INTRODUÇÃO
Noé e sua família devem ter imaginado se eles sairiam novamente da Arca. Entretanto, no tempo de Deus, o julgamento se completou e a terra voltou a ficar seca. Este foi um novo começo para a raça humana. Infelizmente, o caráter do homem não melhorou. Todavia, Deus deu novas manifestações de Sua graça e longanimidade.
I. LEMBROU-SE DEUS - VERSÍCULOS 1-3.
Enquanto os dias se seguiam, provavelmente Noé sentiu-se esquecido. Esta é uma doença comum entre os servos de Deus. A frase "lembrou-se Deus", no hebraico, significa que Deus começou a agir em seu favor. Deus nunca se esquece do Seu povo [Isaías 49:15], como também na ocasião apropriada, Ele se levanta para socorrê-los. Neste caso, Deus se lembrou dos tripulantes da Arca, secando a terra para que eles a habitassem. A questão do que aconteceu com toda essa água, não pode ser afirmada. Nós não sabemos que mudanças ocorreram nas massas terrestres ou nas bacias oceânicas, nem qual a quantidade de água que retornou para debaixo da superfície da terra. Mas para nós é suficiente saber que Deus cuidou de tudo isso. A Bíblia fala do vento que passou sobre a terra e ajudou no processo de secá-la.
II. A ARCA REPOUSA - VERSÍCULO 4-5.
Parece que Deus nunca está com pressa. Suas obras exigem nossa paciência. Ao invés de secar a terra em um só dia, Deus permitiu que as coisas ocorressem por etapas. Seis meses após o início do dilúvio, eles finalmente vieram a repousar em algum lugar nas montanhas do Ararate. Lentamente as águas recuaram, e após três meses, a primeira porção de terra foi avistada.
III. O CORVO - VERSÍCULOS 6-7.
Aproximadamente depois de dez meses, Noé abriu a janela e soltou um corvo. Provavelmente ele queria saber quais eram as condições da terra. O corvo, como um pássaro considerado cerimonialmente imundo [Levítico 11:5], é freqüentemente visto aqui como um tipo de apóstata. Ele estava feliz por escapar da Arca, e ficaria contente com qualquer tipo de poleiro que pudesse encontrar. Isto nos faz lembrar dos Cristãos professos, que nunca nasceram de novo, e por fim terminam voltando para o pecado e o mundanismo [II Pedro 2:20-22].
IV. A POMBA - VERSÍCULOS 8-12.
Noé agora continua seu teste utilizando uma gentil e amável pomba. A pomba é um tipo do Espírito Santo [Mateus 3:16]. Este tipo é normalmente aplicado da seguinte maneira:
A. A pomba, diferente do corvo, não ficaria contente com qualquer poleiro sujo, nem mesmo pousaria em algum corpo morto e inchado. Da mesma maneira, o Espírito Santo é ofendido pelo pecado e pela impureza [Efésios 4:30].
B. Ao retornar com uma folha de oliveira, a pomba estava trazendo para Noé a esperança e a segurança de que o dilúvio havia terminado. Da mesma forma, o Espírito Santo traz alegria e segurança aos corações dos Cristãos [Romanos 8:16, 5:5]. É interessante notar que a oliveira tem sido observada brotando, mesmo quando ela está submersa em um lago inundado.
V. A TERRA SECA - VERSÍCULOS 13-14.
Noé e sua família permaneceram na Arca durante mais de um ano, até que a terra finalmente ficou seca. (Compare versículos 13-14 com Gênesis 7:11 e 7:1-4). Sem dúvida, Deus os manteve confinados para o próprio bem deles. Era necessário aguardar um tempo até que as plantas crescessem para alimentar os animais. Além do mais, a lama seria perigosa, e até mesmo um risco para a saúde da maioria dos tripulantes da Arca. Nas nossas frustrações, vamos lembrar que Deus sempre faz o que é melhor para nós.
VI. SAINDO DA ARCA - VERSÍCULOS 15-19.
Finalmente chegou o dia quando eles puderam sair da Arca. Houve muita alegria e alívio. Duas coisas são dignas de nota:
A. Antes que Deus os tirasse da Arca, disse: "Sai da Arca" ao invés de "venha para fora". Ele estava presente na Arca o tempo todo, desde a partida [Gênesis 7:1] até a chegada deles [Romanos 8:35].
B. Todos os que estavam na Arca saíram a salvo. Isto nos faz lembrar da segurança que temos em Cristo. Ninguém que estava na Arca pereceu sob a ira de Deus [João 5:24]. Eles estavam selados e seguros dentro da Arca [Efésios 4:30; Gênesis 7:16]. Ninguém caiu, pulou e morreu afogado, e nem foi forçado a sair [João 10:27-28].
VII. A PROMESSA DE DEUS - VERSÍCULOS 20-22.
Agora podemos entender o propósito para os sete animais limpos. Estes animais, que não tinham parceiros, foram conservados para serem oferecidos como sacrifício á Deus. Note os resultados destas ofertas:
A. Estes sacrifícios foram de cheiro suave ao Senhor. Na Sua ira, Deus destruiu a terra. As ofertas lembravam a Ele a futura morte de Cristo, pela qual, a misericórdia seria demonstrada aos pecadores [Efésios 5:2]. Deus se lembrou do propósito da graça, e das multidões que o glorificariam para sempre. (Vamos lembrar, que estamos usando uma forma de linguagem a respeito de Deus que nós podemos entender. Nós freqüentemente descrevemos Deus como se Ele fosse homem, como por exemplo, o uso da expressão "lembrou-se Deus". Entretanto, isto não deve ser tomado no sentido literal).
B. Deus determinou que "não haverá mais dilúvio para destruir a terra" [9:11b]. Note que Ele não disse isso por causa dos sacrifícios. De fato, o versículo 21 revela que Deus reconheceu que a natureza depravada do homem não pode ser corrigida pelo julgamento. O coração do homem é o mesmo em toda as épocas, pois vemos que a Torre de Babel foi construída antes da morte de Sem. Somente a salvação em Cristo pode mudar a natureza do homem. A promessa de Deus foi baseada somente em Sua longanimidade através de Cristo. Porque Ele tem um povo eleito e remido pelo sangue de Cristo, permite que o mundo continue a existir, enquanto o propósito da graça é realizado.
C. Note por último que, um dia, este mundo será destruído pelo fogo. Até que isso ocorra, não haverá nenhum julgamento universal [II Pedro 3:5-12].
Autor: Pastor Ron Crisp
Tradução: Pastor Eduardo Alves Cadete 2001
Revisão : Joy Ellaina Gardner 2001
Verificação: Pastor Calvin Gardner 2002
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