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12 de set. de 2010

Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Romanos 1:16O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho. Marcos 1:15em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; Efésios 1:13II Timóteo 3:16 «Toda a Escritura, divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;"A palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia" (Is 55.11a); "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Sl 119.11)."Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho" (Salmos 119:105).


O Que é Pregar o Evangelho?

Charles Spurgeon

Traduzido livremente por Marcelo Lemos para o projeto ‘Olhar Reformado’.
Há muitas respostas para esta pergunta e, possivelmente, aqui mesmo em minha audiência (apesar de crer que somos bem uniformes em nossas convicções doutrinárias), pode-se falar em duas ou três respostas rapidamente disponíveis a pergunta: O que é pregar o Evangelho? Procurarei, por tanto, responder de acordo com meu próprio entendimento, com a ajuda de Deus; e se acontecer de não ser uma resposta correta, vocês têm completa liberdade de encontrar uma resposta melhor conforme seu próprio discernimento.
I
Pregar o Evangelho é expor cada doutrina presente na Palavra de Deus, e dar a cada verdade sua própria importância. Os homens podem pregar uma parte do Evangelho; podem pregar unicamente uma doutrina do Evangelho; e eu não diria que um homem não prega o Evangelho caso se atenha apenas a doutrina da Justificação pela Fé – “porque pela graça sois salvos, por meio da fé”. Eu o consideraria um ministro do Evangelho, porém é alguém que não anuncia todo o Evangelho. Não se pode afirmar que um homem prega todo o Evangelho de Deus se ele toma partido, consciente e intencionalmente, de uma só verdade de nosso bendito Deus. Este comentário deveria ser muito penetrante e explodir na consciência de muitas pessoas, que, quase como uma questão de princípio, não compartilham certas verdades com as pessoas, devido o fato de elas temer tais verdades.
Numa conversa recente, há cerca de duas semanas, um eminente cristão me dizia: “senhor, sabemos que não devemos pregar a doutrina da eleição, já que ela não tem a capacidade de converter pecadores”. Eu lhe respondi: “Mas, quem se atreve a identificar falhas na verdade de Deus? Você concorda comigo que a eleição é uma verdade e, no entanto,  afirma que não se deve pregá-la! Eu não me atreveria a fazer afirmação semelhante! Considero ser uma arrogância suprema atrever-se a dizer que uma doutrina não deve ser pregada, quando Deus em sua suprema sabedoria desejou revelá-la aos homens. Além do que, me pergunto: ‘O objetivo de todo o Evangelho é converter aos homens?’. Existem certas verdades que Deus entregou para a conversão dos pecadores; porém, acaso não existem outras verdades destinadas a trazer consolo aos santos? Não deveriam estas verdades ser objetos do ministério da pregação, igualmente as demais? Devo tomar partido de algumas e descartar as outras? Não! Deus disse: ‘Consolai; consolai meu povo!’; se a eleição consola o povo de Deus, então devo pregá-la”.
De qualquer forma, não estou convencido de que a doutrina da eleição não seja capaz de converter pecadores. O grande Jonathan Edwards nos diz que, no momento culminante de um de seus avivamentos, estava pregando sobre a soberania de Deus tanto na salvação, como na condenação do homem, e mostrava que Deus era infinitamente justo se enviava os homens ao Inferno; que Ele era infinitamente misericordioso se salvava alguém; e que tudo provinha de sua livre e soberana graça. E ele afirma: “Não tenho encontrado nenhuma outra doutrina que promova tanta reflexão: nada encontra um melhor caminho ao coração do homem que a pregação desta verdade!”. O mesmo pode ser dito de outras doutrinas. Existem certas verdades na Palavra de Deus que estão condenadas ao silêncio, pois segundo o entender de alguns, elas não serviriam para este ou aquele fim. Todavia, cabe a nós julgar a verdade de Deus? Devemos colocar Suas Palavras na balança e dizer: “Isto é bom, isto é mal”? Devemos pegar a Bíblia, amputá-la e dizer: “Isto é palha, e isto é grão!”. Devemos nos desfazer de algumas verdades alegando “não me atrevo a pregá-la!”? Não! Deus não deseja isso! Qualquer coisa que esteja escrita na Palavra de Deus foi registrada para a nossa instrução: e toda ela é útil, seja para repreensão ou consolo, ou para nos instruir na justiça. Nenhuma verdade da Palavra de Deus deve ser ocultada, antes, cada porção dela deve ser pregada segundo seu sentido próprio.
Alguns homens limitam-se, de forma intencional, a quatro ou cinco tópicos que pregam de maneira contínua. Aventurando-se a entrar em suas Igrejas, naturalmente ira esperar que ouvi-los pregar sobre este versículo: “Nem da vontade da carne, mas de Deus”; ou, quem sabe, sobre este outro: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai”. Vocês estão conscientes de que ao entrar nessas Igrejas iram ouvir a respeito da eleição e de como todas as coisas procedem do Pai. Estes indivíduos estão equivocados, tanto quanto os outros, por darem demasiada importância a uma verdade e minimizando as demais. Toda a Bíblia e nada mais que a Bíblia, é a norma do verdadeiro cristão.
Desgraçadamente, muitos formam um círculo de ferro ao redor de suas doutrinas, e qualquer que ouse dar um passo além deste pequeno círculo, não será considerado como portador da sã doutrina.  Neste caso, que Deus abençoe os hereges! Senhor; nos envie mais hereges! Alguns convertem a teologia em uma espécie de cilindro que contém cinco doutrinas que giram de modo indefinido; nunca se aventuram a outros temas. Toda a verdade deve ser anunciada. E se Deus tem escrito em Sua Palavra: “Quem não crer já está condenado”; isso deve ser pregado tanto quanto: “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.
Cada um de nós, a quem foi confiado o ministério, deve procurar anunciar toda a verdade. Sei que pode ser impossível pregar toda a verdade. A alta colina da verdade tem nuvens que encobrem seu topo. Nenhum olho humano pode ver o cume; tampouco algum pé humano o tem pisado alguma vez. Todavia, podemos tentar pintar a nuvem, já que não podemos pintar o topo. Se há nuvens por sobre a montanha da verdade, digamos: “Nuvem e mistério há a seu redor!”. Não neguemos tal fato; e não pensemos em reduzir a montanha de acordo com nossa própria estatura, apenas porque não podemos ver acima dela, ou porque não conseguimos alcançar seu topo. Aquele que deseja pregar o Evangelho deve pregar todo o Evangelho. Aquele que deseja ser considerado um ministro fiel, não deve deixar de lado nenhum aspecto das Boas Novas.
II
Pregar o Evangelho é exaltar a Jesus Cristo. Talvez esta seja a melhor resposta que posso oferecer. Entristece-me saber que, com muita freqüência, pouco se compreende acerca do Evangelho, mesmo entre alguns dos melhores cristãos. Há algum tempo, uma jovem mulher encontrava-se em meio a grande tribulação em sua alma. Ela se aproximou de um cristão muito piedoso, que lhe disse: “Minha querida amiga, deves ir para a casa orar!”. Eu pensei comigo mesmo: nada disso é bíblico. A Bíblia não diz: “Vai para a casa e ora”. A pobre jovem foi para sua casa e continuou sofrendo sua tribulação. O homem lhe disse: “Deves ter paciência, deves ler as Escrituras e estudá-las”. Isso também não é bíblico; isso não é exaltar a Cristo.
Descubro que muitos pregadores estão pregando essa classe de doutrina. Eles dizem ao pobre pecador convencido: “Precisar ir para a casa orar, ler as Escrituras, assistir aos cultos, etc”. Obras, obras, obras ao invés de: “Por graças sois salvos, por meio da fé!”. Eu lhe diria isto: “Cristo deve salvar-te; creia no nome do Senhor Jesus Cristo!”. Não lhe diria a ninguém, nestas circunstancias, que ore ou que leia as Escrituras, ou que assista ao Templo. Eu lhe apresentaria a fé, a fé simples no Evangelho de Deus. Não que menospreze a oração; isso deve vir depois da fé. Não que diga uma única palavra contra o estudo das Escrituras; este é um sinal infalível de ser um filho de Deus. Não que tenha objeções contra ir ao templo para se ouvir a Palavra de Deus; que Deus não me permita tal coisa! Alegro-me vendo as pessoas no templo! Porém, nenhuma destas coisas é o caminho da salvação. Em parte alguma está escrito: “O que assiste ao culto será salvo!”, ou “O que lê a Bíblia será salvo!”. Não li em qualquer lugar: “O que ora e é batizado será salvo!”; mas sim: “Aquele que crer…” – o que tem uma fé sincera no ‘Homem Cristo Jesus’; em sua divindade e em sua humilhação, está livre do pecado!
Pregar que somente a fé salva, é pregar a verdade de Deus. Igualmente, jamais reconhecerei como ministro do Evangelho, alguém que prega qualquer outra coisa como plano de salvação, que não seja a fé em Jesus Cristo. A fé, a fé, e somente a fé em seu nome! Porém, a maioria das pessoas se encontra envolta em suas próprias idéias. Temos impregnado em nosso cérebro tão alto conceito de mérito, que nos é quase impossível pregar de maneira clara e completa a justificação pela fé; e se conseguimos fazê-lo, então as pessoas não conseguem receber tal pregação. Dizemos-lhes: “Creia no Senhor Jesus e serás salvo!”. Porém, eles têm a impressão de que a fé é algo tão maravilhoso, tão misterioso, que é case impossível que a possam alcançar sem precisarem fazer algo mais. Na verdade, essa fé que nos une ao Cordeiro de Deus é um dom instantâneo de Deus, e aquele crê no Senhor Jesus é salvo no mesmo momento, sem qualquer outra exigência.
Ah, meus amigos! Será que não desejamos exaltar ainda mais a Cristo em nossa pregação, e exaltá-Lo ainda mais em nossas vidas? Oh! Que sempre exista um ministério que exalte apenas a Cristo! Oh! Que a pregação sempre o mostre como profeta, sacerdote e rei para seu povo. Que o Espírito manifeste o Filho de Deus a seus filhos através da pregação. Necessitamos ter uma pregação que diga: “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra!”. Pregação do Calvário, teologia do Calvário, livros sobre o Calvário, sermões sobre o Calvário! Estas são as coisas que desejamos!
… pregar o Evangelho não é pregar certas verdades a respeito do Evangelho, não é pregar a respeito das pessoas, antes, é pregar para as pessoas. Pregar o Evangelho não consiste em pregar o que o Evangelho é, mas sim, anunciá-lo ao coração, não por meio de sua capacidade pessoal, mas sob a influência do Espírito Santo.
- Trecho traduzido livremente do sermão ‘Pregar o Evangelho’; pregado em 05 de Agosto de 1855, em NEW PARK STREET CHAPEL.


