Se você remonta por todo o passado, antes da origem do pecado, não há conotações negativas sobre o trabalho secular. De acordo com Gênesis 2.2, Deus mesmo descansou do trabalho, da obra de sua criação, dando a idéia implícita de que o trabalho é uma coisa boa, com semelhança a Deus. E o cume, o ponto máximo desse trabalho divino foi o homem, uma criatura na própria imagem de Deus projetada para continuar a desempenhar a obra de reger, dar forma e projetar a criação. Portanto,
no cerne do sentido do trabalho está a criatividade. Se você é Deus, seu trabalho é criar do nada. Se você não é Deus, mas é como Deus - isto é, se você é humano - seu trabalho é pegar o que Deus fez e moldá-lo e usá-lo para que ele, Deus, fique engrandecido.
Como nós diferimos dos castores
Mas é aqui que os castores entram. Um castor sujeita seu ambiente e forma uma represa para um bom propósito, uma casa. Ele parece gostar de seu trabalho; e até mesmo a diligência e a destreza do castor refletem a glória da sabedoria de Deus.
Todas as coisas, brilhantes e bonitas, Todas as criaturas, grandes e pequenas, Todas as coisas sábias e maravilhosas, Todas o Senhor Deus criou.
E Deus é glorifícado em todas estas coisas. "Os rios batem palmas... cantam de júbilo os montes ... e os céus declaram a glória de Deus" (SI 98.8; 19.1). Então qual é a diferença entre um ser humano trabalhando e um castor trabalhando? Ou, no mesmo sentido, uma abelha ou beija-flor ou formiga? Todos trabalham duramente; sujeitam seus ambientes e lhes dão formas admiráveis que servem bons propósitos. A diferença é que os humanos são moralmente conhecedores e fazem opções a respeito de seu trabalho com base em motivos que podem honrar ou não a Deus.
Nenhum castor ou abelha ou beija-flor ou formiga depende conscientemente de Deus. Nenhum castor medita sobre o plano divino de ordem e beleza e faz uma escolha moral de seguir a excelência porque Deus é excelente. Nenhum castor jamais ponderou a preciosidade e o propósito de Deus e decidiu por amor a ele fazer uma represa para outro castor e não para si. Mas os humanos têm todos esses potenciais, porque nós fomos criados à imagem de Deus. Fomos criados para mostrar a imagem de Deus dessa forma. Quando Deus nos dá a missão de subjugar a terra - dar-lhe forma e usá-la - ele não quer dizer que devemos fazer isso como um castor. O que ele deseja é que façamos isso como seres humanos, pessoas moralmente autoconscientes e responsáveis por fazer seu trabalho intencio¬nalmente para a glória de seu Criador.
De fato, quando Deus nos envia para trabalhar como portadores de sua imagem, nossas valas devem ser retas, nossos encaixes de tubos não devem vazar, os cantos de nossos armários devem ser do mesmo nível, nossas incisões cirúrgicas devem ser limpas, nosso processamento de palavras deve ser correto e atraente, e nossas refeições nutritivas e convidativas, porque Deus é um Deus de ordem e beleza e competência. Mas gatos são limpos, formigas são laboriosas e aranhas produzem trabalho ordenado e belo. E todos eles são dependentes de Deus. Portanto, a essência de nosso trabalho como humanos precisa ser feito em dependência consciente do poder de Deus, e em busca consciente do padrão de excelência de Deus, e com o alvo intencional de refletir a glória de Deus.
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