O papel do Espírito Santo no Antigo Testamento não era essencialmente diferente do papel do Espírito Santo no Novo Testamento. Embora haja algumas diferenças, há uma unidade essencial entre os dois testamentos.
O Espírito Santo agia de muitas maneiras no período do Antigo Testa-mento. Primeiro e principalmente, fazia parte da Trindade na obra da criação. No próprio ato da criação o Pai, o Filho e o Espírito estavam envolvidos.
O Espírito pairava sobre as águas e levou ordem e estrutura ao universo ainda caótico que encontramos nos capítulos iniciais de Gênesis. As pessoas eram regeneradas no Antigo Testamento da mesma maneira que eram regeneradas no Novo Testamento, e ninguém pode ser regenerado a não ser através da influência de Deus, o Espírito Santo. Davi precisou do poder regenerador de Deus tanto quanto o apóstolo Paulo precisou dele no Novo Testamento.
Também sabemos que o Espírito estava muito ativo carismaticamente: isto é, concedendo dons a certas pessoas no Antigo Testamento e capacitando-as para tarefas específicas. Por exemplo, o rei de Israel era ungido com óleo, simbolizando sua unção pelo Espírito Santo para ser capacitado para cumprir sua vocação de maneira piedosa. O mesmo acontecia com os sa¬cerdotes. Os profetas de Israel, que eram agentes de revelação, eram inspi¬rados por Deus, o Espírito Santo, e dotados para serem mensageiros de Deus para as pessoas e para nos dar as Escrituras sagradas, basicamente da mesma maneira que os apóstolos no Novo Testamento foram capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo. Portanto, vemos que o Espírito Santo agia — regenerando, santificando, preservando, intercedendo — fazendo no Anti¬go Testamento todas as coisas que faz no Novo Testamento.
Qual é a diferença? No livro de Números, no Antigo Testamento, quando Moisés reclamou porque o fardo de dirigir todo o povo tinha se tornado tão pesado que estava ao ponto de esmagá-lo, ele implorou a Deus por alívio. Deus lhe disse que reunisse setenta anciãos de Israel para tomar do Espírito que estava sobre Moisés e o distribuir sobre os setenta de maneira que eles pudessem ajudá-lo a liderar o povo de Israel.
Foi isso exatamente que o texto nos diz que aconteceu. Deus deu sua capacitação carismática, essa dádiva especial, a outras setenta pessoas, não apenas a Moisés, de forma que todos pudessem participar do ministério. Isso não foi regeneração nem santificação, mas foi a capacitação para o ministério dada somente a indivíduos selecionados. A oração de Moisés foi: "Tomara todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!" (Nm 11.29). A oração de Moisés tornou-se uma profecia na pena do profeta Joel que disse que nos últimos dias seria exatamente isso que aconteceria. E no dia de Pentecostes aconteceu. O apóstolo Pedro disse que o que estava ocorrendo era o que Joel já escrevera e que agora o Espírito estava capacitando a igreja para o ministério que é dado a todos, não apenas aos líderes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário