Esse estudo visa mostrar como as pessoas podem compreender a questão de viver em favor dos princípios divinos; estar buscando uma comunhão com Deus; buscando assim fazer (mesmo que relativamente) a vontade preferida do Criador; querendo (absolutamente) faze-la, mesmo que não conseguindo, (afinal, o cristão não deve pensar em fazer as coisas segundo sua própria força); buscando seguir os passos do que podemos ver na passagem que mostra claramente esse contexto, segundo a visão do apostolo Paulo.
Romanos 7:15-25 – “O bem que quero não faço, mas o mal que não quero fazer esse faço”.
Deus não espera criar desníveis em seus princípios, baseados assim em nossas vidas. Tudo que o estudo mostrará tem em certos sentidos uma idéia relativa. Afinal o principio é um, baseado em sua lei que é clara e também mostra o que Cristo verdadeiramente nos ensina:
1- Amar a Deus sobre todas as coisas
2- Amar ao próximo como a TI MESMO
Nessa segunda passagem podemos ter uma idéia pré-formulada do assunto para que possamos entender que a idéia de Deus em relação ao nosso “EU” nunca é descentralizar ou colocar um extremo a mais do que o outro nas nossas vidas. No segundo mandamento do Senhor Ele diz que devemos amar ao próximo como a “nós mesmos”. Aqui Deus usa um principio extremamente sábio para nossas vidas. Não está dizendo que devemos amar ao próximo MAIS do que a nós mesmos, até porque se fosse dessa maneira, seriamos totalmente desnivelados em relação a lógica e a razão. Então para compreendermos esse estudo, e não levarmos ao extremo de dizer que se não podemos viver o “EU” logo já não existo. A idéia aqui não é propor isso. O propósito é esvaziarmos o egocentrismo ou egoísmo, para dividirmos com entendimento as questões da fé, amor e demais princípios em que temos que viver com sabedoria, e não com idéias absurdas. A idéia de Jesus é que devemos colocar tudo em seu comando, e não jogarmos tudo fora, mas saber usar com consentimento divino e não mais com ou tão somente o nosso próprio consentimento.
Em Gênesis2: 16,17 podemos começar a nossa reflexão – E o Senhor Deus lhe deu essa ordem: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Aqui está o principio da “possibilidade do mal”, e também a “possibilidade para o inicio do homem no seu EGOCENTRISMO”.
Desde o principio Deus, através da possibilidade ativa da liberdade humana, permitiu ao homem decidir por si mesmo, mesmo que contrário a uma ordem “pré-estabelecida” por Deus. Sendo que através dessa ordem o homem pudesse decidir daí para frente o que haveria de fazer, ou seja, o início aprofundou a resposta futura que seria Jesus Cristo. No principio haveria a voluntariedade para adoração e obediência a Deus sem lei e sem graça. Logo após isso veio à lei, para que o homem decaído pudesse segui-la. Hoje temos uma obediência relativa, porém voluntária, não mais como na infância (LEI), mas na liberdade (GRAÇA). Esta é o amor voluntário a Deus e não mais segundo a base da escravidão, abrindo mão voluntariamente, porem relativamente do EGO que sustenta o homem desde sua queda. Isto desde a falência humana, para satisfazer as propriedades da obediência absoluta que deveríamos ter para com Deus o supremo e soberano criador e benfeitor.
Por tais motivos Deus viu a necessidade da morte de seu unigênito Filho Jesus Cristo para satisfazer a necessidade que temos de que Deus impute nosso pecado em Cristo; para que em Cristo sejamos salvos segundo o que diz em 2Cor 5: 21; para que o pecado seja condenado na carne, mas em uma carne sem pecado. Em meio a essa atitude possamos compreender que por mérito próprio não há salvação. Vendo assim o que o EGO causou desde o inicio e a possibilidade que aplicando todo nosso EU em Cristo possamos alcançar, não em nós mesmos, mas naquele que se esvaziou do seu EU, para salvar aqueles que estavam e estão cheios de si mesmos, os HOMENS.
