sob essa pressão preguei um ser mão baseado nas palavras: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Eu estava preparado para pregar sobre aquele texto como jamais esperaria estar. Na verdade, espero que poucos dos meus irmãos tenham penetrado tão profundamente naquelas confrangedoras palavras. Senti na plenitude da minha capacidade o horror de uma alma abandonada por Deus. Não foi uma experiência desejável. Tremo só de pensar em ter de passar outra vez por aquele eclipse da alma. Oro no sentido de que nunca mais sofra desse modo, a não ser que disso pendam os mesmos frutos.
Aquela noite, depois do sermão, entrou no gabinete pastoral um homem quase tão endoidecido como poderia estar sem ser metido num manicômio. Os olhos pareciam prestes a saltar das órbitas. Disse que teria chegado ao desespero total se não tivesse ouvido aquele discurso, o qual o fizera ver que vivia ao menos um homem que compreendia os seus sentimentos e podia descre ver a sua experiência. Falei com ele, procurei animá-lo e lhe pedi que voltasse segunda-feira à noite, quando eu poderia dispor de um pouco mais de tempo para conversar com ele. Tornei a vê-lo, e lhe disse que me dava esperança, e que me alegrava ao ver que a palavra pregada fora tão apropriada para o seu caso. Ao que parece, recusou o consolo que lhe ofereci e, todavia, tive cons­ciência de que a preciosa verdade que ele ouvira estava agindo em sua mente, e que a tempestade de sua alma logo cessaria, dando lugar a uma profunda calma.
Ouçam agora a seqüência daquilo. A noite passada eu pre guei, por incrível que possa parecer isto, sobre as palavras: "O Todo-poderoso que me amargurou a alma", e depois veio falar comigo aquele mesmo irmão que me havia procurado cinco anos antes. Desta vez, o seu aspecto era tão diferente, como o dia di fere da noite, ou como a vida da morte. Disse-lhe: " Alegra-me vê-lo, pois muitas vezes tenho pensado em você, perguntando-me se teria alcançado paz perfeita". Ora, contei-lhes que fui a Mentone e esse irmão tinha ido para o campo, de modo que não nos encontramos durante cinco anos. A minhas perguntas o irmão res pondeu: " Assim foi. O senhor disse que eu dava esperança, e estou certo de que ficará contente ao saber que, desde aquele dia até hoje, tenho andado à luz do sol. Está mudado tudo comi go, tudo transformado". Caros amigos, quando vi aquele homem em desespero, louvei a Deus pelo fato de que a minha terrível experiência me preparara para compadecer-me dele numa verda deira empatia e para guiá-lo. Mas ontem à noite, quando o vi completamente recuperado, o meu coração transbordou de gratidão a Deus por aquelas aflições que eu sofrerá. Iria cem vezes até às profundezas para dar alento a um espírito deprimido. Foi bom eu ter sofrido aflições, para aprender a dizer uma palavra oportuna a um coração angustiado.
Suponhamos, irmão, que mediante uma penosa operação o seu braço direito pudesse ficar um pouco mais comprido; não creio que você se submeteria tranqüilo e sereno à operação. Mas se previsse que, submetendo-se à dor, poderia alcançar e salvar ho mens que estão para afogar-se, e que doutro modo afundariam diante dos seus olhos, creio que se disporia de boa vontade a suportar a agonia, e que pagaria pesada quantia ao cirurgião para poder qualificar-se para o resgate dos seus semelhantes. Reconhe çamos, pois, que para adquirir o poder necessário a fim de con quistar almas para Cristo, teremos que passar pelo fogo e pela água, pela dúvida e pelo desespero, por tormentos mentais e angústias da alma. Naturalmente, a experiência não será idêntica para todos, e talvez nem mesmo para dois de vocês, pois a sua preparação será de acordo com a obra que lhes for confiada. Terão que entrar nas chamas, se tiverem que retirar outros do fogo, e deverão mergulhar nas correntezas, se lhes couber tirar outros das águas. Ninguém pode utilizar uma escada de incêndio para resga te, sem se sentir queimar pelas chamas, e ninguém pode manobrar um barco salva-vidas sem que as ondas o cubram. Se cabe à José preservar a vida dos seus irmãos, ele próprio precisa descer ao Egito. Se a Moisés incumbe conduzir o povo através do deserto, primeiro tem de passar quarenta anos ali com o seu rebanho. É verdade o que disse Payson: "Se alguém pede que dele se faça um ministro de sucesso, não sabe o que pede; e lhe convém considerar se pode beber o amargo cálice de Cristo e ser batizado com o batismo que Ele recebeu",
