O Servo Sofredor de Isaías não é apresentado pela primeira vez pelo profeta em 52:13. Os "cânticos do servo", como às vezes são chamados, começam no capítulo 42. Naturalmente, há mais de um "servo" considerado nesta última parte de Isaías. Há o servo de Deus, Israel, que, ainda que cego para sua justa vontade e surdo para sua disciplina, não será abandonado (41:8-10; 42:18-25; 43:8-13; 44:1-5, 21-28). Há Ciro, o "pastor" do Senhor, sem o saber, seu "ungido" por quem ele libertará seu povo de Babilônia cerca de cem ou mais anos mais tarde (41:2-3; 44:26 - 45:7). E, nos capítulos de encerramento do livro, há os "servos" do Senhor que são os redimidos no reino messiânico (54:17; 56:6; 65:8-15). Porém, o mais significativo de todos, e distinto dos outros, é o Servo ideal de Jeová, o Aquele por quem seu propósito redentor para Israel e para as nações será cumprido (42:1-9; 49:1-13; 50:4-11; 52:13 - 53:12).
Não há questão quanto ao "servo" do capítulo 42 ser uma figura imensa, com tremenda autoridade. Ele é o deleite de Deus, o instrumento escolhido de seu reino justo entre as nações (42:1). Mas esta passagem torna claro que ele é também um Libertador, aquele que levará a luz aos gentios, abrirá os olhos dos cegos, e livrará os prisioneiros das trevas (42:6-7). E o fará quietamente, e com gentil compaixão (42:2-3). Mateus diz explicitamente que Jesus cumpriu esta passagem quando pediu àqueles que Ele tinha curado que não o fizessem conhecido (Mateus 12:15-21).
Há um segundo "cântico do servo" no capítulo 49. Na superfície, o versículo 3 pode parecer que Isaías esteja falando de Israel, mas os versos que se seguem tornam claro que é outra coisa. Este é o servo que não somente irá redimir Israel, mas cuja grandeza exige que ele seja o Salvador das nações (versículos 5-6). É esta mesma passagem pela qual Paulo justifica a pregação de Cristo aos gentios (Atos 13:46-47).
Mas agora, pela primeira vez, uma nota ominosa insinua-se na visão de Isaías deste Libertador universal. Aos olhos de Jeová, ele há de ser o "Redentor de Israel, e o Santo", mas é destinado a ser desprezado pelos homens em geral e abominado por Israel especialmente, ainda que por fim aqueles que primeiro olharam para ele com desdém se levantarão para adorá-lo (49:7). Paulo entendeu as palavras do 49:8, "No tempo aceitável, eu te ouvi", para aplicá-lo à era messiânica. "Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno" (2 Coríntios 6:2-3).
No terceiro "cântico do servo," Isaías se estende no tema da rejeição do Servo (50:4-11). Em sua extrema submissão a Deus, este Redentor universal achará necessário desnudar suas costas para o açoite e receber em sua face uma saraivada de golpes e cuspe (50:5-6). Ainda que nenhum escritor do Novo Testamento apele para estas palavras, sua semelhança com a agonia de Jesus é tocante. O paradoxo da grandeza do Servo e do seu sofrimento intensifica-se neste capítulo, mas atinge seu clímax em 52:13 - 53:12.
Mas poderemos estar certos de que estes versículos são messiânicos, que eles não falam de algum remanescente santo de Israel, um ou mais dos profetas? A emergência clara de uma única personalidade em todas estas passagens deverá levantar sérias questões sobre tal interpretação, mas os escritores do Novo Testamento dão fim a tal especulação. Lucas entendeu que falavam do Messias, e certamente Filipe também (Atos 8:32-35). Assim João (João 12:37-41) e Pedro (1 Pedro 2:22-25) e Paulo (Romanos 10:16). E mais significativo é o registro de Lucas da aplicação por Jesus das palavras de Isaías 53:12 a si mesmo: "Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito, 'Ele foi contado com os malfeitores'" (Lucas 22:37).