Estando distante da vontade preferida de Deus em um sentido absoluto, podemos buscar fazer a vontade preferida, mesmo que relativamente. Afinal somente Cristo atingiu a vontade totalitária do Criador e Deus Pai. Concluímos assim que se fazemos então nossas próprias vontades (mesmo que para um aparente bem) que se liga a desobediência, ou seja, não fazer a vontade preferida de Deus pelo menos em um sentido relativo, nada mais é do que fazer a vontade do diabo (o mal absoluto). Se assim não buscarmos fazer essa vontade Divina mesmo relativamente, o “EGO” sempre nos mostra essa liberdade decorrente da desobediência, ou seja, temos em mãos a seqüência do que levou o homem ao pecado, não em si ao ato de liberdade para fazer o que agrada a Deus, mas a liberdade que nos leva a condenação. Essa é a liberdade que dá ocasião à carne, a liberdade que não é ligada a mesma liberdade voluntária daquilo que verdadeiramente Deus não condenaria.
Se buscarmos individualmente alcançar algo que está dentro das propostas que Deus tem para nós, concluímos que vivemos não mais para nossas próprias vontades, mas sim para a vontade preferida de Deus.
Podemos compreender o que é não viver no “EGOCENTRISMO” (pelo menos em um sentido relativo). Isto será não fazendo as nossas próprias vontades, mas BUSCANDO fazer aquilo que agrada a Deus, sendo assim as nossas vontades, a vontade PREFERIDA DO CRIADOR.
Como compreender as vontades de Deus em nossas vidas?
A primeira e principal etapa é procurar seguir os princípios bíblicos, fundamentando-se na palavra de Deus (nosso único meio de fé e pratica), no qual temos respostas de como andarmos segundo o que Deus tem para nós, para que assim possamos buscar viver na justiça.
Ai está uma bela pergunta e uma simples resposta sobre como podemos viver abrindo mão das nossas vontades e administrando as vontades de Deus como sendo as nossas vontades preferidas, ou seja, (AMOR VOLUNTARIO).
"Quem achar a sua VIDA perdê-la-á; e o que PERDER A SUA VIDA por amor de mim ACHÁ-LA-Á.” (Mt. 10:39).
Desde o principio da existência humana, temos exemplos de homens que buscavam satisfações egocêntricas e muitos buscavam respostas relevantes para tais argumentos e atitudes individualistas. E para obterem tais respostas tanto no passado como no presente temos visto o uso do que poderíamos denominar como “sobrenatural resposta” ou também a “resposta próspera”. Isso dos que buscam para seus próprios deleites, ou seja, a procura incessante pelo sobrenatural ou respostas para problemas relacionados à prosperidade, como resposta fugindo assim da razão a qual Deus nos coloca. É RACIONAL no sentido de que Deus age pela razão e também pela humildade. É diferente do que vemos hoje nas pregações sobre prosperidade (satisfação do “EU”) e também filosofias de satisfações (principalmente materiais na qual podemos notar isso dentro de religiões ou igrejas pentecostais e neo-pentecostais que buscam apregoar aquilo que toca exatamente o “EGO” das pessoas que estão sendo participantes da aparente pregação cristã, desprovida do evangelho de salvação que esta em Cristo Jesus).
No livro de Isaias podemos notar que sua profecia sobre o Messias, o próprio Cristo, que morreria pelo nosso EGOCENTRISMO em prol da nossa salvação. Isso prova de que o mesmo é devastador e por ai podemos ter clareza da necessidade que temos de um Salvador.
“Mas ELE foi ferido por causa das NOSSAS transgressões, e moído por causa das NOSSAS iniqüidades; o castigo que NOS traz a paz estava sobre ELE, e pelas SUAS pisaduras FOMOS sarados” (Is 53.5).
