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9 de set. de 2010

Mateus 26:26-28 “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.” 1 Coríntios 11:26 “Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha.”Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós" (Lc 22.13-20)




A Santa Ceia do Senhor,
e os Benefícios Conferidos por Ela

por
João Calvino
1. Porque Cristo instituiu a Ceia
Deus, depois de nos ter recebido em Sua família, não para servir-se de nós como criados, e sim para ter-nos no número de Seus filhos, a fim de conduzir-nos como um bom pai de família, que se preocupa com seus filhos e descendentes, e pensa no modo de sustentar-nos durante toda nossa vida. E não contente com isto, nos quis dar a segurança de Sua perpétua liberalidade para conosco, dando-nos um presente. Para este fim instituiu por meio de Seu Unigênito Filho outro sacramento; a saber; um banquete espiritual, no qual Cristo assegura que é o pão da vida (João 6:51) com o qual nossas almas são mantidas e sustentadas pela bem aventurada imortalidade.
E como é sobremodo necessário entender um tão grande mistério; e por ser tão profundo, requer uma explicação particular; e Satanás ao contrário, a fim de privar a Igreja deste inestimável tesouro, por muito tempo o manteve obscurecido, primeiramente com trevas, e depois com nuvens mais espessas; e, além disso tem suscitado discussões e disputas para desagradar aos homens. E posto que em nossos dias ele tem usado as mesmas armas e artifícios, me esforçarei em primeiro lugar para explicar o que se deve saber a respeito da Santa Ceia do Senhor, de uma forma que os ignorantes possam entender; e depois explicarei aquelas dificuldades nas quais Satanás tem procurado enlaçar o mundo.
O pão e o vinho são sinais de uma realidade espiritual. Antes de tudo, os sinais são o pão e o vinho; os quais representam o mantimento espiritual que recebemos do corpo e sangue de Cristo. Porque como no Batismo, ao regenerar-nos, Deus , nos incorpora a Sua Igreja e nos faz Seus por adoção, assim também temos dito que com este desempenha o papel de um zeloso pai de família proporcionando-nos continuamente o alimento com o qual nos conserva e mantém naquela vida que nos gerou com Sua Palavra; Agora bem, o único sustento de nossas almas é Cristo, e por isso nosso Pai Celestial nos convida para que venhamos a Ele, para que alimentados com este sustento possuamos dia após dia maior vigor até chegar por fim à imortalidade no céu. E como este mistério de nos unirmos com Cristo é por sua natureza incompreensível, Ele nos mostra a figura e imagem com sinais visíveis mui próprios de nossa débil condição. Mais ainda; como se nos desse um presente, nos dá tal segurança disso, como se O víssemos com os nossos próprios olhos; porque esta semelhança tão familiar: que nossas almas são alimentadas com Cristo, exatamente igual o pão e o vinho natural alimentam nossos corpos, penetra nos entendimentos, por mais rudes que sejam.
Vemos pois para que fim este sacramento foi instituído; a saber, para nos assegurar que o corpo do Senhor foi, uma vez por todas, sacrificados por nós, de tal maneira que agora o recebemos e ao recebermos sentimos em nós a eficácia deste único sacrifício. E desta forma, que Seu sangue de tal maneira tem sido derramado por nós, que nos possa servir de bebida perpetuamente. Isto é o que dizem as palavras da promessa, que ali se adicionam: ‘’Tomai, comei, este é o meu corpo, que é dado por vós’’ ( Mt. 26:26; Mc 14:22; Lc 22:19; 1 Cor. 11;24). Assim, nos manda que tomemos e comamos o corpo que uma vez foi oferecido para nossa salvação, a fim de que tenhamos a plena confiança de que a virtude deste sacrifício se mostrará em nós. E por isso chama o cálice, pacto em seu sangue; porque de certa forma renova o pacto que uma vez fez com o Seu sangue, ou melhor dizendo, continua realizando no que concerne a confirmação de nossa fé, sempre que nos dá seu preciso sangue para que o bebamos.

