Não é nada, meus irmãos, para o fiel servo de Jesus Cristo que um certo dogma desça até ele com a antiguidade cinzenta das eras para torná-lo venerável. Como um homem sensível, o Cristão respeita a antiguidade mas, como um leal súdito de seu Rei, ele não se curva ante a antiguidade como se fosse deixá-la tornar-se soberana em Sião ao invés do Cristo vivo. Uma multidão de bons homens pode se reunir e eles podem, em seu juízo, apresentar um dogma, e declarar que este dogma seja essencial e indubitável, e eles podem até fazer ameaças àqueles que não receberem seu veredito; mas se o dogma não foi autorizado muito tempo antes de terem-no decidido – se não estava escrito no Livro, a decisão do letrado conselho conta como nada.
Todos os pais, doutores, religiosos, mártires, junte-os todos; não podem adicionar uma palavra à fé uma vez entregue aos santos. Sim, ouso dizer que a unânime aprovação de todos os santos nos Céus e na Terra não seria o bastante para criar uma doutrina sequer limitada à consciência a menos que Jesus a tenha determinado. Em vão os homens dizem: “Desta forma fazia a igreja primitiva” – a igreja primitiva não predomina sobre nós. Não há propósito em citar Orígenes ou Agostinho; cite os apóstolos inspirados e a doutrina está estabelecida, e não de outro modo. Na igreja de Deus, nunca foi suficiente dizer: “Assim pensa Martinho Lutero.” Quem foi Martinho Lutero? Um servo de Jesus Cristo, e nada mais. Não é suficiente dizer: “Assim ensina João Calvino,” pois quem é João Calvino? Ele derramou seu sangue por você? Ou ele é seu mestre? Sua opinião deve ser respeitada como a opinião de seu co-servo, mas não um respeito como um doutor ou um professor competente na igreja – pois somente Cristo é Rabi, e não devemos chamar nenhum homem de Mestre sobre a terra.
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