Ponderando as promessas que fundamentam as orações
O cinismo diz: "Se uma coisa com certeza acontecerá, por que devemos orar por ela?" Os crentes dizem: "Ore com alegria, porque Deus prometeu e não falhará". Por exemplo, é absolutamente certo que o reino de Deus virá. O apóstolo João viu o reino como algo virtualmente consumado: "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos" (Ap 11.15). Apesar disso, somos exortados a orar: "Venha o teu reino" (Mtó.10).
Considere outro exemplo: Jesus prometeu, com plena certeza, que "será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim" (Mt 24.14). Em outras palavras, a Grande Comissão será terminada. Não há dúvida. Mas Jesus nos mandou fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.19) e rogar "ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mt 9.38).
Isto significa que Deus indica a oração como o meio de terminar a missão que Ele mesmo prometeu, com certeza, levar ao término.
Portanto, oramos não porque o resultado é incerto, e sim porque Deus prometeu e não pode falhar. Nossas orações são os meios pelos quais Deus determinou fazer o que, com toda a certeza, fará — terminar a Grande Comissão e estabelecer seu reino.
Aqueles que oram pela vinda do reino receberão o reino, mas aqueles que não amam o reino e a manifestação do Senhor provavelmente não se importarão em orar por isso. As palavras de Paulo em 2 Timóteo 4.8 são uma certeza do futuro: "Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda". Não amar a vinda do Senhor (ou seja, não orar intensamente: "Venha o teu reino") significa que alguns não receberão a coroa da justiça.
Jesus provavelmente falou aramaico durante a maior parte de seu ministério. Maranata foi uma das poucas palavras aramaicas preservada pela igreja primitiva, a qual falava a língua grega. Ela provavelmente significa "Nosso Senhor, vem!". Não havia dúvida de que Ele viria. O Senhor prometeu que viria ("voltarei" — Jo 14.3). O tempo de sua vinda foi estabelecido pelo Pai, no céu: "A respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai" (Mc 13.32). No entanto, a igreja primitiva orava: "Maranata!" Esta é a maneira como ora aquele que ama a Jesus: "Se alguém não ama o Senhor, seja anátema. Maranata!" (1 Co 16.22.)
Oremos, então, da maneira como o apóstolo nos ensinou a orar por aquilo que não pode falhar. Não permaneçamos inertes, observando as coisas como os céticos e fatalistas. Oremos, de todo o coração, como Paulo disse, "para que a palavra do Senhor se propague e seja glorificada" (2 Ts 3.1). A promessa é que a Palavra não voltará vazia, mas fará aquilo para o que Deus a designou (Is 55.11). Portanto, roguemos a Deus que esta poderosa palavra corra e triunfe.
Será deixado de fora, aquele que diz: "Orar é insignificante, porque a promessa é certa". Tais soldados não terão parte nos despojos da vitória, visto que não compartilharam da batalha. Oremos e triunfemos com Ele, na batalha que não pode falhar.
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