O apostolo Paulo, mostrou bem isso: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." 2 Cor 12,9.
Humildade, e entrega, confiando em Deus seus problemas, e assumindo assim uma atitude racional e de extrema demonstração de fé, ou seja, uma das maiores provas de um sentido não egocêntrico de ver os princípios Santos.
Então, dentro desses contextos e intertextualidade, as passagens (versículos) deixam clara como conseguimos notar as idéias estabelecidas sobre o “esvaziar egocêntrico”. Tanto o próprio Jesus Cristo quanto seus apóstolos deixaram para que dentro de um contexto pudéssemos compreender de fato o que eles realmente buscavam ensinar. No caso dos apóstolos e discípulos com exceção de Cristo, também por muitas vezes “se corrigir”. No exemplo dessa passagem em II Cor podemos notar a humilde atitude de Paulo e a resposta para mostrar que Deus se mostraria grandioso principalmente na fraqueza dele.
Claramente, Jesus Cristo se mostrou totalmente Teocentrico, desde o seu “EU” quanto à obediência que mostrou para com o Pai, e até mesmo para com a humanidade, abrindo mão de Si mesmo para confortar, fortalecer e principalmente SALVAR um povo não merecedor de tanto amor e misericórdia e assim recebendo automaticamente a justiça de Deus. Recebem essa justiça somente através da fé naquele que morreu na cruz. Só poderíamos assim alcançar tão grande salvação. Essa incondicional misericórdia se mostra presente SOMENTE EM CRISTO, como podemos ver em Efésios2: 8,10 Não temos salvação por mérito, mas somente por aquele que se entregou por nós. Prova que pelo nosso “EU”, nunca alcançaremos a tão desejada VIDA ETERNA. Claramente Deus mostra também uma necessidade e a prova de que tudo que Ele faz esta balanceado e totalmente centrado dentro das limitações de cada pessoa. Afinal a salvação existe dentro de uma liberdade limitada de escolha: ou vai para a vida eterna por Cristo, ou fora de Cristo só te sobra a condenação eterna. A escolha se limita dentro de uma só posição, mostrando assim ao homem a soberania de Deus e que verdadeiramente só Ele tem TOTAL LIBERDADE.
Olhando para essa maneira tão maravilhosa, que é alcançar a vida eterna sem que tenhamos que praticar obras para justificação “PARA COM DEUS”, como poderia EU não simplesmente abrir mão de viver para meus próprios deleites, para viver Naquele que se deu por mim, praticando obras voluntariamente, sem esperar que as mesmas sirvam de justificativa para alcançar a tão grande salvação.
É verdadeiramente um fato, que o homem em si ainda não compreendeu quem é verdadeiramente seu maior ídolo, e busca incessantemente colocar-se a altura necessária para se auto-denominar o grande merecedor de algo imerecido que é a graça de Cristo em nossas vidas. Também não compreendeu e de certa forma ainda busca se auto denominar adorador de Deus como único, contemplando a Jesus Cristo como Salvador, mas colocando o seu “Eu” como seu próprio Deus. Assim está fugindo dos princípios básicos de que acima de SALVADOR Jesus é SENHOR. Buscando assim de se entregar a Deus a ponto de não querer ser maior do que o Criador, deixando que Cristo tome conta de nós e não nós nos colocando na posição de deuses, ou seja, sermos maiores ou iguais aquele que nos criou.
Dentro desse principio, podemos notar da seguinte maneira como funciona a questão de abrir mão do “EU”. A obediência e a entrega total a Deus nos leva ao amor tão citado e contemplado de Deus, mas o que mais poderia agradar o homem em dizer que Deus ama até mesmo quem o odeia, e sente prazer naquele que o obedece voluntariamente, por amor, esperando respostas baseadas na vontade do Poderoso Deus de nossas vidas.
