De acordo com Paulo, "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rm 3.23). Pecar é "errar o alvo" da glória de Deus. Porém, o termo grego para "errar o alvo" (husterountai)quer dizer "necessitar". A idéia não é que atiramos uma flecha na glória de Deus e essa flecha errou o alvo, mas sim que poderíamos possuir essa glória como tesouro, mas não a temos. Escolhemos outra coisa em seu lugar. Isso confirma Romanos 1.23, ou seja, as pessoas "mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível". Esse é o problema mais profundo do pecado: é uma substituição suicida de algo de valor e beleza infinitos por algo passageiro e inferior. Esse é o grande insulto.
Nas palavras de Jeremias: "Espantai-vos disto, o céus, e horrorizai-vos! Ficai estupefatos, diz o Senhor. Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas" (Jr 2.12,13).
Qual é a essência do mal? É abrir mão da fonte de água viva em troca de cisternas rotas. Deus é menosprezado e nós somos condenados à morte. Os dois são uma coisa só: ao escolhermos a miséria, por mais belamente disfarçada que se mostre, escarnecemos do Deus que dá vida. O propósito é outro: a glória de Deus exaltada em nosso gozo eterno.
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