Como a Palavra nos Influencia - C. H. Spurgeon
Estou persuadido de que o tipo de pessoa mais nobre que existe na face da terra é aquele que serve a Deus; que todos os outros tipos de homens são falhos e imperfeitos em si, em altíssimo grau, e também são muito inferiores em força e beleza àquilo que é produzido nos homens pela dedicação ao serviço de Deus. Um homem guiado pelo Espírito Santo a viver para o Senhor é um ser totalmente mais nobre do que aquele que é movido por um motivo menos grandioso.


Deixem-me mostrar-lhes quão sadio é servir a Deus. O homem que serve a Deus, movido pelo Espírito de Deus para assim fazer, é humilde. Se ele fosse orgulhoso seria prova imediata de que ele não está servindo a Deus; contudo, lembrando que Deus é seu soberano, e que Ele o tem feito, que na mão dEle está sua vida, faz com que o homem bom se sinta nada mais do que pó e cinza. Servindo a Deus mantém o homem no seu devido lugar. E um ponto de equilíbrio para ele, sem o qual talvez fosse levado à destruição, como as miríades de borboletas que tenho visto em alto mar, condenadas logo a caírem nas ondas. Ao mesmo tempo, enquanto soleniza o homem, também o enche de alegria, de louvor, e de gratidão, assim dando-lhe força além de estabilidade. Alguém que ama servir a Deus recebe misericórdias de Sua mão com grande gratidão e gozo, e fica satisfeito com a vontade de Deus e, portanto, está cheio de gratidão para com Ele; e deixem-me dizer-lhes que não há momentos mais abençoados na vida de uma pessoa do que aqueles ocupados com gratidão adoradora.


Não há nada mais purgativo, ou que mais purifique um homem da grosseria mundana, e de toda a poluição do egocentrismo, do que servir ao Deus eterno e sempre bendito, e sentir que há Alguém tão maior, tão melhor do que ele mesmo, a quem almejamos, para quem vivemos. E assim que, simultaneamente, a pessoa sente-se humilde, encorajada e animada.


