Ouvimos esta expressão quase todos os dias. Ela trocar o pneu? Nem pensar! Ele trocar a fralda do neném? Nem pensar! Com apenas duas palavras deixamos bem claro que a sugestão está fora de cogitação. Nem consideramos a possibilidade.
As mesmas duas palavras são extremamente úteis na vida espiritual, pois refletem bem um princípio bíblico para combater a tentação e evitar o pecado. Uma parte do sermão do monte desenvolve bem este princípio. Jesus mostra que não devemos apenas evitar atos visíveis de pecado, devemos controlar os nossos pensamentos para nem chegar perto daqueles atos. É neste sentido que diz que a nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mateus 5:20). Conheciam bem os detalhes de praticar as coisas externas da lei, mas faltou domínio dos próprios corações. Outras passagens aplicam o mesmo princípio. Consideremos alguns exemplos práticos.
Homicídio? Nem pensar!
Não matarás! Todos os judeus conheciam este mandamento. Deus condenou o homicídio desde o princípio, em todas as épocas da história (Gênesis 9:6; Êxodo 20:13; Apocalipse 21:8). Mas Jesus exige mais. A ira, palavras ofensivas e maldições são, também, erradas (Mateus 5:21-26). Se controlar os pensamentos, evitando a ira e as palavras maliciosas, não chegará perto do homicídio. Quando se trata de homicídio, a solução é simples: Nem pensar!
Adultério? Nem pensar!
Não adulterarás! Deus sempre queria que o homem mantivesse a pureza do casamento, sendo fiel à sua própria mulher durante toda a vida. Quando criou Adão, o Senhor fez uma só companheira para ele. Jesus diz que a vontade básica de Deus para o casamento – um princípio revelado antes da lei de Moisés e antes do começo da igreja do Senhor – nunca mudou (Mateus 19:4-8). É o mesmo princípio que governa todos os casamentos hoje (Hebreus 13:4; 1 Coríntios 7:2).
Além de evitar o ato de adultério, devemos evitar os pensamentos que nos levariam na direção deste pecado. Jesus disse: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mateus 5:27-28). Um homem pode pecar sem tocar em uma mulher. Jesus ensina domínio próprio, até controlando os pensamentos. Se não olhar com intenções impuras, obviamente não chegará ao ato de adultério. Como evitar este pecado? Nem pensar!
Prostituição? Nem pensar!
Da mesma maneira que relações extra-conjugais são condenadas, todas as relações sexuais fora (ou antes) do casamento são proibidas. Foram proibidas no Antigo Testamento (Levítico 20:13; Deuteronômio 22:23-24) e são proibidas no Novo (Atos 15:20; Hebreus 13:4).
Mas a nossa linha de defesa deve ser antes de chegar ao ato de uma relação ilícita. Duas palavras no Novo Testamento ajudam aqui:
Concupiscência (também traduzida por cobiça ou sensualidade) é o desejo pelas coisas proibidas. Estes desejos procedem do mundo, e não de Deus (1 João 2:15-17). São características da libertinagem dos ímpios, não da vida santificada dos cristãos (1 Pedro 4:3).
Lascívia (ou libertinagem), literalmente, traz a idéia de “não abster-se”, e aparece junto com palavras que descrevem pecados sexuais (Gálatas 5:19; 2 Coríntios 12:21).
Para evitar o ato de relações sexuais ilícitas (prostituição ou fornicação), devemos praticar todo cuidado na escolha de filmes, revistas, músicas, programas de televisão, atividades e comportamento no namoro, etc. Quando se trata de prostituição, a solução é nem pensar!
Vingança e Ódio? Nem pensar!
Olho por olho, dente por dente (Mateus 5:38). Uma regra que proibia excessos e evitava justiça exageradamente severa foi distorcida por alguns para permitir a vingança pessoal. Uma outra idéia – “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” (Mateus 5:43) – permitiu a auto justiça de alguns judeus chegar à sua conclusão triste de desdém e ódio para com os outros, especialmente os gentios, samaritanos, etc.
Como evitar a vingança e o ódio? Jesus disse:“Não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra” e “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:39,44). A solução ao problema? Nem pensar!
Embriaguez? Nem pensar!
Freqüentemente, pessoas que querem justificar suas praticas de beber comentam que a Bíblia não proíbe o ato, ou seja, não há versículo que condena a prática de tomar uma cerveja, um copo de vinho, etc. Mas será que esta abordagem ao assunto é honesta e humildade, procedente de corações espirituais determinados a agradar ao Senhor? Ou, pode ser que reflete uma atitude carnal determinada a justificar o prazer próprio?
O que Deus acha da bebida forte? Ele diz: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora” (Provérbios 20:1).
Algumas pessoas ainda procuram defender seus hábitos de tomar bebidas alcoólicas, sugerindo que outras passagens contradizem esta. Citam, por exemplo, o milagre de Jesus em Caná, quando o Senhor fez centenas de litros de vinho (João 2:1-12). Estas pessoas ignoram o significado da palavra “vinho” nas Escrituras, que simplesmente identifica o produto da uva. Pode ser vinho, a bebida forte condenada por Deus, ou pode ser suco da uva, o que uma mãe daria para uma criança de peito (Lamentações 2:11-12). Para defender o consumo de bebidas alcoólicas, sugerem que Jesus agiu em contradição da palavra já revelada por Deus condenando a bebida forte. Não há nenhuma evidência bíblica para sugerir que Jesus fizesse vinho com álcool.
Uma outra defesa é o argumento que a Bíblia condena o vinho, não a cerveja. É claro que a palavra cerveja não aparece nas Escrituras, mas a cerveja hoje tem quase o mesmo teor de álcool do vinho fermentado naturalmente naquela época. Tudo que o vinho fazia para prejudicar a pessoa, a cerveja também faz. A bebida forte diminui a capacidade de discernir entre o certo e o errado (Levítico 10:9-11) e a capacidade de aplicar a justiça (Provérbios 31:5).
Como evitar a embriaguez e outros pecados envolvendo o consumo de álcool? “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente” (Provérbios 23:31). Se não olhar, não vai pegar. Se não pegar, não vai tomar. Se não tomar, não sofrerá os prejuízos que a bebida forte traz.
Como responder a questão de bebidas alcoólicas? Nem pensar!
O Campo de Batalha: O Desafio para Todos Nós!
Estamos em guerra contra a carne (Gálatas 5:17). O campo de batalha é a mente e o coração de cada um de nós. O perigo é de deixar as nossas mentes serem corrompidas, abandonando a pureza de Cristo (2 Coríntios 11:3). A mente corrompida se torna resistente à palavra (2 Timóteo 3:7-9). Como podemos evitar a derrota espiritual na batalha do coração? Precisamos encher as nossas mentes com as coisas puras e boas que vêm de Deus (Filipenses 4:7-9) e submeter cada pensamento a Cristo (2 Coríntios 10:3-6).
Equando se trata do pecado, nem pensar!
–por Dennis Allan
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