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1 de out. de 2010

2 Coríntios 9:7 “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.”Mateus 23:23 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.” Provérbios 3:9 “Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda.” “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.” Ml 3.10 Levítico 27:30 “Também todos os dízimos da terra, quer dos cereais, quer do fruto das árvores, pertencem ao senhor; santos são ao Senhor.” Deuterenômio 14:22-23 “Certamente darás os dízimos de todo o produto da tua semente que cada ano se recolher do campo. E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus por todos os dias.” 1 Coríntios 9:13-14 “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que servem ao altar, participam do altar? 4Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.”Malaquias 3:8 “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.” Deuterenômio 16:17 “Cada qual oferecerá conforme puder, conforme a bênção que o Senhor teu Deus lhe houver dado.”



[PVE] O Dízimo é válido nos dias de hoje?









O dízimo nos moldes que nós temos no Antigo Testamento não é mais aplicável nos nossos dias. No Novo Testamento nós temos as ofertas voluntárias para sustentar a obra de Deus.


A Epístola aos Hebreus, principalmente os capítulos 9 e 10, deixa bastante claro que todas as cerimônias do Antigo Testamento foram abolidas com a vinda de Cristo, pois elas apenas tipificavam Aquele que viria, eram sombras da realidade que é Cristo. Além dessa epístola, Paulo fala constantemente sobre a abolição das cerimônias do Antigo Testamento no Novo Testamento, como em Gl.4.8-11, Cl.2.8-23, etc. Assim, a questão é determinar se o dízimo fazia parte da lei cerimonial ou da lei moral. A lei moral é permanente (Mt.5.17-18) e a cerimonial, como eu disse acima, é transitória. Assim, dependendo de onde o dízimo se encaixa, ele é válido ou não para os dias de hoje. Quando analisamos o Antigo Testamento percebemos que o dízimo estava totalmente amarrado ao sistema sacrificial daquele tempo, e havia vários tipos de dízimo (Lv 27.32; Nm 18.21-28; Dt 12.6-17; 14.22-28; 26.12). Estando dessa forma ligado aos sacrifícios e ao sacerdócio veterotestamentário, o dízimo como era praticado no Antigo Testamento é impraticável nos dias de hoje. Assim, ele está incluso dentro da lei cerimonial e, dessa forma, não é mais aplicável no Novo Testamento.


Alguns usam a passagem de Mateus 23.23 para defender que o dízimo é válido atualmente. Mas é importante observar que, apesar do Novo Testamento começar sua narrativa com o nascimento de João Batista e de Jesus, a Nova Aliança só começou, de fato, quando Jesus morreu (Mt 26.28; 27.51; Cl 2.14; Hb 9.11-17). Assim, quando Jesus disse o que está escrito em Mt 23.23, eles ainda estavam no Antigo Testamento. Portanto, essa passagem não pode provar a validade do dízimo para o Novo Testamento.


Outros tentam defender a validade do dízimo com a passagem de Hebreus, capítulo 7. Porém, nessa passagem o autor da carta apenas mostra a superioridade de Cristo em relação ao sacerdócio do Antigo Testamento usando Melquisedeque como um tipo de Cristo, pois Arão (representando o sacerdócio veterotestamentário) pagou dízimos a Melquisedeque na pessoa de Abraão, mostrando sua inferioridade em relação à Melquisedeque. O objetivo da passagem não é falar sobre a validade ou não do dízimo para os dias de hoje, mas mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo.


Dito isso, é importante mencionar que, atualmente, muitos "cristãos" estão prontos para negar a validade do dízimo para os nossos dias, não porque querem dar mais, mas porque querem dar menos, ou até mesmo nada. Para esses eu digo que quem supostamente se converteu ao Senhor, mas não converteu o seu bolso, deve reavaliar sua conversão. O cristão reconhece que não apenas 10% do seu salário pertence ao Senhor, mas todos os seus bens. Assim, o verdadeiro cristão faz planejamentos financeiros para não gastar em coisas supérfluas, a fim de poder contribuir com o máximo possível para o Reino de Deus, voluntariamente. O verdadeiro cristão não busca viver uma vida de luxo, pois seu deus não é o dinheiro, e sim o Senhor, a quem Ele coloca em primeiro lugar.


