John Piper – O que é o Novo Nascimento?
1. O que acontece no novo nascimento não é a obtenção de uma nova religião, e sim de uma nova vida.
Nicodemos não precisava de religião, precisava de vida – vida espiritual. O que acontece no novo nascimento é que surge uma vida que não existia antes. Uma nova vida começa no momento do novo nascimento. Não se trata de uma atividade religiosa, de disciplina ou de decisão. Trata-se do surgimento de uma vida.
2. O que acontece no novo nascimento não é meramente uma afirmação do caráter sobrenatural de Jesus, e sim o experimentarmos o sobrenatural em nós mesmos.
Ninguém é salvo por ver sinais e maravilhas e encantar-se com eles, nem por dar crédito àquele que fez os milagres, afirmando que ele veio de Deus. Esse é um dos grandes perigos de sinais e maravilhas: não preciso de um coração novo para ficar encantado com eles. [...] Em outras palavras, o que importa não é a mera afirmação do caráter sobrenatural de Jesus, e sim experimentar em si mesmo o sobrenatural. [...] Então, Nicodemos, disse Jesus, o que acontece no novo nascimento não é meramente uma afirmação do meu caráter sobrenatural, e sim o experimentar o sobrenatural em você mesmo. [...] No novo nascimento, o Espírito Santo nos dá, sobrenaturalmente, uma nova vida espiritual por unir-nos a Jesus Cristo, mediante a fé, pois Jesus é a vida.
3. O que acontece no novo nascimento não é uma melhoria da velha natureza humana, e sim a criação de uma nova natureza humana – uma natureza que é realmente você, uma natureza perdoada, purificada, realmente nova, que está sendo formada pelo Espírito de Deus, que habita em você.
No novo nascimento, o Espírito Santo nos dá, sobrenaturalmente, uma nova vida espiritual por unir-nos a Jesus Cristo, mediante a fé. Em outras palavras, o Espírito nos une a Cristo em quem há purificação para os nossos pecados (ilustrada pela água) e substitui nosso coração empedernido e indiferente por um coração brando que valoriza Jesus acima de todas as coisas e está sendo transformado, pela presença do Espírito, num coração que ama fazer a vontade de Deus (Ez 36.27).
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John Piper – Para que você precisa nascer de novo?
1. Sem o novo nascimento, não teremos a fé salvífica, mas apenas incredulidade (Jo 1.11-13; 1 Jo 5.1; Ef 2.8-9; Fp 1.29; 1 Tm 1.14; 2 Tm 1.3).
Quando Deus nos faz nascer de novo, a fé salvífica é despertada, e somos unidos a Cristo. “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (1 Jo 5.1). O versículo não diz: será nascido de Deus. Antes, diz: é nascido de Deus. Nossa primeira fé é a centelha de vida que vem por meio do novo nascimento.
2. Sem o novo nascimento, não seremos justificados, e sim condenados (Rm 8.1; 2 Co 5.21; Gl 2.17; Fp 3.9).
Quando o novo nascimento desperta a fé e nos une a Cristo, somos justificados – ou seja, somos tornados justos – por meio da fé. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). O novo nascimento desperta a fé, que olha para Cristo a fim de obter justiça, e Deus nos imputa a justiça fundamentado apenas em Cristo, tão-somente por meio da fé.
3. Sem o novo nascimento, não seremos filhos de Deus, e sim filhos do diabo (1 Jo 3.9-10).
Quando o novo nascimento desperta a fé e nos une a Cristo, todos os obstáculos legais que nos impediam de ser aceitos por Deus são removidos por meio da justificação. Assim, Deus nos adota em sua família e nos conforma à imagem de seu Filho. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12-13). Nascemos de novo, da parte de Deus, não da vontade do homem. Cremos em Cristo, e O recebemos, e Deus nos torna seus herdeiros legais e seus filhos espirituais.
