Referência: LUCAS 16.19-31
Há uma coisa notável acerca desta passagem das Escrituras: ela é fácil de entender. Podemos discordar dela, negar sua veracidade ou desprezar seus ensinamentos, mas só uma pessoa obtusa não a entenderia.
A verdade básica é que a vida é mais do que simplesmente viver, e a morte é mais do que simplesmente morrer. A morte não é o fim de todas as coisas.
Há muitas especulações sobre o que acontece depois da morte. Há um profundo mistério acerca da morte e milhões de pessoas buscam os terreiros de Umbanda, os médiuns para tentar falar com os mortos. Mas isto tudo é em vão.
Jesus nesse texto abre as cortinas e levanta a ponta do véu e nos mostra o que vem depois da morte: CÉU OU INFERNO.
“GEENA” = lugar final dos ímpios. Esta palavra INFERNO vem do vale dos filhos de Hinon. A princípio era um lugar belo. Acaz e Manassés queimaram crianças a Moloque ali. Era o vale da matança. Josias profanou este lugar de idolatria e transformou aquele lugar no escoadouro dos lixos da cidade – e ali o bicho roía dia e noite e o fogo era inextinguível.
Os homens não gostam da doutrina do inferno. É um lugar de tormento eterno. É um lugar de trevas. É um lugar de choro e ranger de dentes. É um lugar onde o fogo não se apaga. É um lugar onde o bicho não deixa de roer. É um lugar de lembranças das oportunidades perdidas. É o lugar de remorso acusador. É lugar de separação eterna de Deus.
O homem sempre quis apagar as chamas do inferno. Sempre quis anular essa doutrina. Tenta fazer isso de várias formas:
1. Negando que haja uma coisa chamada pecado = Se não há pecado, não há necessidade de castigo para ele, nem necessidade de um Salvador. Mas o pecado acontece 24 horas por dia: crimes, assaltos, mentira, suborno…
2. Achando que se existe um inferno, ele é aqui na terra mesmo. É o que estamos vivendo = Mas no inferno não vai ter igreja, não vai ter Bíblia, não vai ter música, louvor, alegria, vida, amor, arrependimento, flores, água, filhos de Deus.
3. Reencarnação – v. 31
4. Purgatório – v. 26
5. Sono da alma ou aniquilamento – v. 23
6. Deus é bom demais para punir alguém. Não precisamos nos preocupar com o além.
7. Andar tão ocupado que não tem tempo para pensar nas coisas eternas = aprisiona a alma nas grades das atividades.
TODAVIA, estas respostas e esses subterfúgios nem sempre aquietam a nossa voz interior. Nem a incredulidade nem o desprezo pode apagar as chamas do inferno. Elas permaneceram para sempre.
A ira de Deus contra o pecado deve ser satisfeita em algum lugar, algum dia, de alguma forma. Quem mais falou sobre inferno foi Jesus. O inferno é uma realidade ou Jesus é um embusteiro.
I. PRIMEIRO ATO: O LADO TERRESTRE DA VIDA – O QUE ACONTECE NESSE LADO DA MORTE
1. O HOMEM RICO = No primeiro ato, tudo na vida desta homem rico é só beleza. Vivia em uma mansão. Tinha servos e servas. O mobiliário de sua casa era luxuoso. Carruagens do último tipo. Vivia na opulência e no prazer. Vestia-se com púrpura. Banquetes, festas, música. Vivia para si mesmo. TODOS OS DIAS SE REGALAVA EXPLENDIDAMENTE. Era religioso, pois conhecia a Abraão e o chamava de Pai.
