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7 de out. de 2010

O Verdadeiro Reavivamento traz toda honra a Deus. A figura humana não aparece, Deus é que é admirado. Os holofotes estão em Deus, em Sua pessoa, Seu caráter, Sua santidade, Seu poder, Sua honra e Sua glória. O arbítrio humano dá lugar à soberania divina. O homem reconhece que não passa de “um caco de barro no meio de outros cacos” – Isaías 45:9O verdadeiro reavivamento expõe as verdades antigas do evangelho.O verdadeiro reavivamento leva os cristãos à profunda santidade .O verdadeiro reavivamento traz abertura, convicção, quebrantamento, confissão e arrependimento do pecado.


Chamado ao Avivamento! – M. Lloyd-Jones


A igreja, dizem eles, deve fazer todas essas coisas, mais especialmente com o fim de atrair os jovens e segurá-los. Agora, a questão importante não é o que pensamos dessas coisas propriamente ditas, mas é: a igreja teria alguma coisa a ver com essas questões? Que é a Igreja no Novo Testamento? Há somente uma reposta para essa pergunta- é uma comunhão de santos. O que vemos ali é certo número de pessoas reunindo-se com um propósito especial. Quem são essas pessoas? Que é que os reúne? Que interesse comum é tão forte em seus corações que muitas vezes arriscam suas vidas para estar presentes em tais reuniões? São pessoas diferentes das outras, pessoas que, segundo o apóstolo Paulo, foram tiradas do mundo e separadas da sociedade; pessoas que provaram coisas das quais o mundo nada sabe; pessoas que tiveram uma experiência da graça de Deus no Senhor Jesus Cristo; pessoas que já passaram a ver que a coisa mais importante da vida é ter conhecimento de Deus, numa relação que esteja de acordo com os Seus mandamentos. Viram o seu lastimável e desesperado estado diante de Deus, mas também viram Deus perdoando todos os seus pecados em Jesus Cristo. Estão cientes de uma nova vida e de um enobrecedor poder que as torna mais que vencedoras - mesmo quando se vêem face a face com as tentações e provações da vida. Tudo é novo para elas, e elas vêem a vida neste mundo como uma peregrinação rumo a Deus e ao céu. Elas não desprezam o mundo, todavia não vivem para ele, nem por causa dele."Porque não temos aqui cidade permanente", dizem elas, "mas buscamos a futura" (Hebreus 13:14).

Esses cristãos se reúnem - por qual razão? Para prestar culto a Deus, para louvar o Seu bendito Nome, para agradecer-Lhe a graça que levou ao perdão dos pecados, e a uma nova vida em Cristo. Também se reúnem para poderem conhecê-lO melhor e para virem a entender mais facilmente a Sua providência. Têm fome e sede de justiça. Também têm sede do genuíno leite da Palavra, e não há nada que apreciem mais do que estudar a Palavra e ouvi-la proclamada. Sentem-se fortemente impulsionados a encontrar-se uns com os outros para poderem permutar experiências, para se ajudarem mutuamente a deslindar muitos problemas, e a estimular-se uns aos outros a que prossigam. Todos eles têm a mesma experiência básica, todos eles marcham na mesma direção. Acham, pois, "amável a companhia dos irmãos que fixaram os seus semblantes no rumo daquele país". A igreja é um lugar onde eles narram a "Sua fidelidade aos que se acham no deserto ardente", e onde eles gostam de falar "do fim da jornada". Esta é a descrição que temos no Novo Testamento, o retrato que tem sido visto centenas de vezes desde aquele tempo na vida da Igreja. A Igreja retrata uma coleção de pessoas, das quais se pode dizer: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pedro 2:9). Ninguém mais tem direito de ser membro da sociedade.

Posso imaginar alguém fazendo a pergunta: se a Igreja é esse tipo de sociedade, que esperança você pode ter de conseguir que as pessoas entrem? Esses critérios não atraem os homens hoje em dia; não é esse o campo de estudos deles; eles não têm interesse por esse tipo de coisa. Não seria melhor alcançá-los seguindo linhas de interesse comum e em termos das coisas que os atraem naturalmente? A questão não tem nada de novo. E simplesmente a velha questão concernente à autoridade da Igreja.

Alguns procuram autoridade, como vimos, em cerimônias e em ritos religiosos; outros a procuram na tradição, e ainda outros no sacerdócio e no governo especial da Igreja. Alguns acham que a autoridade da Bíblia está em nossa resposta a ela. Não temos tempo de sopesar estas idéias aqui, mas devemos declarar sem temor e com fervor que a Igreja não achará por esses meios a autoridade de que necessita para falar ao mundo e para fazê-lo ouvir. A Palavra é da máxima importância, porém o único poder que confere autoridade é o Espírito Santo. Este é o segredo do estranho sermão que o apóstolo Pedro pregou no dia de Pentecoste, em Jerusalém, e dos incríveis resultados que se seguiram. Paulo fala em termos semelhantes: "A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus" (1 Coríntios 2:4-5). Essa é a história que se vê através das eras e em todos os períodos de avivamento e de despertamento. O mundo não era melhor nem estava mais desejoso de ouvir a mensagem do evangelho no início do século dezoito do que hoje. Não podemos explicar só em termos de homens os eventos que se deram na história da religião em Gales. Todos eles têm uma só explicação - Daniel RowlandHowell Harris e William Williams de Pantycelyn eram homens que falavam "como tendo autoridade" (Mateus 7:29). A mesma característica está presente com os puritanos, nos pais protestantes, em Savonarola e em todo aquele que foi usado por Deus para revivificar a religião em sua geração. Quando "o elemento vida" vem à Igreja, o mundo começa a ouvir, e o povo se aglomera. Então o problema será, não como conseguir gente para vir ouvir, mas como achar recinto para todos os que vêm. O mundo está ansioso para reconhecer a diferença entre a voz do homem e a voz de Deus, e por fim não se dispõe a ouvir coisa alguma senão a Sua voz.

Portanto, não nos é difícil responder a próxima pergunta: para que somos chamados hoje? E óbvio que devemos concentrar as nossas energias na Igreja, e que a maior necessidade é o avivamento e o despertamento da Igreja. E nela, e muitas vezes por meio de indivíduos pertencentes a ela, que os grandes movimentos espirituais sempre tiveram início. Quando a Igreja age no poder e na força do Espírito Santo, faz mais num dia do que doutro modo faria em anos por meio de todas as suas atividades, sem o Espírito. Finalmente, todos os nosso temores pelo futuro da Igreja e da religião, o nosso sentimento de desesperança ao vermos o mundo afundando cada vez mais no pecado e na vaidade, a nossa inclinação para multiplicar organizações, comitês e movimentos brota da mesma cegueira, a saber, a nossa falta de fé nas operações do Espírito Santo.

Então, que podemos fazer? A primeira coisa é compreender que nunca podemos criar um avivamento; todavia, depois de chegarmos a esse ponto, temos muito para fazer.

Se eu tivesse que expressar tudo isso numa só sentença, eu diria que o que é necessário é que esqueçamos completamente o século dezenove e que façamos um minucioso estudo do princípio do século dezoito. Se fizéssemos isso, aprenderíamos lições muito especiais. Acima de tudo o mais, veríamos que o primeiro passo não é rebaixar, mas sim, elevar o padrão requerido dos membros da Igreja. Devemos recapturar a idéia de que ser membro da Igreja é ser membro do corpo de Cristo, e de que esta é a maior honra que pode vir ao encontro do homem neste mundo. Por meio da disciplina, devemos aclamar a relação de membro da comunidade e devemos tornar a ressaltar a verdade de que Deus dá o Espírito Santo somente "àqueles que lhe obedecem" (Atos 5:32). A necessidade não é de aumentar a atração, mas proclamar que "estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida" (Mateus 7:14). Possivelmente, isto significa que muitos recuarão das igrejas e as abandonarão; e do ponto de vista da estatística, dos relatórios e das coletas, tudo parece sem esperança, e os que procuram manter vivas as igrejas temem. Contudo, igualmente certo, a Palavra do Senhor se cumprirá: "qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará" (Lucas 9:24). Como Paulo em Atenas, há muito tempo, devemos compreender que a nossa obra não consiste em argumentar acerca da verdade, e sim, declará-la e proclamá-la com autoridade. Não devemos somente fazer que o povo venha a ter interesse pela verdade, e apelar apenas para as suas mentes; não é esse o nosso dever, mas, antes, é despertar as suas consciências proclamando o juízo de Deus sobre o pecado e a ira de Deus contra "toda a impiedade e injustiça dos homens" (Romanos 1:18), e exortá-los a fugirem da ira vindoura. Devemos convencer os homens da verdade da extrema importância do lado espiritual da vida, de um mundo eterno e de um destino eterno. Ninguém verá a necessidade que tem do Senhor Jesus Cristo como Salvador, senão a pessoa que se viu a si mesma como perdida diante de Deus; e o único motivo verdadeiro para ter-se uma vida moral e digna é a gratidão a Deus e a percepção de que um dia estaremos diante dEle.