O serviço de Deus é nobre mais do que qualquer outro serviço. Vejam, por exemplo, um homem que vive para si mesmo; seu maiorobjetivo é ganhar dinheiro. Vejam-no e considerem-no bem! Acaso a avidez por riquezas não seria uma das paixões mais desprezíveis que o coração humano possa possuir? A formiga, que trabalha para sua comunidade, para mim fica lá entre os anjos, comparada a um homem que sofre, trabalha e se deixa morrer de fome, simplesmente a fim de juntar para si mesmo uma pilha de metal dourado. Será que eu poderia elogiar mais aquele que ama o prazer? Que é o prazer? Da maneira que o mundo o entende, é uma imitação vazia, uma aparência de alegria, cobrindo profunda descontentamento. Muitas vezes penso, quando ouço criaturas mundanas rindo sobre tolices tão ridículas, que devem estar caçoando uns dos outros e dizendo, "Ri. Você deveria rir". Não consigo ver a alegria de seus divertimentos, no entanto elas conseguem. Lutam para ser felizes, todavia, depois de tudo, o que adianta ter vivido somente para ser entretido? Ter consumido todas as energias matando tempo! Haveria qualquer coisa mais desprezível?


Quão horrível é quando o homem vive para a concupiscência e gasta todas as suas energias gratificando suas paixões! Bárbaros! Animais! Que infelicidade! Insulto os animais quando comparo-os a tais homens. O homem que vive para Deus é um ser muito mais nobre. Ora, no próprio ato de renunciar a si mesmo e de dedicar-se a Deus o homem tem sido levantado do mundo, e de tudo que o segura ao pó e ao lodo dele, e ele tem subido tão mais perto dos querubins, tão mais perto, de fato, do divino. Isso torna o homem um verdadeirohomem, pois aquele que serve a Deus é corajoso, e varonil demais para ser escravo. "Deus pede-me para fazer tal coisa", ele diz, "e eu o farei imediatamente; e mesmo que você tenha me pedido fazer tal e tal coisa, desde que Deus não me tenha pedido fazer isso, o que você me pede não é obrigatório. Meu joelho foi feito para dobrar diante de meu Deus e não diante de você, e minha mente foi feita para crer no que Deus revela e não no que você decide me dizer."


Livre é o homem que o amor de Deus torna livre. Como são maravilhosas as provas disso que tivemos no decorrer da história, pois os homens que serviram a Deus têm sido os mais intrépidos mortais. Vejam o forno de fogo ardente, e o rosto do tirano Nabucodonozor quase tão vermelho quanto o próprio fogo; quase que ele não consegue falar, ele fica engasgado de paixão, porque os três jovens não adorarão a estátua de ouro: mas vejam como estão calmos ao dizerem: "Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; e, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste". Eis o verdadeiro estilo de varonilidade. O amor a Deus faz heróis.


Dê a um homem a determinação de servir a Deus e ele fica dotado de gloriosa perseverança. Vejam os apóstolos, mártires e missionários da fé, como eles avançaram, apesar de um mundo hostil; quando uma nação tem sido aparentemente inacessível eles têm encontrado um meio de entrar nela; quando o primeiro missionário morre, logo outro tem estado pronto para seguir nos seus passos. A Igreja Primitiva, na sua fraqueza, pobreza e insipiência lutou contra a filosofia, a riqueza e todos os poderes da Roma pagã, até que enfim o fraco superou o forte, e o ignorante derrotou o sábio. Aqueles que servem a Deus não podem ser vencidos; das derrotas eles aprendem a vitória. Se for necessário esperar, eles podem esperar, pois têm se juntado à vida do Eterno, e Deus não tem pressa, e nem eles. Se levar uma geração inteira para que a verdade seja escutada, deixe que leve uma geração; se levar cinqüenta gerações, que assim seja, contudo a obra será feita, a verdade será pregada, os ídolos serão abolidos e Deus será adorado. O Senhor, Seu serviço nos faz parecidos conTigo. Abençoados são os que usam o Teu jugo! Quão fortes eles crescem, quão pacientes para suportar, quão firmes para permanecer sólidos, quão rápidos para correr. Sobem com asas como águias quando aprendem a servir-Te.


Aquele que é guiado pelo Espírito Santo a servir a Deus é incitado, portanto, a um zelo, um fervor, e a um sacrifício de si mesmo ao qual nada mais poderia incitá-lo. Se vocês estão familiarizados com as vidas dos pioneiros da cruz, e especialmente das mortes dos mártires, terão visto o que a graça pode fazer dos homens. Acaso suas obras não são sublimes? Ora, esses homens riram na face de impossibilidades, e desprezaram dificuldades. Consideraram a roda e a tortura meras coisas do cotidiano, aprenderam a sorrir na face da própria morte, porque serviram a Deus. Nunca cogitaram em fugir, nem sonharam em retrair seu testemunho. Pessoas diziam, "Vocês são tolos": estavam dispostos a ouvi-los dizer isso e o consideravam cumprimento de profecia. Os reis da terra levantaram-se, e os governantes formavam conselhos e diziam: "Aniquilaremos vocês". Estavam dispostos a enfrentar isso também, no entanto não foram aniquilados. Aos olhos humanos, havia dificuldades insuperáveis em seus caminhos, porém não se importavam com o que os olhos humanos percebiam, viam através dos olhos da fé, e acreditando que estavam ocupados no serviço de Deus, sabiam que Deus estaria com eles. Sentiam que todas as forças da natureza na terra, todos os anjos no céu e todos os atributos dadeidade, estavam do lado do homem que faz o serviço de Deus, e por isso foram em frente.


Tenho ouvido que um louco muitas vezes demonstrará as força de dez homens; e sei que há outro lado desse fato, pois quando um homem é possuído pelo Espírito Santo, e é levado totalmente por Ele, não se sabe dizer que força há nele, ele será dez homens num só. Ora, existem casos quando uma nação inteira parece estar contida num só homem, quando esse homem tem se entregado ao serviço de Deus.


Vejam Martinho Lutero! Não podem considerá-lo um homem comum, é difícil vê--lo como qualquer coisa menos do que uma conglomeração de uma tribo inteira. Ele crê que possui a verdade e que deve proclamá-la, e no nome de Deus ele a prega, e se existirem tantos demônios em Worms quanto telhas em cima das casas, não é nada para Lutero; e se o Eleitor da Saxônia lhe disser que não irá mais abrigá-lo, o que fará Lutero? Ora, ele declara que se abrigará sob o largo escudo do eterno Deus. Quando o papa emite uma bula contra ele, Lutero queima o documento. O que importava isso para ele? Ele teria queimado até a própria Roma. O homem tinha coragem o suficiente para qualquer coisa.


