Jerusalém estava zumbindo com atividades durante um dos mais importantes dias de festa judaica. E, no poço de Betesda, o jovem e controverso rabi, da Galiléia, deixara todos admirados por curar um homem que estivera paralisado durante trinta e oito anos! Mas, em vez de alegraremse, os líderes judaicos primeiramente confrontaram o homem curado, por estar levando a sua cama em dia de sábado — isso era uma obra, eles diziam, e Deus proibia toda obra no sábado. Em seguida, eles condenaram a Jesus por sua obra de “cura” no dia de sábado! João 5 narra a resposta simples de Jesus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Os judeus entenderam esta resposta como uma afirmação de Jesus “fazendo-se igual a Deus” (v. 18).
As declarações claras de Jesus afirmando sua igualdade com Deus despertaram a vontade de matar no coração dos líderes dos judeus, mas Jesus expressou graciosamente seu desejo em relação a eles, quando declarou: “Digo-vos, entretanto, estas coisas para que sejais salvos” (v. 34). E, como eles não poderiam ser salvos, se não cressem em Jesus como o Deus encarnado e seu Messias prometido, Ele lhes mostrou que suas afirmações de divindade eram validadas por três tipos de evidências, com as quais eles estavam familiarizados: o testemunho de João Batista, as obras miraculosas que Jesus fazia e as próprias Escrituras. No entanto, apesar de toda esta evidência, a incredulidade persistente deles exigiu estas palavras registradas no versículo 40: “Não quereis vir a mim para terdes vida”.
Com certeza, estas são algumas das palavras mais trágicas já proferidas! Nelas, Jesus afirmou claramente que a vida estava nEle e que podia ser obtida apenas por vir a Ele. Jesus não estava falando sobre a vida física ou o vir fisicamente a Ele, pois seus ouvintes já estavam perto dEle. Jesus estava falando sobre o vir espiritual e a vida eterna recebida por unir-se a Ele pela fé. Contudo, os seus ouvintes recusaram-se a fazer a única coisa necessária para que tivessem a vida eterna, pois recusaram-se a crer nEle. E as palavras de Jesus nos mostram que Ele os tomou como responsáveis por sua indisposição de vir a Ele. O que impediu essas pessoas exteriormente religiosas de virem a Cristo? Meu amigo não-salvo, o que o impede de vir a Cristo hoje? Enquanto descrevo quatro razões por que alguns não vêm a Cristo, espero mostrar-lhe que cada tipo de razão é indesculpável. Espero persuadi-lo a abandonar essas razões e convencê-lo a vir a Jesus Cristo.
1. Ignorância de sua profunda necessidade
Algumas pessoas não vêm a Cristo porque ignoram sua necessidade como pecadores. Os fariseus dos dias de Jesus eram um exemplo clássico desta ignorância. Em Lucas 18, Jesus contou, com ousadia, uma parábola que visava a estes hipócritas, que “confiavam em si mesmos, por se considerarem justos” (v. 9). Quando os escribas e os fariseus murmuraram contra Jesus, porque Ele comia com os publicanos e pecadores, Jesus observou: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.31-32).
O que era verdade a respeito dos fariseus há dois mil anos também é verdade a respeito de muitos em nossos dias: eles nem sabem que estão doentes. Ignoram o fato de que têm uma doença moral e espiritual. Não se preocupam em ir ao Grande Médico de sua alma, porque não acham que haja algo errado. Mas essa indiferença em relação à verdadeira condição de sua alma é indesculpável, por causa do testemunho claro das Escrituras e da sua consciência. Se você abrir qualquer livro da Bíblia, lerá sobre a condição pecaminosa e corrompida do homem. Desde o relato de Adão e Eva, quando estes desobedeceram a Deus, e em todo o seu relato sobre o homem, a Palavra de Deus nos mostra que somos uma raça culpada e contaminada. Mas, se você acha que é uma exceção, considere várias afirmações do apóstolo Paulo que resumem este assunto e nas quais ele falou a respeito do Senhor Jesus Cristo, sob a orientação infalível do Espírito Santo: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15.22); ou: “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).
Por causa desta herança, somos, de fato, pecadores. Paulo nos descreve como “filhos da ira” (Ef 2.3). Davi, o homem segundo o coração de Deus, testemunhou a respeito de si mesmo: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Cada um de nós herdou uma natureza de pecado, e pecar ocorre naturalmente para todos nós. Somos culpados detransgredir as leis de Deus escritas em nosso coração e na Palavra de Deus. “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho”, declarou o profeta (Is 53.6). Paulo afirmou com autoridade final e abrangente: “Não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10).