4. Sem o novo nascimento, não produziremos frutos de amor por meio do Espírito Santo, produziremos frutos de morte (Rm 6.20–21; 7.4–6; 15.16; 1 Co 1.2; 2 Co 5.17; Ef 2.10; Gl 5.6; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2; 1 Jo 3.14).
Quando o novo nascimento desperta a fé e somos unidos a Cristo, e toda a condenação é substituída pela justificação, e o Espírito de adoção entra em nossa vida, Ele produz o fruto do amor. Considere Gálatas5.6: “Em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor”; e 1 João 3.14: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos”. Onde existe novo nascimento, existe amor.
5. Sem o novo nascimento, não teremos a alegria eterna na comunhão com Deus; pelo contrário, teremos miséria eterna, juntamente com o diabo e seus anjos (Mt 25.41; Jo 3.3; Rm 6.23; Ap 2.11; 20.15).
Finalmente, quando o novo nascimento desperta a fé, nos une a Cristo (que é a nossa justiça) e outorga o poder santificador do Espírito Santo, estamos no caminho estreito que conduz ao céu. E o auge das alegrias celestes será a eterna comunhão com Deus. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). O clímax da alegria de nossa nova vida é o próprio Deus.
Tudo isso é o que perderemos se não nascermos de novo. A razão por que temos de nascer de novo não é somente que sem o novo nascimento estamos mortos, mas também que sem ele perdemos para sempre tudo que é bom. Foi por isso que Jesus disse: “Importa-vos nascer de novo” (Jo 3.3, 7).
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John Piper – 10 motivos porque você precisa nascer de novo
1. Estamos mortos em delitos e pecados (Ef 2.1-2).
Estamos mortos no sentido de que não podemos ver a glória de Cristo e experimentá-la. Estamos espiritualmente mortos.
2. Somos, por natureza, filhos da ira (Ef 2.3).
Não são as minhas ações, nem as circunstâncias, nem as pessoas em minha vida. A minha naturezaé o meu problema pessoal mais profundo. A verdade não é que no começo eu tinha uma boa natureza, depois fiz coisas ruins e consegui uma natureza má. “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Nossa natureza é tão rebelde, tão egoísta e tão insensível à majestade de Deus, que a sua santa ira é uma reação natural e correta para nós.
3. Amamos as trevas e odiamos a luz (Jo 3.19-20).
Não somos neutros quando a luz espiritual se aproxima. Nós lhe resistimos. E não somos neutros quando as trevas espirituais nos envolvem. Nós as abraçamos.
4. Nosso coração é duro como pedra (Ez 36.26; Ef 4.18).
Nossa ignorância é uma ignorância culpada, não é uma ignorância inocente. Está arraigada em corações endurecidos e resistentes.
5. Somos incapazes de nos submeter a Deus ou de agradar-Lhe (Rm 8.7-8).
Nossa mente é tão resistente à autoridade de Deus, que não nos submetemos, nem podemos nos submeter a Ele. E, se não podemos nos submeter a Ele, não podemos agradar-Lhe.
6. Somos incapazes de aceitar o evangelho (Ef 4.18; 1 Co 2.14).
O problema não é que as coisas de Deus estão acima da compreensão do homem natural. O problema é que ele as vê como loucura. Perceba que esse “não pode” é moral, e não físico. A pessoa não-regenerada não pode porque não quer. Sua preferência pelo pecado é tão forte, que ela não pode escolher o bem. É uma escravidão verdadeira e terrível, mas não inocente.
7. Somos incapazes de buscar a Cristo ou de aceitá-lo como Senhor (Jo 6.44, 65; 1 Co 12.3).
É moralmente impossível ao coração morto, obscurecido, mau e resistente celebrar o domínio de Jesus sobre sua vida sem que tenha nascido de novo.
8. Sem o novo nascimento, somos escravos do pecado. (Rm. 6.17)
Amávamos tanto o pecado que não podíamos abandoná-lo ou mortificá-lo.