Ou considerem John Knox, todo emaciado, fraco e prestes a morrer, e no entanto tão possuído por Deus, tão inspirado, que ele não prega por nem meia hora antes de sentir que ele despedaçará o púlpito; ele agita toda a Escócia, e a rainha papista lhe teme mais do que a um exército de dez mil homens, porque Deus está nesse homem. O, aprenda a sentir da seguinte forma: "E a vontade de Deus, e a todo custo vou fazer a Sua vontade, pois é Deus que está mandando". Eu lhes digo: seria mais fácil para alguém tentar parar o sol no seu curso do que parar um homem que é dominado por essa convicção.


Se algum dia esta época tola de pequenos homens for erguida como coisa que pareça respeitável, e redimida do pântano de falsidade na qual está apodrecendo, será necessário que criemos uma raça de homens cuja intenção é servir a Deus, haja o que houver, e que não faça avaliações além destas: "E certo? Será feito. E errado? Então, não será feito". Não deveremos comprometer nossa posição, nem falar sobre arruinar nossa utilidade e estragar nossa posição por sermos exatos demais. Utilidade e posição! Deixem que essas sejam arruinadas e estragadas se a verdade ficar no caminho, pois Deus deve ser seguido selva adentro, sim, até para dentro das gargantas dos animais ferozes, e para dentro da boca do inferno, se Ele mostrar o caminho. Deus há de ser o guia, e se O seguirmos tudo há de estar bem conosco.


Entretanto, se não O seguirmos, aquilo que o homem pensa ser a coisa mais fácil tornar--se-á a mais difícil. Ele acha mais fácil permanecer quanto mais certo possível, porém sem correr riscos; ele acha melhor manter a paz em casa, conceder muitos pontos, não ser muito puritano ou muito exato, e assim por diante. Esse é o jeito fácil, o jeito que Deus detesta, o caminho que levará no fim a uma consciência cauterizada, e à exclusão do céu.


Todavia, a maneira de servir a Deus é ser lavado no sangue de Jesus, e então obedecer ao Senhor sem reserva, e buscar somente a Sua honra. Este é o caminho para o céu, e quando chegarmos àqueles lugares maravilhosos estaremos todos em harmonia com os perfeitos, pois eles servem ao Senhor de dia e de noite e consideram isso felicidade completa. Esta preparação e este serviço na terra são absoluta mente essenciais para que possamos desfrutar do céu. Que Deus lhes conceda então, através do Seu Espírito Santo, que se entreguem a Deus, para servi-10 de agora em diante, e que Ele permita que nos encontremos lá nos lugares celestiais. Amém.

O que é o Evangelho? – John Stott


“Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão. Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão” (Gálatas 3:1-9).
1. O que é o evangelho.
O evangelho é Cristo crucificado, sua obra consumada na cruz. E pregar o evangelho é apresentar Cristo publicamente como crucificado. O evangelho não é, antes de mais nada, as boas novas de um nenê na manjedoura, de um jovem numa banca de carpinteiro, de um pregador nos campos da Galiléia, ou mesmo de uma sepultura vazia. O evangelho trata de Cristo na cruz. O evangelho só é pregado quando Cristo é “publicamente exposto na sua cruz”. Esse verbo, prographein, significa “exibir ou representar publicamente, proclamar ou expor em um cartaz” (Arndt-Gingrich). Era usado em referência a editais, leis e notícias que eram expostos em algum lugar público para que fossem lidos, e também com referência a quadros e retratos.
Isso significa que, quando pregamos o evangelho, temos de nos referir a um acontecimento (a morte de Cristo na cruz), expor uma doutrina (o particípio perfeito “crucificado” indicando os efeitos permanentes da obra consumada de Cristo), e fazê-lo publicamente, ousadamente, vivamente, para que as pessoas vejam como se o testemunhassem com os seus próprios olhos. Isso é o que alguns autores têm chamado de elemento existencial da pregação. Fazemos mais do que descrever a cruz como um acontecimento do primeiro século. Na realidade descrevemos Cristo crucificado diante dos olhos de nossos contemporâneos, de modo que sejam confrontados com o Cristo crucificado hoje e percebam que podem receber hoje a salvação de Deus vinda da cruz.
2. O que o evangelho oferece.
Com base na cruz de Cristo, o evangelho oferece uma grande bênção. Versículo 8: “Em tu serão abençoados todos os povos”. O que é isso? É uma bênção dupla. A primeira parte é justificação (versículo 8) e a segunda é o dom do Espírito (versículos 2-5). É com esses dois dons que Deus abençoa a todos os que estão em Cristo. Ele nos justifica, aceitando-nos como justos diante dele, e coloca o seu Espírito em nós. E ainda mais, ele nunca oferece um dom sem dar o outro. Todos os que recebem o Espírito são justificados, e todos os que são justificados recebem o Espírito. É importante observar esta dupla bênção inicial, uma vez que atualmente muita gente ensina uma doutrina de salvação em dois estágios, que primeiros somos justificados e só posteriormente recebemos o Espírito.
3. O que o evangelho exige.
O evangelho oferece bênçãos; e nós, o que devemos fazer para recebê-las? A resposta adequada é “nada”! Não temos de fazer nada. Temos apenas de crer. Nossa reação não consiste nas “obras da lei”, mas em ouvir a “pregação da fé”, isto é, não em obedecer a lei, mas em crer no evangelho. Obedecer é tentar fazer a obra da salvação pessoalmente, enquanto que crer é deixar que Cristo seja o nosso Salvador e descansar em sua obra consumada. Assim Paulo enfatiza que recebemos o Espírito pela fé (versículos 2 e 5) e que somos justificados pela fé (versículo 8). Realmente, a palavra “fé” e o verbo “crer” aparecem seis vezes neste pequeno parágrafo (versículos 1-9).
Assim é o verdadeiro evangelho, o evangelho do Antigo e do Novo Testamento, o evangelho que o próprio Deus começou a pregar a Abraão (versículo 8) e que o apóstolo Paulo continuou pregando no seu tempo. É a apresentação, diante dos olhos dos homens, de Jesus Cristo como crucificado. Nessa base tanto a justificação como o dom do Espírito são oferecidos. E se exige apenas a fé.
STOTT, John. A Mensagem de GálatasEditora ABU; pp. 69-71.

Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei; de todo o coração a cumprirei.
SALMO 119.34
    Todos os cristãos têm o direito e o dever não somente de aprender por meio da herança da fé recebida da igreja, mas também de interpretar a Escritura por si mesmos. A igreja de Roma desconfia disto, alegando que os indivíduos facilmente interpretam mal as Escrituras. Isto é verdade; porém, as regras seguintes, fielmente observadas, ajudarão a evitar que isso aconteça.