Além do testemunho externo das Escrituras, há o testemunho interno da própria consciência. A consciência é ativa em cada pessoa, acusando as más ações ou recomendando aquelas que são boas (Rm 2.15). Você sabe que a consciência remove o prazer do pecado e acha maneiras de abafá-la. Se a consciência pudesse falar em voz alta, ela lhe declararia, de modo audível, quão vil é o seu coração. Revelaria todos os motivos e desejos perversos que existem em seu espírito. Se você ouvisse a sua consciência, não seria ignorante de sua profunda necessidade de Cristo. Você sabe que está sob a condenação de Deus, por causa de seu pecado, e sujeito à total punição desse pecado. Também sabe que é incapaz de ajudar a si mesmo. Oh! Quantos ignoram o testemunho da Bíblia e lutam contra o testemunho de sua consciência! Não se congratule com o fato de que pode ouvir a oferta da misericórdia de Cristo e permanecer insensível. Em vez disso, ore para que tenha uma percepção de sua profunda necessidade e da extensão de sua culpa e sua corrupção. Em vez de ser como o fariseu descrito em Lucas 18, que permanecia ousada e arrogantemente na presença de Deus, proclamando a sua própria bondade, que você se prostre em humildade, como o publicano, e clame: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”
2. Impenitência diante das exigências penetrantes de Cristo
Talvez você esteja disposto a admitir sua necessidade e escapar da acusação de uma consciência que o condena; mas há outra razão por que você não vem a Cristo. Talvez você permaneça sem arrepender-se diante das exigências penetrantes que Ele faz. A chamada de Cristo para que você venha a Ele também é um mandamento para que você abandone seus pecados. “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus”, disse o anjo a José, “porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Ele não os salvará nos seus pecados, mas dos seus pecados. “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.32), disse Jesus. Os termos pelos quais devemos nos unir a Cristo são os termos de separação completa dos pecados. Você não pode separar o arrependimento da fé e do perdão. Paulo disse que a mensagem autêntica do evangelho é “o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus [Cristo]” (At 20.21). Deus exaltou Jesus a Príncipe e Salvador, disse Pedro aos judeus, “a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.31). Seu problema talvez não seja insensibilidade — de fato, talvez você esteja miseravelmente consciente de sua profunda necessidade de perdão e paz. Mas não está pronto para deixar seus pecados e vir a Cristo, de acordo com os termos dEle. Esse era o problema do jovem rico, mencionado em Mateus 19. Ele desejava com sinceridade ter a vida eterna e foi a Cristo em busca desta vida. Mas Jesus, em seu conhecimento onisciente do coração humano, se focalizou em um único problema: o amor do homem ao dinheiro. Jesus tinha de ser o único Senhor daquele jovem: “Vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me” (Mt 19.21). Mas, o jovem rico mostrou-se indisposto a sujeitar-se às exigências penetrantes de Cristo, e o relato bíblico diz:
“Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste”. Não devemos pensar que isto é sempre uma chamada para abandonarmos as riquezas, pois Jesus chamou pelo menos alguns homens ricos, como Mateus e Zaqueu, e nunca lhes impôs essa exigência específica. Mas, quando Jesus lidava com qualquer pecador, como a mulher samaritana (mencionada em João 4), Ele descobria o pecado favorito daquela pessoa e expressava com ousadia sua reivindicação. Jesus diz aos pecadores que a vida eterna está em suprema ligação com Ele mesmo. “Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e sigame” (Mc 8.34). Você percebe que não se arrepender ante às penetrantes exigências de Cristo é indesculpável. O perfeito e santo Senhor da glória chama-o a deixar os seus pecados, a fim de lhe dar a vida eterna; e você se recusa a deixá-los.
Mas os pecados aos quais você está apegado, o que eles farão por você no final? “O salário do pecado é a morte” (Rm 6. 23), disse o apóstolo Paulo. A salvação por meio de Jesus Cristo tem o propósito de livrá-lo da penalidade, poder, prática e, um dia, louvado seja Deus, até da presença do pecado. Por que você se apega aos seus pecados, que somente o arrastarão ao inferno? Jesus sabe que esta separação envolve um custo. Ele falou sobre o pecado como algo tão querido como o olho ou a mão direita. Jesus sabe que o verdadeiro arrependimento, a confissão e o abandono do pecado podem causar embaraço, mal-entendido, perdas financeiras e a tristeza de romper relacionamentos íntimos.