2– Os frutos da Santa Ceia
Nossas almas podem obter deste sacramento grande fruto de confiança e doçura, pois temos testemunho de que Jesus Cristo, de tal maneira é incorporado a nós, e nós a Ele, que tudo quanto é Seu podemos chamar de ‘’nosso’’. E tudo quanto é nosso, podemos dizer que é Seu. Por isso com toda segurança nos atrevemos a nos assegurar de que a vida eterna e o reino dos céus no qual Cristo entrou não pode deixar de ser nossos, assim com não pode deixar de ser d’Ele. ; e, pelo contrário, não podemos ser condenados pelos nossos pecados, posto que ele nos tem absolvido de todos, tomando-os sobre Si e desejando que lhes fossem imputados, como se Ele os houvesse cometido. Tal é a admirável troca e substituição que Ele, meramente por Sua infinita bondade, quis fazer conosco. Ele, aceitando toda nossa pobreza, nos tem transferido todas as suas riquezas, tomando sobre si nossas fraquezas, nos tem feito forte com Sua virtude e potência, recebendo em Si nossa morte, nos tem dado a Sua imortalidade; carregando todo o peso dos nossos pecados, debaixo dos quais estávamos em agonia, nos tem dado Sua justiça para que nos apoiemos n’Ele, descendo a terra nos tem aberto o caminho para chegar ao céu, fazendo-se filho do homem, nos tem feito filhos de Deus.

3– A Ceia demonstra nossa redenção e que Cristo é nosso
Todas estas coisas Deus nos tem prometido plenamente neste sacramento, que devemos estar certos e seguros que nos são simbolizadas nele, nem mais nem menos que se Cristo estivesse presente e o víssemos com os nossos próprios olhos, e o tocássemos com as nossas mãos. Porque Sua Palavra não pode falhar nem mentir: Tomai, comei, este é o meu corpo que é dado por vós; este é meu sangue que é derramado para a remissão de vossos pecados. Ao mandar que o tomem, dá a entender que é nosso ao ordenar que o comam e que bebam, mostra que se torna uma substância conosco. Quando diz: Este é o meu corpo, entregue por vós; este é o meu sangue, derramado por vós, nos declara e nos ensina que eles não são tão Seus como nossos, pois os têm tomado e deixado, não para Sua comodidade, e sim por amor a nós e para nosso proveito.
Devemos notar diligentemente, que quase toda virtude e força do sacramento consiste nestas palavras: que por vós é entregue; que por vós se derrama; porque de outra maneira não nos serviria de grande coisa que o corpo e o sangue do Senhor nos fosse servido agora, se não houvessem sido entregues de uma vez por todas para a nossa salvação e redenção. E assim nos são representados pelo pão e vinho, para que saibamos que não somente são nossos, e sim que também nos concedem a vida e o sustento espiritual. Já temos advertido que pelas coisas corporais que se propõem devemos dirigir-nos segundo uma certa proporção e semelhança, às coisas espirituais. E assim quando vemos que o pão nos é apresentado como um símbolo e sacramento do corpo de Cristo, devemos recordar em seguida a semelhança de que como o pão sustenta e mantém o corpo, de mesma maneira o corpo de Jesus Cristo é o único mantimento para alimentar e vivificar a alma.. Quando vemos que nos é dado o vinho como símbolo e sacramento do sangue, devemos considerar para que serve o vinho ao corpo e que bem este lhe faz, para que entendamos que o mesmo faz o sangue de Cristo em nós: nos confirma, conforta, regozija e alegra. Porque se considerarmos atentamente que proveito obtemos do fato de que o corpo sacrossanto de Cristo tenha sido entregue e Seu precioso sangue derramado por nós , veremos claramente , que o que se atribui ao pão e ao vinho lhes convém perfeitamente segundo a analogia e semelhança a que aludimos.

4. Cristo é nosso pão e nossa bebida de vida
Não é, pois, o principal do sacramento dar-nos simplesmente o corpo de Jesus Cristo; o principal é selar e firmar esta promessa na qual Jesus Cristo nos disse que Sua carne é verdadeira comida, e Seu sangue bebida, mediante os quais somos alimentados para a vida eterna, e nos assegura que Ele é o pão da vida, do qual o que tivesse comido, viverá eternamente. E para isto, quer dizer, para selar a mencionada promessa, o sacramento nos remite à cruz de Cristo, onde esta promessa tem sido de todo realizada e cumprida. Porque não comemos a Jesus Cristo de maneira apropriada, a menos que O tenhamos como tendo sido crucificado, enquanto com vívida apreensão, percebemos a eficácia de Sua morte. Porque Ele se chama pão da vida, não por causa do sacramento, como muitos falsamente têm entendido, mas porque nos tem sido dado como tal pelo Pai; e se nos mostra tal, quando se havendo feito partícipe de nossa condição humana mortal, nos fez participantes de sua divina imortalidade; quando se oferecendo em sacrifício, tomou sobre si toda nossa maldição, para encher-nos de Sua bênção; quando com Sua morte devorou e tragou a morte; quando em Sua ressurreição, ressuscitou com glória e incorrupção a nossa carne corruptível, da qual Ele se havia revestido.