Cada livro da Bíblia é uma composição humana, e embora deva sempre ser acatado como Palavra de Deus, sua inter pretação deve começar a partir do caráter humano. Portanto, a alegorização, que desrespeita o sentido expresso do escritor humano, jamais é apropriada.

Cada livro foi escrito não em linguagem cifrada e, sim, de forma que possa ser compreendido pelo leitor, a quem se destina. Isto é verdade mesmo nos livros que empregam simbolismo: Daniel, Zacarias e Apocalipse. O ponto central da mensagem é sempre claro, ainda que os detalhes sejam um tanto obscuros. Assim, quando compreendemos as palavras empregadas, o fundo histórico e a formação cultural do escritor e de seus leitores, estamos aptos a apreender as idéias transmitidas. A compreensão espiritual —.isto é, o discer nimento da realidade de Deus, seus caminhos para a humanidade, sua vontade presente, e nosso próprio relaciona- mento com Ele agora e para o futuro — não nos alcançarão, contudo, pelo texto, até que o véu seja removido de nossos corações e sejamos capazes de compartilhar o próprio sentimento do escritor para conhecer, agradar e honrar a Deus (2 Co 3.16; 1 Co 2.14). Impõe-se aqui a necessidade da oração, para que o Espírito Santo possa gerar em nós esse sentimento e mostrar-nos Deus no texto. (Ver SI 119.18,19,26, 27,33,34,73,125,144,169; Ef 1.17-19; 3.16-19.)

Cada livro teve seu lugar na progressão da revelação da graça de Deus, iniciada no Éden e atingindo seu clímax em Jesus Cristo, no Pentecoste e no Novo Testamento apostólico. Esse lugar deve estar na mente do leitor quando estudar o texto. Os Salmos, por exemplo, moldam o coração piedoso em cada época, mas expressam suas preces e louvores em termos de realidades típicas (reis terrestres, reinos, saúde, riqueza, guerra, vida longa), que circunscrevem a vida de graça na era pré-cristã.

Cada livro originou-se da mesma mente divina, por isso o ensino dos sessenta e seis livros da Bíblia é complementar e auto-consistente. Se, apesar disso, não pudermos vê-lo assim, a falta está em nós, não na Escritura. E certo que a Escritura nunca se contradiz em parte alguma; antes, uma passagem fundamenta a outra. Este sólido princípio de interpretar a Escritura pela Escritura é, às vezes, chamado a analogia da Escritura, ou a analogia da fé.

Cada livro demonstra a imutável verdade acerca de Deus, da humanidade, da piedade e da impiedade, aplicada a situações particulares e ilustrada por elas, em que indivíduos e grupos se encontram. O estágio final na interpretação bíblica é reaplicar essas verdades a nossas situações pessoais de vida; este é o meio para discernir o que Deus na Escritura está nos dizendo neste momento. Exemplos de tal reaplicação são a descoberta feita por Josias da ira de Deus contra Judá pela falha em observar sua lei (2 Rs 22.8-13), o argumento de Jesus sobre Gênesis 2.24 (Mt 19.4-6), e o uso de Paulo de Gênesis 15.6 e do Salmo 32.1,2 para mostrar a realidade da presente justiça pela fé (Rm 4.1-8).

Nenhum sentido pode ser lido na Escritura, ou atribuído a ela, que não possa, com certeza, ser extraído dela — demons trado, ou seja, indubitavelmente expresso por um ou mais de um escritor humano.

Cuidadosa e devotada observância destas regras é a marca de todo cristão "que maneja bem a palavra da verdade" (2 Tm 2.15).

Sola Scriptura - João Calvino


Para que Alguém Possa Chegar a Deus, O Criador, É Necessário Que Tenha A Escritura Por Guia e Mestra.

O Verdadeiro Conhecimento de Deus está na Bíblia.

Portanto, se bem que o fulgor que se projeta aos olhos de todos, no céu e na terra, retire totalmente toda base para a ingratidão dos homens - e ainda que Deus, para envolver o gênero humano na mesma culpa, mostre a todos esboçada nas criaturas, sua Divina Majestade -, é necessário, contudo, além disso, acrescentar outro recurso melhor, que nos dirija retamente ao próprio Criador do universo. Por isso, não foi em vão que Deus acrescentou a luz de Sua Palavra para fazer-Se conhecido para a salvação do homem. E considerou dignos deste privilégio a todos aqueles aos quais quis trazer, para perto de Si, mais aproximada e intimamente.
Ora, porque Deus via a mente de todos ser arrastada, de um lado para outro, por constante e imutável agitação - depois de escolher os judeus para Si, como povo especial -, cercou-os por todos os lados, para que não se extraviassem com os demais povos. E não é em vão que ele nos mantém, por meio do mesmo remédio, no puro conhecimento de Si próprio, porque, de outra forma, se desfariam bem rapidamente até mesmo os que parecem mais firmes do que os outros. É exatamente como acontece com pessoas idosas ou enfermas dos olhos, e a todos quantos sofre de visão embaraçada: se pusermos diante delas até mesmo um volume vistoso, ainda que reconheçam estar ali algo escrito, mal poderão, contudo, ajuntar duas palavras. Ajudadas, porém, com o auxílio de óculos, essas pessoas começarão a ler de maneira eficiente. Assim a Escritura, reunindo na nossa mente, o conhecimento de Deus - que, de outro modo, seria confuso fazendo desaparecer a escuridão -, mostra-nos, com clareza transparente, o Deus Verdadeiro.
Constitui, pois uma dádiva singular o fato de Deus - para instruir a igreja -, servir-Se não apenas de mestres mudos, mas, ainda, abrir sua boca sacrossanta para não simplesmente proclamar que se deve adorar a Deus, mas também, ao mesmo tempo, declarar que Ele é esse Deus a quem devemos adorar. E não ensina Ele meramente aos eleitos que devem obedecer a Deus, mas mostra-Se como Aquele a Quem eles devem obedecer. Este modo de agir Deus tem mantido para com sua igreja, desde o princípio, de modo que, afora essas evidências comuns, Ele aplicasse também a palavra que é a marca direta e segura para reconhecê-LO.