Este é o chamamento dirigido aos religiosos hoje: devemos tomar consciência da nossa indignidade perante Deus, da distância que nos separa dos santos das eras passadas, da nossa terrível dessemelhança dos cristãos do Novo Testamento; depois devemos arrepender-nos e reconsagrar-nos a Deus em Cristo, e devemos assegurar-nos de que a religião regule as nossas vidas. Mais do que qualquer coisa, porém, devemos aperceber-nos de que o estado do mundo é tal, que nada, senão o poder do Espírito Santo pode curá-lo, e a tal ponto devemos sentir isso, que sejamos levados a dobrar os joelhos em oração a Deus, rogando-Lhe que, em Sua misericór¬dia, Ele olhe para nós com piedade e, por Seu grande nome, envie um poderoso avivamento entre nós. Esse é o único meio, essa é a única esperança, porque aos homens é impossível, mas não a Deus, pois "a Deus tudo é possível" (Mateus 19:26).

Avivamento ou Aviltamento?
por
Antônio Pereira da Costa Júnior

Estas duas palavras são parecidas, porém, divergentes. Temos visto que, na igreja hodierna, elas misturam-se na mente do povo de Deus. Infelizmente, muitos não conseguem distinguir uma da outra.
Deixe-me dar a definição de ambas. John Stott define avivamento ou reavivamento como: “... uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de Sua santa presença e é surpreendida por ela. Os inconversos se convencem do pecado, arrependem-se e clamam a Deus por misericórdia, geralmente em números enormes e sem qualquer intervenção humana. Os desviados são restaurados. Os indecisos são revigorados. E todo o povo de Deus, inundado de um profundo senso de majestade divina, manifesta em suas vidas o multifacetado fruto do Espírito, dedicando-se às boas obras” (A verdade do Evangelho, p. 119).
Creio que Deus pode, e freqüentemente o faz, operar uma grande reavivamento em nossos dias para reavivar a igreja que está dia-a-dia descendo ladeira abaixo empurrada pelo vento do modernismo, da falta de firmeza doutrinária, da escassez de uma santidade impactuante e não legalista. E que isso, na realidade, é necessário e urgente. Não obstante, muito do que se vê por ai não passa de descarado aviltamento.
Já a palavra “aviltamento” significa: vileza, desonra, ignomínia, descrédito, vergonha. A maioria dos “avivamentos” que existem por ai não passa de aviltamento. Verdadeira vergonha de um pseudo-evangelho, uma pseudo-salvação. Verdadeira infâmia contra a santidade de nosso Deus maravilhoso.
Vários períodos da história da Igreja pós-apostólica foram marcados por reavivamentos maravilhosos, onde Deus usou soberanamente homens falíveis para uma proclamação das verdades de um Deus infalível. Por exemplo: A Reforma Protestante (John Wycliffe, Lutero, Calvino, Knox), Reavivamento Morávio (conde Zinzendorf), o Grande Reavivamento do séc. XVIII (John Wesley, Charles Wesley e Jorge Whitefield), Reavivamento Americano de 1725 e 1760 (Teodoro Fredinghuysen e Jônatas Edwards), só para citar alguns.
Todos os despertamentos históricos foram marcados em contraposição por desvios e abusos que tentaram passar por avivamento, mas que nada mais eram que aviltamento. Gostaria de falar, em breves palavras, sobre o que NÃOé reavivamento espiritual:
•  Reavivamento não é simplesmente agendar programações, promover campanha evangelística, retiros, etc.O Espírito Santo de Deus age como Ele quer e não segundo as nossas concepções e agendamentos humanos. “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai...” (João 3:8 a).
•  Reavivamento não é assistir “Louvorzão”. Realizar encontros de jovens e reuniões de avivamento. Não é animação no culto. Participar de uma “coreografia santa” não é reavivamento. Pessoas podem dar amém na hora certa, levantar as mãos para o céu, chorar, cair, mas essas coisas não querem dizer que haja verdadeiramente um mover do Espírito.
•  Reavivamento não é linguajar religioso. “ Tome posse da bênção”; “Eu decreto”; “Ta amarrado”. São essas as frases, dentre tantas outras, que os cristãos brasileiros estão usando como mantras espirituais dentro das igrejas. O linguajar tem que ser este. Quem não anda por essa cartilha é taxado de cru. Isto é inconcebível.
•  Reavivamento não é praticar um “pentecostalismo descompromissado”. Em Mt 7. 22 – 23 está uma advertência séria com relação a práticas tão populares hoje. Veja o texto: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”. Veja que “igreja” maravilhosa. Existia profecia: “não profetizamos nós em teu nome?”. Existia exorcismo: “não expulsamos demônios?”. Existiam curas e milagres: “não fizemos muitas maravilhas?”. Contudo, Deus os reprovou! A advertência é séria: “Nunca vos conheci”. Em outras palavras: “Vocês não são dos meus”. O problema é que essas pessoas irão descobrir isso muito tarde. Espero que você não seja uma delas.
•  Reavivamento não é mudar os costumes. – Mt 23. O próprio texto de Mateus 23 é contundente. Fala por si. “Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado”. (v. 1-12). Conheço várias pessoas que poderiam encaixar-se perfeitamente nessas advertências. Lembrem-se: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!”
•  Reavivamento não é mudar de teologia. As pessoas mudam de doutrinas como se muda de roupa. Não existem raízes. São como uma folha seca levada pelo vento. Basta surgir um propagador de bênçãos e ele estará lá. Não se questiona nada, o importante é sentir. Chamo isso de “sensitividade herética”. Charles Spurgeon já advertia a igreja a mais de cem anos atrás: “As pessoas dirão: ‘Gostamos desta forma de doutrina e gostamos também da outra'. Mas o fato é este: eles gostariam de qualquer coisa, desde que um enganador esperto lhes apresentasse isso de uma maneira aceitável. Eles admiram Moisés e Arão, mas não diriam uma palavra contra Janes e Jambres. Não devemos ser cúmplices daqueles que visam criar esta mentalidade. Temos de pregar o evangelho de modo tão distinto que o nosso povo saiba aquilo que estamos pregando. ‘Se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?' (1Co 14.8). Tenho ouvido dizer que uma raposa, que é perseguida muito de perto pelos cães, finge ser um deles e corre com eles. É isso que alguns estão desejando agora: que as raposas pareçam cães . Existem pregadores dos quais é difícil dizer se são cães ou raposas; contudo os homens não podem ter dúvidas sobre as coisas que ensinamos ou cremos”. – Charles Spurgeon. (1834 – 1892) Spurgeon também dizia: “Nada há de novo na teologia. Exceto o que é errado”. Ou seja, a teologia bíblica é aquela pregada por Paulo, Pedro, João etc. São as “velhas doutrinas” que fazem bem a alma e salva o pecador.
•  Reavivamento não é algazarra eclesiástica. O que temos visto em muitos arraiais não passa de algazarra eclesiástica. Há muito pulo, gritos, meneios, mas pouca santidade prática. Pouco compromisso com a obra de Deus. Quase nenhuma intenção de evangelizar os povos que ainda não ouviram o evangelho de Cristo. Ninguém quer sair de suas cadeiras confortáveis para lugares inóspitos. Isso me lembra uma velha fábula: “ Era uma vez quatro pessoas que se chamavam "Todomundo", "Alguém", "Qualquerum" e "Ninguém". Havia um importante trabalho a ser feito e "Todomundo" acreditava que "Alguém" iria executá-lo. "Qualquerum" poderia fazê-lo, mas "Ninguém" o fez. "Alguém" ficou aborrecido com isso, porque entendia que sua execução era de responsabilidade de "Todomundo". "Todomundo" pensou que "Qualquerum" poderia executá-lo, mas "Ninguém" imaginou que "Todomundo" não o faria. No final da história; "Todomundo" culpou "Alguém" quando “Ninguém", fez o que "Qualquerum" poderia ter feito ” . Pense nisso quando tiveres que fazer algo na Obra de Deus.
•  Reavivamento não é crescimento do número de membros. Penso que um dos maiores problemas da igreja nesses últimos tempos é o inchamento de livros de registro de membros. Pelo simples fato de que, na grande maioria das vezes, colocam-se pessoas no rol de membros da Igreja local, quando ela não pertence à Igreja Universal de Cristo. Hoje, mais do que nunca, as igrejas estão cheias de pessoas não convertidas, o que gera uma igreja cancerosa, morta, inoperante. Que Deus tenha misericórdia de nós.