Tomemos como exemplo a contribuição da igreja primitiva. A viúva no templo deu tudo o que tinha (Lc.21.1-4). Os primeiros cristãos vendiam propriedades e depositavam todo o valor aos pés dos apóstolos (At.4.34-37). Os pobres da Macedônia contribuíram acima de suas posses (II Co.8.1-3). Esse é o padrão que o cristão deve seguir.


Devemos também lembrar que os pastores que Deus designou para pastorearam o rebanho precisam de sustento, sendo responsabilidade da igreja provê-lo (1Co 9.3-14; ). Portanto, as ofertas voluntárias também são usadas para compor o salário do pastor, provendo os recursos materiais necessários para que ele continue anunciando o Evangelho.


Para aqueles irmãos que congregam em igrejas onde o dízimo é praticado (como também é o meu caso), tenho recomendado que continuem contribuindo com o dízimo, mas considerando-o em seus corações como uma oferta voluntária, e não se satisfazendo em contribuir apenas com a décima parte, mas com o máximo possível, como acontecia na igreja primitiva.


Por André Aloísio, colaborador do VoltemosAoEvangelho.com e autor do Teologia e Vida







Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.








Dízimo: uma breve história 


A primeira pessoa a dar dízimos na Bíblia foi Abraão. Quando Melquisedeque veio ao seu encontro, trazendo pão e vinho após uma batalha, "de tudo lhe deu Abrão o dízimo" (Gn 14:20). Entretanto, a prática do dízimo não começou com Abraão e não se pode dizer que foi uma prescrição divina feita a ele.

A literatura antiga indica que a prática do dízimo era comum entre o povo semita e outros povos da antigüidade. Muitas vezes se restringia a um imposto pago aos reis ou conquistadores, mas era geralmente relacionado com o sagrado. O dízimo de Abraão se dá num contexto político e religioso, pois Melquisedeque era não apenas rei de Salém mas também "sacerdote do Deus Altíssimo" (Hb 7:1).

A palavra dízimo no Antigo Testamento vem de ma‘aser e significa "décima parte". Geralmente estava relacionado ao pagamento de um décimo dos frutos da terra e dos animais. A origem da quantidade pode estar relacionado ao sistema de contagem decimal, baseado nos dedos das mãos e também ao fato de que dez é em si mesmo considerado perfeito, além de ser a soma de dois outros números considerados sagrados: sete e três.

Depois de Abraão, vemos seu neto Jacó prometendo que "de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo" (Gn 28:22). As circunstâncias dessa promessa são bem conhecidas, mas como, e se ele de fato cumpriu a promessa, não é possível saber. Do ato de Abraão e do voto de Jacó pode-se deduzir que o dízimo era uma prática esporádica, como retribuição pelo sucesso em situações marcantes, como uma batalha ou jornada. Era uma forma de reconhecer o direito soberano de Deus sobre os sucessos da vida.

Foi durante a trajetória dos filhos de Israel pelo deserto que o dízimo surgiu como uma prescrição da lei. Estranhamente, porém, as leis sobre o dízimo não constam do livro de Êxodo. Além disso, o restante do pentateuco apresenta posições diversas a respeito da prática do dízimo, o que pode significar que a mesma mudou de acordo com o momento ou a situação experimentada por Moisés e o povo no deserto. Essas variações incluem tanto o propósito como a forma de praticar o dízimo.

Levíticos é o único livro a declarar "que todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor" (27:10) e nele o dízimo não é atribuído ao levita. A sua aplicação é geral, sobre os frutos da terra e do rebanho, sendo permitido que se faça o resgate dos dízimos sobre a colheita, com o acréscimo da quinta parte de seu valor.

Em Números é que Deus diz "aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação" (18:21), os quais, por sua vez, deveriam apresentar "uma oferta ao Senhor, o dízimo dos dízimos" (18:26), entregues aos sacerdotes. E como o povo ainda não estava estabelecido na Terra, o dízimo poderia ser comido "em todo lugar, vós e a vossa casa, porque é vossa recompensa pelo vosso serviço na tenda da congregação" (18:31).

