O CRESCIMENTO DO REINO
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As parábolas de crescimento em Mateus 13.31-33 são a descrição e profecia do próprio Cristo sobre o crescimento e vitalidade impressionante do reino que ele veio estabelecer:
O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que
o homem, pegando nele, semeou no seu campo; o qual é,
realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescen-
do, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte
que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos…
O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma
mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até
que tudo esteja levedado.
Essas imagens de crescimento dramático lembram a pedra misteriosa do céu que se transformou numa grande montanha (Dn 2.35) e o rio miraculoso de água saindo do templo que cresceu em profundidade e amplitude à parte de qualquer agência humana (Ez 47.1-12).
A semente de mostarda era a menor semente de jardim conhecida pelas pessoas nos tempos bíblicos. “Pequeno como um grão de mostarda” era uma expressão proverbial entre os judeus para algo minúsculo (cf. Lc 17.6, “Se tivésseis fé como um grão de mostarda”). A planta mencionada pode ter sido a Sinapis nigra ou “mostarda preta”, que era cultivada para produzir mostarda e óleo.
A semente de uma variedade da planta de mostarda tem apenas um milímetro de diâmetro.
As variedades da planta de mostarda encontrada na Palestina são anuais e crescem num período relativamente pequeno, bem acima dos outros vegetais. Em regiões mais quentes e em solo rico, elas chegam a um tamanho maior e a parte inferior do caule se torna bem lenhoso.
Na Palestina, a planta de mostarda chega a uma altura de 2,4 a 3,6 metros.
Essa parábola foca-se no reino em seu crescimento visível. “O reino”, escreve Lenski, “é como uma semente de mostarda porque, como ela, o governo da graça de Cristo entre os homens tem um crescimento fenomenal a partir do mais diminuto princípio.” Esse é um crescimento que continua durante todo o tempo.
Como tal, a parábola é uma grande fonte de encorajamento à fé dos discípulos. A partir de princípios pequenos e insigni?cantes, um crescimento verdadeira-mente notável virá com certeza.
A parábola do fermento é também uma ilustração do crescimento do reino, mas a partir de um aspecto diferente.
Aqui é a operação interior e secreta do reino e sua influência abrangente que estão em vista. O fermento é uma ilustração da “força poderosa e toda penetrante do reino de Deus”.
“Três medidas” eram evidentemente uma quantidade comum para uma refeição substancial (ver Gn 18.6). Alguns intérpretes têm visto o fermento como um símbolo do mal (ver 1Co 5.7; Lc 12.1; Gl 5.9). Nessa visão, a parábola seria uma ilustração da “fermentação” da igreja com falso ensino. Mas essa construção é contrária às palavras explícitas de Jesus: “O reino dos céus é semelhante ao fermento” (v. 33). Cristo e o poder de sua vida, morte, ressurreição e ensino – não a falsa doutrina – são claramente o ponto da afirmação. Em vários lugares no Novo Testamento, a mesma figura pode ser usada em diversos sentidos; por exemplo, um leão como simbólico do diabo num texto (1Pe 5.8 ) e de Cristo em outro (Ap 5.5).
O contexto deve ser decisivo para a interpretação apropriada em cada ocasião específica.
A parábola do fermento, como aquela da semente de mostarda, ensina uma mensagem otimista e esperançosa que é um encorajamento à fé. Ela mostra, observa Lenski, que “o evangelho não pode senão ser ter sucesso, e a tarefa da igreja é pregar, ensinar e espalhá-lo no mundo. A parábola ensina fé, paciência, esperança e alegria”.
As duas parábolas descrevem os princípios pequenos e insignificantes, o progresso gradual, e o maravilhoso crescimento final da igreja.
“Nem podemos considerar essas palavras, ‘até que tudo esteja levedado’,” escreve Richard C. Trench, “como menos que uma profecia de um triunfo final completo do evangelho – que se difundirá por todas as nações, e purificará e enobrecerá toda a vida.”
Essa visão esperançosa do resultado final da missão cristã é consistente com a intenção redentora imutável de Deus ao trazer bênçãos espirituais a “todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
Essas duas figuras do crescimento do reino formam um contraste evidente com as expectações messiânicas que eram comuns no Judaísmo durante o primeiro século. “Um balançar da varinha mágica deveria realizar tudo num piscar de olhos”, observa Frederic Godet. “Em oposição a essa noção superficial, Jesus apresenta a ideia de um desenvolvimento moral que opera por meios espirituais e leva em conta a liberdade humana, sendo consequentemente lento e progressivo.”