AFINAL, O QUE CARACTERIZA O VERDADEIRO REAVIVAMENTO?
Algumas marcas podem ser detectadas nos verdadeiros reavivamentos trazidos por Deus através da história. Além das características que John Stott nos apresenta em sua definição acima, gostaria de traçar alguns breves e limitados pontos no que concerne ao verdadeiro reavivamento:
A) O verdadeiro reavivamento traz toda honra a Deus. A figura humana não aparece, Deus é que é admirado. Os holofotes estão em Deus, em Sua pessoa, Seu caráter, Sua santidade, Seu poder, Sua honra e Sua glória. O arbítrio humano dá lugar à soberania divina. O homem reconhece que não passa de “um caco de barro no meio de outros cacos” – Isaías 45:9
Edwards disse que: “nenhum avivamento ou experiência religiosa é genuína se não realçar esse Deus sublime em sua soberania, graça e amor”. Ele advertiu contra dois grandes erros no avivamento. Primeiro, o mero emocionalismo. Segundo é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas. O reavivamento que não se preocupa com a glória suprema de Deus não é reavivamento é aviltamento.
Alguns líderes quando estão falando de Deus, geralmente procuram incutir na mente das pessoas aquilo que Deus jamais diria. Eles dizem: “Deus vai fazer isso amanhã”; “No próximo culto Deus vai operar e vai batizar, curar, etc”; “Vamos fazer uma semana de reavivamento e vocês irão ver Deus fazendo maravilhas”.
Não estou dizendo que Deus não pode fazer, Ele faz o que quiser e não pede licença ao homem. O que estou dizendo é que Deus não trabalha de acordo com a agenda humana. Lamento informar, mas Deus não nos deu a Sua agenda de amanhã, muito menos da semana que vem.
B) O verdadeiro reavivamento expõe as verdades antigas do evangelho. Avivamento sem retorno às verdades da Palavra de Deus não passa de aviltamento. Charles Spurgeon certa vez disse o seguinte: “Nada há de novo na teologia, exceto o que é errado” .
C) O verdadeiro reavivamento leva os cristãos à profunda santidade . Conseqüentemente a Igreja cresce em quantidade e qualidade. A primeira não fica em detrimento a segunda.
É verdadeira mudança no comportamento.
D) O verdadeiro reavivamento traz abertura, convicção, quebrantamento, confissão e arrependimento do pecado. É descoberta toda podridão do coração depravado do homem, ele sente a nojeira do pecado e é levado a refugiar-se na graça de Cristo.
Grande parte dos cristãos de hoje não sabem nada sobre o pesar do coração em contrição à santidade de Deus. Os puritanos falavam de “agonizar
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. Salmo” – 139:23,24.
E) O verdadeiro reavivamento traz uma nova vida à ação missionária da Igreja. Reacende a chama por missões. O amor ao perdido é reanimado pela ação irresistível do Espírito Santo.
Traz mudança na sociedade em que a Igreja está inserida.
Amados, tenhamos cuidado para não querermos “produzir reavivamento” no intuito de agradar aos homens, granjear ovações e considerações que não servem para nada, senão, para acariciamento do ego e inchamento da nossa natureza carnal. Lembrem-se: “... uma visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus”.
Nenhum homem pode “produzir” reavivamento. Todo “reavivamento” produzido pelo homem é, sem sombra de dúvidas, aviltamento. Espero que você tenha sido abençoado por estas breves considerações.
Vigiemos para que nosso “avivamento” não se torne em aviltamento a Deus, a quem devemos dar toda honra, toda glória e todo louvor. Como nos diria João Batista: “Importa que Ele cresça e que eu diminua” – João 3:30
Clamemos como o salmista: “Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” – Salmo 85.6.
SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER



(Agradecemos ao autor pelo envio do texto!).
Sobre o autor: O Pr. Antônio Pereira da Costa Júnior, nasceu em Esperança – PB. Co-Pastor da 1ª. Igreja Congregacional em St a Cruz do Capibaribe – PE. Faz parte do quadro de ministros da AIECB (Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil). Casado com Esther Monteiro da Costa, e Pai de Rachêl Hellen Monteiro da Costa. Palestrante e pesquisador na área de Apologética em geral, Técnico Agrícola pela UEPB e  Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). E fez um curso de Apologética por extensão pelo ICP (Instituto Cristão de Pesquisas). Faz Especialização em Teologia Bíblica pelo SPN – Extensão Campina Grande. E-mail: juniorapologista@yahoo.com.br 



Este site da web é uma realização de
Felipe Sabino de Araújo Neto®


O Avivamento que Precisamos


(Série de artigos da Editora Fiel, disponibilizados pelo projeto Spurgeon)


Somos abençoados quando nos aproximamos de Deus através da oração. Sentimos tristeza ao perceber que muitas igrejas demonstram tão pouca importância à oração coletiva.


De que maneira receberemos alguma bênção, se nos mostramos negligentes em pedi-la? Podemos aguardar um Pentecostes, se jamais nos reunimos uns com os outros, a fim de esperar no Senhor? Irmãos, nossas igrejas nunca serão melhores, enquanto os crentes não estimarem intensamente a reunião de oração.



Mas, estando reunidos para oração, de que maneira devemos orar? Tenhamos cuidado para não cair no formalismo, pois estaremos mortos, imaginando que possuímos vida. Não duvidemos, motivados por incredulidade, ou estaremos orando em vão. Oh! que tenhamos fé imensa, para com ela apresentarmos a Deus grandes súplicas!


Temos misturado o louvor e a oração como um precioso composto de especiarias, adequado para ser oferecido sobre o altar de incenso por intermédio de Cristo, nosso Senhor. Não poderíamos agora apresentar-Lhe uma súplica especial, de maior alcance? Parece a mim que deveríamos orar em favor de um verdadeiro e puro avivamento em todo o mundo.


Um Avivamento Genuíno e Duradouro


Regozijo-me com quaisquer evidências de vida espiritual, ainda que sejam entusiásticas e temporárias, e não sou precipitado em condenar qualquer movimento bem-intencionado. Contudo, tenho bastante receio de que muitos dos chamados avivamentos, em última análise, causaram mais danos do que benefícios. Uma espécie de loteria religiosa tem fascinado muitos homens, trazendo-lhes repúdio pelo bom senso da verdadeira piedade.


Não desejo menosprezar o ouro genuíno, ao desmascarar as falsificações. Longe disso. Acima de tudo, desejamos que o Senhor envie-nos um verdadeiro e duradouro avivamento espiritual.


Precisamos de uma obra sobrenatural da parte do Espírito Santo, trazendo poder à pregação da Palavra, motivando com vigor celestial todos os crentes, afetando solenemente os corações dos indolentes, para que se convertam a Deus e vivam. Se este avivamento acontecesse, não seríamos embriagados pelo vinho do entusiasmo carnal, mas cheios do Espírito. Contemplaríamos o fogo dos céus manifestando-se em resposta às fervorosas orações de homens piedosos. Não podemos rogar que o Senhor, nosso Deus, revele seu poderoso braço aos olhos de todos os homens nestes dias de declínio e vaidade?