Nem é para se duvidar de que Adão, Noé, Abraão e os demais patriarcas - em função deste recurso - tenham conseguido mais íntimo conhecimento de Deus, fato que, de certo modo, os destingue dos incrédulos. Não estou falando ainda da doutrina da fé, pela qual eles haviam sido iluminados para a esperança da vida eterna. Ora, para que pudessem eles passar, da morte para a vida, foi necessário que eles conhecessem a Deus não apenas como Criador, mas também como Redentor, pois eles chegaram a conhecer a Deus desses dois modos, seguramente, através da Palavra.
Ora, pela ordem, veio primeiro aquela modalidade de conhecimento mediante o qual lhes foi dado compreender quem é Deus, por meio de Quem o mundo foi criado e é governado. Em seguida, acrescentou-se, depois, a outra modalidade de conhecimento, interior, porque só esse conhecimento vivifica as almas mortas e só por ele se conhece a Deus não apenas como Criador do universo, Autor e Árbitro único de todas as coisas que existem, mas também na Pessoa do Mediador, como Redentor. Contudo, porque não tratei ainda da queda do mundo e da corrupção da natureza, não apresento ainda, aqui, o remédio.
Devem lembrar-se, portanto, os leitores de que não farei ainda considerações a respeito do pacto, mediante o qual Deus adotou, para Si, os filhos de Abraão, mas tratarei ainda daquela parte da doutrina pela qual os fiéis sempre foram apropriadamente separados das pessoas profanas, por aquela doutrina se fundamenta em Cristo (e, por isso, deve ser abordada na seção Cristológica); Agora, entretanto, só focalizarei como se deve aprender, da Escritura, que Deus como Criador, se distingue - por meio de marcas seguras - de toda a inventada multidão de deuses. Oportunamente depois, a própria seqüência dos fatos conduzirá ao estudo da redenção. Embora devamos derivar muitos testemunhos do Novo Testamento, e outros testemunhos da lei e dos profetas - onde se faz clara referência a Cristo -, sabemos que todos estes testemunhos visam mostrar que Deus, o Artífice do universo, se torna patente na Escritura e nela também se ensina o que devemos pensar a respeito de Deus, para que não busquemos, por caminhos tortuosos, alguma divindade incerta.

A Bíblia é a Palavra de Deus Escrita
Quer Deus Se tenha feito conhecido, aos patriarcas, através de visões ou oráculos, quer tenha dado a conhecer - mediante a obra e ministério de homens -, aquilo que, depois, transmitiria a pósteros pelas próprias mãos, está fora de dúvida que Deus gravou, no coração deles, a firme certeza da doutrina, de modo que fossem convencidos de que procedia de Deus o que haviam aprendido. Por isso Deus, pela Sua Palavra, tornou a fé segura para sempre, fazendo-a superior a toda mera opinião. Finalmente para que em perpétua continuidade de doutrina, a verdade permanecesse no mundo, sobrevivendo a todos os séculos, quis Deus que esses mesmos oráculos - que deixou em depósito com os Patriarcas -, fossem registrados como em públicos instrumentos. Com este propósito foi promulgada a Lei, à qual se acrescentaram, depois, como intérpretes, os Profetas.

Ora, se bem que foi múltiplo o uso da lei - como se verá no lugar mais adequado -, na verdade, foi dada especialmente a Moisés e a todos os profetas (a responsabilidade de) ensinar o modo de reconciliação entre Deus e os homens, fato que levou Paulo a dizer que Cristo é o fim da Lei (Rm.10:4). Contudo, torno a afirmar que, além da apropriada doutrina da fé e do arrependimento - que apresenta Cristo como Mediador -, a Escritura adorna, com sinais e marcas inconfundíveis, o Deus Único e Verdadeiro como Criador e Governador do mundo, para que Ele não seja confundido com a espúria multidão de deuses.

Portanto, por mais que ao homem sério convenha levar em conta as obras de Deus - um vez que foi ele colocado no belíssimo teatro do mundo para ser espectador da obra divina -, contudo, para ele poder aproveitá-la melhor, precisa dar ouvido à Palavra. Por isso, não é de admirar que os que nasceram nas trevas endureçam, mais e mais, a sua sensibilidade, visto que muito poucos se submetem docilmente à Palavra de Deus, de maneira a respeitar os seus limites; ao contrário, antes se gloriam em sua presunção.

Mas, para que a verdadeira religião resplandeça em nós, é preciso que ela seja o ponto de partida da doutrina celeste, pois não pode provar se quer o mais leve gosto da reta e sã doutrina, senão aquele que se tornar discípulo da Escritura. Pois o princípio do verdadeiro entendimento vem do fato de abraçar-mos, reverentemente, o Deus testifica de Si mesmo na Escritura. Da obediência à Palavra de Deus nascem não somente a fé consumada e completa, em todos os seus aspectos, mas também todo reto conhecimento de Deus. E neste aspecto, fora de toda dúvida, Deus, com singular providência, levou em conta os mortais em todos os tempos.


A Bíblia é o Único Escudo que Nos Protege do Erro


De fato, se refletirmos quão acentuado é a tendência da mente humana para esquecer a Deus, quão grande é a inclinação dos homens para com toda espécie de erro e quão pronunciado é o gosto deles para forjar, a cada instante, novas fantasiosas religiões, poderemos perceber como foi necessário a autenticação escrita da doutrina celeste, para que ela não desaparecesse pelo esquecimento, nem se desfizesse pelo erro, nem fosse corrompida pela petulância dos homens.

Deste modo, como está sobejamente demonstrado, Deus providenciou o auxilio de Sua Palavra para todos aqueles aquém quis instruir de maneira eficaz, pois sabia ser insuficiente a impressão de Sua Imagem na estrutura do universo. Portanto, se desejamos, com seriedade, contemplar a Deus de forma genuína, precisamos trilhar a reta vereda indicada na Sua Palavra.

Importa irmos à Palavra na qual, de modo vivo e real, Deus Se apresenta a nós em função de Suas obras, ao mesmo tempo em que essas mesmas obras são apreciadas, não sendo o nosso julgamento corrompido, mas de acordo com a norma da verdade eterna. Se nos desviarmos da Palavra, como ainda há pouco frisei, mesmo que nos esforcemos com grande empenho - pelo fato de a corrida ser fora da pista - jamais conseguiremos atingir a meta. Devemos pensar que o esplendor da face divina, que até mesmo o Apóstolo Paulo reconhece ser inacessível (I Tm.6:16), é para nós um labirinto emaranhado, no qual só podemos entrar se, através dele, formos guiados pelo fio da Palavra. Por isso, é preferível andar mancando, ao longo deste caminho a correr velozmente fora dele!

É por isso que, não poucas vezes, nos Salmos 93, 96, 97 e outros, ensinando que devemos tirar do mundo as superstições, para que floresça a religião pura, Davi representa a Deus como Aquele que reina, dando a entender, pelo termo reinar, não o poder de que Deus está investido e que exerce no governo universal da natureza, mas significando a doutrina pela qual reivindica, para Si, a legítima soberania, visto que jamais se pode arrancar os erros do coração humano, enquanto nele não se implantar o verdadeiro conhecimento de Deus.