Muito da erudição bíblica do século vinte tem enfatizado as características apocalípticas do Novo Testamento. Esse ponto de vista se focaria sobre a natureza dramática e cataclísmica do reino, e enfatizaria a descontinuidade, e não a continuidade e o progresso gradual. As parábolas do grão de mostarda e do fermento são bons recordativos do fato de que, na mente do nosso Senhor, o reino de Deus não deve crescer e triunfar dramaticamente apenas no final da História, mas deve exibir um impressionante crescimento visível durante toda a História também. O crescimento da igreja universal pode não estar presente em todas as eras e regiões, mas o crescimento permanece uma característica básica do reino de Cristo – e essa é uma grande fonte de encorajamento e esperança para aqueles diretamente envolvidos no empreendimento missionário.
As parábolas do fermento e do grão de mostarda descrevem a natureza e extensão notável do crescimento do reino; a Grande Comissão aponta para os meios pelos quais esse crescimento deve ser realizado na História.
“É-me dado todo o poder no céu e na terra”, disse Jesus aos seus discípulos após a ressurreição (Mt 28.18, itálico adicionado). “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19).
E João Calvino observa: “Os apóstolos nunca teriam sido persuadidos a tentar uma tão árdua tarefa, não tivessem eles sabido que o seu Protetor e Vingador estava assentado nos céus, a quem o supremo domínio tinha sido dado”.
Davis, John Jefferson
A Vitória do reino de Cristo: uma introdução ao pós-
milenismo / John Jefferson Davis; tradução Felipe Sabino
de Araújo Neto – Brasília: Publicações Monergismo, 2009.
A Conspiração da Semente de Mostarda
Brandon Vallorani
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Por que um ministério bíblico de cosmovisão que ensina as pessoas
sobre a herança cristã da América entra no assunto controverso da profecia
bíblica? O que profecia bíblica tem a ver com a história da América? A
resposta é muito simples. O que as pessoas crêem sobre o futuro impacta
como elas vivem hoje. À medida que saímos e ensinamos as pessoas sobre os
fundamentos cristãos da América e como restaurar esta nação, descobrimos
que os cristãos invariavelmente perguntam: “Por que se importar em arrumar
a América, se o mundo findará em breve?”. Essa é uma grande pergunta.
Infelizmente, muitos cristãos têm abraçado os falsos ensinos de “experts” em
profecia contemporâneos, e crido que estamos à beira do final da história. Se a
American Vision não lidar com esse falso ensino, é inútil ensinar sobre a rica
herança cristã da América. Não teremos sucesso em restaurar o fundamento
bíblico da América se os cristãos correrem para as montanhas, aguardando o
fim do mundo.
A visão da American Vision sobre a grande tribulação, os últimos dias e o
final dos séculos é controversa e freqüentemente mal-entendida. Quando
algumas pessoas ouvem pela primeira vez que as profecias lidando com os
“últimos dias” se cumpriram no primeiro século – durante a destruição de
Jerusalém – elas ficam zangadas. É como se a American Vision tirasse a
esperança delas. Sem dúvida, nada poderia estar mais distante da verdade!
American Vision fornece esperança em sua totalidade! Quanto ao tempo da
grande tribulação, os últimos dias, e o fim dos séculos, nós simplesmente
tomamos a Bíblia como ela é. Jesus declarou explicitamente que essas coisas
aconteceriam no primeiro século (Mt. 24:34). As palavras de abertura do Livro
de Apocalipse declaram que os eventos daquele livro aconteceriam em breve:
“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos
as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as
notificou a João seu servo; O qual testificou da palavra de Deus, e do
testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem” (Ap. 1:1). Se não tiver lido,
recomendo a leitura dos seguintes livros de Gary DeMar, para ajudar você a
explorar e entender essa interpretação mais claramente: Last Day Madness, Is
Jesus Coming Soon?, Myths, Lies, & Half-Truths.
Outro equívoco comum que devemos sobrepujar é a idéia que as coisas
más acontecendo no mundo hoje é parte de um inevitável declínio.