Quando Jesus disse àqueles judeus: “Não quereis vir a mim para terdes vida”, sabia que eles amavam receber honra uns dos outros (Jo 5.44). Seguir um mestre desprezado como aquele era mais do que o arrogante coração deles podia suportar. Jesus sabia do conflito deles, mas nunca diminuiu suas exigências que humilhavam a carne. Você percebe que essa impenitência é não somente indesculpável, mas também irracional? Considere todas as evidências contra uma vida entregue ao pecado. Observe em detalhes a vida infeliz e corrompida daqueles que resistiram à pregação em sua juventude — pessoas que são o próprio cumprimento das palavras proféticas de Deus, por meio do profeta Isaías: “Os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz” (Is 57.20, 21). “O caminho dos pérfidos é intransitável” (Pv 13.15). Considere o leito de morte cheio de terror daqueles que morrem em seus pecados. Pense no futuro Dia do Juízo, quando os grandes da terra clamarão às montanhas e rochas que caiam sobre eles, para ocultá-los da “ira do Cordeiro” (Ap 6.16). Pense no próprio inferno, onde os pecadores impenitentes são lançados “na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.42). “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos” (Ap 14.11).
Finalmente, olhe para a cruz. Contemple o Senhor da glória, o único Homem que viveu sem pecado e que, na cruz, foi feito pecado em lugar de seu povo. Considere o preço que Jesus pagou pelos pecados que você ama. Pense nos sofrimentos dEle, quando estava nas mãos de homens ímpios. Observe a grande e indescritível agonia de Jesus, quando esteve sob a ira de seu Pai, em benefício de homens pecadores. Pare e reflita, até que você possa dizer como o fez John Newton: “Vi o Salvador sangrando e agora odeio o meu pecado”. Se essas considerações são insuficientes para afastá-lo dos pecados que agora lhe parecem tão queridos, será correto que Deus lhe diga naquele grande último dia: “Apartai-vos de mim, malditos” (Mt 25.41). “Efraim está entregue aos ídolos; é deixá-lo” (Os 4.17). Não afunde no inferno por agarrar-se aos seus pecados. Venha a Cristo de acordo com os termos dEle, para que você tenha vida.
3. Incredulidade em relação à promessa de Cristo
Talvez você não seja culpado de um estimado e idólatra apego ao pecado. Talvez você tenha deixado muitos pecados, para o seu próprio bem e por causa de respeitabilidade perante os outros. Contudo, há uma forma sutil de pecado que você nunca levou em conta. Talvez você não o considere muito importante, nem, com certeza, muito injurioso. Talvez você seja uma pessoa que não crê nas promessas de Cristo. Mas você pergunta: “Incredulidade? Que tipo de pecado é esse? Por que Deus me julgaria responsável por não crer em algo?” Meu amigo, considere por alguns momentos como a incredulidade pode ser um dos maiores obstáculos para que alguém venha a Cristo e, por causa disso, o impeça de entrar no céu.
Pode haver alguma dúvida sobre o fato de que as promessas de Cristo são claras, seguras e abrangentes? Leia estes exemplos das promessas dEle. Verifique-as na Bíblia, para confirmar, por si mesmo, quão absolutamente isentas de condições e qualificações elas são.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Ele “é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam” (Rm 10.12). “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13). “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). “O que vem a mim, de modo nenhum [sob nenhuma condição, em nenhuma circunstância] o lançarei fora” (Jo 6.37). Deus compara sua obra de salvação a uma festa de casamento e diz: “Tudo está pronto; vinde para as bodas” (Mt 22.4). Deus fez todos os preparativos — tudo que precisava ser feito. Não precisamos trazer nada; precisamos apenas vir.
À luz dessas maravilhosas e irrestritas promessas de perdão e aceitação, você percebe quão indesculpável é o pecado de incredulidade? As bodas do evangelho têm sido anunciadas, e Deus envia seus servos a dizerem: “Vinde, porque tudo já está preparado” (Lc 14.17). Mas você permanece fora da sala do banquete, perdido e condenado em sua recusa ímpia de aceitar a misericórdia prometida da parte de Deus. Talvez você não ignore sua necessidade profunda ou a impenitência em relação a seus pecados, mas está indisposto a crer no testemunho de Deus a respeito da suficiência de seu Filho como Redentor para os pecadores — o Deus que falou de modo audível do céu: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (Mc 9.7). Haverá muitos tipos surpreendentes de pecadores no céu. Haverá pecadores notáveis como o ladrão cujos crimes exigiram a crucificação. Haverá assassinos e blasfemos no céu, como Saulo de Tarso, e pessoas cujas mãos mataram o Filho de Deus (At 2.23). Todavia, é evidente que um tipo de pecador estará ausente do céu; ali não haverá incrédulos. No céu, não haverá pessoas que, nesta vida, não se uniram pela fé ao Senhor Jesus Cristo.