A Revelação da Bíblia é Superior a Revelação da Criação


Por isso, onde o mesmo profeta afirma que os céus proclamam a glória de Deus, que o firmamento anuncia as obras das Suas mãos e que a regular seqüência dos dias e das noites apregoa a Sua majestade (Sl19:1-2), em seguida faz menção de Sua Palavra: "A Lei do Senhor" diz ele, "é perfeita e restaura as almas; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples; os mandamentos do Senhor são retos e alegram o coração; o preceito do Senhor é puro e ilumina os olhos" (Sl19:7-8). Ora, ainda que faça referência a outros usos da Lei, assinala ele, contudo, de modo geral, que Deus ainda que em vão convide a Si todos os povos, pela contemplação de Suas obras, oferece a Escritura como a única escola de Seus filhos.

Idêntica é a maneira como o Profeta fala no Sl.29, porque, depois de discursar a respeito da terrível voz de Deus - que sacode a terra com trovões, ventanias, chuvas, furacões e tempestades, fazendo tremer as montanhas e despedaçando os cedros - acrescenta, ao final, que no santuário de Deus se cantam louvores, visto que os incrédulos são surdos a todas as vozes de Deus, que ressoam nos ares! Da mesma maneira conclui ele outro Salmo, onde descreve as espantosas ondas do mar: "Confirmados foram os Teus testemunhos; a santidade é, para sempre, a formosura do Teu templo"(Sl.93:5). Daí vem também o que Cristo disse à mulher samaritana (Jo.4:22): que a gente dela e os outros povos adoravam o que desconheciam; que só os judeus prestavam culto ao Deus verdadeiro!

Ora, já que a mente humana, por causa da sua estupidez, não pode chegar até Deus, a menos que seja guiada e sustentada por Sua Sagrada Palavra, com exceção dos judeus (que eram guiados pela Palavra) todos os mortais - pelo fato de buscarem a Deus sem a Palavra -, tiveram de vagar na estultície e no erro!

