Mas o que acontece quando o povo de Deus não escapa da sedução enganadora da segurança? O que acontece ao tentarem viver sua vida na miragem da segurança? A resposta é: vidas jogadas fora. Você se lembra da vez em que isso aconteceu?
Foi menos de três anos depois que o povo de Israel saiu do Egito pelo poder de Deus. Agora estava nas fronteiras da Terra Prometida. O Senhor disse a Moisés: "Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel" (Nm 13.2). Então Moisés mandou Calebe, Josué, e dez outros homens. Depois de quarenta dias eles voltaram com um cacho de uvas enorme pendurado numa vara entre dois homens. Calebe convocou seu povo com palavras de esperança: "Eia! Subamos e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela" (Nm 13.30). Mas os outros disseram: "Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós" (v.31).
Calebe foi incapaz de explodir o mito da segurança. O povo foi apanhado pelo encantamento tentador da segurança - a idéia de que há um jeito bem abrigado de viver longe do caminho da obediência que exalta a Deus. Murmuraram contra Moisés e Aarão e decidiram voltar ao Egito - a grande miragem da segurança.
Josué tentou libertá-los de sua letargia, seu estupor:
A terra pelo meio do qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor. E não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão os podemos devorar. Retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais (Nm 14.7-9).
Mas nem mesmo Josué pôde detonar o mito da segurança. E tentaram apedrejar Calebe e Josué. O resultado foi milhares de vidas desperdiçadas e anos perdidos. Foi claramente errado não aceitar o risco de batalhar contra os gigantes da terra de Canaã. Ah, quanto é desperdiçado quando não arriscamos pela causa de Deus!
E você?
O risco é certo. E a razão não é porque Deus promete sucesso para todos os nossos empreendimentos. Não há promessa alguma de que todo esforço pela causa de Deus será bem-sucedido, pelo menos não no curto prazo. João Batista arriscou chamar o rei Herodes de adúltero quando este se divorciou de sua própria esposa para tomar a esposa de seu irmão. Por isso João foi decapitado. E ele tinha feito o certo em arriscar sua vida pela causa de Deus e da verdade. Jesus nunca o criticou, só lhe atribuiu alto louvor (Mt 11.11).
Paulo arriscou ir a Jerusalém para completar seu ministério aos pobres. Foi açoitado e jogado na prisão por dois anos e depois remetido num navio para Roma e executado lá dois anos mais tarde. E ele fez o certo ao arriscar sua vida pela causa de Cristo. Quantos túmulos há na África e Ásia porque milhares de jovens missionários foram libertados pelo Espírito Santo do encantamento da segurança e então arriscaram a vida para exaltar Cristo entre os povos não alcançados!
E você? Você está hipnotizado pelo encantamento da segurança, paralisado de tomar qualquer risco pela causa de Deus? Ou você foi libertado pelo poder do Espírito Santo da miragem da segurança e conforto do Egito? Vocês homens dizem alguma vez como Joabe: "Por amor ao nome, eu tentarei! E faça o Senhor o que bem lhe parecer"? E vocês mulheres dizem alguma vez como Ester: "Pela causa de Cristo, eu tentarei! E se perecer, pereci"?
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