Uma objeção comum ao prazer cristão é que ele coloca os interesses humanos acima da glória de Deus — minha felicidade antes da honra de Deus. O prazer cristão, porém, definitivamente não faz isso.
Na verdade, nós que buscamos o prazer cristão esforçamo-nos em procurar nossos interesses e nossa felicidade com toda a nossa força. Endossamos a resolução do jovem Jonathan Edwards: "Resolvi: esforçar-me para conseguir para mim mesmo o máximo possível de felicidade no outro mundo, com todo o poder, força, vigor, veemência e até violência de que seja capaz ou consiga reunir e qualquer maneira em que consiga pensar".
Descobrimos com a Bíblia (e com Edwards!) que o interesse de Deus é magnificar a plenitude da sua glória, fazendo-a transbordar em misericórdia sobre nós. Por isso a busca dos nossos interesses e da nossa felicidade jamais está acima da de Deus, mas sempre dentro da de Deus. A verdade mais preciosa da Bíblia é que o maior interesse de Deus é glorificar a riqueza da sua graça fazendo pecadores felizes nele —NELE!
Quando nos humilhamos como criancinhas e não assumimos ares de auto-suficiência, mas corremos alegremente para a alegria do abraço do nosso Pai, a glória da sua graça é magnificada e o anseio da nossa alma é satisfeito. Nosso interesse e a sua glória são a mesma coisa. Por essa razão, cristãos que buscam o prazer não estão pondo a sua felicidade acima da glória de Deus quando buscam sua felicidade nele.
Por que o cristão que busca o prazer está de joelhos
Uma das evidências de que a busca da nossa alegria e a busca da glória de Deus devem ser a mesma coisa é o ensino de Jesus sobre oração no Evangelho de João. As duas declarações-chave estão em João 14.13 e 16.24.
Uma mostra que a oração é a busca da glória de Deus. A outra mostra que a oração é a busca da nossa alegria.
Em João 14.13, Jesus diz: "Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, afim de que o Pai seja glorificado no Filho". E em João 16.24 ele diz: "Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa". A união desses dois objetivos — a glória de Deus e a alegria dos seus filhos — é claramente preservada no ato da oração. Por isso, o cristão que busca o prazer será, acima de tudo, uma pessoa consagrada à oração séria. Assim como o cervo sedento se ajoelha para beber no riacho, a postura característica do cristão que busca o prazer é de joelhos.
Olhemos mais de perto a oração como busca da glória de Deus e como busca da nossa alegria, nessa ordem.
A oração como busca da glória de Deus
Ouça mais uma vez as palavras de Jesus em João 14.13: "Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, afim de que o Pai seja glorificado no Filho". Imagine que você está totalmente paralisado e não pode fazer nada por si mesmo, a não ser falar. E imagine que um amigo forte e confiável prometeu morar com você e fazer tudo o que você precisa fazer. Como você pode glorificar seu amigo se um estranho vem ver você? Você tentaria glorificar sua generosidade e força tentando sair da cama a carregando-o?
Não! Você diria: "Meu amigo, por favor venha levantar-me, ponha um travesseiro nas minhas costas para que eu possa olhar para o meu visitante. E, por favor, ponha os óculos em mim". Desse modo, seu visitante concluiria a partir de seus pedidos que você está impossibilitado e que seu amigo é forte e gentil. Você glorifica seu amigo precisando dele, pedindo-lhe que o ajude e dependendo dele.
Em João 15.5, Jesus diz: "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". Portanto, somos realmente paralíticos. Sem Cristo não somos capazes de nada bom. Como Paulo diz em Romanos 7.18: "Em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum".
Mas, de acordo com João 15.5, Deus quer que façamos algo bom — dar fruto. Assim, como nosso amigo forte e confiável — "Tenho-vos chamado amigos" (Jo 15.15) — ele promete fazer por nós o que não podemos fazer pessoalmente.
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