POR QUE EXIGIR QUE FILHOS NÃO REGENERADOS
SE COMPORTEM COMO SE FOSSEM BONS?
Pergunta: Se a mera conformidade externa com os mandamentos de Deus (como não mentir, não roubar, não matar) é hipócrita e espiritualmente ineficiente, então por que os pais devem exigir obediência de seus filhos não regenerados?
Resposta: Isso não vai simplesmente firmá-los em conformismo religioso não-espiritual, padrões hipócritas de vida, e moralismo legalista?
Aqui estão ao menos três razões por que os pais cristãos deveriam exigir que seus filhos pequenos (regenerados ou não) se comportem de modo a se adequarem externamente à vontade revelada de Deus.
Eu digo “filhos pequenos” porque conforme um filho cresce, há certas conformidades externas com a vontade revelada de Deus que deveriam ser exigidas e outras não. Me parece, por exemplo, que enquanto os pais deveriam exigir independência das drogas e decência respeitosa de um adolescente de 15 anos, não faria muito bem exigir que um adolescente de 15 anos incrédulo e indiferente lesse sua Bíblia todos os dias. Mas seria sábio exigir isto de uma criança de 6 anos, enquanto fazemos todo o possível para ajudá-lo a apreciar isso e ver o benefício nisso.
Então os pontos a seguir são razões por que deveríamos exigir que os filhos menores se comportem de modo a se adequarem ao menos externamente à palavra de Deus.
1) Para os filhos, conformidade externa e não espiritual aos padrões de comportamento ordenados por Deus é melhor do que inconformidade externa e não espiritual a estes padrões de comportamento.
Um respeitoso e educado incrédulo de 5 anos de idade é melhor para o mundo que um mais autêntico valentão desafiador, desrespeitoso, mal educado e incrédulo. A família, as amizades, a igreja, e o mundo em geral serão gratos a pais que restringem os impulsos egocêntricos de seus filhos e reforcem neles todo impulso relacionado à cortesia, gentileza e respeito.
2) Exigir obediência de filhos em conformidade com a vontade de Deus os confronta com o significado do pecado em relação a Deus, a natureza de sua própria depravação, e sua necessidade de transformação interna pelo poder da graça através do evangelho de Cristo.
Chega um ponto onde a “lei” alvorece na criança. Ou seja, ela entende que Deus (não apenas seus pais) exige dela certo modo de vida, e que ela não gosta de algumas coisas nisso, e que ela não consegue fazer tudo o que é exigido.
Neste momento de crise, as boas novas da morte de Cristo pelos nossos pecados se torna totalmente importante. A criança vai se estabelecer num esforço moralista pelo resto de sua vida, tentando ganhar a aceitação e o amor de Deus? Ou ela vai ouvir e crer que a aceitação, o perdão e o amor de Deus são presentes gratuitos—e receber este Deus em Cristo como supremo tesouro de sua vida?
A criança passará por um período difícil compreendendo o significado da cruz se os pais não tiverem exigido dela comportamentos, alguns dos quais ela não gosta, e nenhum que ela possa cumprir perfeitamente.
Cristo viveu e morreu para nos prover a justiça que precisamos (mas não podemos cumprir) e para sofrer por nós a punição que merecemos (mas não podemos suportar). Se os pais não exigem retidão externa e não aplicam medidas de punição, as categorias da cruz serão difíceis para uma criança compreender.
3) As marcas de devoção, civilidade e maneiras (“por favor,” “obrigado,” e bom contato visual) são hábitos que, sendo da vontade de Deus, são completados mais tarde com a graça e se tornam formas mais úteis de abençoar os outros e expressar um coração humilde.
Nenhum pai tem o luxo de não ensinar nada a seus filhos enquanto esperam por sua regeneração. Se não estamos exigindo obediência, estamos reforçando o desacato. Se não estamos inculcando maneiras, estamos treinando em ignorância. Se não estamos desenvolvendo as disciplinas de oração e de ouvir a Bíblia, estamos solidificando o senso de que não orar e não ler a Bíblia é normal.
Bons hábitos inculcados podem mais tarde se tornar um legalismo formalista. Insolência, grosseria e irreligião inculcadas provavelmente se tornarão decadência mundana. Mas pela graça de Deus, e saturado de oração, os bons hábitos podem ser completados com a vida do Espírito pela fé. Mas os padrões de insolência, grosseria e irreligião serão difíceis de se desfazer.
Cuidado. Aqui estamos apenas respondendo uma pergunta: Por que os pais deveriam exigir comportamentos obedientes dos filhos quando eles podem ser não-regenerados rebeldes de coração? É claro que não é só isso que os pais cristão deveriam fazer.
• Haja muita celebração espontânea verbal em cada sinal esperançoso de vida e bondade em seus filhos.
• Perdoemo-los com frequência e sejamos longânimos.
• Sirvamo-los e não usemo-los.
• Sejamos generosos com eles participando alegremente de seus interesses.
• Sejamos para eles modelos da alegria de conhecer e de se submeter ao Senhor Jesus.
• Nos desculpemos frequentemente quando não alcançamos as exigências de nosso próprio Pai.
• Oremos por eles sem cessar.
• Saturemo-los com a palavra de Deus desde o momento em que estão no ventre (o útero não é à prova de som).
• Envolvemo-los em experiências ministeriais alegres e mostremo-los que mais abençoado é dar do que receber.
• Deixemo-los ver-nos cantar ao Rei.
• Ensinemo-los implacavelmente o significado do evangelho na esperança de que Deus abra seus olhos e os torne vivos. Isso acontece através do evangelho (1Pedro 1:22-25).
Ainda buscando crescer em meu papel de pai (de nossa família e nossa igreja),
Pastor John
Tradução: voltemosaoevangelho.comPermissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que adicione as informações supracitadas, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
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