Francamente, pessoas que têm esse equívoco são tristemente ignorantes de
história. Considere o triste estado da Igreja em 30 de Outubro de 1517. Sim, o
próprio dia em que o monge por nome Martinho Lutero pregou suas famosas
“95 Teses” na porta da Igreja em Wittemberg, e mudou para sempre o curso
da história.
Apenas imagine onde estaríamos se Lutero tivesse decidido que já era
tarde demais para tentar mudar o mundo. Quando você olha para trás e
contempla eventos dos últimos 2.000 anos, uma coisa se torna clara: sempre
tem havido pessoas pecaminosas e retrocessos morais, mas a Igreja continua a
crescer e sobrepujá-los. Hoje, igrejas preenchem a paisagem. Há pessoas como
Martinho Lutero que estão tomando pequenos passos que eventualmente
resultarão num impacto global. Isaías 11:9 promete que um dia “a terra se
encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar”.
O ponto principal é que a parte mais escura da história humana acabou.
Temos agora a esperança de um Reino crescente e expansivo a caminho. No
livro de Daniel, temos uma figura vívida do tempo, poder e escopo do Reino
de Cristo. Daniel 2 nos fala sobre o sonho que o Rei Nabucodonosor teve da
grande imagem de ouro, prata, bronze, ferro e barro. Daniel interpreta a
imagem como representando quatro reinos que governariam a Terra:
Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Incidentalmente, essa passagem não
ensina que haverá um segundo ou “revivido” Império Romano no futuro.
A pedra que esmaga a imagem nos versículos 34-35 representa o Reino
de Cristo. Em Dn. 2:44, Daniel declara que nos dias do quarto reino (Roma),
“o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino
não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele
mesmo subsistirá para sempre”. Centenas de anos após Daniel ter feito essa
profecia impressionante, João o Batista entra em cena, durante o Império
Romano, e chamando o povo ao arrependimento: “Arrependei-vos, porque é
chegado o reino dos céus!”. Sem dúvida, Jesus também ensinou que o seu
Reino estava para ser inaugurado. Em Mateus 4:17, Jesus também declara:
“Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”.
Quando Cristo ascendeu à mão direita do Pai, ele finalmente recebeu o
Reino lhe prometido (Hb. 1). Desde então, Jesus tem estado reinando sobre o
seu Reino. 1 Coríntios 15:25 declara: “Porque convém que reine até que haja
posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há
de ser aniquilado é a morte”. Jesus, nosso Rei vitorioso, está no processo de
conquistar seus inimigos sobre a Terra. Observe o que Jesus diz sobre a
natureza do seu Reino em Mateus 13:31-33: “O reino dos céus é semelhante
ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; o
qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior
das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se
aninham nos seus ramos. Outra parábola lhes disse: O reino dos céus É
semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de
farinha, até que tudo esteja levedado”. O profeta Isaías declara, “do aumento
deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu
reino…” (Isaías 9:7).
Os “experts” em profecias modernos, que têm existido e errado em
todas as gerações, complicam desnecessariamente a profecia bíblica. Ao invés
de tomar as palavras da Escritura em seu sentido real, eles usam o jornal para
interpretar a verdade preciosa de Deus, criar quadros complicados, introduzir
intervalos na Bíblia, e ignorar o Reino de Cristo. Esses “experts” são aqueles
que têm tirado nossa esperança e visão para o futuro. Eles têm pegado
eventos tenebrosos do primeiro século e colocado em nosso futuro. Têm
trocado o reino de vitória de Cristo por uma era parentética de maldição e
trevas.
Talvez agora você saiba o porquê a profecia bíblia é uma parte
importante da mensagem da American Vision. Temos visto inúmeras vidas
transformadas como resultado do povo descobrindo que o mundo não está
terminando amanhã, e que o Reino de Cristo será vitorioso sobre a Terra. Os
fundadores da América compartilhavam essa visão também. Na Confederação
da Nova Inglaterra de 1643, os Peregrinos declararam: “Todos nós chegamos
a essas partes da América, com um e o mesmo fim e objetivo, a saber, avançar
o Reino de nosso Senhor Jesus Cristo”. A American Vision existe para ver essa
visão realizada.
Não ceda às predições catastróficas tão prevalecentes hoje. Lembre-se
da parábola da semente de mostarda. O Reino está crescendo!
Brandon Vallorani é o Vice-presidente Executivo da American Vision.
Fonte: http://www.americanvision.org/articlearchive2007/12-14-07
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