Acaso, entraste nos mananciais do mar...? Jó 38.16
Algumas coisas da natureza têm de permanecer como um mistério para as mais inteligentes e perscrutadoras investigações. O conhecimento universal é algo que se restringe exclusivamente a Deus. Se isto é verdade no que diz respeito às coisas temporais e visíveis, é muito mais verdade ainda no que se refere aos assuntos espirituais e eternos. Por que, então, eu tenho torturado o meu cérebro com especulações sobre o destino, a vontade, a fatalidade estabelecida e a responsabilidade humana? Não sou capaz de compreender estas verdades profundas e obscuras, assim como não sou capaz de sondar as profundezas das quais os oceanos extraem seu estoque de água. Por que sou tão curioso para saber a razão das providências de meu Senhor e os motivos de suas ações? Quando eu terei a capacidade de segurar o sol em meu punho e agarrar o universos nas palmas de minhas mãos? Mas estas coisas são apenas uma gota em um balde de água, se comparadas com o Senhor, meu Deus.
Jamais devo me esforçar para entender o infinito; ao contrário disso, devo gastar minhas energias em amor. Aquilo que não posso ganhar por meio do intelecto posso obter por meio das afeições. Isto deve satisfazer-me. Não posso penetrar o coração dos oceanos, mas posso desfrutar das brisas saudáveis que sopram sobre ele e velejar sobre as suas ondas azuis. Se eu pudesse entrar nas fontes dos oceanos, esta façanha não teria um propósito útil para mim, nem mesmo para as outras pessoas. Isto não salvaria o navio que naufragou, como não traria de volta à sua esposa entristecida e a seus filhos o marinheiro que morreu afogado. Tampouco o meu desvendamento de mistério profundos provaria qualquer coisa. O menor amor para com Deus e o mais simples ato de obediência a Ele são melhores do que o mais profundo conhecimento. Meu Senhor, deixo contigo o infinito e rogo que Tu me guardes do amor pela árvore do conhecimento, o que me privaria da árvore da vida.
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