O livro de Apocalipse pinta muitos quadros do juízo final executado por Deus sobre toda a humanidade. Várias destas imagens são complexas e misteriosas, mas considere uma destas imagens bem claras sobre aqueles que não entrarão no céu. Apocalipse 21.8 nos diz: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”. Aqueles que tinham uma vida respeitável e até correta, porém caracterizada pelo pecado crônico de incredulidade terão seu lugar eterno com aqueles cujas vidas estavam caracterizadas por assassinato, mentira e outras formas grosseiras de pecado.
Somos tentados a ver a incredulidade como um defeito ou um tipo de “deficiência vitamínica” que nos deixa espiritualmente anêmicos, mas não muito doentes. Deus vê a incredulidade em sua verdadeira luz. Quando Jesus descreveu o propósito da vinda do Espírito Santo, para convencer o mundo do pecado, este foi o principal pecado que Ele enfatizou: “Porque não crêem em mim” (Jo 16.9). Se até hoje você tem sido incrédulo, você quer, agora, se converter deste pecado e unir-se a Cristo, pela fé? Você deseja crer nas abundantes promessas dEle, promessas de salvação, perdão e descanso?
4. Esperar revelação adicional da parte de Cristo
Talvez você ainda não tenha identificado seu motivo para não vir a Cristo. Você sente a sua necessidade por Ele e está pronto a deixar os seus pecados. Está procurando colocar sua fé em Jesus no tempo certo, mas quer alguma palavra adicional da parte dEle.
A sua exposição à Bíblia, quer na leitura pessoal, quer na educação familiar, quer na freqüência à igreja, lhe ensinou uma verdade importante. Você sabe que, se não é um dos eleitos de Deus, não pode vir a Cristo. Deus tem de despertar um pecador para a sua necessidade, tem de atraí-lo a Ele mesmo e dar-lhe o dom da fé. Por isso, você argumenta: “Enquanto eu não souber que sou um dos eleitos de Deus, ir a Cristo será presunçoso para mim!”
De posse desta convicção firme, você determinou que não pode agir, enquanto não receber revelação adicional da parte de Cristo. É claro que você não está exigindo uma visão ou uma voz à noite, mas está esperando ou por alguma passagem bíblica especial que se fixará em sua mente, ou por algum senso avassalador da convincente presença de Deus, ou por alguma evidência dos sinais da regeneração em sua vida. Assim, você não quer ir a Cristo, porque espera por uma mensagem de Deus. Por que não é seguro esperar essa revelação adicional? A passagem de João 5 nos dá uma resposta constrangedora.
Jesus afirmou aos judeus que as Escrituras do Antigo Testamento devem ser a prova convincente e final das reivindicações dEle. Jesus disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (v. 39); e, em seguida: “Se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito” (v. 46). Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “O que as Escrituras dizem a respeito de mim, desde os primeiros escritos de Moisés até às palavras finais dos profetas, tudo é uma garantia de que você precisa vir a mim. Não deve esperar por algo mais; estas palavras são suficientes”.
O diálogo de Abraão com o rico, no inferno, reforça o ensino sobre a suficiência e a finalidade do testemunho das Escrituras. Ao apelo do rico no sentido de que alguém advertisse seus irmãos a respeito dos tormentos do inferno, Abraão respondeu: “Eles têm Moisés e os Profetas; ouçamnos” (Lc 16.29). Mas o rico tinha um método melhor: “Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão” (v. 30). Ouvimos a voz de Cristo falando por meio da resposta final de Abraão: “Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (v. 31). Você está esperando por uma revelação espetacular da parte de Deus, antes de vir a Cristo? Está ignorando a mensagem de Moisés e dos profetas que você tem em sua Bíblia? Você percebe que essa espera é indesculpável? Não pense que sua atitude equivale à submissão humilde diante de Deus. Sua relutância é realmente uma exigência arrogante e vangloriosa para com Deus, dizendo-Lhe como deveria agir. De fato, você está dizendo, juntamente com aquele rico: “Deus, eu tenho um plano de salvação melhor do que os seus métodos comuns. Tenho uma maneira especial para que você me chame e estou esperando por esta revelação especial”. A verdade é: o plano de salvação de Deus tem sido apresentado com clareza e simplicidade a você, por meio do testemunho das Escrituras. As bodas do evangelho têm sido anunciada, e Deus o convida a ter a vida eterna. Tudo o que você precisa fazer é vir. Jesus Cristo está chamando-o? Você se vê não como um pecador especial, mas como um pecador necessitado e perdido, que merece o inferno? Então, venha a Ele com arrependimento e fé. Olhe para Cristo como o amigo perfeitamente adequado para os pecadores. Veja como a vida de perfeita justiça dEle satisfaz as exigências da lei de Deus. Considere como a morte vicária de Cristo satisfaz plenamente a justiça divina quanto aos seus pecados. Não complique aquilo que Deus tornou maravilhosamente simples; apenas venha.
