Dois princípios abordaremos neste artigo.
Primeiro. Deus fala conosco à medida que lhe obedecemos.
Quanto mais estudo a Bíblia mais conheço os caminhos de Deus. Estava refletindo como eu reagiria se Deus falasse comigo como falou com alguns de seus profetas. Porque Deus lhes falava por etapas. Veja só.
Imagine a reação de Abraão, quando um “deus desconhecido” lhe aparece e diz: Deixa teus parentes aí e vá pra uma terra que te mostrarei! Ainda bem que a Abraão só restava duas opções. Seguir pro leste e dar no atual Irã, Afeganistão, Paquistão e n norte da Índia ou subir pelo crescente fértil dos rios Tigre e Eufrates, onde a civilização efervescia. Esta era a rota das caravanas! E ele obedeceu!
A Jeremias Deus pede que ele compre um cinto de linho e que o use sem lavar. Jeremias diz: “Comprei o cinto”, segundo a palavra do Senhor. E, então, “pela segunda vez” veio a palavra do Senhor a Jeremias. “Vai ao Eufrates e esconde-o ali na fenda de uma rocha”. Jeremias fez uma longa viagem de Jerusalém até o rio Eufrates – você já viu a distância no mapa? São centenas de quilômetros. Alguns comentaristas chegam a acreditar que Jeremias não iria tão longe e que haveria algum ribeiro próximo com esse nome. Jeremias vai até lá, regressa e só “passados muitos dias”, o Senhor o mandou voltar ao Eufrates para buscar o cinto que ele deixara na fenda da rocha junto ao rio. “Fui ao Eufrates, cavei e tomei o cinto do lugar onde o escondera; eis que o cinto se tinha apodrecido e para nada prestava” (Jr 13.7).
Só então o Senhor disse a Jeremias o sentido daquilo tudo.
Estou quase certo que você e eu não teríamos tempo pra esperar e ficaríamos imaginando se nossa mente não nos teria pregado uma peça! “Estou ficando doido. Acho que estou imaginando que foi Deus quem me falou, mas não foi”. Mas, não Jeremias. Ele conhecia a voz de Deus!
Noutra ocasião Deus lhe diz: “Desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras” (Jr 18.1). Quando ele chega na olaria, fica observando o oleiro moldando o barro quando este cai de sobre a tampa giratória e se quebra. Só então Deus fala com ele.
E Ezequiel, que Deus lhe avisa que levará a esposa dele, e que Ezequiel não poderia chorar em voz alta. Nem se vestir de luto. E de tarde a mulher dele morreu. Só então Deus lhe fala o sentido daquilo tudo (Ez 24.15).
Bem, você dirá, mas isto foi no AT. Mas Deus falou por etapas com Filipe no Novo Testamento. O anjo lhe diz: Vá para a estrada que liga que desce de Jerusalém a Gaza. A estrada está deserta. E Filipe não retrucou o Senhor. – O que vou fazer numa estrada deserta, e por que tenho de ir pra lá se aqui em Samaria está havendo curas, milagres, salvação e batismo no Espírito Santo? Filipe, no entanto, obedeceu.
Temos de confessar que se uma voz interior ou um anjo nos dissesse algo assim, enfatizando que a estrada estava deserta, logo objetaríamos. Isso é coisa do demo! O demo quer me tirar do foco e do mover de Deus! E, então, desce uma carruagem, uma única carruagem e Filipe se vê obrigado a correr ao lado dela. E assim a Etiópia e o norte da África recebem a mensagem do evangelho de Jesus Cristo!
E ainda temos o caso de Cornélio. Deus lhe responde a oração e manda que ele busque ajuda com Pedro. Tudo por etapas.
E Paulo fica sabendo que será preso em Jerusalém através do profeta Ágabo!
Como reagiríamos se Deus falasse conosco por etapas? Ou através de outras pessoas? Achamos que não é Deus quem fala, ou então que nossa mente está nos traindo.
Quando descubro essas verdades, não me apresso em saber a próxima etapa. Deus sempre nos conduz a bom termo. Deus sempre nos leva a algum lugar! E Deus não apenas vai falando à medida que o obedecemos.
Segundo. Deus aumenta sua graça e concede-nos mais dons à medida que administramos fielmente o que ele nos dá.
Ganhamos mais de Deus quando administramos com fidelidade os dons que ele nos concede. Isso pode ser visto na parábola dos talentos. “A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu” (Mt 25.15). Cada pessoa recebeu uma quantidade conforme sua capacidade de gerenciar. Por fim, o que ganhara apenas um dom, por não usá-lo, teve que entregar ao que ganhara cinco talentos. O princípio aqui? Se você não administra o dom que Deus lhe dá, ele o entrega a quem é mais fiel e tem mais dons! “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4.2).
Deus dá uma medida de fé a cada pessoa. Uns recebem mais graça e mais fé para realizar um projeto e andar num dom que outra pessoa. É “segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3). “Segundo a graça que nos foi dada” e “segundo a proporção da fé” (Rm 12.6). E Deus a cada pessoa dá uma medida de força, pois, como diz Pedro, se alguém serve, faça-o na força que Deus supre (1 Pe 4.11).
Portanto, nossa fidelidade determinará a continuidade do processo para ouvirmos de Deus e dele recebermos mais graça, e ainda mais fé!
Que Deus nos ajude a aprendermos essas duas verdades!
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