5. Recebemos a Cristo, pão da vida, no Evangelho e na Ceia
Resta somente que tudo isto se torno nosso, por aplicação. Isto é feito por meio do evangelho, e mais claramente pela Santa Ceia, onde Cristo oferece a Si mesmo a nós, com todas as Suas bênçãos, e O recebemos em fé. O sacramento, portanto, não faz que Cristo se torne pela primeira vez o pão da vida; mas, ele nos recorda que Cristo foi feito o pão da vida, para que constantemente O comamos, ele nos dá o gosto e o sabor deste pão, e nos faz sentir sua eficácia. Porque nos assegura que tudo isto que Jesus Cristo fez e padeceu, foi para nos vivificar. E além do mais, que esta vivificação é eterna. Porque como Cristo não seria o pão da vida, se uma vez não houvesse nascido, morte e ressuscitado por nós, assim também é mister que a virtude destas coisas seja permanente e imortal, a fim de que recebamos o fruto das mesmas.
Isto o expõe mui bem em São João, quando disse: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo" (João 6:51); onde sem dúvida alguma, demonstra que Seu corpo havia de ser pão para dar a vida espiritual às nossas almas, em quanto o devia entregar à morte por nossa salvação. Porque Ele O deu uma vez por pão, quando O entregou para ser crucificado pela redenção do mundo; e O dá a cada dia, quando pela Palavra do Evangelho se oferece e apresenta, para que participemos dEle, visto que foi crucificado por nós; e, por conseguinte, sela um tal participação com o mistério de Sua Santa Ceia; e quando interiormente cumpre o que externamente significa.
Não despojemos os sinais de sua realidade. Comungar não é somente crer. Não há ninguém, a não ser que careça absolutamente de sentimentos religiosos, que não admita que Jesus Cristo é o pão da vida, com o qual os fiéis são sustentados para a vida eterna; porém, o que não estão de acordo, é no modo de se realizar tal participação.
Há alguns que numa palavra definem que comer a carne de Cristo e beber Seu sangue não é outra coisa, senão crer nEle. Porém, a mim me parece que o mesmo Cristo quis dizer, neste notável sermão, algo muito mais alto e sublime, ao recomendar-nos que comamos Sua carne; a saber, que somos vivificados pela verdadeira participação que nos dá nEle, a qual se significa pelas palavras comer e beber, a fim de que ninguém pensasse que consistia num simples conhecimento. Porque, como o comer e beber, e não o simplesmente mirá-lo, é o que dá sustento ao corpo, assim também é necessário que a alma seja verdadeiramente partícipe de Cristo, para ser mantida na vida eterna.

Nota do tradutor: Tradução feita a partir da versão espanhola da Editora FELIRE. Traduzimos as páginas 1070-1073. Esperamos em Deus, que possamos em breve disponiblizar o capítulo inteiro sobre a Santa Ceia, que vai até a página 1123. (Os três primeiros tópicos já se encontravam traduzidos e disponibilizados na internet; portanto, foram apenas revisados).

Este site da web é uma realização deFelipe Sabino de Araújo Neto®


O Sentido Espiritual da Santa Ceia – João Calvino

Temos neste sacramento uma comprovação tão sólida de todas estas coisas, que devemos estar certos e seguros de que realmente nos são exibidas não diferentemente do que se o próprio Cristo presente se nos deparasse ante nossa visão e fosse tocado por nossas mãos. Ora, esta palavra não nos pode mentir nem enganar: “Tomai, comei, bebei: este é meu corpo, que é entregue por vós; este é meu sangue que é derramado para remissão dos pecados” [Mt 26.26-28].

 Ao ordenar tomar, significa que é nosso; ao mandar comer, significa que se faz uma só substância conosco; ao declarar que em relação ao corpo foi entregue por nós, em relação ao sangue foi derramado por nós, nisso ensina que ambos eram não tanto seus quanto nossos, porque a um e outro não só tomou, mas também entregou, não para seu próprioproveito, mas para nossa salvação.

