Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.(1 Pedro 1:16)
Toda má compreensão doutrinária gera árvores de frutos amargos e profundamente arraigadas em nossas mentes. Duas doutrinas que são muitas vezes confundidas são as da “Justificação pela Fé Somente” e a da “Santificação”, muitos crentes confundem estas doutrinas, pensando tratar-se da mesma coisa.
Isso tem gerado dois extremos perigosos, de um lado ficam os legalistas, que atribuem a salvação a uma vida “santa”; do outro estão os libertinos, que por considerarem-se justificados por Cristo, não vêem necessidade de santificação. Então entendamos melhor o que significa cada um desses termos.
- Justificação – É um ato que acontece apenas uma vez na vida do crente, e refere-se ao momento em que o pecador arrependido lança, pela fé, os seus pecados sobre Cristo e recebe dEle Sua Perfeita Justiça, sendo considerado diante de Deus inocente de seus pecados, pois Cristo já pagou o débito. (Romanos 3:19-28, Efésios 2:8-10, Colossenses 2:14)
- Santificação – É o processo pelo qual o pecador, agora justificado e liberto das garras do pecado, inicia sua caminhada na fé, abandonando a vida de pecado tendo como alvo se tornar conforme imagem de Cristo. (Romanos 6:22, 8:29, 2 Coríntios 7:1, Efésios 4:24, 1 Tessalonicenses 4:1-8)
Agora vamos partir para entender a problemática gerada quando se confunde as duas doutrinas.
O erro de unir Justificação e Santificação
Quando unimos a justificação e santificação, somos levados geralmente por dois caminhos extremos, o primeiro é o do legalismo e o segundo o da libertinagem.
- O caminho do Legalismo – Legalismo é tornar fatores externos como a fonte da justificação. Por isso geralmente os legalistas se atêm a coisas como vestimentas, forma de falar, forma de se portar, obediência as “doutrinas” (i.e. Usos e costumes) impostas pela igreja. Isso é um problema porque é justificação por obras, o que é totalmente contrário ao ensino das Escrituras.
- O caminho da libertinagem – A conduta libertina transforma o PROCESSO da santificação em um ATO, pensando que “uma vez justificado, uma vez santificado”. Por isso eles não consideram qualquer ato pecaminoso pós-”conversão”, como passível de condenação, então vestem-se de qualquer forma, não obedecem os mandamentos, não se portam de maneira conveniente, e falam palavrões sem nenhum pudor. Essa é a posição de muitos antinomistas.
O antídoto para toda má compreensão doutrinária é a compreensão doutrinária correta, isso é óbvio. Mas qual o ponto de equilíbrio? Como aplicar corretamente estas doutrinas na igreja?
Primeiro, devemos explicar o que significa cada um dos termos, e o que não significa. A igreja deve entender que o sacrifício de Cristo, efetivamente, salva aqueles que, com fé e arrependimento se chegam a Ele, justificando-os de todos os pecados (passados, presentes e futuros) de uma vez por todas. E que essa justificação DEVE conduzir o pecador redimido ao processo de santificação. Vejam que a santificação É o resultado da justificação e não a causa da mesma.
Algumas pessoas quando ouvem alguém dizer que todos os seus pecados foram perdoados, acreditam que podem então, pecar a vontade que não tem problema algum, porém esse tipo de crença provêm de um coração não regenerado, é fruto da natureza humana decaída. Porque as Escrituras dizem “Sede santos, porque Eu Sou Santo” (1Pe 1:15-16)
Outros não acreditam que quando as Escrituras dizem que “Cristo morreu por nossos pecados”, signifiquem que TODOS os nossos pecados estejam incluídos, bem o que entendo é que TODOS os pecados confessados são perdoados (1Jo 1:9), portanto devemos antes de tudo confessar os nossos pecados a Deus para que alcancemos misericórdia. Dessa forma e apenas dessa forma, TODOS os nossos pecados são perdoados.
Outra questão que devo esclarecer é sobre o processo de santificação, pois este sempre produz frutos. Aquele que foi justificado, durante o processo de santificação vai despojando-se do velho homem que tinha prazer nas coisas do mundo e se revestindo do novo homem que tem prazer nas coisas de Deus, e essa mudança interior vai refletir no exterior. Por isso algumas vezes é difícil distinguir quem é santo de quem não é, pois olhamos o exterior.
Fomos justificados PARA a santificação, e não o contrário.
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