Já no livro de Deuteronômio, o dízimo é tratado sob a perspectiva do estabelecimento na Terra Prometida. Assim, a ordem agora é "nas tuas cidades, não poderás comer o dízimo" (12:17) pois "haverá um lugar que escolherá o Senhor, vosso Deus... a esse lugar fareis chegar tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos" (12:11). A entrega do dízimo se daria mediante um ritual familiar, no qual "comerás [o dízimo] perante o Senhor, teu Deus, no lugar que o Senhor, teu Deus, escolher, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, e tua serva, e o levita que mora na tua cidade; e perante o Senhor, teu Deus, te alegrarás em tudo o que fizeres" (12:18). Porém, a cada três anos, o dízimo seria retido nas cidades e entregues aos levitas e necessitados, conforme a prescrição "ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade" (14:28) e"quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o dos dízimos, então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas cidades e se fartem" (26:12).

Todas as demais citações sobre o dízimo no Antigo Testamento não alteram as disposições do Pentatêuco, mas indicam que o povo freqüentemente as descumpriam, retornando à prática em momentos de reforma e reavivamento. Nos dias de Ezequias, foi necessário uma ordem para que o povo "contribuísse com sua parte devida aos sacerdotes e aos levitas, para que pudessem dedicar-se à Lei do Senhor" (2Cr 31:4) sendo que "logo que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias do cereal, do vinho, do azeite, do mel e de todo produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância" (2Cr 31:5).

No pós-exílio, "os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo" (Ne 13:10). Neemias fez todos retornarem aos seus postos na casa de Deus e "todo o Judá trouxe os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite aos depósitos" (Ne 13:12). Mas a mesma situação se verificou durante o ministério de Malaquias: "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas" (Ml 3:8). Assim, a história do dízimo no Antigo Testamento termina com uma nota triste.


Período interbíblico

Como vimos, no Antigo Testamento não tivemos uma uniformidade na forma e na regularidade da entrega do dízimo. No período que vai de Malaquias ao Novo Testamento o dízimo continua sendo a principal fonte de renda dos sacerdotes e levitas.

Os livros apócrifos do período fazem freqüente menção aos dízimos (1Macabeus 3:49; 10:31; 11:35; Judite 11:13). O Eclesiástico ordena “consagra os dízimos com alegria” (Eclesiástico 35:11), prometendo que o Senhor “recompensar-te-á tudo sete vezes mais” (Eclesiástico 35:13). O livro de Tobias dá testemunho de Tobit, da tribo de Naftali, que "dirigia-se ao templo do Senhor em Jerusalém, onde adorava o Senhor Deus de Israel, oferecendo fielmente as primícias e os dízimos de todos os seus bens. De três em três anos, dava aos prosélitos e aos estrangeiros todo o seu dízimo" (Tobias 1:6-7).

Porém, assim como no período do Antigo Testamento os judeus frequentemente deixaram de entregar o dízimo, alguns sacerdotes tomaram medidas para assegurar o seu sustento. Como os agricultores não eram considerados confiáveis no sentido de cumprir com esta obrigação religiosa, bandos eram enviados para tirarem os dízimos à força das eiras.

Neste período o dízimo sofreu algumas modificações. Inicialmente, eram sujeitos às leis do dízimo apenas os frutos da agricultura e dos animais. Mas o Mishná e o Talmude definiram que “tudo o que é utilizado para alimentação, que é cuidado e cresce sobre o solo é susceptível ao dízimo”. Por isso, os fariseus dos dias de Jesus davam dízimo de hortaliças como a hortelã e o cominho.

Os rabinos definiram cuidadosamente uma época sagrada quando as coisas deveriam ser dizimadas – havia um tempo certo para que gado, frutos da terra e das árvores fossem apresentados aos sacerdotes.

Além disso, ao dízimo foi acrescido um imposto per capita de meio siclo por ano, para sustentar o templo e seus ministros. O imposto era cobrado não apenas dos judeus da palestina, mas também dos que viviam na diáspora.

Mesmo depois da destruição do templo os rabinos destacavam a importância do dízimo. Diziam que era um dos meios pelo qual o mundo foi criado e uma das formas pela qual os israelitas escapavam da sorte dos ímpios. Os rabinos também decidiram que o dízimo que antes era destinado aos pobres, deveria ser todo ele entregue aos oficiais do templo.


Deus requer que eu dê o dízimo de tudo quanto ganho?
por
John F. MacArthur Jr.

Questão
Deus requer que eu dê o dízimo de tudo quanto ganho?