Venha a Cristo por causa da graciosa orientação dada por Deus: “Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo” (1 Jo 3.23). Venha a Cristo por causa da graciosa promessa de Deus: “Todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Que neste dia você abandone quaisquer razões que o impeçam. Venha a Cristo, para que tenha vida!
As declarações claras de Jesus afirmando sua igualdade com Deus despertaram a vontade de matar no coração dos líderes dos judeus, mas Jesus expressou graciosamente seu desejo em relação a eles, quando declarou: “Digo-vos, entretanto, estas coisas para que sejais salvos” (v. 34). E, como eles não poderiam ser salvos, se não cressem em Jesus como o Deus encarnado e seu Messias prometido, Ele lhes mostrou que suas afirmações de divindade eram validadas por três tipos de evidências, com as quais eles estavam familiarizados: o testemunho de João Batista, as obras miraculosas que Jesus fazia e as próprias Escrituras. No entanto, apesar de toda esta evidência, a incredulidade persistente deles exigiu estas palavras registradas no versículo 40: “Não quereis vir a mim para terdes vida”.
Com certeza, estas são algumas das palavras mais trágicas já proferidas! Nelas, Jesus afirmou claramente que a vida estava nEle e que podia ser obtida apenas por vir a Ele. Jesus não estava falando sobre a vida física ou o vir fisicamente a Ele, pois seus ouvintes já estavam perto dEle. Jesus estava falando sobre o vir espiritual e a vida eterna recebida por unir-se a Ele pela fé. Contudo, os seus ouvintes recusaram-se a fazer a única coisa necessária para que tivessem a vida eterna, pois recusaram-se a crer nEle. E as palavras de Jesus nos mostram que Ele os tomou como responsáveis por sua indisposição de vir a Ele. O que impediu essas pessoas exteriormente religiosas de virem a Cristo? Meu amigo não-salvo, o que o impede de vir a Cristo hoje? Enquanto descrevo quatro razões por que alguns não vêm a Cristo, espero mostrar-lhe que cada tipo de razão é indesculpável. Espero persuadi-lo a abandonar essas razões e convencê-lo a vir a Jesus Cristo.
1. Ignorância de sua profunda necessidade
Algumas pessoas não vêm a Cristo porque ignoram sua necessidade como pecadores. Os fariseus dos dias de Jesus eram um exemplo clássico desta ignorância. Em Lucas 18, Jesus contou, com ousadia, uma parábola que visava a estes hipócritas, que “confiavam em si mesmos, por se considerarem justos” (v. 9). Quando os escribas e os fariseus murmuraram contra Jesus, porque Ele comia com os publicanos e pecadores, Jesus observou: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.31-32).
O que era verdade a respeito dos fariseus há dois mil anos também é verdade a respeito de muitos em nossos dias: eles nem sabem que estão doentes. Ignoram o fato de que têm uma doença moral e espiritual. Não se preocupam em ir ao Grande Médico de sua alma, porque não acham que haja algo errado. Mas essa indiferença em relação à verdadeira condição de sua alma é indesculpável, por causa do testemunho claro das Escrituras e da sua consciência. Se você abrir qualquer livro da Bíblia, lerá sobre a condição pecaminosa e corrompida do homem. Desde o relato de Adão e Eva, quando estes desobedeceram a Deus, e em todo o seu relato sobre o homem, a Palavra de Deus nos mostra que somos uma raça culpada e contaminada. Mas, se você acha que é uma exceção, considere várias afirmações do apóstolo Paulo que resumem este assunto e nas quais ele falou a respeito do Senhor Jesus Cristo, sob a orientação infalível do Espírito Santo: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15.22); ou: “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).
Por causa desta herança, somos, de fato, pecadores. Paulo nos descreve como “filhos da ira” (Ef 2.3). Davi, o homem segundo o coração de Deus, testemunhou a respeito de si mesmo: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Cada um de nós herdou uma natureza de pecado, e pecar ocorre naturalmente para todos nós. Somos culpados detransgredir as leis de Deus escritas em nosso coração e na Palavra de Deus. “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho”, declarou o profeta (Is 53.6). Paulo afirmou com autoridade final e abrangente: “Não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10).