O que me levou a pensar nisto, foi a oração que o nosso dileto irmão Levinsohn acaba de elevar a Deus. Como percebem, ele é descendente de Abraão e deve sua conversão a um missio nário urbano que é da mesma nacionalidade dele. Se aquele mis sionário não fosse judeu, não teria conhecido o coração do jovem estrangeiro, nem teria conseguido que ele desse ouvidos à mensagem do evangelho. Normalmente os homens são ganhos para Cristo mediante instrumentos adequados, e esta adequação muitas vezes está no poder da empatia. A chave abre a porta porque encaixa no buraco da fechadura; um sermão, toca o coração por que vai de encontro ao seu estado. Eu e vocês temos que ser amoldados e adaptados a todos os tipos e formas de coração e mente. É bem como Paulo diz: "E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus, para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns". É preciso que esses processos operem em nós também. Recebamos alegremente o que quer que o Espírito Santo faça em nossos espíritos para que assim sejamos abençoados para o bem dos nossos semelhantes. Irmãos, venham depositar tudo sobre o altar! Obreiros, entreguem-se às mãos do Senhor! Os delicados e finos talvez precisem de um impactopoderoso para que possam beneficiar os rudes e ignorantes. Osinteligentes e instruídos que se façam de tolos para poderem ga nhar tolos para Jesus, porquanto os tolos precisam ser salvos, e muitos deles não serão salvos a não ser por meios que os doutos não apreciam.
Com que excelência alguns se lançam ao trabalho, quando o de que se necessita talvez não seja finura, mas energia! Por outro lado, quão violentos se mostram alguns, quando é necessá rio agir com tato e gentileza, e não com agressividade! Isto é matéria para aprendizagem. Devemos receber treinamento para isto, como os cães são treinados para seguir a caça. Eis um tipo de experiência: o colega é elegante. Seu desejo é falar fervorosamente, mas também há de fazê-lo de maneira primorosa. Escreveu um sermão muito bem preparado, e pôs em ordem suas anotações em cuidadoso esboço. Mas que pena! Deixou em casa o precioso documento. Que há de fazer? É demasiado polido paradesistir. Tentará falar. Começa bem e vai até o fim da primeira divisão. "Devagar se vai ao longe, caro senhor." Agora, o que vem? Vejam, ele ergue os olhos, à procura da segunda divisão. Que se deve dizer? Que se pode dizer? O bom homem se debate daqui e dali, mas não consegue nadar. Luta para alcançar a terra, e quando sai da água dá para ouvi-lo dizer mentalmente: "Essa é a minha última tentativa". Mas não é. Volta a falar. Vai ga nhando confiança. Desenvolve-se e se torna orador que impres siona bem. Humilhações como essas, porém, o Senhor prepara para ele a fim de que venha a realizar o seu trabalho com efi ciência. No início da nossa carreira de pregadores, somos finos demais para sermos adequados, ou grandes demais para sermos bons. Precisamos servir de aprendizes para aprendermos o nosso ofício. O lápis é totalmente inútil, enquanto não for apontado. É preciso cortar o belo invólucro de cedro. Então o grafite interno que risca e escreve desempenhará bem a sua função.
irmãos, a navalha da aflição é afiada, mas salutar. Vocês não terão prazer nela, mas a fé poderá lhes ensinar a dar-lhe valor. Não estariam dispostos a passar por qualquer prova, se por algum meio possam salvar alguns? Se não for este o seu espírito, me lhor seria ficarem em sua fazenda ou no seu comércio, pois sem estar disposto para sofrer tudo, dentro dos limites possíveis, ninguém jamais conquistará uma alma para Deus.
Quanto medo pode ser que se tenha de sofrer! Contudo, esse medo pode ajudar a comover a alma e a colocá-la na disposição certa para o trabalho. Ao menos, pode levar o coração a orar, e só isto já é grande parte do preparo necessário. Um bom homem descreve assim uma das suas primeiras tentativas de fazer visita com o propósito de falar pessoalmente com indivíduos a respeito da condição espiritual deles: "Enquanto caminhava para a resi dência daquelas pessoas, ia pensando em como introduzir o as sunto, e em tudo o que diria. E durante o percurso todo, estava tremendo e inquieto. Ao chegar à porta, foi como se eu fosse me afundar no meio das pedras. Foi embora a minha coragem. Erguendo a mão para a aldrava, ela caiu de novo, sem tocá-la. Afastei-me uns passos, de puro medo. Um momento de reflexão impulsionou-me de novo à aldrava, e entrei na casa. As frases que pronunciei e a oração que fiz foram muito entrecortadas. Mas estou muito grato, muito mesmo, pelo fato de que os meus temores e a minha covardia não prevaleceram. “O gelo foi que brado"! Esse processo é natural e o seu resultado é altamente benéfico.
Ó pobres pecadores que desejam encontrar o Salvador! Jesus morreu por vocês, e agora Seu povo vive para vocês. Nós não podemos oferecer um sacrifício expiatório por vocês; não é pre ciso que nós o façamos. Todavia, alegremente faríamos sacrifícios pelo bem das suas almas. “Vocês ouviram o que o nosso irmão aca ba de dizer em sua oração: ''Faríamos qualquer coisa, seríamos qualquer coisa, daríamos qualquer coisa e sofreríamos qualquer coisa para podermos levar-lhes a Cristo". Afirmo-lhes que muitos de nós nos sentimos exatamente assim. Acaso não se preocupam consigo mesmos? Seremos nós zelosos quanto às suas almas, e irão vocês menosprezá-las? Sejam mais sábios, eu lhes peço que a sabedoria infinita os leve agora mesmo aos pés do nosso amado Salvador. Amém.

