Quem esta embaixo não precisa
ter medo de cair
. . .aquele que é manso não é sensível, nem com relação a si próprio. Não está sempre a velar por si e por seus interesses pessoais. Não está sempre em posição defensiva. Todos nós o conhecemos, não é? Não é uma das maiores maldições da vida, como resultado da queda — essa sensibilidade quanto ao ego? Passamos a vida toda olhando por nós mesmos, Mas quando alguém se torna manso, já acabou com isso tudo; já não se aflige por si e pelo que digam os outros. Ser verdadeiramente manso significa que não mais protegemos a nós mesmos, porque percebemos que não há nada em nós que valha a pena defender. Assim, já não ficamos na defensiva; tudo se foi.
O homem verdadeiramente manso nunca sente dó de si mesmo, nunca fica com pena de si mesmo. Nunca fala consigo, dizendo: «Você está passando por um mau bocado. Como é indelicada essa gente qiíe não o compreende!» jamais pensa: «Como sou maravilhoso! Bastaria que os outros me dessem uma oportunidade». Auto-comiseração! Quantas horas e anos gastamos com isso! Mas quem se fez manso pôs fim a tudo isso. Ser manso, em outras palavras, significa que você liqüidou completamente consigo mesmo, e você passa a ver que não tem quaisquer direitos ou méritos.
Você passa a entender que ninguém pode fazer-lhe dano. João Bunyan o expressa muito bem: «Quem está embaixo não precisa ter medo de cair». Quando o homem vê-se a si próprio como na verdade é, sabe que ninguém pode dizer dele alguma coisa que seja demasiado ruim. Você não precisa apoquentar-se por aquilo que os homens lhe façam ou digam; você sabe que merece tudo aquilo e mais ainda. Uma vez mais, portanto, defino a mansidão nestes termos: Verdadeiramente manso é aquele que se espanta de que Deus e o homem possam pensar tão bem dele como pensam, e tratá-lo tão bem como o tratam.
Studies in the Sermon on the Mount, i, p. 69-
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