Além do testemunho externo das Escrituras, há o testemunho interno da própria consciência. A consciência é ativa em cada pessoa, acusando as más ações ou recomendando aquelas que são boas (Rm 2.15). Você sabe que a consciência remove o prazer do pecado e acha maneiras de abafá-la. Se a consciência pudesse falar em voz alta, ela lhe declararia, de modo audível, quão vil é o seu coração. Revelaria todos os motivos e desejos perversos que existem em seu espírito. Se você ouvisse a sua consciência, não seria ignorante de sua profunda necessidade de Cristo. Você sabe que está sob a condenação de Deus, por causa de seu pecado, e sujeito à total punição desse pecado. Também sabe que é incapaz de ajudar a si mesmo. Oh! Quantos ignoram o testemunho da Bíblia e lutam contra o testemunho de sua consciência! Não se congratule com o fato de que pode ouvir a oferta da misericórdia de Cristo e permanecer insensível. Em vez disso, ore para que tenha uma percepção de sua profunda necessidade e da extensão de sua culpa e sua corrupção. Em vez de ser como o fariseu descrito em Lucas 18, que permanecia ousada e arrogantemente na presença de Deus, proclamando a sua própria bondade, que você se prostre em humildade, como o publicano, e clame: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”
2. Impenitência diante das exigências penetrantes de Cristo
Talvez você esteja disposto a admitir sua necessidade e escapar da acusação de uma consciência que o condena; mas há outra razão por que você não vem a Cristo. Talvez você permaneça sem arrepender-se diante das exigências penetrantes que Ele faz. A chamada de Cristo para que você venha a Ele também é um mandamento para que você abandone seus pecados. “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus”, disse o anjo a José, “porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Ele não os salvará nos seus pecados, mas dos seus pecados. “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lc 5.32), disse Jesus. Os termos pelos quais devemos nos unir a Cristo são os termos de separação completa dos pecados. Você não pode separar o arrependimento da fé e do perdão. Paulo disse que a mensagem autêntica do evangelho é “o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus [Cristo]” (At 20.21). Deus exaltou Jesus a Príncipe e Salvador, disse Pedro aos judeus, “a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.31). Seu problema talvez não seja insensibilidade — de fato, talvez você esteja miseravelmente consciente de sua profunda necessidade de perdão e paz. Mas não está pronto para deixar seus pecados e vir a Cristo, de acordo com os termos dEle. Esse era o problema do jovem rico, mencionado em Mateus 19. Ele desejava com sinceridade ter a vida eterna e foi a Cristo em busca desta vida. Mas Jesus, em seu conhecimento onisciente do coração humano, se focalizou em um único problema: o amor do homem ao dinheiro. Jesus tinha de ser o único Senhor daquele jovem: “Vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me” (Mt 19.21). Mas, o jovem rico mostrou-se indisposto a sujeitar-se às exigências penetrantes de Cristo, e o relato bíblico diz:
“Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste”. Não devemos pensar que isto é sempre uma chamada para abandonarmos as riquezas, pois Jesus chamou pelo menos alguns homens ricos, como Mateus e Zaqueu, e nunca lhes impôs essa exigência específica. Mas, quando Jesus lidava com qualquer pecador, como a mulher samaritana (mencionada em João 4), Ele descobria o pecado favorito daquela pessoa e expressava com ousadia sua reivindicação. Jesus diz aos pecadores que a vida eterna está em suprema ligação com Ele mesmo. “Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e sigame” (Mc 8.34). Você percebe que não se arrepender ante às penetrantes exigências de Cristo é indesculpável. O perfeito e santo Senhor da glória chama-o a deixar os seus pecados, a fim de lhe dar a vida eterna; e você se recusa a deixá-los.
Mas os pecados aos quais você está apegado, o que eles farão por você no final? “O salário do pecado é a morte” (Rm 6. 23), disse o apóstolo Paulo. A salvação por meio de Jesus Cristo tem o propósito de livrá-lo da penalidade, poder, prática e, um dia, louvado seja Deus, até da presença do pecado. Por que você se apega aos seus pecados, que somente o arrastarão ao inferno? Jesus sabe que esta separação envolve um custo. Ele falou sobre o pecado como algo tão querido como o olho ou a mão direita. Jesus sabe que o verdadeiro arrependimento, a confissão e o abandono do pecado podem causar embaraço, mal-entendido, perdas financeiras e a tristeza de romper relacionamentos íntimos.
Quando Jesus disse àqueles judeus: “Não quereis vir a mim para terdes vida”, sabia que eles amavam receber honra uns dos outros (Jo 5.44). Seguir um mestre desprezado como aquele era mais do que o arrogante coração deles podia suportar. Jesus sabia do conflito deles, mas nunca diminuiu suas exigências que humilhavam a carne. Você percebe que essa impenitência é não somente indesculpável, mas também irracional? Considere todas as evidências contra uma vida entregue ao pecado. Observe em detalhes a vida infeliz e corrompida daqueles que resistiram à pregação em sua juventude — pessoas que são o próprio cumprimento das palavras proféticas de Deus, por meio do profeta Isaías: “Os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz” (Is 57.20, 21). “O caminho dos pérfidos é intransitável” (Pv 13.15). Considere o leito de morte cheio de terror daqueles que morrem em seus pecados. Pense no futuro Dia do Juízo, quando os grandes da terra clamarão às montanhas e rochas que caiam sobre eles, para ocultá-los da “ira do Cordeiro” (Ap 6.16). Pense no próprio inferno, onde os pecadores impenitentes são lançados “na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.42). “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos” (Ap 14.11).