A IRA INFINITA DE DEUS - A. W. PINK

Como traspassar o coração com muitas dores - J .Piper


Uma razão para não correr atrás das riquezas é que essa busca acabará destruindo a sua vida. Essa é a lição dos v. 9 e 10: Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.
Nenhum cristão que busca o prazer desejará lançar-se na ruína e destruição e ser atormentado com muitas dores. Por isso nenhum cristão que ama o prazer deseja ser rico. Faça um teste consigo mesmo. Você aprendeu com a Bíblia sua atitude em relação ao dinheiro ou a absorveu dos meios de comunicação atuais? Ao andar de avião e ler a revista de bordo, verá que quase
cada página ensina e passa um conceito de riqueza exatamente contrário ao de 1 Timóteo 6.9 de que aqueles que querem ser ricos cairão em ruína e destruição. Paulo mostra com muita clareza o perigo que há exatamente no desejo que as revistas exploram e promovem.

As imagens da riqueza

Lembro-me de uma propaganda de página inteira de uma cadeira giratória que mostrava um homem em um escritório todo atapetado. A frase que se destacava dizia: "Seus ternos são feitos por encomenda. Seu relógio é folheado a ouro. Sua cadeira de escritório é...". Sob o retrato do homem lia-se isto: Trabalhei arduamente e também tive sorte: meu negócio é bem sucedido. Eu queria que meu escritório refletisse isso, e acho que consegui. Para minha cadeira escolhi
uma da marca .... Ela combina com a imagem que eu queria transmitir. [...] Se você não pode dizer isso da sua cadeira, será que não está na hora de sentar-se em uma ...? Afinal de contas, você já não ficou muito tempo sem uma dessas?
A filosofia da riqueza nessas linhas é mais ou menos assim: se você trabalhou para ter as imagens da riqueza, seria burrice negá-las a Si mesmo. Se ITimóteo 6.9 é verdadeiro, e o desejo de ser rico nos leva à arapuca de Satanás e à destruição no inferno, então esse anúncio, que explora e promove o desejo, é tão destrutivo como qualquer coisa que você leia nos anúncios sobre sexo em um grande jornal.
Você está alerta e livre das mensagens falsas da propaganda? Ou será que a onipresente mentira
econômica enganou-o a ponto de o único pecado em que você consegue pensar em relação ao dinheiro ser o roubo? Eu sou a favor da liberdade de expressão e de iniciativa porque não tenho nenhuma fé na  capacidade moral de um governo pecaminoso de melhorar as instituições criadas por indivíduos pecaminosos. Mas, em nome de Deus, usemos nossa liberdade como cristãos para dizer não à ambição da riqueza e sim à verdade: há grande lucro na piedade, quando nos contentamos com a satisfação das necessidades mais simples da vida.

O que os ricos devem fazer?