A verdade é que Isaías 53 permanece uma das mais poderosas provas proféticas do messianismo de Jesus. Foi uma idéia inesperada demais e aparentemente contraditória para ter sido simplesmente desejo esperançoso ou suposição de Isaías. Era incrível demais e totalmente fora da expectativa judaica no primeiro século para ter sido calculadamente preenchido por algum impostor. Como alguém observou, a profecia e o completo cumprimento dela por Jesus são demasiado incríveis para serem falsos!
por Paul Earnhart
Não há questão quanto ao "servo" do capítulo 42 ser uma figura imensa, com tremenda autoridade. Ele é o deleite de Deus, o instrumento escolhido de seu reino justo entre as nações (42:1). Mas esta passagem torna claro que ele é também um Libertador, aquele que levará a luz aos gentios, abrirá os olhos dos cegos, e livrará os prisioneiros das trevas (42:6-7). E o fará quietamente, e com gentil compaixão (42:2-3). Mateus diz explicitamente que Jesus cumpriu esta passagem quando pediu àqueles que Ele tinha curado que não o fizessem conhecido (Mateus 12:15-21).
Há um segundo "cântico do servo" no capítulo 49. Na superfície, o versículo 3 pode parecer que Isaías esteja falando de Israel, mas os versos que se seguem tornam claro que é outra coisa. Este é o servo que não somente irá redimir Israel, mas cuja grandeza exige que ele seja o Salvador das nações (versículos 5-6). É esta mesma passagem pela qual Paulo justifica a pregação de Cristo aos gentios (Atos 13:46-47).
Mas agora, pela primeira vez, uma nota ominosa insinua-se na visão de Isaías deste Libertador universal. Aos olhos de Jeová, ele há de ser o "Redentor de Israel, e o Santo", mas é destinado a ser desprezado pelos homens em geral e abominado por Israel especialmente, ainda que por fim aqueles que primeiro olharam para ele com desdém se levantarão para adorá-lo (49:7). Paulo entendeu as palavras do 49:8, "No tempo aceitável, eu te ouvi", para aplicá-lo à era messiânica. "Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno" (2 Coríntios 6:2-3).
No terceiro "cântico do servo," Isaías se estende no tema da rejeição do Servo (50:4-11). Em sua extrema submissão a Deus, este Redentor universal achará necessário desnudar suas costas para o açoite e receber em sua face uma saraivada de golpes e cuspe (50:5-6). Ainda que nenhum escritor do Novo Testamento apele para estas palavras, sua semelhança com a agonia de Jesus é tocante. O paradoxo da grandeza do Servo e do seu sofrimento intensifica-se neste capítulo, mas atinge seu clímax em 52:13 - 53:12.
Mas poderemos estar certos de que estes versículos são messiânicos, que eles não falam de algum remanescente santo de Israel, um ou mais dos profetas? A emergência clara de uma única personalidade em todas estas passagens deverá levantar sérias questões sobre tal interpretação, mas os escritores do Novo Testamento dão fim a tal especulação. Lucas entendeu que falavam do Messias, e certamente Filipe também (Atos 8:32-35). Assim João (João 12:37-41) e Pedro (1 Pedro 2:22-25) e Paulo (Romanos 10:16). E mais significativo é o registro de Lucas da aplicação por Jesus das palavras de Isaías 53:12 a si mesmo: "Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito, 'Ele foi contado com os malfeitores'" (Lucas 22:37).
A verdade é que Isaías 53 permanece uma das mais poderosas provas proféticas do messianismo de Jesus. Foi uma idéia inesperada demais e aparentemente contraditória para ter sido simplesmente desejo esperançoso ou suposição de Isaías. Era incrível demais e totalmente fora da expectativa judaica no primeiro século para ter sido calculadamente preenchido por algum impostor. Como alguém observou, a profecia e o completo cumprimento dela por Jesus são demasiado incríveis para serem falsos!
por Paul Earnhart
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