Antigas Doutrinas


Queremos um avivamento das antigas doutrinas. Não conhecemos uma doutrina bíblica que, no presente, não tenha sido cuidadosamente prejudicada por aqueles que deveriam defendê-la. Há muitas doutrinas preciosas às nossas almas que têm sido negadas por aqueles cujo ofício é proclamá-las. Para mim é evidente que necessitamos de um avivamento da antiga pregação do evangelho, tal como a de Whitefield e de Wesley.


As Escrituras têm de se tornar o infalível alicerce de todo o ensino da igreja; a queda, a redenção e a regeneração dos homens precisam ser apresentadas em termos inconfundíveis.


Devoção Pessoal


Necessitamos urgentemente de um avivamento da devoção pessoal. Este é, sem dúvida, o segredo do progresso da igreja. Se os crentes perdem a sua firmeza, a igreja é arremessada de um lado para o outro. Quando eles permanecem firmes na fé, a igreja continua fiel ao seu Senhor.


O futuro da igreja, nas mãos de Deus, depende de pessoas que na realidade são espirituais e piedosas. Oh! que o Senhor levante mais homens genuinamente piedosos, vivificados pelo Espírito Santo, consagrados ao Senhor e santificados pela verdade!


Irmãos, cada um de nós precisa viver, para que a igreja continue viva. Temos de viver para Deus, se desejamos ver a vontade do Senhor prosperar em nossas mãos. Homens consagrados tornam-se o sal da sociedade e os salvadores da raça humana.


Espiritualidade no Lar


Necessitamos profundamente do avivamento da espiritualidade no lar. A família cristã era o baluarte da piedade na época dos puritanos; mas, nesses dias maus, centenas de famílias chamadas cristãs não realizam adoração no lar, não estabelecem restrições, nem ministram qualquer disciplina e ensino aos seus filhos. Como podemos esperar que o reino de Deus prospere, quando os discípulos de Cristo não ensinam o evangelho a seus próprios filhos?


Ó homens e mulheres crentes, sejam cuidadosos naquilo que fazem, sabem e ensinam! Suas famílias devem ser treinadas no temor do Senhor, e sejam vocês mesmos “santos ao Senhor”. Deste modo, permanecerão firmes como uma rocha no meio das ondas de terror que surgirão e da impiedade que nos assedia.


Intenso e Consagrado Poder


Desejamos um avivamento de intenso e consagrado poder. Tenho suplicado por verdadeira piedade; agora imploro por um de seus mais nobres resultados. Precisamos de santos. Precisamos de mentes graciosas, experimentadas em uma elevada qualidade de vida espiritual resultante de freqüente comunhão com Deus, na quietude.


Os santos adquirem nobreza por meio de sua constante permanência no lugar onde se encontram com o Senhor. É aí que adquirem o poder na oração que tanto necessitamos. Oh! que o Senhor levante na igreja mais homens como John Knox, cujas orações causavam à rainha Maria mais terror do que 10.000 soldados! Oh! que tenhamos mais homens como Elias, que através de sua fé abriu e fechou as janelas dos céus!


Esse poder não surge por meio de um esforço repentino; resulta de uma vida devotada ao Deus de Israel. Se toda a nossa vida for pública, teremos uma existência insignificante, transitória e ineficaz. Entretanto, se mantivermos intensa comunhão com Deus, em secreto, seremos poderosos em fazer o bem. Aquele que é um príncipe com Deus ocupará uma posição nobre entre os homens, de acordo com a verdadeira avaliação de nobreza.


Estejamos atentos para não sermos pessoas dependentes de outras; nos esforcemos para descansar em nossa verdadeira confiança no Senhor Jesus. Que nenhum de nós caia numa situação de infeliz e medíocre dependência dos homens! Desejamos ter entre nós crentes firmes e resistentes, assim como as grandes mansões que permanecem, de geração em geração, como pontos de referência de nosso país; não almejamos crentes semelhantes a casas de saibro, e sim a edifícios bem construídos, capazes de suportar todas as intempéries e desafiar o próprio tempo.


Se na igreja tivermos um exército de homens inabaláveis, firmes, constantes e sempre abundantes na obra do Senhor, a glória da graça de Deus será claramente manifestada, não somente neles mesmos, mas também naqueles que vivem ao seu redor. Que o Senhor nos envie um avivamento de poder consagrado e celestial!


Pregue por intermédio de suas mãos, se você não pode pregar por meio de seus lábios. Quando os membros de nossas igrejas demonstrarem o fruto de verdadeira piedade, imediatamente encontraremos pessoas perguntando qual a árvore que produz esse fruto.


A oração coletiva dos crentes é a primeira parte de um Pentecostes; a conversão dos pecadores, a outra. Começa somente com “uma reunião de oração”, mas termina com um grande batismo de milhares de convertidos. Oh! que as orações dos crentes se tornem como ímãs para os pecadores! E que o reunir-se de homens piedosos seja uma isca para atrair os homens a Cristo! Venham muitas pessoas a Jesus, porque vêem outros correrem em direção a Ele.


“Senhor, afastamos nosso olhar desses pobres e tolos procrastinadores e buscamos a Ti, rogando-Te que os abençoes com o teu onisciente e gracioso Espírito. Senhor, converte-os, e eles serão convertidos! Através de sua conversão, rogamos que um avivamento comece hoje mesmo. Que este avivamento se espalhe por todas as nossas casas e, depois, pela igreja, até que todos os crentes sejam inflamados pelo fogo que desce dos céus!”


FONTEEditora Fiel 


Esperança de Avivamento - C. H. Spurgeon
Então, cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Números 21.17

Este poço no deserto se tornou famoso porque foi o assunto de uma promessa. "Este é o poço do qual disse o SENHOR a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água" (Números 21.16). O povo necessitava de água, que lhe foi prometida pelo seu Deus gracioso. Nós precisamos de novos suprimentos da graça celestial. O Senhor se comprometeu em dar-nos tudo que Lhe pedimos.

O poço se tornou o motivo de uma canção. Antes de a água jorrar, a fé satisfeita levou o povo a cantar. Quando eles viram a água cristalina borbulhando, a música ecoou com mais regozijo. Nós, que cremos nas promessas de Deus, devemos nos alegrar na esperança de avivamentos divinos em nossa alma. Quando os experimentarmos, nosso regozijo santo fluirá. Estamos sedentos? Não murmuremos, e sim cantemos. Sede espiritual é difícil de ser suportada, mas a promessa nos indica um poço. Encorajemo-nos em olhar para esse poço.

O poço foi o assunto central da oração — "Brota, ó poço!" Temos de buscar aquilo que Deus prometeu dar-nos, pois, do contrário, mostraremos que não possuímos nem desejo nem fé. Nesta noite, supliquemos que as palavras lidas neste versículo e em nossas leituras devocionais não se tornem uma formalidade vazia. Em vez disso, elas devem se tornar um canal de graça para a nossa alma.

O poço foi um motivo do esforço — "Poço que os príncipes cavaram" (Números 21.18). O Senhor deseja que sejamos ativos em obter graça. A oração nunca deve ser negligenciada; a comunhão com os outros crentes não pode ser desprezada; a adoração não pode ser colocada em uma posição irrelevante. O Senhor nos dará generosamente sua graça; mas Ele não o fará como uma recompensa por nossa indolência. Busquemos o Senhor, em quem estão todas as nossas fontes de regozijo.


