A doutrina que faz das criaturas de Deus, e não do próprio Deus, o seu fim último é a mais discorde e mais distante de um aspecto favorável sobre a auto-suficiência e independência absolutas de Deus. Portanto, ela concorda muito menos do que a doutrina contra a qual é feita a objeção. Devemos imaginar o eficiente como dependente do fim supremo.
Ele depende desse fim em seus desejos, objetivos, ações e obras, de modo que fracassa em seus desejos, ações e obras se não consegue atingir o seu fim. Porém, se o próprio Deus é o seu fim último, em sua dependência desse fim, não depende de outra coisa senão dele mesmo. Se todas as coisas são dele e para ele e se ele é o primeiro e o último, fica evidente que ele é tudo em todas as coisas. Ele é tudo em si mesmo. Ele não vai além de si mesmo naquilo que busca; antes, os seus desejos e obras têm origem nele próprio e, do mesmo modo, terminam nele próprio, e ele não depende de ninguém a não ser de si mesmo, quer no início, quer no fim de qualquer dos seus exercícios ou operações.
Porém, se a criatura fosse o seu fim supremo, e não ele próprio, então, uma vez que ele dependeria do seu fim supremo, seria, de algum modo, dependente de sua criatura.
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