Não é o rico acusado de crimes horrendos. Não é tachado de caluniador, fraudulento, assassino, adúltero, ébrio ou imoral. Mas também, não tem tempo para Deus, não tem tempo para o necessitado à sua porta. Seu Deus é o dinheiro. Sua vida é narcisista. Vive para si mesmo. Seu negócio é o hedonismo. Seu problema não é a riqueza, mas a riqueza sem Deus. Tudo corria bem… até que um dia…
O homem rico ficou doente. A morte está constantemente procurando novas vítimas. Ela entrou rudemente pela porta de frente da casa do homem rico, com as botas sujas de lama fresca, enquanto este se encontrava assentado à sua farta mesa bebendo o doce vinho da vida. A morte arrancou o copo de seus dedos cheios de anéis e lhe falou abruptamente, enquanto o homem empalidecia: VOCÊ VAI MORRER HOJE – Ele morreu.
E que funeral! Todos os parentes estavam lá. Muitos amigos. As autoridades da cidade foram dar o último adeus ao ilustre cidadão. Políticos discursaram ao lado do caixão. Elogios foram tecidos ao morto. Havia flores por toda parte. A urna mortuária era toda enfeitada e cheia de riqueza. Foi um funeral cheio de pompa. A cerimônia religiosa foi pomposa. Agora todos dizem: DESCANSOU! Ah! Não se esqueça, esse é apenas um lado da história. Há mais, muito mais.
2. LÁZARO = Vamos agora nos voltar para o outro personagem do primeiro ato: O POBRE HOMEM LÁZARO (Lc 16.20,21). Não gostamos de ficar observando esta cena. Basta saber que um dia o mendigo também acabou morrendo. Os gélidos dedos da morte também arrancaram a sua vida. Ele não tinha amigos, nem cortejo, nem flores, nem hinos, nem cerimônia fúnebre, pois ninguém se importava com ele.
Não sabemos ao certo o que fizeram com o corpo do mendigo. Do que sabemos acerca dos cães do oriente, podemos até afirmar que eles foram os seus agentes funerários, o seu cortejo e a sua sepultura. Com um estremecimento de nojo nos afastamos dizendo: QUE TRAGÉDIA!
Mas aqui vimos apenas um lado da história também. Agora Jesus levanta a ponta do véu e mostra que a vida depois da morte é real. Mostra que a sepultura não é o seu ponto final.
II. SEGUNDO ATO: O QUE ACONTECE DEPOIS DA MORTE
No primeiro ato o lado terrestre de suas vidas, um deles era extremamente rico e o outro extremamente pobre. Um sentava-se a uma mesa farta, o outro jazia junto à porta do rico mendigando uma migalha. Um é atraente pela sua riqueza, o outro é repulsivo pela sua extrema miséria. Um andava empavonado em linho finíssimo, o outro cheio de trapos. MAS HÁ DIFERENÇAS NOS HOMENS QUE NÃO APARECEM NAS ROUPAS, NAS CASAS, NAS OCUPAÇÕES.
Depois da morte, o contraste no destino destes dois homens continuou, mas a sua situação se inverteu.
1. LÁZARO = Quando a cortina foi levantada depois da morte do pobre, vemos anjos, cheios de alegria em servir, carregando Lázaro para o céu.
LÁZARO = “Deus é meu auxílio”. Embora desprezado pelos homens, embora considerado como escória, embora na sarjeta do esquecimento, embora prostrado cheio de chagas, com fome e desejando comer as migalhas que caem da mesa do rico, embora privado do convívio humano e assediado pelos cães – Ele confiava em Deus. O RICO TINHA TUDO, MENOS DEUS; LÁZARO NÃO TINHA NADA SENÃO DEUS.
No céu havia consolo, música, vestes brancas, coroas, harpas angelicais, delícias perpetuamente, a face de Jesus. NENHUM OLHO VIU… Oh! Quão cedo Lázaro se esqueceu dos seus andrajos, da fome, dos cães, das noites frias, e do homem rico que o deixou na miséria. Ele foi afinal confortado!
2. O HOMEM RICO = Aquele que viveu aqui sem Deus, depois da morte, abriu os olhos e estava no lar dos desesperados. O mendigo repousou no seio de Abraão. O rico não teve repouso nenhum, pois como é possível descansar no inferno?
