Este Jesus foi e é um homem histórico real em quem "habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2.9). Visto que ele é "Deus de Deus, Luz da Luz, vero Deus de vero Deus", como diz o velho Credo de Nicéia, e visto que sua morte e ressurreição são o ato central de Deus na História, não surpreende ouvir a Bíblia dizer: "Todas as coisas ... foram criadas por meio dele e para ele " (Cl 1.16). Para ele! Isso significa para sua glória. Que também significa que tudo que dissemos até agora sobre Deus criar-nos para sua glória também quer dizer que ele nos criou para a glória do seu Filho.
Em sua oração, em João 17, a primeira coisa que Jesus pede é: "Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti" (Jo 17.1). E desde a obra encarnada, redentora de Jesus, Deus é alegremente glorificado por pecadores somente por meio da glorificação do Deus-Homem ressurreto, Jesus Cristo. Sua morte sangrenta é o centro fulgurante da glória de Deus. Não há caminho à glória do Pai senão pelo Filho. Todas as promessas de alegria na presença de Deus, e delícias à sua mão direita, vêm até nós somente pela fé em Jesus Cristo.
Se o rejeitamos, rejeitamos a Deus
Jesus é o teste, o teste como de tornassol (indicador de ácido/base), de realidade para todas as pessoas e todas as religiões. Ele mesmo o disse claramente: "Quem me rejeitar rejeita aquele que me enviou" (Lc 10.16). As pessoas e religiões que rejeitam Cristo rejeitam Deus. Outras religiões conhecem o Deus verdadeiro? Eis aqui o teste: eles rejeitam Jesus como o único Salvador de pecadores que foi crucificado e ressuscitado dos mortos? Se a resposta é sim, eles não conhecem Deus de um modo salvador.
É isso que Jesus quis dizer: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai anão ser por mim" (Jo 14.6). Ou quando ele disse: "Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou" (Jo 5.23). Ou quando ele disse aos fariseus, "Se Deus fosse de fato vosso Pai, certamente vocês me amariam" (Jo 8.42).
É o que o apóstolo João quis dizer quando colocou: "Ninguém que nega o Filho tem o Pai. Aquele que confessa o Filho tem também o Pai (1 Jo 2.23). Ou quando ele disse: "Todo aquele que... não permanece na doutri¬na de Cristo não tem Deus" (2Jo 9).
Não há vantagem em romantizar outras religiões que rejeitam a deidade e a obra salvadora de Cristo. Elas não conhecem a Deus. E aqueles que as seguem desperdiçam tragicamente a vida.
Se queremos ver e saborear a glória de Deus, nós precisamos ver e saborear Cristo. Pois Cristo é "a imagem do Deus invisível" (Cl 1.15). Para colocar isso de outro modo, se desejamos abraçar a glória de Deus, precisamos abraçar o evangelho de Cristo. A razão disso não é unicamente porque somos pecadores e precisamos de um Salvador que morra por nós, mas é também porque esse Salvador é ele mesmo a manifestação mais plena e mais linda da glória de Deus. Ele comprou nosso prazer imerecido e eterno, e ele se torna para nós nosso Tesouro que tudo merece, nosso Tesouro eterno.
O Evangelho é a boa nova da glória de Cristo
É assim que o evangelho é definido. Quando somos convertidos pela fé em Cristo, o que vemos com os olhos de nossos corações é "a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus" (2Co 4.4). O evangelho é a boa nova de beleza-que-tudo-vence. Ou para dizer isso como Paulo, é a boa nova "da glória de Cristo". Quando abraçamos a Cristo, abraçamos Deus. Vemos e saboreamos a glória de Deus. Não há nenhum saborear da glória de Deus se não a enxergamos em Cristo. Esta é a única janela pela qual um pecador pode ver a face de Deus e não ser fulminado.
A Bíblia diz que, quando Deus ilumina o nosso coração na conversão, ele dá "a iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo" (2Co 4.6). Ou nós vemos a glória de Deus "na face de Jesus Cristo" ou não a vemos de forma nenhuma. E a "face de Jesus Cristo" é a beleza de Cristo chegando a seu ponto mais alto na cruz. O rosto sangrento de Cristo crucificado (e triunfante!) é o semblante da glória de Deus. O que um dia foi tolice para nós torna-se nossa sabedoria e nossa força e nosso gloriar (ICo 1.18,24).
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