AVIVAMENTO NOS DIAS DE JONATHAN EDWARDS:
RELEVÂNCIA ATUAL
Alderi Souza de Matos 
Introdução.
  • Jonathan Edwards, um pastor congregacional que viveu no século XVIII, é hoje considerado pelos historiadores um dos maiores teólogos e pensadores da história dos Estados Unidos. Ele foi não somente um dos instrumentos do primeiro grande reavivamento ocorrido naquele país, mas o maior estudioso e intérprete desse fenômeno.
  • Através de vários livros que escreveu, ele analisou os eventos cuidadosamente, em seus diferentes aspectos. Em essência, Edwards apoiou alegremente o reavivamento, vendo nele a manifestação genuína do Espírito de Deus, mas também foi um crítico severo dos desvios, exageros e impropriedades que por vezes ocorreram. Uma de suas principais preocupações foi mostrar em seus escritos quais os critérios pelos quais se pode reconhecer a autenticidade de uma experiência religiosa dessa natureza.
  1. Contexto Religioso
  • Quando Jonathan Edwards iniciou o seu ministério, a sua região, a Nova Inglaterra, já havia sido colonizada pelos ingleses há cem anos. Os colonizadores foram os famosos puritanos, calvinistas que lutaram por uma igreja mais pura no seu país de origem e que eventualmente foram para o Novo Mundo a fim de viverem sem impedimentos de acordo com as suas convicções.
  • Ao chegarem a Massachusetts, primeiro a Plymouth in 1620 e depois a Salem e Boston em 1629-30, eles procuraram edificar uma comunidade verdadeiramente cristã e uma igreja composta de pessoas convertidas e consagradas a Deus. Apesar de alguns problemas, e de certa intolerância para com outras pessoas e grupos que pensavam de maneira diferente, eles conseguiram realizar esse ideal por algum tempo.
  • Eventualmente, depois de um período inicial de sofrimentos e provações amargas, os colonos prosperaram materialmente na nova terra cheia de tantas oportunidades. No final do século XVII, a vida na Nova Inglaterra era em grande parte pacífica e confortável. A maioria das pessoas pertenciam à classe média e quase não havia pobreza. O nível educacional também era relativamente alto.
  • Todo esse progresso havia sido alcançado por causa dos valores religiosos e éticos dos puritanos, como o seu amor ao trabalho, sua disciplina de vida, sua rejeição de vícios e a preocupação em serem bons mordomos das bênçãos de Deus.
  • Porém, juntamente com a prosperidade material, ocorreu um declínio no fervor religioso entre as novas gerações. O cristianismo de muitos tornou-se meramente nominal; o mundanismo e a apatia espiritual tornaram-se generalizados. Além disso, novas ideologias vindas da Europa, o racionalismo e o iluminismo, com sua ênfase na razão e na capacidade humana, também estavam influenciando muitas pessoas.
  • Nesse ambiente desanimador, pastores e membros das igrejas oravam por um reavivamento das energias espirituais do povo de Deus. E isto ocorreu através do Grande Despertamento (1720s-40s), o primeiro evento da história norte-americana a atingir pessoas das diferentes colônias com um interesse religioso comum.
  1. Jonathan Edwards
  • Jonathan Edwards nasceu em 1703, sendo filho de um consagrado ministro congregacional. Precoce e piedoso desde a sua meninice, aos 12 anos ele escreveu a uma de suas irmãs: "Pela maravilhosa misericórdia e bondade de Deus, tem ocorrido neste lugar uma extraordinária atuação e derramamento do Espírito de Deus... tenho razões para pensar que isso diminuiu em certa medida, mas espero que não muito. Cerca de treze pessoas uniram-se à igreja num estado de plena comunhão." Depois de dar os nomes dos convertidos, ele acrescentou: "Acho que muitas vezes mais de trinta pessoas se reunem às segundas-feiras para falar com o Pai acerca da condição das suas almas."
  • Edwards obteve o seu grau de bacharel no Colégio de Yale em 1720, onde continuou seus estudos teológicos e trabalhou como professor assistente por algum tempo. Após um breve pastorado numa igreja presbiteriana de Nova York, em 1726, aos 23 anos de idade, ele foi auxiliar o seu avô, Salomão Stoddard, o famoso pastor da igreja de Northampton, Massachusetts.
  • No ano seguinte, Jonathan casou-se com Sarah Pierrepont, então com 17 anos de idade, filha de um pastor bem conhecido e bisneta do primeiro prefeito de Nova York. Os historiadores destacam a harmonia, amor e companheirismo que sempre caracterizou a vida do casal. Eles gostavam de andar a cavalo ao cair da tarde para poderem conversar e antes de se deitarem sempre tinham juntos os seus momentos devocionais.
  • Jonathan e Sarah tiveram 11 filhos, todos os quais chegaram à idade adulta, fato raro naqueles dias. Em 1900, um repórter identificou 1400 descendentes do casal Edwards. Entre eles houve 15 dirigentes de escolas superiores, 65 professores, 100 advogados, 66 médicos, 80 ocupantes de cargos públicos, inclusive 3 senadores e 3 governadores de estados, além de banqueiros, empresários e missionários.
  • Em 1729, com a morte do seu avô, Jonathan tornou-se o pastor titular da igreja de Northampton, na qual, através de sua poderosa pregação, ocorreu um grande avivamento cinco anos mais tarde (1734-35). O Grande Despertamento tivera os seus primórdios alguns anos anos entre os presbiterianos e reformados holandeses na Pensilvânia e Nova Jérsei, cresceu com as pregações de Edwards e atingiu o seu apogeu no ano de 1740, com o trabalho itinerante do grande avivalista inglês George Whitefield (1714-1770). [Sobre o avivamento entre os presbiterianos, ver o recente artigo do Rev. Frans L. Schalkwijk, "Aprendendo da História dos Avivamentos," em Fides Reformata II-2.]
  • Em 1750, após 23 anos de pastorado, Jonathan Edwards foi despedido pela sua igreja, a razão principal sendo a sua insistência em que somente pessoas convertidas deviam participar da Ceia do Senhor, em contraste com a prática anterior do seu avô. No seu sermão de despedida, depois de advertir a igreja sobre as contendas que nela havia e os perigos que isto representava, ele concluiu: "Portanto, eu quero exortá-los sinceramente, para o seu próprio bem futuro, que tomem cuidado daqui em diante com o espírito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz e empenhem-se por alcancá-la (1 Pe 3:10-11). Que a recente contenda sobre os termos da comunhão cristã, por ter sido a maior, seja também a última. Agora que lhes prego o meu sermão de despedida, eu gostaria de dizer-lhes, como o apóstolo disse aos coríntios, em 2 Co 13:11: "Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco."
  • No ano seguinte, Edwards foi para Stockbridge, uma região remota da colônia de Massachusetts, onde trabalhou como pastor e missionário entre os índios. Em 1757, a sua excelência como educador e sua fama como teólogo e filósofo fez com que ele fosse convidado para ser o presidente do Colégio de Nova Jérsei, a futura Universidade de Princeton. Um mês após a sua posse, Edwards faleceu devido a complicações resultantes de uma vacina contra varíola.
  1. Jonathan Edwards e o Avivamento
  • A maior contribuição de Jonathan Edwards para a igreja evangélica está nos importantes livros que escreveu como teólogo e intérprete do avivamento. Curiosamente, sua obra mais conhecida é pouco representativa do seu pensamento como um todo. Trata-se do célebre sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado," que ele pregou na cidade de Enfield em 1741. A ênfase maior dos seus escritos e sermões não está na ira de Deus, e sim na sua majestade, glória e graça.
  • Além de muitas conversões e santificação de vidas, o Grande Despertamento também aprofundou uma divisão entre os líderes que eram favoráveis ao avivamento e aqueles que não eram. O problema ficou mais sério quando, após a obra de pregadores sérios e equilibrados com Edwards e Whitefield, surgiram imitadores sensacionalistas que manipulavam emocionalmente as pessoas. O Dr. Lloyd-Jones diz que Edwards lutou em duas frentes: contra os adversários do avivamento e contra os extremistas; contra o perigo de extinguir o Espírito e contra o perigo de deixar-se levar pela carne e ser iludido por Satanás.