Tiago 4:3 - Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Costumamos buscar esse “amor” para darmos ênfase a nós mesmos, querendo dizer que damos nossa vida por Cristo, quando verdadeiramente não estamos dando como Ele deu a sua por nós. Fazemos isso entregando a Jesus primeiramente nosso coração e com isso automaticamente também todo o nosso ser.
Como entendemos então a questão da posição do maior ídolo?
Sendo que dentro dos meus princípios busco fugir da adoração ou veneração ou qualquer outro tipo de idolatria?
O maior ídolo está em nós mesmos.
Quem não se esvazia de si mesmo, busca o sucesso e tudo aquilo que se aplica a prosperidade em si mesmo. Não somente o sucesso material ou qualquer outro do tipo de prosperidade, mas o sucesso do conhecimento por muitas vezes, que refletindo, não vem de nós mesmos, mas sim do Senhor das nossas vidas ‘Jesus Cristo’.
O foco da doutrina do pecado original esta sustentada no inicio com a primeira atitude de desobediência humana. Podemos notar em Marcos 7:21, 23 que a natureza que herdamos desde o inicio é a resulta do que temos hoje, e que na verdade é herança do passado, que podemos denominar como “EGO” ou EGOISMO. É, portanto, o coração dos homens, que procedem os pensamentos maus e as más ações (Marcos 7:21, 23)
Mas Cristo com a cruz e seu sangue redentor nos liberta e faz com que nos tornemos assim seus “escravos”. Isso mostra com clareza como foi a nossa queda, e faz com que deixemos assim o NOSSO “EU”, para vivermos o EU de Cristo, já não vivendo mais para nós mesmos, mas para aquele que nos deu vida. Podemos ver isso segundo o apostolo Paulo que nos mostra com seu argumento no cap. 7 de Romanos “De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas segundo a carne, da lei do pecado”.
Podemos ver que de uma maneira relativa vivemos para Cristo. Diria de uma maneira relativa, porque absoluta não conseguimos pela questão da nossa carne ser escrava da lei do pecado. É como o próprio apóstolo diz sobre querer fazer o bem (absoluto) e não fazer, mas o mal que não quer fazer esse faz.
Por que é que as pessoas não vão a Cristo? Essa é uma pergunta que tenho feito a muito tempo, e por muitas vezes não obtenho respostas. Por que afinal seria eu alguém correto para entender tal argumentação? Será que não podem, ou será que não querem? Aí está é uma boa pergunta, o EGO é exatamente isso: não querer fazer algo que está submetido a outro, mas somente querer fazer o que satisfaz a si mesmo. Este não quer assim provar do “mel que esta em Cristo”. Esclarecendo melhor essa afirmação, poderia dizer que SENTEM MEDO de viver amando voluntariamente, e abrindo mão de si mesmos voluntariamente para viver não mais segundo suas vontades, mas segundo a vontade daquele que nos criou.
Deus nos deu a liberdade de escolhermos o caminho, e vejo que segundo a doce decisão de escolher o caminho da vida eterna ou o amargo caminho da perdição, ainda que não merecedor, percebo verdadeiramente tanto o amor quando a justiça somada em uma só substancia dividida em três pessoas distintas. Prefiro a vida eterna, não somente para desfrutar daquilo que deveras não mereço, mas para satisfazer aquilo que satisfaz não somente ao meu EU, mas também a Deus que me criou, buscando assim englobar todas as vontades em uma só, já que a vontade de Deus se torna a minha vontade.
Paginas e paginas ainda não mostrariam por completo a abundancia tal que este assunto nos proporciona. Todavia com poucas palavras acredito que teremos grandes respostas. A resposta está em Cristo, aplicando nossos princípios para fazer aquilo que agrada a Deus. Dessa maneira mesmo que relativa faremos o que verdadeiramente esta aos olhos de Deus em um sentido positivo e não mais negativo.
Autor: Oswaldo Gati dos Santos
Membro da Igreja Batista da cidade de Ubirajara-Sp.
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br
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