Até aqui estivemos refletindo sobre as palavras dirigidas em ITimóteo 6.6-10 a pessoas que não são ricas mas são tentadas a ser. Em ITimóteo 6.17-19, Paulo fala a um grupo na igreja que já é rico. O que uma pessoa rica deve fazer com seu dinheiro quando se torna cristã? E que o cristão deve fazer se Deus fizer seu trabalho prosperar a ponto de ele ter grandes riquezas à sua disposição? Paulo responde nestes termos: Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas
obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para Si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.
As palavras do v. 19 simplesmente parafraseiam o ensino de Jesus, que disse: Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem
corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
Jesus não é contra o investimento. Ele é contra o mau investimento — ou seja, colocar o coração no conforto e segurança que o dinheiro pode comprar neste mundo. O dinheiro deve ser investido em títulos eternos no céu — "ajuntai para vós outros tesouros no céu!" Como? Lucas 12.32-34 nos dá uma resposta: Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastam, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Portanto, a resposta à pergunta de como acumular tesouros no céu é gastar os tesouros terrenos em projetos de misericórdia em nome de Cristo aqui na terra. Dê esmolas — isto é, arranje para si uma bolsa no céu. Observe que Jesus não está dizendo simplesmente que o tesouro no céu será o resultado inesperado da generosidade na terra. Não, ele diz que devemos objetivar o tesouro no céu. Ajunte-o! Consiga para si bolsas e tesouros que não se estragam! Isso é puro prazer cristão.

Deus é Bom, Então ele Castigará?

 

"Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual: mas eu te argüirei e porei tudo à tua vista" (Salmo 50:21).
O Senhor, através do salmista, queria tornar clara alguma coisa. Isso continua se repetindo hoje em dia. Deus não é exatamente como nós. Desde o começo dos tempos, a humanidade tem tentado remodelar Deus à imagem do homem. Os homens têm feito bezerros de ouro, ídolos de Moloque e de Baal, e os teólogos de hoje debatem uns com os outros buscando provar que Deus é do jeito que eles querem que seja.
Uma coisa sobre Deus, conforme é revelada na Bíblia, que realmente desconcerta muitos, nestes dias, é a idéia de que Deus castigará as pessoas por pecado ou por rebeldia. No filme "Oh Deus", ele é retratado de um modo cômico e é muito mais como as pessoas gostariam que fosse. Ele é bondoso, complacente e nunca irado, "exceto nos seus maus dias". Bem, e o dilúvio? O filme explica: "Isto foi apenas um acidente com o encanamento." Sim, parece que as pessoas querem acreditar nesse tipo de Deus, que algumas vezes atamanca as coisas e é incapaz de mostrar a ira divina. Nossa geração fez isso novamente. Nós remodelamos o Deus verdadeiro e vivente da Bíblia em algo mais a nosso gosto.
Mas sabemos que isso não funciona realmente assim, não é? Os caprichos da humanidade e as preferências quanto ao que desejamos que Deus seja não mudam o que ele realmente é. O fato é que Deus é capaz e está disposto a aplicar a ira com justiça e com razão assim como está disposto e é capaz de aplicar a graça amorosa e misericordiosamente.
Deus não é exatamente como o homem
"De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem..." (Romanos 3:4).
Pense nisto: se Deus diz uma coisa e cada homem na terra diz outra, quem está certo? Deus está!
As pessoas dos dias dos Salmistas eram, de muitas maneiras, iguais às de hoje quando se trata do pecado. Isso não era tão sério para elas, e, por isso, achavam que não era assim tão sério para Deus. Elas estavam erradas.
Elas estavam erradas quando pensavam que, desde que todos pecam e o pecado é tão comum, não pode ser sério. "Deus não deve castigá-lo como a Bíblia diz que ele o fará, porque isso envolveria castigar pessoas demais." Conquanto seja verdade que Deus não tem prazer em castigar os ímpios, sejam poucos ou muitos, permanece o fato de ele ter dito que os tais seriam castigados (Ezequiel 18:30-32; Mateus 7:22-23).
Elas também estavam erradas ao suporem que, por ser amoroso e misericordioso (e ele é!), Deus jamais castigaria ninguém. Ele respondeu à nossa necessidade de salvação graciosa e poderosamente, com grande custo para si. Seu filho pagou na cruz o preço de nossa redenção (Romanos 3:24-26; 5:1-6; João 3:16). Mas temos que responder a graça de Deus com fé; sem fé não podemos agradá-lo (Efésios 2:8; Hebreus 5:8-9; 11:6).
Elas também estavam erradas quando decidiram que a paciência de Deus significava que o pecado não o preocupasse, que não fosse algo sério. O Senhor nos diz para não tratarmos levianamente sua tolerância. Não a tomemos com uma licença para continuar pecando, e sim como uma oportunidade para arrependermo-nos e acertarmo-nos com Deus (Romanos 2:4-10; 2 Pedro 3:3-4).
Muitos deixam de entender que Deus é absolutamente justo
"Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre. Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração confirmado com graça ..." (Hebreus 13:8-9).
O padrão de Deus para o que é certo e moral não tem mudado. As sociedades humanas vêm e vão, e com elas os costumes humanos e os padrões de comportamento. Hoje em dia vivemos em uma sociedade que glorifica o pecado e a rebelião contra Deus, enquanto diminui a probidade. As coisas têm mudado... porém não com Deus. Poderíamos bem desejar que ele mudasse junto conosco, mas ele não mudará. Por quê? Porque ele é justo e santo, e se temos que ser aceitáveis por ele, precisamos andar em sua luz; ele não andará em nossa escuridão (1 João 1:6-10).
Quando estivermos perante Deus em julgamento, seremos julgados de acordo com nossos atos (2 Coríntios 5:10). Esse julgamento será correto e perfeito. Se o seu juízo não contar com nossa aprovação, mesmo assim nada poderemos fazer. Não haverá apelação, nem escapatória, nem perdão do governador. Deus é sem injustiça (Deuteronômio 32:1-6). A única resposta é para o pecador (que seríamos todos nós, homens e mulheres) render-se completamente à vontade de Deus ao depor sua fé pessoal na graça de Deus através de seu filho Jesus.
Deus tem tanta capacidade como vontade de castigar o pecado
"E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto o juízo..." (Hebreus 9:27).
O dilúvio não foi um acidente com o encanamento, e o dia final não envolverá um fogo acidental com o lubrificante. Esta era se concluirá com uma remoção propositada das coisas que existem... a terra e tudo existente nela. Se não lidarmos com nossos pecados no próprio modo de Deus, como é revelado no evangelho, nesta vida, então responderemos por eles após a morte. O pecado constrói uma barreira entre o homem e Deus, e há somente um poder no universo que pode derrubar essa barreira. É o sangue de Jesus Cristo. Em seu nome, podemos gozar o perdão (Atos 2:37-38; 4:12). Fora dele, estamos perdidos, perdidos, perdidos!