  • Nesse contexto, Edwards propos-se a defender o avivamento como obra do Espírito de Deus, ao mesmo tempo que combateu os excessos e desvios que muitas vezes ocorriam. Foi nesse sentido que ele escreveu vários livros de grande valor, o primeiro deles sendo a Narrativa Fiel da Surpreendente Obra de Deus (1736-37), em que descreveu o recente despertamento em sua cidade e regiões vizinhas. Alguns anos depois, ele escreveu Alguns Pensamentos sobre o Atual Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra (1742), analizando o movimento mais amplo. Esta obra baseia-se parcialmente em algumas profundas experiências espirituais da sua esposa Sarah.
  • Em 1746, Edwards publicou a sua obra mais amadurecida sobre o assunto, o seu Tratado sobre as Afeições Religiosas (resultou de uma série de sermões sobre 1 Pedro 1:8), no qual argumentou que o cristianismo verdadeiro não se evidencia pela quantidade ou intensidade das emoções religiosas, mas por um coração transformado que ama a Deus e busca o seu prazer. Ele faz uma análise rigorosa das diferenças entre a religiosidade carnal, que produz muita comoção, e verdadeira espiritualidade, que toca o coração com a visão da excelência de Deus e o liberta do egocentrismo.
  • Como bom calvinista que era, Edwards também escreveu algumas obras em defesa das convicções reformadas acerca da incapacidade moral e espiritual dos seres humanos e sua profunda necessidade da graça transformadora de Deus: A Liberdade da Vontade (1754) e O Pecado Original (1758).
  1. A Genuína Experiência Religiosa
  • Nos seus escritos, Jonathan Edwards avaliou a experiência religiosa à luz das Escrituras e das suas convicções reformadas. O ponto de partida da sua pregação e da sua teologia foi o Deus soberano, em sua majestade, graça e glória. Esse Deus criou o universo e o ser humano para manifestar a sua grandeza e o seu amor. A majestade e a graça de Deus também se revelam de modo supremo no envio de Cristo para redimir os pecadores.
  • Nenhum avivamento ou experiência religiosa é genuína se não realçar esse Deus sublime em sua soberania, graça e amor. O critério principal é este: se quem está no centro das atenções é Deus ou o ser humano. Para que Deus esteja no centro é necessário, em primeiro lugar, que haja nos corações um profundo senso de incapacidade, de dependência de Deus, e de convicção da nossa pecaminosidade. Além disso, é preciso que haja a consciência de que toda genuína experiência religiosa é fruto da atuação do Espírito de Deus, que transforma e santifica os pecadores, capacitando-os a amar e honrar a Deus em suas vidas.
  • Portanto, todas as teorias de salvação que dão ênfase às obras humanas ou à capacidade humana só desmerecem a grandeza do amor de Deus revelado a nós em Cristo Jesus e tornado real em nossos corações somente pela iluminação do Espírito Santo.
  • Edwards crê na necessidade de transformação do ser humano. A moralidade externa não é suficiente, daí a importância da conversão. Por outro lado, para aqueles que já são crentes, uma fé simplesmente racional ou intelectual não basta. É preciso que a pessoa se aproxime de Deus não só com o entendimento, mas com os sentimentos. Cabeça e coração (luz e calor) devem funcionar juntos na vida conduzida pelo Espírito. O próprio Edwards era um exemplo disso. [Ver D.M. Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a Crucial Importância de Avivamento, PES, 12-18.]
  • Em todas as suas obras Edwards insistiu na importância dos afetos profundos na vida espiritual. Por "afetos" ou "afeições" ele se referia às disposições do coração que nos inclinam para certas coisas e nos afastam de outras. Todas as nossas ações derivam dos nossos desejos: ou nos comprazemos no Deus vivo e buscamos servi-lo e honrá-lo, ou somos cativos de desejos voltados para alvos menores.
  • Edwards advertiu contra dois grandes erros no avivamento. Primeiro, o mero emocionalismo: os avivalistas podem simplesmente excitar as emoções das pessoas e produzir falsas conversões. Emoções intensas não são uma evidência clara acerca de uma experiência religiosa. No seu grande tratado sobre asAfeições Religiosas, Edwards delineou cuidadosamente testes bíblicos quanto a uma experiência religiosa genuína; eles incluíam uma ênfase na obra graciosa de Deus, doutrinas consistentes com a revelação bíblica, e uma vida marcada pelos frutos do Espírito.
  • segundo erro é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Ele, algo muito comum hoje com toda a celebração do eu, as experiências pessoais, os testemunhos auto-congratulatórios. Edwards insistiu em que a essência da verdadeira espiritualidade é ser dominado pela visão da beleza de Deus, ser atraído para a glória das suas perfeições, sentir o seu amor irresistível.
  • Portanto, na verdadeira experiência cristã, o conhecimento de Deus é algo sensível, experimental. A verdadeira experiência cristã consiste não somente em conhecer e afirmar doutrinas cristãs verdadeiras, por importantes que sejam, mas é um conhecimento afetivo, ou a consciência das verdades que a doutrina descreve. Difere do conhecimento especulativo, assim como o sabor do mel difere do mero entendimento de que o mel é doce. O cristão, diz Edwards, "não apenas crê racionalmente que Deus é glorioso, mas têm em seu coração o senso da majestade de Deus."
  • Se nossos corações são transformados pelo amor de Deus, assim devem ser transformadas as nossas ações. Se somos mudados ao contemplarmos a beleza do amor de Deus, então amaremos de maneira especial todo ato de virtude que reflete o caráter amoroso de Deus.
Conclusão
  • Jonathan Edwards acreditava na importância e necessidade do avivamento. Ele viu o Grande Despertamento como uma obra do Espírito de Deus, revitalizando e capacitando a igreja para a sua missão no mundo. Ao mesmo tempo, ele estava consciente de desvios, excessos e até mesmo atuações satânicas que produziam excentricidades, descontrole emocional, ostentação e escândalos.
  • Porém, ele entendia que tais problemas não invalidavam os aspectos positivos do avivamento e, mais ainda, que alguns dos "fenômenos" ou "manifestações," ainda que inusitados, eram admissíveis diante das experiências profundas da graça de Deus que muitas pessoas estavam tendo, inclusive a sua esposa. Tais coisas, em si mesmas, nada provavam.
  • Os critérios que realmente indicavam se as conversões e o despertamento eram genuínos ou não eram os frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação suprema com a glória de Deus, apego profundo às Escrituras, mudanças no comportamento ético, relacionamentos pessoais transformados e influência transformadora na comunidade.
  • Só esse tipo de avivamento será uma bênção para as nossas vidas, nossas igrejas e nosso país.
Fontes:
  • D.M. Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a Crucial Importância de Avivamento (São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas)
  • Mark A. Noll, A History of Christianity in the United States and Canada
  • Paul Helm, "Edwards, Jonathan (1703-1758)," em New International Dictionary of the Christian Church
  • "Jonathan Edwards and the Great Awakening," Church History IV, no. 4, especialmente os artigos "Colonial New England: An Old Order, A New Awakening," de J. Stephen Lang e Mark A. Noll; "My Dear Companion," de Elisabeth S. Dodds; "Edwards’ Theology: Puritanism Meets a New Age," de Richard Lovelace; e "Jonathan Edwards Speaks to our Technological Age," de George M. Marsden.
  • Luiz Roberto França de Mattos, "Jonathan Edwards and the Criteria for Evaluating the Genuineness of the ‘Brazilian Revival’," Tese de Mestrado em Teologia, Centro de Pós-Graduação A. Jumper, 1997

