O que este homem diz no Salmo 73.25 – “A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti” - é que, apesar das suas imperfeições, a despeito do seu fracasso quando se achava longe de Deus e mais ou menos voltando a Ele as costas, não podia encontrar satisfação. Em sua experiência, quando estava de mal com Deus, estava mal em tudo mais. Havia um vácuo em sua vida — nenhuma satisfação, nenhuma bênção, nenhuma força — e conquanto não estivesse habilitado a fazer qualquer afirmação positiva acerca de Deus, ao menos pôde dizer que, sem Ele, não havia nada nem ninguém mais!
Será que podemos dizer que já percebemos a falsidade de tudo o que há nesta vida e neste mundo? Chegamos a reconhecer que tudo que o mundo oferece é«uma cisterna rota»? Estamos nós,.de fato, capacitados a ver sem máscara o mundo e os seus caminhos, bem como toda a sua pretensa glória? Teremos chegado ao ponto em que podemos dizer: Bem, isto cheguei a saber, no mínimo:não existe nada mais que me possa satisfazer. Provei o que o mundo tem para oferecer, experimentei todas as coisas, brinquei com elas e cheguei a esta conclusão: quando estou longe de Deus, para citar Otelo, «volta o caos».
. . . Quem já foi um desviado sabe exatamente o que estou dizendo. . . o cristão desviado da igreja, devido à sua relação com Deus, nunca pode ter verdadeiro prazer em coisa alguma. Pode fazer a tentativa, mas sente grande tristeza enquanto isso dura. Ele já percebeu a falsidade dessas coisas. Daí, esta é uma base com a qual podemos sempre testar-nos a nós mesmos. De maneira notável temos nesta confissão um extraordinário teste da nossa fé e crença cristã.
Freqüentemente, esse é o primeiro passo em nossa recuperação — a percepção de que tudo se nos tornou, de fato, diferente. . . As coisas do mundo já não têm aquele encanto e valor que pareciam ter. Descobrimos que quando não estamos bem com Deus, as próprias bases parecem ter-se diluído. Podemos viajar até aos confins da terra, tentando achar satisfação sem Deus. Mas descobrimos que não há nenhuma.
Faith on Trial, p. 108.
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