-por Jon W. Quinn

CAP 6 - UM ESTUDO SISTEMÁTICO DE DOUTRINA BÍBLICA A VONTADE DE DEUS

 

vontade de Deus aqui se usa para abarcar o seguinte: (1) A faculdade de Deus auto-determinar-se e escolher. (2) A preferência inerente de Deus. (3) O propósito e plano de Deus.
I. QUALIDADES DA VONTADE DE DEUS
1. LIBERDADE.
Liberdade da vontade, quer de Deus, anjos ou homens, significa que a vontade não está constrangida por qualquer coisa fora da natureza do ser que a possui. Mas não quer dizer que a vontade pode agir independente do ou contrário ao caráter desse ser. Na operação da vontade temos simplesmente um ser moral preferindo, escolhendo e determinando cursos de ação em vista de motivos. Os motivos influenciam, mas não constrangem a vontade. A energia relativa dos motivos é determinada pelo caráter. A vontade jamais está sujeita ao capricho ou à arbitrariedade.
2. FORÇA.
Falamos de alguns homens a quem falta força de vontade. Por isto queremos significar que lhes falta a força de vontade para quererem o que deveriam querer. Isto resulta da perversidade do caráter ou da natureza do homem através do pecado. Mas não há falta de força em Deus para querer o que Ele deveria querer. O Seu caráter é perfeitamente santo. Conseqüentemente, Deus sempre quer aquilo que é perfeitamente santo, justo e bom.
II. FASES DA VONTADE DE DEUS
1. VONTADE OU PROPÓSITO DE Deus.
Deus propôs ou decretou tudo que se tem passado e tudo que ainda terá de passar. Salmos 135:6; Isaías 46:10; Daniel. 4:35; Atos 2:23; 4:27,28; 13:48; Romanos 8:29,30; 9:15-18; Efésios 1:11. Estas passagens mostram que Deus é um soberano absoluto ao dirigir todos os negócios deste mundo e ao distribuir a graça salvadora. Sua vontade de propósito inclui tanto o mal como o bem, tanto o pecado como a justiça e é sempre executada perfeitamente. Mas são necessárias as seguintes subdivisões da vontade e do propósito de Deus.
(1). O Propósito Positivo de Deus.
Deus é a causa ativa e positiva de todo o bem. Tudo que é bom é o resultado da operação eficiente do poder de Deus, quer diretamente ou por meio de Suas criaturas. É a esta subdivisão da vontade e do propósito de Deus que se aplica Filipenses 2:13, que nos diz: "É Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade".
(2). O Propósito Permissivo de Deus.
Deus não é a causa do mal; mas, por razões justas, santas e sábias, só por Ele inteiramente conhecidas, Ele decretou permitir aquele mal que vem a acontecer, dominando-o para Sua própria glória. É à vontade permissiva de Deus que se refere a Escritura, quando diz: "seguramente a ira do homem Te louvará e o remanescente da ira Tu o restringirás" (Salmos 76:10). Esta passagem frisa que Deus restringe os homens de fazerem mais pecados do que Ele se apraz dominar para Sua glória; portanto, Ele lhes permite cometerem tal pecado como o que cometem. Ele podia guardar os homens de todo o pecado tão facilmente como Ele os detém no lugar apontado. Não podemos dar razão porque Deus permite o pecado que satisfará a mente carnal, mas o fato que Ele o faz é abundantemente claro; e, desde que Deus sempre faz o bem, sabemos que é direito para Ele permitir semelhante pecado como o que se vem a passar.
Em Atos 2:23 e 4:27,28 temos uma clara afirmação que a crucificação de Cristo foi parte da vontade propositante ou decretante de Deus. Mas sabemos que Deus não fez os crucificadores fazerem eficientemente o que eles fizeram, que tal tornaria Deus responsável pela morte de Cristo: Deus meramente retirou o Seu poder restritivo e permitiu aos crucificadores proceder segundo os seus próprios desejos maus. Isso é tudo que Deus tem a fazer para alcançar o perpetramento de qualquer pecado que lhe apraz dominar para Sua glória. O homem cometerá qualquer pecado que Deus lhe permitir cometer.
O endurecimento do coração de Faraó, segundo Êxodo pormenoriza, e fazer vasos para desonra (Romanos 9:31) são para ser entendidos como vindos sob o propósito permissivo de Deus.
