A Confissão Belga esclarece bem o assunto da intercessão de Cristo quando declara: "Cremos que nós não temos acesso nenhum a Deus, salvo somente pelo Mediador e Advogado único, Jesus Cristo o justo". Mais adiante, para que não haja quem procure outro intercessor, ela declara: "E se buscamos um que tenha poder e majestade, quem há que tenha tanto de ambos como aquele que se assenta à mão direita do Pai, e que tem todo o poder no céu e na terra?" (Artigo 26).
Sempre houve no mundo aqueles que procuram "um outro intercessor" pensando que de algum modo poderão encontrar algum poder extra sem passar pelo caminho estreito, que é o caminho da salvação por intermédio de Jesus Cristo. A igreja é sempre chamada a tomar uma posição contra crenças falsas tais como "outro intercessor" e deve estar sempre pronta a dar resposta a essas crenças falsas. O cristão de fé está convencido de que Cristo é o intercessor, e dá graças por ele. No entanto, há sempre o perigo de o cristão não valorizá-lo por não reconhecer que é verdadeira e poderosa a intercessão de Cristo, não sendo, portanto, grato como deveria ser. Isaac Watts acertou a abordagem quando escreveu:
Olhai! Da ensangüentada cruz
Torrentes de tristeza e amor!
Que dor, que amor do meu Jesus!
Por mim, seu vil perseguidor!
Se o mundo inteiro fosse meu,
Mesquinha oferta ao Redentor Seria;
pois na cruz venceu
Minha alma e todo o meu amor!
Trad. Justus H. Nelson, 1890 (?) em Seja Louvado, 114.
Ao cristão nascido de novo o caso pode ser colocado de modo bem simples: Você já experimentou as lágrimas de sentimento, para não falar da oferta de si mesmo? É possí¬vel que a dificuldade de percebermos o que temos na intercessão de Cristo esteja em que nunca demos importância suficiente a isso para chorar pelo muito que ele sofreu por nós. Um crente que conheço nunca começa a falar sobre o sacrifício do Salvador por ele sem derramar lágrimas. Você diz: "É emocionalismo!" Lágrimas sinceras com respeito ao sacrifício de Cristo e sua subseqüente intercessão nunca farão mal a ninguém. A pergunta é: Será que nos importamos até esse ponto? (Ef 3.14-21).
Estudos no Breve Catecismo de Westminster
Pergunta 25: Como Cristo exerce as funções de sacerdote?
Resposta: Cristo exerce as funções de sacerdote por ter oferecido a si mesmo uma vez, em sacrifício, para satisfazer a justiça divina e reconciliar-nos com Deus, e por fazer contínua intercessão por nós.
Referências Bíblicas: Hb 9.14, 28; Rm 3.25; Rm 10.4; Hb 2.17; Hb 7.25.
Perguntas:
1. O que Cristo fez por nós como primeira parte de sua função como sacerdote?
A primeira parte da função sacerdotal de Cristo foi oferecer um sacrifício a Deus por nós. O sacrifício foi ele mesmo, o derramamento de sangue até a morte.
2. O que é um sacrifício ?
Um sacrifício é uma oferta santa oferecida a Deus por um sacerdote nomeado por Deus.
3. Cristo ofereceu um sacrifício de si mais de uma vez?
Não, ele se ofereceu em sacrifício somente uma vez, e isso foi suficiente pelos pecados de seu povo (Hb 9.28).
4. Por que Cristo se ofereceu como sacrifício por nós?
Cristo se ofereceu como sacrifício por nós para que pudesse satisfazer a justiça de Deus para nós e para que pudesse reconciliar-nos com Deus.
5. Quando se emprega a palavra "nós" na pergunta acima, a quem ela se refere? Refere-se aos escolhidos, não a toda a humanidade. (Jo 10.15).
6. Como o sacrifício de Cristo satisfez a justiça de Deus?
Satisfez porque esse sacrifício foi aceito por Deus e foi digno de aceitação.
7. O que Cristo faz por nós como segunda parte de sua função como sacerdote?
A segunda parte da função sacerdotal de Cristo é que ele faz intercessão por nós. (Is 43.12).
8. Onde a intercessão é feita e o que ele faz por nós nessa intercessão?
A intercessão é feita à destra de Deus. Intercedendo, ele ora e roga a Deus por nós; por causa disso nossos pecados são perdoados, nossas orações são respondidas e nós somos realmente reconciliados. Deve ser lembrado que ele é o único intercessor no céu por nós.
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