O Último Avivamento

by David Wilkerson | January 28, 2008



O que aguarda a igreja de Jesus Cristo? Essa é uma pergunta de muito interesse aos crentes de todo o mundo. Com acontecimentos cataclísmicos ocorrendo por todo o globo, muitos se perguntam: “Será que o Espírito Santo irá avivar a igreja antes de Jesus voltar? Será que o corpo de Cristo vai deixar esse mundo com lamúrias ou gritando?”.
O Novo Testamento está cheio de previsões quanto à uma apostasia nos últimos dias. Falsos profetas se levantarão e irão levar muitos a se desviar; lobos virão em pele de cordeiro, trazendo poderosos esquemas “para enganar, se possível, os próprios eleitos” de Deus. Irá abundar a iniquidade, fazendo com que crentes antes fervorosos percam o seu primeiro amor. Com a inundação de impiedade que virá, o amor de muitos esfriará.
Jesus profetizou especificamente estas coisas. E suas advertências têm o objetivo de desafiar a nossa fé. Com sufocante iniquidade inundando a terra, Ele pergunta: “Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18:8).
Pense no seguinte: Cristo sabia tudo que estaríamos testemunhando atualmente, desde os horrorizantes tiroteios nas escolas, até o crescimento do homossexualismo militante, ou os atos terroristas tendo lugar por todo o mundo. E meio à estas coisas, Ele nos pergunta, “Você vai continuar crendo - mesmo com as coisas piorando? Você vai desfalecer em sua confiança quando as coisas não acontecerem como esperava? Ou vai continuar confiando em Mim?”.
Veja, a despeito da expansão da iniquidade e das grandes calamidades, Jesus sabia que haveria um grande avivamento nos últimos dias. O Espírito Santo inspirou as profecias de Isaías, e ele conhecia plenamente a predição de um avivamento na aproximação do fim.
Essa profecia é encontrada em Isaías 54 e está resumida nestes versículos: “Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas” (54:3).
Creio, junto com inúmeros estudiosos da Bíblia, que a profecia de Isaías tem dupla aplicação. Ela fala não só do Israel natural após o cativeiro na Babilônia, mas também sobre o Israel espiritual que viria no futuro: o corpo de Jesus Cristo, a igreja da Nova Jerusalém. Paulo cita Isaías 54 quando se refere à “Jerusalém lá de cima... a qual é nossa mãe” (Gálatas 4:26). Paulo viu a profecia de Isaías como dirigida aos “filhos da promessa”, os que estão em Cristo pela fé.
Se Isaías dirigisse sua profecia somente ao Israel natural, isso significaria que suas promessas ainda não teriam sido cumpridas. Resumindo, não teria ainda ocorrido o fato de que “a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas” (Isaías 54:3). Porém essa palavra foi claramente cumprida em Cristo, na cruz e no Pentecostes. Pense no seguinte: quando Isaías trouxe essa mensagem, cerca de 42.000 israelitas haviam saído do cativeiro babilônico. Na época de Jesus, o seu número havia crescido apenas para cerca de 3 milhões.
Isaias refere-se à sua profecia como promessa de Deus, um juramento dos céus. Vemos o Senhor jurando pelas montanhas e até se referindo à aliança feita com Noé. Ele diz, basicamente, “Tão certo quanto não permitirei outro dilúvio sobre a terra, vos digo que haverá um despertamento da Minha igreja nos últimos dias”.
Deus não está se concentrando na economia, no surgimento de religiões mundanas, na expansão da iniquidade. Segundo Isaías, as nações para Deus são “como um pingo que cai de um balde” (Isaías 40:15).
Ele conhece tudo a respeito das ameças terroristas, das guerras e rumores de guerras. A Sua palavra avisa que o ímpio se enfurecerá, os poderes seculares tentarão proibir o cristianismo, e os movimentos anti-Cristo em rápido crescimento vão se gabar de que governarão o mundo, e destruirão os seguidores de Jesus. A Bíblia diz o seguinte quanto a isso: “Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (Salmo 2: 2-3); em resumo, “Vamos acabar com todos estes impedimentos morais, com esses padrões do passado”.
Eis a reação de Deus a estes poderes terrenos, a estes homens influenciados por demônios: “Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles” (2:4). Não importa o quão desesperadoras as coisas aparentem estar, tudo se mantém sob o pleno controle de Deus.
Fico grato por essa palavra dos Salmos. Mais e mais ouvimos relatos do secularismo devastando as igrejas evangélicas na Europa, do Islamismo sendo a religião de mais rápido crescimento no mundo, dos homossexuais submetendo denominações inteiras, de a igreja de Cristo estar crescendo tão pouco que deixou de ter qualquer impacto na sociedade. Porém a palavra de Deus declara, “Sobre a Rocha Deus construirá a Sua igreja”.
“E as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Nada nas entranhas do inferno pode esperar destruir a igreja de Cristo. Os olhos dEle estão sempre sobre o Seu povo, e por meio de tudo Ele avisa Satanás e suas hordas, “Não toque na menina dos Meus olhos”. “Se alguém a atacar, não será por obra minha; todo aquele que a atacar se renderá a você” (Isaías 54:15). Você vê o que o Senhor está dizendo aqui? “O Diabo irá sobre você. Inimigos vindos do inferno se juntarão contra ti. Mas Satanás não irá ter sucesso”.
Deixe que o Diabo faça o que quiser. Que o inferno abra suas entranhas e vomite toda imundície. Isso não terá qualquer tipo de impacto sobre o plano que nos últimos dias Deus tem para o Seu povo. Glória a Deus, a Sua igreja não pode ser destruída!
A igreja de Cristo se alargará além de quaisquer limitações anteriores para espalhar as boas novas: “Alarga o espaço de tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas” (Isaías 54:2-3). Simplificando, a igreja irá ganhar força e levantar multidões em Cristo.
Olhando mais de perto a profecia de Isaías, vemos que ela é dirigida não só para o corpo da igreja mas também para membros individuais. Conheço piedosos servos, amigos meus, que se apropriaram desta profecia como palavra pessoal vinda do Espírito Santo. E edificaram sua fé a partir de suas promessas: “Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez” (Isaías 54:4). Isaías deixa claro nesse versículo: “A igreja de Deus não marchará envergonhada”.
Porém poucos versos antes, lemos esse aviso à igreja dos últimos dias: “Ó tu, aflita, arrojada com a tormenta e desconsolada! Eis que eu assentarei as tuas pedras com argamassa colorida e te fundarei sobre safiras” (54:11). Lemos que seremos afligidos, agitados em tempestades; mas também nos são prometidos alicerces construídos por safiras. O que isso quer dizer, exatamente?
Como crentes, podemos estar sob aliança com Deus, carregando em nossos corações Suas preciosas promessas de ausência de medo, de envergonhamento, de perplexidade, de reprimenda. No entanto, ainda é possível para nós sermos agitados por tormentas pessoais, experimentar a solidão, não ter quem nos conforte. Resumindo, é nos permitido sermos esbofeteados por Satanás.
No verso 16, Isaías dá um retrato de nosso adversário em ação. Deus diz, “Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo e que produz a arma para o seu devido fim; também criei o assolador, para destruir” (54:16). Eis uma imagem de um ferreiro insuflando o fole no fogo para provocar calor branco. Ele então usa esse calor para moldar armas de guerra na bigorna. Esse ferreiro representa Satanás, que constantemente inventa novas armas contra a igreja e membros individualmente.
Que incrível retrato. É como se Deus estivesse dizendo, “Eis o Diabo inflando o fogo, fazendo armas que usa para destruir o Meu povo. Eu fiz o ferreiro, criando-o como um anjo. Ele tinha poder e autoridade, mas foi lançado fora devido à rebelião. Eu o criei, e então o posso acorrentar. Ele pode ir só até onde permito”.
Note a surpreendente promessa de Deus exatamente no verso seguinte: “Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de mim procede, diz o Senhor” (54:17). Em outras palavras, “Deixe que o inimigo construa suas armas; ele que arme legiões de demônios. Nem uma arma sequer que ele formar contra ti irá te derrubar”. Que promessa gloriosa!
Satanás está usando a arma de desesperança contra o povo de Deus, tempestades muito duras de serem suportadas sem a consolação do Espírito Santo. Mesmo assim Deus declara: “te fundarei sobre safiras” (54:11). A mensagem aqui é, “Quando tudo no mundo estiver sendo abalado, você não será sequer movido. O alicerce que estou estabelecendo por baixo de ti é tão sólido quanto essas rochas. O que estou promovendo em ti não pode ser abalado”.
Estas safiras representam conhecimento e sabedoria espiritual, percepção da natureza íntima do coração de Deus. Sabemos que os que suportam sofrimento emergem armados com percepção maior quanto à misericórdia de Deus. Você pode ser tentado, pressionado, afligido e deixado só, mas em meio a tudo isso Ele está formando sob você um alicerce com a solidez da rocha. Tudo é assim para que você possa confortar os outros em suas horas de provação.
Muitos estão familiarizados com a passagem quando Paulo compara o casamento ao relacionamento de Deus com a igreja: “Eis por que deixará o homem a seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja” (Efésios 5: 31-32).