As seguintes citações podem ajudar a exemplificar a relação de Deus com o pecado. "Que o pecado procede dos homens mesmos; que, pecando, eles realizam esta ou aquela ação, é de Deus, que divide as trevas segundo o Seu prazer" (Agostinho). "Deus não é a força causadora, mas a força dirigente nos pecados do homem. Os homens estão em rebelião contra Deus, mas não estão fora de sob o Seu controle. Os decretos de Deus não são a causa necessitante dos pecados do homem, mas os limites e as diretrizes predeterminados e prescritos aos atos pecaminosos dos homens" (C. D. Cole, Baptist Examiner, March. 1, 1932). "Os desejos do pecado são os desejos do homem; o homem é culpado; o homem é para ser acusado, mas o Deus onisciente impede esses desejos de produzirem ações indiscriminadamente, Ele compele esses desejos a tomarem um certo curso divinamente estreitado. As enchentes da iniqüidade são do coração dos homens, mas não lhes é concedido cobrirem a terra: são trancadas pelo apontamento soberano de Deus no Seu canal e assim são os homens desapercebidamente contidos em represas, de modo que nem um jota do propósito de Deus cairá. Ele traz as torrentes dos ímpios ao canal de Sua providência a moverem o moinho do Seu propósito" (P. W. Hedward).
2. A VONTADE DE PRECEITO DE DEUS.
Faz-se clara distinção em Deuteronômio 29:29 entre a vontade de propósito de Deus e Sua vontade de preceito. Diz esta passagem: "As coisas secretas pertencem a Jeová nosso Deus, mas as que estão reveladas pertencem-nos e aos nossos filhos, para que façamos todas as palavras desta Lei". "As coisas secretas" têm referência à vontade decretante de Deus ou Sua vontade de propósito". "As coisas que estão reveladas" têm referência à vontade preceptiva de Deus ou Sua vontade de mando.
A vontade preceptiva de Deus difere da Sua vontade de propósito em esta abarcar tanto o mal como o bem, ao passo que a vontade preceptiva abarca só aquilo que é bom em si mesmo. Uma outra diferença entre estas duas fases da vontade de Deus está no fato que a vontade propositiva de Deus é executada sempre, enquanto que a sua vontade preceptiva se cumpre muito imperfeitamente na terra. A vontade preceptiva de Deus fixa a responsabilidade do homem; a propositiva nada tem a ver com essa responsabilidade.
3. VONTADE PRAZENTEIRA DE DEUS.
A referência aqui é ao prazer e desprazer nas coisas em si mesmas consideradas em contraste com coisas consideradas como um todo. Considerado em si mesmo, Deus nunca se agradou do pecado. Considerada em si mesma, Deus está sempre agradado com a verdadeira justiça; mas, em vista de coisas como um todo, Ele não decretou que todos os homens virão à justiça.
Não suponha ninguém que aqui se quis dizer que Deus teria algumas coisas a acontecer que Ele não pode fazer que aconteçam; ou que Ele impediria que acontecessem algumas coisas que Ele não pode impedir. Deus sempre executa o que Ele quer executar, mas, ao fazê-lo, Ele usa aquilo que em Si mesmo não é uma coisa agradável a Ele. Tal como um pai, tomando gosto no devido treino de um filho, muitas vezes castiga o filho, não obstante o fato que o castigo em si mesmo não proporciona prazer ao pai.
O prazer de Deus em coisas como um todo sempre se realiza. "O nosso Deus está nos céus; Ele fez tudo o que Lhe aprouve" (Salmos 115:3). "O que quer que a Jeová agradou, isso Ele fez, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos" (Salmos 135:6). "Declarando o fim desde o princípio e desde os velhos tempos as coisas ainda não feitas; dizendo: O meu conselho ficará firme e farei toda a minha vontade" (Isaías 46:10).
É na base da fase da vontade de Deus agora sob consideração que Ezequiel 33:11 se explica e se entende (Talvez devamos entender 2 Pedro 3:9 da mesma maneira, mas não 1 Timóteo 2:4. Vide a Versão Revista de 2 Pedro 3:9 e exposição em "An Americam Commentary on the New Testament". Em 1 Timóteo 2:4 "todos" alude a todas as classes. Vide exposição do v. 6 no capítulo sobre expiação). Contudo, a morte aqui mencionada não é a morte espiritual, mas a morte física no assédio babilônico; mas a relação da declaração com a vontade de Deus é a mesma. Em si mesmo considerada, a ruína dos israelitas no sitio babilônico não foi coisa agradável a Deus; mas, considerada em conexão com as coisas como um todo, Deus decretará permitir a morte de muitos deles.
A salvação dos homens é em si mesma coisa agradável a Deus como se evidencia pelo Seu mandamento que todos os homens se arrependam (Atos 17:30); mas Deus não decretou ou propôs que todos se salvassem.

Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004 
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04

NÃO CUMPRIMOS A LEI, NÃO HÁ LIVRE-ARBÍTRIO - LUTERO

O Poder Redentor do Sangue de Cristo - Spurgeon

/ On : 21:51/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.




"...não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados... mas com o precioso sangue de Cristo..." (I Ped. 1:18-19).




Ele redime da lei. Todos nós estávamos sob a lei, que diz: "Faça isto, e viva". Éramos escravos dela; Cristo pagou o preço do resgate e a lei não é mais o nosso mestre tirano. Estamos completamente livres dela. A lei tem uma terrível maldição: qualquer que violar um de seus preceitos deve morrer. "Cristo nos redimiu da maldição da lei, tendo sido feito maldição em nosso lugar" (Gal. 3:13). Pelo temor de sua maldição, a lei infligia um contínuo pavor àqueles que estavam debaixo dela; eles sabiam que a tinham desobedecido, e permaneciam todo o tempo de suas vidas sujeitos à escravidão, temendo que a morte e a destruição viessem sobre eles a qualquer momento. Nós, porém, não estamos sob a lei, mas sob a graça, e conseqüentemente "não recebemos o espírito da servidão novamente para temer, mas recebemos o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rom. 8:15).
Nós não tememos a lei agora; seus piores trovões não podem nos atingir porque não são proferidos contra nós! Seus mais tremendos raios não podem nos tocar, porque estamos protegidos sob a cruz de Cristo, onde o trovão perde seu terror e o raio sua fúria. Agora lemos a lei de Deus com prazer; nós a vemos como na arca, coberta com o propiciatório, e não trovejando tempes­tuosamente como se procedesse do monte Sinai.
Feliz é o homem que conhece a completa redenção da escravidão à lei, de sua maldição, de sua penalidade e do seu terror. Meus irmãos, a vida de um judeu poderia ser considerada feliz se comparada à dos gentios, porém era a perfeita escravidão quando a comparamos com a sua vida e a minha. Ele estava cercado por centenas de mandamentos e proibições, suas formalidades e cerimônias eram muitas, e seus detalhes minuciosamente arranjados. Ele estava sempre em perigo de se tornar impuro. Se se sentasse numa cama ou num banco poderia se contaminar, se bebesse água de uma vasilha ou mesmo se tocasse as paredes de uma casa, onde antes um homem leproso tivesse também tocado, ele Ficaria contaminado.
Milhares de pecados por ignorância eram como muitas armadilhas preparadas em seu caminho; ele deveria viver perpetuamente temendo, se não quisesse ser cortado do povo de Deus. Quando ele fazia o melhor no seu dia-a-dia, sabia que ainda não terminara; nenhum judeu poderia considerar sua obra terminada. O novilho fora oferecido mas ele deveria trazer outro; o cordeiro fora imolado pela manhã, mas outro deveria ser oferecido à tarde e outro amanhã, e ainda outro no dia seguinte. A Páscoa é celebrada com ritos sagrados, isto deveria se repetir da mesma maneira a cada ano. O sumo sacerdote havia entrado além do véu uma vez, mas deveria entrar lá novamente; a coisa nunca terminava, pelo contrário, estava sempre recomeçando. Ele nunca estava próximo de um fim. "A lei nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem". (Heb. 10:1).
Mas, vejamos nossa posição. Somos livres dessas coisas. Nossa lei está cumprida, pois Cristo é o fim da lei para a justiça; nosso cordeiro pascal foi imolado, pois Jesus morreu: nossa justiça está terminada, pois somos completos nEle; nossa vítima está morta, nosso sacerdote entrou além do véu, o sangue foi aspergido, estamos limpos e livres de qualquer contaminação, "Porque (Ele) aperfeiçoou para sempre os que são santificados" (Heb. 10:14). Valorizem este precioso sangue, meus amados, porque foi assim que Ele os redimiu da escravidão e de cativeiro que a lei impôs sobre Seus seguidores.