Em Hebreus 9.27 lemos: “E assim como aos homens está ordenado…”. O julgamento não acontece nesta vida. Primeiro vem a morte, depois o juízo. Quando transgredimos as leis da natureza sofremos imediatamente = QUANDO COLOCAMOS A MÃO NO FOGO.
Mas as leis de Deus podem ser aparentemente transgredidas repetidas vezes sem nenhum castigo. O homem que blasfema não parece sofrer com isto. O homem que rouba parece ter motivos para se vangloriar que vive melhor do que o que não rouba. Aquele que vive na impureza pode achar que isso é que é vida. Mas as Escrituras não dizem que toda vez que pecamos Deus envia um anjo com vara de ferro para nos bater. A Bíblia diz que Deus marcou um dia em que vai julgar os homens (At 17.31) e eles não vão poder fugir de Deus nem subornar o tribunal de Deus. Naquele terrível dia do juízo, eles vão dar conta por cada palavra frívola que proferiram. Cada ação está registrada nos livros de Deus. Cada pensamento, cada intenção está registrado. Naquele dia os livros serão abertos. Será o dia do juízo. Ah! Dia do juízo!!!
O homem rico não despertou santo. A morte não é uma varinha mágica que algum anjo agita sobre os moribundos, transformando todo o pecado em justiça, varrendo toda maldade, apagando todo o passado e transformando o pecador em filho de Deus.
As pessoas gostam de crer que tudo vai bem e que todos estarão bem, tão logo morram. Mas o fato persistente é que as identidades não se alteram com a morte. Não foi outro homem que se despertou na eternidade. Foi o mesmo. E despertou para saber que…
a) O inferno é um lugar de tormento – v. 23
b) O inferno é um lugar de onde se vê o gozo do céu – v. 23b
c) O inferno é um lugar onde não há consolo – v. 24,25
d) O inferno é um lugar de onde não se pode sair – v. 26
e) O inferno é um lugar onde o pedido de socorro não é atendido – v. 27
f) O inferno é um lugar de lembranças amargas – v. 27,28
g) O inferno é um lugar de onde não se pode mais ajudar a família – v. 28-30.
Para este homem já era tarde demais para ajudar a sua família. O desejo estava ali, mas a oportunidade passara para sempre.
Observem que ele não ignorava o caminho da salvação. Ele sabia que seus 5 irmãos precisavam de alguém que lhes falasse acerca da salvação. Ele perdera a sua oportunidade e perdera a sua alma e a oportunidade de ajudar a sua família.
Talvez ele fosse covarde. Talvez tivesse medo do que a sua família pudesse pensar caso ele se voltasse para Deus. Mas agora já não tinha mais medo. Talvez por causa da sua posição de rico, ele tivesse considerado a crítica dos seus amigos como um preço alto demais para pagar se andasse nos caminhos do Senhor. Mas agora tudo havia acabado. Era tarde demais.
Não há poder que nos salve depois da morte. A grito TEM MISERICÓRDIA DE MIM obteve uma única resposta: FILHO LEMBRA-TE. O abismo fora fixado. Os limites estabelecidos. O destino determinado. O QUE É A ETERNIDADE?
CONCLUSÃO
· Homem não tem de fazer nada para ir para o inferno. Com suas virtudes e predicados morais, ele é um pecador perdido. Mesmo sendo religioso e honrado cidadão ele está condenado, se não crer em Jesus. Não é preciso roubar, matar, adulterar. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.
· Para ir para o céu é preciso NASCER DE NOVO. CRER EM CRISTO COMO SENHOR E SALVADOR. (At 4.12; Jo 14.6; Jo 5.24)
Se você morrer agora, para onde vai a sua alma: para o céu ou para o inferno? Ilustração: O SONHO DE WESLEY: foi ao inferno e ao céu.
Rev. Hernandes Dias Lopes.
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