Finalmente, olhe para a cruz. Contemple o Senhor da glória, o único Homem que viveu sem pecado e que, na cruz, foi feito pecado em lugar de seu povo. Considere o preço que Jesus pagou pelos pecados que você ama. Pense nos sofrimentos dEle, quando estava nas mãos de homens ímpios. Observe a grande e indescritível agonia de Jesus, quando esteve sob a ira de seu Pai, em benefício de homens pecadores. Pare e reflita, até que você possa dizer como o fez John Newton: “Vi o Salvador sangrando e agora odeio o meu pecado”. Se essas considerações são insuficientes para afastá-lo dos pecados que agora lhe parecem tão queridos, será correto que Deus lhe diga naquele grande último dia: “Apartai-vos de mim, malditos” (Mt 25.41). “Efraim está entregue aos ídolos; é deixá-lo” (Os 4.17). Não afunde no inferno por agarrar-se aos seus pecados. Venha a Cristo de acordo com os termos dEle, para que você tenha vida.
3. Incredulidade em relação à promessa de Cristo
Talvez você não seja culpado de um estimado e idólatra apego ao pecado. Talvez você tenha deixado muitos pecados, para o seu próprio bem e por causa de respeitabilidade perante os outros. Contudo, há uma forma sutil de pecado que você nunca levou em conta. Talvez você não o considere muito importante, nem, com certeza, muito injurioso. Talvez você seja uma pessoa que não crê nas promessas de Cristo. Mas você pergunta: “Incredulidade? Que tipo de pecado é esse? Por que Deus me julgaria responsável por não crer em algo?” Meu amigo, considere por alguns momentos como a incredulidade pode ser um dos maiores obstáculos para que alguém venha a Cristo e, por causa disso, o impeça de entrar no céu.
Pode haver alguma dúvida sobre o fato de que as promessas de Cristo são claras, seguras e abrangentes? Leia estes exemplos das promessas dEle. Verifique-as na Bíblia, para confirmar, por si mesmo, quão absolutamente isentas de condições e qualificações elas são.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Ele “é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam” (Rm 10.12). “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13). “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). “O que vem a mim, de modo nenhum [sob nenhuma condição, em nenhuma circunstância] o lançarei fora” (Jo 6.37). Deus compara sua obra de salvação a uma festa de casamento e diz: “Tudo está pronto; vinde para as bodas” (Mt 22.4). Deus fez todos os preparativos — tudo que precisava ser feito. Não precisamos trazer nada; precisamos apenas vir.
À luz dessas maravilhosas e irrestritas promessas de perdão e aceitação, você percebe quão indesculpável é o pecado de incredulidade? As bodas do evangelho têm sido anunciadas, e Deus envia seus servos a dizerem: “Vinde, porque tudo já está preparado” (Lc 14.17). Mas você permanece fora da sala do banquete, perdido e condenado em sua recusa ímpia de aceitar a misericórdia prometida da parte de Deus. Talvez você não ignore sua necessidade profunda ou a impenitência em relação a seus pecados, mas está indisposto a crer no testemunho de Deus a respeito da suficiência de seu Filho como Redentor para os pecadores — o Deus que falou de modo audível do céu: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (Mc 9.7). Haverá muitos tipos surpreendentes de pecadores no céu. Haverá pecadores notáveis como o ladrão cujos crimes exigiram a crucificação. Haverá assassinos e blasfemos no céu, como Saulo de Tarso, e pessoas cujas mãos mataram o Filho de Deus (At 2.23). Todavia, é evidente que um tipo de pecador estará ausente do céu; ali não haverá incrédulos. No céu, não haverá pessoas que, nesta vida, não se uniram pela fé ao Senhor Jesus Cristo.
O livro de Apocalipse pinta muitos quadros do juízo final executado por Deus sobre toda a humanidade. Várias destas imagens são complexas e misteriosas, mas considere uma destas imagens bem claras sobre aqueles que não entrarão no céu. Apocalipse 21.8 nos diz: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”. Aqueles que tinham uma vida respeitável e até correta, porém caracterizada pelo pecado crônico de incredulidade terão seu lugar eterno com aqueles cujas vidas estavam caracterizadas por assassinato, mentira e outras formas grosseiras de pecado.