Uma Estranha Descoberta - John Piper

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"Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer"

Talvez tenha sido simples obediência ao mandamento de Cristo expresso em Atos 9.15, 16. Quando Jesus enviou Ananias para abrir os olhos de Paulo depois de ele ter ficado cego na estrada para Damasco, disse: "Vai, porque este [Paulo] é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome. Em outras palavras, o sofrimento era simplesmente parte do chamado apostólico de Paulo. Para ser fiel ao seu chamado, ele tinha de receber tudo o que Cristo lhe dava: muito sofrimento.

"Dava" é a palavra certa. Porque, ao escrever aos filipenses, Paulo, incrivelmente, chama o sofrimento de dádiva, do mesmo modo que a fé: "Foi-vos concedida a graça (echaristhe - dar gratuitamente) de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele" (Fp 1.29). Mas isso significaria que a "dádiva" dada a ele como parte do seu apostolado não é vista por Paulo como limitada aos apóstolos. Ela é "concedida" aos crentes de Filipos, a toda a igreja.

Outras pessoas têm feito a mesma descoberta estranha, de que o sofrimento é uma dádiva a ser recebida. Alexander Solzhenitsyn falou do seu tempo na prisão, com todo o seu sofrimento, como uma dádiva. "Foi apenas quando eu estava deitado sobre a palha podre da cela que eu senti dentro de mim o bem se movendo pela primeira vez. Gradualmente, foi-me revelado que a linha que separa o bem do mal não passa entre países, nem entre classes, nem mesmo entre partidos políticos, mas bem pelo meio de todo coração humano — e pelo meio de todos os corações humanos. [...] Bendita seja, prisão, por ter feito parte da minha vida." Solzhenitsyn concorda com o apóstolo Paulo em que o sofrimento é — ou pode ser— uma dádiva não apenas para os apóstolos, mas para cada cristão.

Para mostrar que ele era simplesmente um cristão Isso levanta a seguinte pergunta: será que Paulo acatou seu sofrimento porque isso confirmaria que ele era simplesmente um discípulo fiel de Jesus? Jesus dissera: "Se alguém quer vir após mim, a Si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, esse a salvará" (Lc 9.23, 24). Portanto, não existe cristianismo verdadeiro  sem cruz para carregar e sem morrer diariamente — o que se mostra bem parecido com a exclamação de Paulo: "Dia após dia, morro!" (ICo 15.31). Mais que isso, Jesus tinha dito aos seus discípulos: "Não é o servo maior que o seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros" (Jo 15.20). Por essa razão, alguma coisa estaria errada se Paulo não partilhasse os sofrimentos de Jesus. Jesus dera aos seus discípulos uma imagem sinistra do ministério deles: "Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos" (Lc 10.3). E lhes prometera: "Sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós" (Lc 21.16); "sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome" (Mt 24.9).

É evidente que Paulo não pensava que essas promessas de sofrimento restringiam-se aos primeiros doze apóstolos, porque passou-as às suas igrejas. Por exemplo, ele encorajou todos os seus convertidos, dizendo-lhes: "Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus" (At 14.22). E animou os atribulados crentes de Tessalônica, dizendo-lhes: "Ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto" (lTs 3.3). E, ao escrever para Timóteo, formulou um princípio geral: "Todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (2Tm 3.12). Quando falava dos seus sofrimentos, não dizia que eram exclusivos, mas incentivava as igrejas: "Sede meus imitadores" (ICo 4.16). Portanto, seria compreensível se Paulo aceitasse uma vida de sofrimento porque simplesmente confirmaria que ele era cristão. "Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros."

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"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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