Resposta

Dois tipos de dar são ensinados consistentemente durante toda a Escritura: dar para o governo (sempre compulsório) e dar para Deus (sempre voluntário).
O assunto tem sido grandemente confundido, todavia, por alguns que entendem mal a natureza dos dízimos do Velho Testamento. Os dízimos não eram primariamente ofertas a Deus, mas taxas para suprir o orçamento nacional em Israel.
Porque Israel era uma teocracia, os sacerdotes Levíticos atuavam como um governo civil. Assim, o dízimo Levítico (Levítico 27:30-33) foi um percussor do imposto de renda de hoje, visto que era um segundo dízimo anual requerido por Deus para suprir uma festa nacional (Deuteronômio 14:22-29). Taxas menores foram também impostas ao povo pela lei (Levítico 19:9-10; Êxodo 23:10-11). Assim, a doação total requerida dos Israelitas não era 10 por cento, mas mais do que 20 por cento. Todo esse dinheiro era usado para colocar a nação em funcionamento.
Toda doação aparte daquela que era requerida para colocar o governo em funcionamento, era puramente voluntária (cf. Êxodo 25:2; 1 Crônicas 29:9). Cada pessoa dava conforme o que estava em seu coração; nenhuma percentagem ou quantia era especificada.
Os crentes do Novo Testamento nunca são ordenados a dizimar. Mateus 22:15-22 e Romanos 13:1-7 nos contam sobre a única doação que é requerida na era da igreja, que é o pagamento de impostos para o governo. Interessantemente, nós na América, atualmente pagamos entre 20 e 30 por cento de nossos rendimentos para o governo - uma figura muito similar ao requerimento sob a teocracia de Israel.
A linha de direção para a nossa doação para Deus e Sua obra é encontrada em 2 Coríntios 9:6-7: “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”. 




Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 25 de Fevereiro de 2003.