Somos tentados a ver a incredulidade como um defeito ou um tipo de “deficiência vitamínica” que nos deixa espiritualmente anêmicos, mas não muito doentes. Deus vê a incredulidade em sua verdadeira luz. Quando Jesus descreveu o propósito da vinda do Espírito Santo, para convencer o mundo do pecado, este foi o principal pecado que Ele enfatizou: “Porque não crêem em mim” (Jo 16.9). Se até hoje você tem sido incrédulo, você quer, agora, se converter deste pecado e unir-se a Cristo, pela fé? Você deseja crer nas abundantes promessas dEle, promessas de salvação, perdão e descanso?
4. Esperar revelação adicional da parte de Cristo
Talvez você ainda não tenha identificado seu motivo para não vir a Cristo. Você sente a sua necessidade por Ele e está pronto a deixar os seus pecados. Está procurando colocar sua fé em Jesus no tempo certo, mas quer alguma palavra adicional da parte dEle.
A sua exposição à Bíblia, quer na leitura pessoal, quer na educação familiar, quer na freqüência à igreja, lhe ensinou uma verdade importante. Você sabe que, se não é um dos eleitos de Deus, não pode vir a Cristo. Deus tem de despertar um pecador para a sua necessidade, tem de atraí-lo a Ele mesmo e dar-lhe o dom da fé. Por isso, você argumenta: “Enquanto eu não souber que sou um dos eleitos de Deus, ir a Cristo será presunçoso para mim!”
De posse desta convicção firme, você determinou que não pode agir, enquanto não receber revelação adicional da parte de Cristo. É claro que você não está exigindo uma visão ou uma voz à noite, mas está esperando ou por alguma passagem bíblica especial que se fixará em sua mente, ou por algum senso avassalador da convincente presença de Deus, ou por alguma evidência dos sinais da regeneração em sua vida. Assim, você não quer ir a Cristo, porque espera por uma mensagem de Deus. Por que não é seguro esperar essa revelação adicional? A passagem de João 5 nos dá uma resposta constrangedora.
Jesus afirmou aos judeus que as Escrituras do Antigo Testamento devem ser a prova convincente e final das reivindicações dEle. Jesus disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (v. 39); e, em seguida: “Se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito” (v. 46). Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “O que as Escrituras dizem a respeito de mim, desde os primeiros escritos de Moisés até às palavras finais dos profetas, tudo é uma garantia de que você precisa vir a mim. Não deve esperar por algo mais; estas palavras são suficientes”.
O diálogo de Abraão com o rico, no inferno, reforça o ensino sobre a suficiência e a finalidade do testemunho das Escrituras. Ao apelo do rico no sentido de que alguém advertisse seus irmãos a respeito dos tormentos do inferno, Abraão respondeu: “Eles têm Moisés e os Profetas; ouçamnos” (Lc 16.29). Mas o rico tinha um método melhor: “Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão” (v. 30). Ouvimos a voz de Cristo falando por meio da resposta final de Abraão: “Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (v. 31). Você está esperando por uma revelação espetacular da parte de Deus, antes de vir a Cristo? Está ignorando a mensagem de Moisés e dos profetas que você tem em sua Bíblia? Você percebe que essa espera é indesculpável? Não pense que sua atitude equivale à submissão humilde diante de Deus. Sua relutância é realmente uma exigência arrogante e vangloriosa para com Deus, dizendo-Lhe como deveria agir. De fato, você está dizendo, juntamente com aquele rico: “Deus, eu tenho um plano de salvação melhor do que os seus métodos comuns. Tenho uma maneira especial para que você me chame e estou esperando por esta revelação especial”. A verdade é: o plano de salvação de Deus tem sido apresentado com clareza e simplicidade a você, por meio do testemunho das Escrituras. As bodas do evangelho têm sido anunciada, e Deus o convida a ter a vida eterna. Tudo o que você precisa fazer é vir. Jesus Cristo está chamando-o? Você se vê não como um pecador especial, mas como um pecador necessitado e perdido, que merece o inferno? Então, venha a Ele com arrependimento e fé. Olhe para Cristo como o amigo perfeitamente adequado para os pecadores. Veja como a vida de perfeita justiça dEle satisfaz as exigências da lei de Deus. Considere como a morte vicária de Cristo satisfaz plenamente a justiça divina quanto aos seus pecados. Não complique aquilo que Deus tornou maravilhosamente simples; apenas venha.
Venha a Cristo por causa da graciosa orientação dada por Deus: “Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo” (1 Jo 3.23). Venha a Cristo por causa da graciosa promessa de Deus: “Todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Que neste dia você abandone quaisquer razões que o impeçam. Venha a Cristo, para que tenha vida!
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