E de fato deve-se observar, diligentemente, que a principal e quase total energia do sacramento se situou nestas palavras: “que é entregue por vós”, e “que é derramado por vós”. Doutra sorte, não nos seria grandemente de proveito que o corpo e osangue do Senhor sejam agora distribuídos, a menos que fossem uma vez oferecidospara nossa redenção e salvação. Assim sendo, são representados sob a forma de pãoe vinho, para que aprendamos não só que são nossos, mas também que nos foram destinados para alimento da vida espiritual.

De antemão já chamamos a atenção para o seguinte: que somos conduzidos  das coisas corpóreas que se apresentam no sacramento, por meio de certa analogia, às coisas espirituais. Assim, quando o pão nos é dado como símbolo do corpo de Cristo, imediatamente se deve imaginar esta similitude: como o pão nutre, sustenta,conserva a vida de nosso corpo, assim o corpo de Cristo é o alimento único para revigorar e vivificar a alma. Quando vemos o vinho proposto como símbolo do sangue, deve-se ter em mente quais benefícios o vinho traz ao corpo, para que reflitamos que os mesmos nos são espiritualmente conferidos pelo sangue de Cristo, a saber, alimentar, restaurar, fortalecer, alegrar. Ora, se ponderarmos bem qual o proveito que nos conferiu a entrega deste corpo sacrossanto, qual a efusão do sangue, certamente haveremos de perceber não obscuramente que, segundo analogia desse gênero, estes atributos do pão e do vinho se harmonizam perfeitamente com o que temos afirmado.

A SANTA CEIA É SELO DA PROMESSA DE QUE CRISTO NOS É O PÃO DA VIDA

Portanto, a função principal do sacramento não é simplesmente, e sem a mais elevada consideração, apresentar-nos o corpo de Cristo, mas, antes, selar e confirmar aquela promessa, promessa essa, repito, pela qual atesta ser sua carne verdadeiramente alimento; e seu sangue, verdadeiramente bebida [Jo 6.55, 56]; com os quais somos nutridos para a vida eterna [Jo 6.54]; pela qual se afirma o pão da vida; do qual quem houver comido viverá para sempre [Jo 6.48, 50]; e para que isso se faça, o sacramento nos retrocede à cruz de Cristo, onde essa promessa foi verdadeiramente realizada e em todos os aspectos, cumprida. Ora, não nos alimentamos correta e salvificamente de Cristo a não ser crucificado, quando apreendemos em vivo senso a eficácia de sua morte. Porque ele se proclamou o pão da vida, não em virtude do sacramento, como muitos viciosamente o interpretam, mas, ao contrário, porque ele nos foi dado como tal pelo Pai, e como tal se nos mostrou quando se fez participante de nossa mortalidade humana, e nos fez participantes de sua imortalidade divina; quando, oferecendo-se em sacrifício, em si levou nossa maldição, para que nos inundasse de sua bênção: quando, por sua morte, tragou e aniquilou a morte; quando, em sua ressurreição, alcançou glória e incorrupção para esta nossa carne corruptível da qual se revestira.

A Santa Ceia - M. Lloyd-Jones


Assim., pois, a Ceia do Senhor nos é memorial que em e através de nosso Senhor Jesus Cristo, Deus fez com os crentes um novo pacto. Cristo é o mediador do novo pacto. Ele é o cabeça e representante da humanidade nesse novo acordo, nesse novo è maravilhoso pacto que Deus fez com os homens e as mulheres. Em Hebreus, capítulo 8, deparamos com esse notável contraste entre os dois pactos, e é muito interessante notá-los.
"Porque repreendendo-os, diz: eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Jüdá um novo pacto. Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois não permaneceram naquele meu pacto, e eu para eles não atentei, diz o Senhor. Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo; e não ensinará cada um ao seu concidadão, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior. Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, e de seus pecados não me lembrarei mais" (Hebreus 8:8-12).

