INTRODUÇÃO
Podemos notar, por várias vezes nas Escrituras, que as montanhas foram cenários de eventos importantes. Pense no Monte do Calvário onde Cristo foi crucificado e no Monte das Oliveiras onde Ele retornará. No Velho Testamento, a entrega da lei no Monte Sinai, é de suma importância.
I. O MONTE SINAI – VERSÍCULOS 1-2
Israel chegou ao Sinai quarenta e cinco dias depois da Páscoa. A lei foi entregue no qüinquagésimo dia depois da Páscoa, e, mais tarde, a festa de Pentecostes foi celebrado neste mesmo dia. A chegada deles foi profetizada em Êxodo 3:1,2.
Aqueles que tiveram oportunidade de viajar para este local, dizem ser um lugar rochoso, desolado e difícil. Os Israelitas acamparam em uma imensa planície de aproximadamente oitocentos metros de largura e vários quilômetros de extensão. O imenso pico de granito conhecido como Monte Sinai elevava-se sobre eles. Alguns o chamam de "O Púlpito de Deus" devido a sua elevação sobre a planície.
II. A VELHA ALIANÇA – VERSÍCULOS 3-6
Após rever as Suas obras graciosas, Deus oferece entrar numa aliança com o povo. Esta foi a antiga aliança que estabeleceu Israel como uma nação teocrática. Sendo o povo especial de Deus, esta aliança seria a regra de conduta deles, enquanto se dirigiam para a terra prometida (Deuteronômio 4:5, Josué 7:11).
Várias promessas estavam ligadas ao cumprimento desta aliança. Eles seriam um tesouro particular de Deus, acima de todos os povos da terra. Sendo uma nação santa, eles seriam separados para Deus. Israel, sendo um reino de sacerdotes, teria acesso a Deus, podendo assim ser um canal de benção para outras nações da terra.
Todo estudante da Bíblia sabe que Israel falhou no cumprimento desta aliança (Hebreus 8:9). Eles perderam as bençãos prometidas (Mateus 21:43). Por este motivo, Deus providenciou uma nova aliança (Hebreus 8:8) que foi baseada em melhores promessas (Hebreus 8:6-7). Esta nova aliança era a promessa de salvação através de Cristo e de regeneração pelo Seu Espírito (Hebreus 8:10). Ela foi posta em vigor pela morte de Cristo (Hebreus 9:16, Mateus 26:28). Virá o dia, em que Israel como nação, fará parte desta aliança (Jeremias 31:31-34, Romanos 11:25-27), mas ainda hoje, tanto judeus quanto gentios, podem individualmente fazer parte desta aliança pela fé em Cristo (Romanos 11:11). Os filhos de Deus hoje são a Sua possessão particular (Tito 2:14) e uma nação de reis e sacerdotes (I Pedro 2:9, Apocalipse 5:10).
Aqui é um bom momento para corrigirmos uma comum concepção errônea. Muitos suponham que a lei foi dada para salvar, mas tendo falhado, veio então o evangelho. Isto é um erro. A lei nunca foi dada para contradizer ou destruir a promessa da graça feita á Abraão (Gálatas 3:13-24).
O propósito de Deus em dar a lei era o de revelar a Sua perfeita santidade e assim demonstrar o estado pecaminoso do homem á ele. A lei não pode salvar (Gálatas 2:21), mostrar misericórdia (Romanos 10:5) ou fazer outra coisa a não ser condenar o homem (Romanos 3:19). Isto não é por falha da lei, mas por causa do homem ser pecaminoso (Romanos 7:21). A antiga aliança foi perfeitamente designada para mostrar a Israel a necessidade dela de um Salvador (Gálatas 3:24) e nos seus atos cerimoniais de apontar para a Sua obra redentora.
III. A RESPOSTA DE ISRAEL – VERSÍCULOS 7-9
A nação entrou de livre e espontânea vontade nesta aliança com Deus. Apesar deles ter feito o certo (Deuteronômio 5:29, Isaías 64:6) eles pareciam compreender muito pouco aquilo que estavam prometendo.
IV. A Cena no Monte Sinai – versículos 10-25
Todo o episódio que acompanhou a entrega da lei, tinha a intenção de causar espanto e temor no coração do povo de Israel. Note que terrível descrição:
Nos versículos 10-11 o povo é ordenado á se limpar cerimoniosamente em preparação.
Nos versículos 12-13 eles são alertados de que se apenas tocassem no monte quando Deus descesse, morreriam.
No versículo 14-5 vemos que houve um tempo de ansiosa espera, durante o qual, até mesmo o relacionamento íntimo dos casais foi suspenso.
No versículo 16 a cena é descrita como sendo uma de espessas nuvens, trovões, relâmpagos e estremecimento. O sonido de uma buzina forte ecoou aos ouvidos do povo, anunciando assim, a presença de Deus.
Nos versículos 17-19 lemos que o monte inteiro tremia e foi coberto com fumaça. O sonido da buzina ficou ainda mais terrível.
Nos versículos 20-25 um aviso quanto a curiosidade é dado. A morte seria o castigo para quem ultrapassasse os limites.
Em outras passagens das escrituras aprendemos que os anjos estavam presentes nesta ocasião (Salmo 68:17, Atos 7:53, Hebreus 2:2).
Qual era o significado desta espantosa e terrível visão? Não estava Deus nos ensinando o que acontece quando o homem pecador se aproxima do Deus Santo não sendo através do mediador, nosso Senhor Jesus Cristo (Hebreus 12:29)? Que esta cena seja considerada por todos aqueles que pensam poder escapar da ira de Deus aparte de Cristo. Deus é perfeitamente santo e Seus padrões são perfeitos. O homem não pode atingir este padrão e ninguém deseja enfrentar o castigo por quebrar a lei de Deus (Romanos 3:23, 6:23).
Fora de Jesus Cristo, não há esperança para o pecador diante de Deus. No Monte do Calvário, nosso Salvador pagou o preço dos nossos pecados. Aqueles que crêem em Cristo descobrem que Deus é um Pai misericordioso e não um juiz implacável. Que a cena no Monte Sinai possa nos levar a apreciarmos mais ainda a Nova Aliança (Hebreus 12:18-24). E que também nos sirva de aviso quanto ao perigo de rejeitar a misericórdia de Deus oferecida através do evangelho (Hebreus 12:25, 2:3-4).
Autor: Pr Ron Crisp
Tradução: Eduardo Alves Cadete 07-03
Revisão: Calvin Gardner 09-03
Fonte: www.palavraprudente.com.br
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