9. Sem o novo nascimento, somos escravos de Satanás. (Ef. 2.1-2; 2 Tm. 2.24-26)
A característica peculiar de pessoas não-regeneradas é que seus desejos e escolhas estão em harmonia com o príncipe da potestade do ar.
10. Sem o novo nascimento, não habita bem nenhum em nós. (Rm. 7.18)
Quando as pessoas usam tudo que Deus fez sem confiar em sua graça e sem o objetivo de glorificá-Lo, elas desonram a criação de Deus. Fazem da criação um instrumento de incredulidade e destroem-na.
Essas são as dez características de nossa condição sem o novo nascimento. Essa é a razão por que temos de ser nascidos de novo. Sem o novo nascimento, nossa condição é desesperadora, e não podemos mudá-la com melhoria moral. Pessoas mortas não melhoram. Antes de acontecer-lhes qualquer outra coisa, pessoas mortas precisam receber vida, precisam nascer de novo.
Leia o capítulo 3 e 4 Gratuitamente
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John Piper – Como Deus opera o novo nascimento?
Resgatado, Ressuscitado e Chamado (Capítulo 6)
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos [...] Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver;. [...] sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais. (1 Pedro 1:3,15,18)
1) Ele nos resgatou do pecado e da ira por meio do sangue de Cristo, pagando o débito, para que pecadores tivessem vida eterna.
2) Ele ressuscitou a Jesus dentre os mortos, para que a união com Jesus concedesse vida eterna, vida que nunca passa.
3) Ele nos chamou das trevas para a luz e da morte para a vida, por meio do evangelho, e nos deu olhos para ver e ouvidos para ouvir. Ele fez a luz da glória de Deus na face de Cristo brilhar em nosso coração, mediante o evangelho, e nós cremos. Aceitamos a Cristo como o tesouro que Ele realmente é.
Neste capítulo Piper, expondo o texto de 1 Pedro 1:13-25, mostra a relação entre a cruz, a ressurreição, o chamado eficaz e a certeza da salvação com o novo nascimento.
Por Meio do Lavar Regenerador (Capítulo 7)
Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia,nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. (Tito 3:3-7)
Observe com cuidado que Paulo não disse: esta salvação não se deva obras de legalismo. Ele disse: esta salvação — este novo nascimento — não se deve a obras de justiça. São excluídas não somente as suas piores obras e suas piores motivações, mas também as suas melhores obras e melhores motivações. Elas não o fizeram nascer de novo e não o fazem permanecer nascido de novo. É o contrário, o ser nascido de novo é que dá origem às suas melhores obras e motivações,
Essa é uma das razões por que não acho que o “o lavar regenerador”, citado no versículo 5, se refere ao batismo. Nem a circuncisão na Antiga Aliança, nem o batismo na Nova Aliança, nem as coisas boas que fazemos, nem mesmo as ordenanças nos fazem nascer de novo. A bondade de Deus, o seu amor, a sua misericórdia absolutamente gratuita esses são os fatores que explicam o nosso novo nascimento. Não é a circuncisão, nem o batismo, nem obra alguma de justiça praticada por nós. O novo nascimento surge e traz consigo os atos de justiça, e não o contrario.
Neste capítulo Piper, expondo Tito 3:1-8, mostra o sentido maior do termo regeneração (regeneração de toda criação) e explica que o novo nascimento se dá mediante o lavar regenerador e renovador, a benignidade, filantropia e misericórdia de Deus e não os nossas obras. Ele também aborda o assunto da Regeneração Batismal (falsa doutrina que ensina que nascemos de novo quando somos batizados nas águas) neste capítulo e no capítulo 2. Lembrando que o capítulo 2 está disponível para leitura online gratuita [leia no final da postagem]. No vídeo abaixo, ele explica um pouco a respeito deste assunto:
Por John Piper © Desiring God. Website:desiringGod.org
Resumo extraído da Parte 3 (capítulos 6 e 7) do livro Finalmente Vivos, com trechos do mesmo.
Disponibilizado por: Editora Fiel
Vídeo legendado por: JvDaP
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