Agora note o que Isaías diz: “Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra” (Isaías 54:5). Quem é o Criador aqui? É Cristo, criador dos céus e da terra. E Isaías diz que Ele é o nosso marido. Contudo, a esposa separou-se de seu marido: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (59:2).
Onde vemos essa separação hoje entre a igreja e Deus? Eu a vejo de maneira mais óbvia nas grandes denominações que fazem concessões. Mas também a vejo no evangelho frágil das igrejas pós-modernas. É evidente que houve uma separação da presença manifesta de Deus. Na verdade, aconteceu exatamente como Jesus e Paulo profetizaram: muitos se tornaram amantes dos prazeres mais do que de Deus... tendo forma de religião mas sem poder... desprezando o evangelho dos pais... rompendo os antigos padrões morais... mudando a infalível palavra de Deus para se adequar aos tempos.
Eu lhe desafio a ir à qualquer cidade, de igreja à igreja de qualquer confissão evangélica. Tente achar uma onde você reconheça a tremenda e manifesta presença de Jesus, onde você encontre o Seu convencimento que derrete corações. Quando o Senhor está verdadeiramente presente, você reconhece isso, seja nos cânticos, na pregação ou na comunhão. Algo mexe com a sua alma, e provoca respeito e reverência. Na minha experiência, isso é raramente encontrado.
Não estou condenando a igreja moderna; que Deus me livre disso. Mas que o Senhor nos ajude caso não tenhamos Sua manifesta presença nestes últimos dias. E devido às concessões de tais igrejas, Ele tem tido de ocultar Sua presença delas por um tempo. Porém Deus não se divorciou da igreja com a qual se comprometeu. Isaías diz que Ele a chama para que volte: “Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio... pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido?” (Isaías 50:1). Deus basicamente está dizendo, “Você Me deixou. Você amou o mundo e as coisas do mundo, e Me deixou por elas. Eu não te abandonei; você Me abandonou. Mostre os papéis do divórcio! Me mostre onde Eu te vendi para outro”.
“Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados” (52:3). Ele continua, como dizendo: “Lhe digo que esse casamento não acabou, apesar de você ter se prostituído. Você se cansou de Mim, mas apesar de tudo isso Eu te amo. Quero-te de volta”.
“Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e de espírito abatido; como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu Deus. Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor” (54:6-8).
Eis um juramento prometido por Deus para trazer de volta a Ele uma esposa meretriz. Em resumo, o último avivamento será um avivamento unicamente de misericórdia. O Senhor está dizendo à Sua igreja, “Quando você voltar para Mim, não vou te condenar ou repreender. Antes, vou te ungir com o Meu Espírito. Vou lhe dar poder onde não tinhas poder antes”.
Ofereço prova indiscutível de que a promessa de Isaías 54 é dirigida à igreja de Deus hoje. Isaías claramente fala de Cristo em 53:10: "verá a sua posteridade" (itálicos meus). Simplificando, o trabalho árduo e o sacríficio de Cristo trarão muitos filhos: "Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si" (53:11). Tudo isso é para ser cumprido após a cruz.
Os pregos que perfuraram as mãos e os pés de Jesus foram preparados na bigorna do Diabo; a espada que penetrou o Seu lado foi forjada nessa oficina do inferno. Mas o sangue que foi derramado de Seu corpo jamais perdeu o poder. Isaías está dizendo: “Deus jurou que o sangue de Seu Filho será aspergido sobre os transgressores de toda nação sobre a terra. Ele tem poder em todos os países árabes, em Israel, na África, na Europa. Ele verá a Sua descendência se espalhando por muitas multidões, de todas as tribos e línguas”. Um grande despertamento continuará nos tempos do fim.
Pode ser desencorajador se ver falsas religiões crescendo em grande número enquanto a igreja de Cristo parece tão pequena em números; mas Isaías está dizendo, “É hora de cantar, ó esposa estéril. Alargue as habitações de adoração, alongue e expanda a tua visão. Tu verás avanços para a esquerda e para a direita”. '“Cante, ó estéril, você que nunca teve um filho; irrompa em canto, grite de alegria, você que nunca esteve em trabalho de parto; porque mais são os filhos da mulher abandonada do que os daquela que tem marido', diz o Senhor” (54:1).
Como acontecerá esse último avivamento? Requer-se algo poderoso, algo capaz de abalar o mundo para precipitá-lo. Isaías diz que esse abalo acontecerá num dia. No capítulo 47, ele diz que tem de se tratar com o espírito de Babilônia. Por todas as escrituras, Babilônia sempre representou um espírito de prosperidade, bem estar e prazer. E o espírito de Babilônia é o mesmo em todas as épocas.
Em resumo, Isaías diz que não pode haver um avivamento final disseminado enquanto o espírito de ganância e de falsa segurança não for derrubado. Podemos orar por reavivamento, podemos clamar para Deus derramar o Seu Espírito, mas isso será impossível a menos que o Senhor antes abale todas as coisas: “Ouve isto, pois, tu que és dada a prazeres, que habitas segura, que dizes contigo mesma: Eu só, e além de mim não há outra... Pelo que sobre ti virá o mal que por encantamentos não saberás conjurar; tal calamidade cairá sobre ti, da qual por expiação não te poderás livrar; porque sobre ti, de repente, virá tamanha desolação, como não imaginavas” (Isaías 47:8,11, itálicos meus).
Deus não vai subestimar o pecado, mas derrubará as fortalezas do Diabo. Ele vai fazer soar um chamado de despertamento à igreja “de repente com desolação”. Na verdade esse será um grande ato de amor da parte do Senhor. Ele ama a igreja de tal maneira que se recusa a permitir que o bem estar, o prazer e a apostasia ceguem e arruinem o objeto de Seu amor.
“Ainda que se tenha compaixão do ímpio, ele não aprenderá a justiça; na terra da retidão ele age perversamente, e não vê a majestade do Senhor” (26:10). Eis a prova de que o avivamento é impossível quando há bem estar e prosperidade. Isaías diz em termos simples, “Em épocas de bênçãos as pessoas não mudam o rumo”. Nada vai acontecer enquanto o bolso não for afetado. Somente “quando se vêem na terra as tuas ordenanças, os habitantes do mundo aprendem a justiça” (26:9).
Isaías oferece prova final de que um último avivamento virá depois de um abalo: “'Conforme o que fizeram lhes retribuirá: aos seus inimigos, ira; aos seus adversários, o que merecem; às ilhas, a devida retribuição. Desde o poente os homens temerão o nome do Senhor, e desde o nascente, a sua glória. Pois ele virá como uma inundação impelida pelo sopro do Senhor. 'O Redentor virá a Sião, aos que em Jacó se arrependerem dos seus pecados', declara o Senhor. 'Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles', diz o Senhor. 'O meu Espírito que está em você e as minhas palavras que pus em sua boca não se afastarão dela, nem da boca dos seus filhos e dos descendentes deles, desde agora e para sempre', diz o Senhor” (Isaías 59:18-21).
O espírito de Babilõnia está prestes a ser quebrado através da desolação. Porém, não interprete mal a profecia de Isaías como sendo uma mensagem sombria e de maldição. Pelo contrário, Jesus diz: “Ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lucas 21:28).
“E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos” (Atos 2:17). Em todos os meus anos de ministério, nunca fui capaz de antever essa profecia acontecendo em nossos dias. Agora eu creio que ela esteja sendo cumprida.
Em nações por todos os lados, Cristo está se revelando à multidões em sonhos e visões. Na China, Índia, nações árabes, as pessoas estão relatando suas experiências com Jesus em sonhos. Mesmo aqui em nossa Igreja de Times Square está acontecendo.
Um dos seguranças de nossa igreja já foi o terceiro na escala dos alto sacerdotes do culto Santeria de adoração aos demônio em Nova York. O seu território era o Bronx, e seu apartamento estava cheio de ossos humanos. Ele havia vendido corpo e alma para Satanás. Mas o seu coração foi movido pelo Espírito Santo. Se tornou inquieto, e uma noite ele desafiou Jesus: “Se és mais forte do que o Diabo a quem sirvo, me mostre isso em sonho hoje”.
Essa noite em sonho, o homem viu-se num trem se dirigindo para o inferno. Após passar por um túnel, do outro lado estava Satanás em pé. O Diabo disse a esse homem, “Você foi fiel a mim. Agora estou te levando ao seu lugar de repouso eterno”. Então de repente, apareceu uma cruz. Nesse momento, ele acordou.
Ele saiu da experiência fervendo de entusiasmo por Jesus, livrou seu apartamento de qualquer traço do mal, e entregou sua vida ao Senhor. Hoje, ele é um doce e consagrado homem de Deus e está ativo em nossa igreja. Parei para falar com ele um dia desses e lhe disse, “Vejo Jesus em ti”. Ele respondeu, “Irmão Dave, você não tem idéia do significado dessas palavras para mim após vinte e cinco anos servindo o Diabo”. A sua vida nova milagrosa veio toda a partir daquele sonho dado por Deus.
Prezado santo, está chegando o dia em que o mundo todo verá Jesus. O apóstolo João anteviu “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas na mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Apocalipse 7:9-10).
Isso não é um pequeno remanescente, mas uma multidão incontável, exatamente como Isaías profetizou. E todos estão adorando o Senhor. Louvado seja Deus por esse dia prometido!

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