Como interpretar as Escrituras - (Int. Romanos ) Calvino


Strasburgo, 18 de outubro de 1539
Lembro-me de que há três anos atrás tivemos uma agradável discussão sobre a melhor maneira de se interpretar a Escritura. E o método que particularmente aprováveis coincidiu ser também o mesmo que, naquele tempo, eu preferia a qualquer outro. Ambos sentíamos que a lúcida brevidade constituía a peculiar virtude de um bom intérprete. Visto que quase a única tarefa do intérprete é penetrar fundo a mente do escritor a quem deseja interpretar, o mesmo erra seu alvo, ou, no mínimo,ultrapassa seus limites, se leva seus leitores para além dosignificado original do autor. Nosso desejo, pois, é que se possa achar alguém, do número daqueles que na presente época se propõem a promover a causa da teologia, nesta área, que não só se esforce por ser compreensível, mas que também não tente deter seus leitores com comentários demasiadamente prolixos. Este ponto de vista, estou bem consciente, não é universalmente aceito, e aqueles que não o aceitam têm suas razões para assumirem tal posição. Eu, particularmente, confesso que sou incapaz de me demover do amor à sucintez.
Mas, visto que a variação do pensamento, a qual percebemos existir na mente humana, faz certas coisas mais aprazíveis a uns do que a outros, que cada um de meus leitores formule aqui seu próprio juízo, contanto que ninguém queira forçar a todos os mais a obedecerem suas próprias regras. Assim, aqueles que dentre nós preferirem a sucintez, não rejeitarão nem desprezarão os esforços daqueles cujas exposições dos livros sacros são mais prolixas e mais extensas; por outro lado, nos suportarão, ainda quando entendam que somos demasiadamente lacônicos e comprimidos.
No que se refere a mim, não pude impedir-me de tentar descobrir o que de positivo meus esforços, neste campo, poderiam realizar em favor da Igreja de Deus. No momento, não me sinto convencido de ter alcançado o que naquele tempo aos olhos de ambos parecia ser o melhor, nem esperava que o alcançaria quando comecei. Mas tenho tentado modificar meu estilo, de modo que não transparecesse que deixei de prestar atenção a esse exemplo. Deixo a vós, bem como aos que fazem parte, como vós, da tarefa de julgar, que alcance teve o meu êxito, visto que não me pertence julgar a mim mesmo. O próprio fato de enfrentar o risco de interpretar esta Epístola de Paulo, em particular, segundo o vejo, exporá meu plano ao criticismo já bastante difuso. Visto que tantos eruditos de proeminente cultura têm devotado seus esforços na exposição desta Epístola, pareceu-me improvável que ainda haja algum espaço deixado por eles para que se produza algo melhor. Confesso que, embora tenha prometido a mim mesmo algum prêmio pelos meus esforços, este pensamento a princípio me fez recuar. Fiquei temeroso de incorrer na fama de presunçoso ou aventureiro, fosse eu lançar mão desta tarefa depois de havê-la encetado obreiros de tão excelente reputação. Existem muitos comentários antigos que tratam desta Epístola, e outros tantos de autores modernos. Eles não poderiam ter um objetivo mais oportuno para preencher seu tempo e ministério, pois se tivermos um bom entendimento desta Epístola, teremos exposta diante de nós uma porta amplamente aberta para a sólida compreensão de todo o restante da Escritura.
Nada direi dos comentaristas antigos, cuja piedade, cultura, santidade e experiência lhes têm granjeado tão proeminente autoridade, que não seria sensato menosprezar o que eles já produziram. Com referência aos que vivem ainda conosco, hoje, não há como mencioná-los todos nominalmente. Expressarei, contudo, minha opinião sobre aqueles que têm realizado uma obra muitíssimo proeminente.
Filipe Melanchthon nos tem transmitido muita luz em razão de seu excelente caráter, tanto em erudição, em dinâmica, quanto também em sua habilidade, em todos os campos do conhecimento, nas quais ele excede a todos quantos publicaram comentários antes dele. Seu único objetivo, entretanto, pareceu-me ater-se à discussão de pontos que nada possuíam de concreto ou de especial. Ele, pois, se deteve quase que somente nisso, e deliberadamente passa por alto muitas questões que geralmente trazem grande ansiedade àquelas pessoas de cultura mediana.
Após Melanchthon surgiu Bullinger que, com justa razão, conquistou grande aprovação. Bullinger expôs questões doutrinais com facilidade de expressão, e daí ser ele tão amplamente recomendado.
Finalmente, vem Bucer, o qual proferiu a palavra final sobre o assunto, com a publicação de seus escritos. Além de sua profunda erudição, seu rico conhecimento, sua perspicácia intelectual, seu aguçado tino interpretativo, bem como muitas outras e variadas excelências nas quais ele se sobressaiu, quase como nenhum outro, no campo da erudição moderna; como sabemos, ele foi imitado por poucos e sobrepujou a grande maioria. O crédito é seu, se nenhum outro, em nosso tempo, conseguiu ser mais preciso nem mais diligente na interpretação da Escritura.
Confesso, pois, que seria um lamentável sinal de rematadaarrogância pretender competir com eruditos de tal estirpe, e jamais me ocorreu em detrair um mínimo sequer de seu mérito. Que retenham, pois, tanto o favor como a autoridade que, pela franca confissão de todos os homens de bem, com justiça conquistaram. Entretanto, espero que me seja dado admitir que nada jamais foi tão perfeitamente elaborado pelos homens que não tenha ficado espaço algum para aqueles que os queiram imitar, aprimorando, adornando ou ilustrando suas obras. Não ouso dizer nada de mim mesmo, exceto que acredito que a presente obra deverá ser de algum proveito, e que não fui levado a efetuá-la por outra razão senão aquela que visa ao bem comum da Igreja. Além do mais, esperava que, ao usar um tipo distinto de escrito, não viesse a expor-me à acusação de inveja. Nisto consistia o meu particular temor.
Meianchthon atingiu seu intuito, aclarando os pontos principais. Enquanto se ocupava desta tarefa inicial,negligenciava muitas questões que exigem atenção. No entanto, não criou obstáculo àqueles que desejam examinar também tais questões.
Bucer é por demais prolixo para ser lido com rapidez por aqueles que têm outras questões em vista, e também muito profundo para ser facilmente compreendido pelos leitores de inteligência mediana e com mais dificuldade de introspecção. Pois tão pronto começa a tratar de alguma matéria, qualquer que seja ela, a incrível e vigorosa fertilidade de sua mente lhe sugere tantas outras coisas que não lhe permite concluir o que começara a escrever. Portanto, enquanto que o primeiro não chega a entrar em muitos detalhes, o segundo avança numa extensão tão ampla, que não pode ser lido num curto espaço de tempo. E assim não acredito que o que propus fazer ostente alguma aparência de rivalidade. Não obstante, fiquei em dúvida,por algum tempo, se seria vantajoso seguir a estes ou a outros eruditos ao respigar certas passagens nas quais pudesse trazer auxílio às mentes mais humildes, ou se comporia um comentário contínuo onde tivesse que repetir muito daquilo que já havia sido expresso por todos estes comentaristas, ou no mínimo por alguns deles. Todavia, estes escritores, com muita freqüência, não concordam entre si, e tal fato cria muita dificuldade àqueles leitores de menos capacidade assimilativa, os quais hesitam sobre qual opinião adotarão. Portanto, concluí que me sentiria pesaroso no desempenho desta tarefa se porventura, ao primar pela melhor interpretação, não propiciasse a esses leitores a condição de formar um critério justo. Seu critério em si mesmo, creio eu, é um tanto irregu lar, mas, particularmente, decidi tratar cada questão com tal sucintez, que meus leitores não perderiam muito tempo emler na presente obra o que já se acha contido em outros escritos.
Resumindo, esforcei-me por evitar alguma reclamação de que a presente obra é supérflua em muitos detalhes. No tocante à sua utilidade, não tenho nada a dizer. Os que são dotados de um espírito mais disposto, talvez admitirão, quando a tiverem lido, que descobriram em meu comentário mais do que em minha modéstia ousei prometer. Ainda que com freqüência discordo de outros escritores, ou, pelo menos, difiro deles em alguns aspectos, é justo que eu seja escusado nesta matéria. Devemos cultivar tal respeito pela Palavra de Deus, que qualquer diferença de interpretação haja de nossa parte a altere o mínimo possível. Sua majestade será consideravelmente diminuída, especialmente se não a interpretarmos com a devida discrição e moderação. Porque, se é um fato axiomático que é ilícito contaminar algo que se acha dedicado a Deus, indubitavelmente não podemos tolerar que alguém manuseie o que há de mais sagrado entre todas as demais coisas sobre a terra sem que antes se lavem bem as mãos.
Portanto, é pretensão, e quase mesmo uma blasfêmia, alterar o significado da Escritura, manipulando-a sem o devido critério, como se ela fosse um gênero de jogo com o qual pudéssemos nos divertir. No entanto, é precisamente isso o que muitos estudiosos têm feito o tempo todo. Não obstante, percebemos com freqüência que não é possível existir concordância universal, mesmo entre aqueles que não são achados carentes de zelo, nem de piedade, nem de devoção e nem de moderação quando se discutem os mistérios de Deus. Este jamais abençoou a seus servos numa medida tal que nenhum deles chegasse a possuir pleno e perfeito conhecimento de todas as áreas do saber humano. E evidente que o propósito divino em limitar assim nosso conhecimento foi, antes de tudo, para que nos conservemos humildes, bem como para que continuemos a cultivar a fraternidade de nossos semelhantes. Ainda quando, sob outros aspectos, é algo extremamente desejável, não devemos esperar que haja na presente vida concordância durável entre nós na exposição de passagens da Escritura. Quando, pois, dissentimos dos pontos de vista de nossos predecessores, não devemos, contudo, deixar-nos estimular por algum forte desejo a inovação, nem impelidos por algum intuito de difamar outros, nem despertados por algum ódio, nem induzidos por alguma fortuita ambição. A nossa única necessidade é a de não ter em vista nenhum outro objetivo além do desejo sincero de só fazer o bem. Assim devemos também proceder no tocante à exposição da Escritura. Mas, quanto ao doutrinamento na santa religião, sobre a qual Deus particularmente deseja que a mente de seu povo esteja em concordância, devemos ter menos liberdade. Meus leitores não terão dificuldade alguma em perceber que tenho procurado enfocar ambos estes pontos. Mas, visto que não me é próprio fazer algum juízo ou pronunciamento sobre mim mesmo, espontaneamente deixo convosco este veredicto. Se todos os homens têm justo motivo de submeter-se em grande parte ao vosso juízo, então devo também submeter-me a ele em todos os pontos sobre os quais estais ainda mais informado do que eu, visto que os mesmos vos são bem mais relacionados. Tal conhecimento geralmente diminui em alguma extensão o conceito que temos dos demais; mas, em vosso caso, como édo conhecimento de todos os eruditos, tal conhecimento seagiganta ainda mais. Adeus.

João Calvino
a
Simon Grynaeus,
Um homem digno de toda honra,
Saudações

Strasburgo, 18 de outubro de 1539




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O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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