A santificação não consiste na casual realização de ações corretas. Antes, é a operação habitual de um novo princípio celestial que atua no íntimo, influenciando toda a conduta diária de uma pessoa, tanto nas grandes quanto nas pequenas coisas. A sua sede é o coração, e, tal como o coração físico, exerce influência regular sobre cada aspecto do caráter de uma pessoa. Não se assemelha a uma bomba de água que só fornece água quando alguém a aciona; mas parece-se mais com uma fonte perpétua, de onde a torrente jorra perene e espontaneamente, com naturalidade. Herodes ouvia João Batista "de boa mente", ao mesmo tempo em que seu coração era inteiramente mau aos olhos de Deus (Mc 6.20).
Por semelhante modo, há dezenas de pessoas hoje em dia que parecem ter ataques espasmódicos de "atos de bondade", conforme os poderíamos chamar, e que fazem muitas coisas boas sob a influência da enfermidade, da aflição de morte na família, das calamidades públicas ou de alguma súbita agonia da consciência. Contudo, o tempo todo qualquer pessoa inteligente poderá observar claramente que tais pessoas não se converteram e que elas nada conhecem acerca da "santificação". Um verdadeiro santo, tal como Ezequias (2 Cr 31.21), age "de todo o coração" e poderá dizer, juntamente com o salmista: "Por meio dos teus preceitos consigo entendimento; por isso detesto todo caminho de falsidade (Salmos 119:104).
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