E assim, toda vez que nos reunimos para celebrarmos a Ceia do Senhor, estamos declarando este novo pacto e o conteúdo do novo pacto do qual somos lembrados ali em Hebreus, capítulo 8. Vocês percebem quão tremenda coisa é reunir-se à mesa e tomar o pão e o vinho?
Sim, mas não paramos nem aí. Demais disso, somos lembrados, através da participação do pão e do vinho, que nós, como crentes, recebemos do Senhor Jesus Cristo pessoalmente vida e força para vivermos a vida cristã. Os versículos que nos dizem isso se encontram em João, capítulo 6. Ora, esta seção do Evangelho de João tem sido a causa de considerável controvérsiadevido ao seguinte: estaria ou não aqui nosso Senhor Se referindo à Ceia do Senhor? Defendo o ponto de vista de que Ele não estava fazendo referência à Ceia, e por esta boa razão: naquela ocasião, os discípulos eram claramente incapazes de receber tal ensino. Nosso Senhor só começa realmente a tratar disso no fim do Seu ministério, no cenáculo. Os católicos romanos, contudo, dizem que João, capítulo 6, é uma referência à Ceia do Senhor - ela se ajusta ao argumento deles - e assim procedem os que os seguem.
Mas ainda que João, capítulo 6, não seja uma referência à Ceia como tal, expressa-se uma verdade nos versículos 56 e 57 que certamente pode ser aplicada nesta altura. Nosso Senhor diz: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim". Ora, nosso Senhor mesmo continua a explicar que isso é apenas uma figura: "Mas, sabendo Jesus em si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos, disse-lhes: isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; às palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida" (vv. 61-63). De fato Ele está dizendo: "Vocês devem comer-Me. Devem comer Minha carne e beber Meu sangue. Isto é, devem viver em Mim. Como o Pai Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim também Eu os estou enviando, e vocês devem viver por Mim." Essa era uma participação espiritual. Ele não diz que Se alimentava literalmente da substância de Seu Pai celestial, claro que não! E uma concepção espiritual: "(Minhas palavras) são espírito e são vida".
Portanto devemos viver do Senhor Jesus Cristo. Ele é nossa vida. E assim o pão e o vinho nos fazem lembrar dEle. Representam-nO, são uma figura, um retrato dEle. Quando realmente tomamos o pão e o comemos, quando bebemos o vinho e o absorvemos, devemos dizer: "Sim, eu devo alimentar-me do Senhor como Ele me disse. Devo viver dEle. Devo participar dEle. Como Ele participava do Pai, assim eu me alimentarei dEle, não num sentido físico, e sim, espiritual. O pão e o vinho me fazem lembrar que devo comer a carne e beber o sangue do Filho do homem num sentido espiritual, caso eu queira ser um cristão forte, viril e vitorioso".
Há algo mais que é representado pelo pão e pelo vinho, e é o seguinte: a união dos crentes uns com os outros. Estão todos eles não só unidos a Cristo; estão todos eles unidos uns aos outros. Ora, o apóstolo Paulo ensinou isso em 1 Coríntios, capítulo 10, em cujo capítulo devemos sempre prestar detida atenção. Escreve ele: "Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?"A seguir, observem isto: "Embora muitos, somos um só pão, um só corpo; porque todos participamos de um mesmo pão" (1 Cor. 10:16, 17). Ora, vocês percebem o que Paulo está ensinando aí? Ele diz que, ao participarmos de Cristo, nos tornamos um; nos tornamos, sevocês preferirem, um só pão. Há quem diga que o versículo 17 deve ser traduzido assim: "Pois, sendo muitos, somos uma só massa" - não um só pão - "e um só corpo". Por isso, quando celebramos a Ceia e o pão é partido, somos lembrados a um e ao mesmo tempo das partes e do todo.
O termo comunhão, portanto, representa não só nossa comunhão com o Senhor, mas também nossa comunhão uns com os outros. Somos jungidos com Ele porque estamos todos nEle, e essa é a razão por que, no capítulo 11, o apóstolo prossegue para nos dar o ensino que ele nos dá. Na verdade diz ele: "Vocês estão negando o próprio princípio da comunhão. Alguns de vocêsestão comendo demais, enquanto outros não têm o suficiente para comer. Vocês são egoístas, são divididos, mas todos vocês devem ser um só. Devem esperar uns pelos outros". "Acaso não percebem", pergunta o apóstolo, "que estão negando uma das coisas centrais ensinadas pela Ceia do Senhor - que vocês são todos um? Devem levar as cargas uns dos outros, devemcompartilhar uns com os outros o que possuem, porque são todos partes da mesma massa, do mesmo pão. E é inútil dizerem que têm comunhão com Ele se não estão em comunhão uns com os outros." Paulo fala acerca das divisões e das heresias, e os condena porque contradizem tudo o que é representado pela Ceia do Senhor. 

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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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