Dinheiro: Grandes Exemplos e Conselhos Sábios do Passado
por
Martinho Lutero

Geralmente quando pensamos na Reforma do cristianismo do século XVI, lembramos da grande mudança doutrinária da justificação pela fé e da desvinculação da autoridade central de Roma. Poucos sabem, talvez, como a Reforma mudou a atitude dos cristãos em relação ao dinheiro.
Martinho Lutero trouxe as boas-novas de que o valor da pessoa era totalmente independente do seu sucesso, que era avaliado ou em termos de renúncia do mundo ou em quantidade de bens adquiridos. Com isso, passou a travar uma batalha dupla, tanto contra o ascetismo monástico quanto contra o emergente capitalismo. Na verdade, os dois -- salvação por obras e esforço humano -- são os lados da mesma moeda.
Os pobres ganhavam mérito por sua pobreza e humildade, e os ricos o ganhavam por contribuír generosamente para os necessitados. Os gananciosos usavam mal as coisas materiais em seu desejo de adquirir posses e bens; os ascetas se relacionavam mal com o mundo no seu esforço de abandoná-lo. O resultado final em ambos os casos era insegurança pessoal, já que se colocava confiança na realização pessoal, e não em Deus.
Os princípios capitalistas, como a idéia de ganhar dinheiro usando o próprio dinheiro, ainda estavam incipientes no tempo de Lutero, mas ganhando força e influência. Lutero abominava os capitalistas calculistas, pois percebia que sua prática divorciava o dinheiro de finalidades humanitárias e criava uma economia de aquisição. Pregava continuamente contra a crescente economia de créditos e empréstimos e identificava os avarentos e agiotas como os maiores inimigos da humanidade, depois do próprio Diabo.
A fim de aumentar sua renda, dizia Lutero, o agiota deseja que o mundo inteiro se arruíne e que assim haja fome, sede, miséria e necessidade; dessa forma, todos dependerão dele e serão seus escravos, como se ele fosse Deus.
Essa cobiça por lucros, segundo ele, tinha diversas e engenhosas expressões: vendas a prazo, empréstimos, manipulação do mercado por reter ou despejar mercadorias, criação de cartéis e monopólios, falsificação de falências, comércio de futuros e falsificação de bens. Essas maneiras de disfarçar a prática de juros abusivos (usura) afetavam a todos, principalmente aos pobres. Por isso, Lutero exortava aos pastores que condenassem a usura colocando-a na mesma classe do roubo e do homicídio e não aceitassem agiotas na comunhão, a menos que se arrependessem.
É importante observar que a preocupação de Lutero não era somente com relação ao uso individual do dinheiro, mas principalmente quanto ao sério dano social inerente na idolatria das “leis” do mercado. A idéia de um “mercado impessoal” e de “leis autônomas da economia” era repugnante para ele, pois a percebia como idólatra e socialmente destrutiva. Considerava que a sociedade inteira seria ameaçada pelo poder financeiro de um pequeno número de grandes centros econômicos. A emergente economia mundial já estava começando a engolir as economias locais e urbanas e logo haveria uma força econômica imune a outras leis ou princípios, que destruiria o etos (natureza moral e princípios governantes) da comunidade local.
Por isso, Lutero acreditava que a Igreja tinha de assumir uma posição fundamental contrária ao capitalismo. Não só devia publicamente rejeitar e condenar tais movimentos econômicos, mas também desenvolver uma ética social construtiva em resposta a eles. Essa ética social incluiria políticas de bem-estar social, legislação e maior prestação de contas das empresas ao público por meio de regulamentos do governo.
Na prática, Lutero instituiu diversas ordenanças como parte da sua convicção de que políticas sociais para prevenir e remediar a pobreza são uma responsabilidade cristã. No sentido de criar uma nova consciência e responsabilidade dentro das igrejas, ele conseguiu “desespiritualizar” a pobreza e levantar diversas soluções práticas para erradicá-la. Começando em Wittenburg, criou um “caixa comum” para o trabalho social, com fundos de doações, e complementado depois por impostos. Mendigar era proibido; empréstimos sem juros eram oferecidos a artesãos que podiam pagar de volta da forma que pudessem; havia provisões para órfãos sem recursos, filhos de famílias pobres e dotes para o casamento de moças pobres; para quem já tivesse tomado um empréstimo a juros altos, o caixa comum o refinanciaria por apenas 4% ao ano; havia também auxílio para educação ou treinamento vocacional de crianças pobres. A idéia espalhou-se rapidamente, e logo muitas outras cidades implantaram o mesmo tipo de fundo social.
Porém, como bem sabemos pela História, a tentativa de combater a expansão da economia capitalista pelo mundo inteiro não foi bem-sucedida. Os banqueiros que cobravam até 50% de juros ao ano, se fizeram de surdos diante dos apelos de Lutero para que estabelecessem um teto de 5%. Sua crítica ao capitalismo ia muito além da cobrança de juros exorbitantes. Para ele, a necessidade social sempre deveria prevalecer sobre ganho pessoal. As dívidas dos pobres deviam ser canceladas, e ajuda deveria ser-lhes oferecida para que pudessem se levantar.
Obviamente, foi mais fácil levantar auxílio a indivíduos do que frear as práticas econômicas do sistema que gera a pobreza. As condições lamentáveis da miséria clamam por ação, enquanto os apetrechos atraentes do capitalismo abafam o sentimento de crítica.
Porém, os efeitos desse capitalismo primitivo se fizeram sentir já naquela época. Em Wittenberg, entre 1520 e 1538, os preços dobraram enquanto os salários permaneceram inalterados. Lutero chamava isso de homicídio e roubo disfarçados.
Lutero achou que seria possível implantar a justiça, combatendo práticas erradas e estabelecendo leis baseadas nos princípios de Deus, por meio de uma Igreja fundamentada na Palavra de Deus dirigindo a sociedade em conjunto com as autoridades civis. Em outras palavras, ele manteve a idéia da Igreja estatal à semelhança da Igreja Católica, tentando mudar apenas os princípios bíblicos e o tipo de estrutura e governo eclesiástico.
Apesar do seu fracasso em mudar a sociedade civil, muitas pessoas em gerações posteriores continuaram tentando, dedicando seus esforços em direções totalmente erradas. Esta idéia ainda existe até hoje entre diversos grupos e movimentos (veja Impacto, edição n.º 24, que explora em mais profundidade este tema).
Entretanto, é extremamente esclarecedor notar a percepção de Lutero quanto às falhas inerentes no capitalismo e à incompatibilidade que deve existir entre a Igreja e esse sistema opressor e maligno. Durante toda sua carreira, Lutero lutou contra aquilo que identificou como as duas faces de Mamom: a fuga ascética do dinheiro e o impulso ganancioso de adquiri-lo. Assim, não devemos aceitar o dinheiro como senhor da vida, mas considerá-lo como dom de Deus para servir ao próximo e edificar a comunidade.




Este site da web é uma realização de
Felipe Sabino de Araújo Neto®







Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê.

Dízimo











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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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