É extremamente claro, com base em João 13.31,32, que, quando Judas saiu para consumar a traição, o objeto da exultação de Cristo diante dos seus sofrimentos iminentes foi a glória do Pai e a glória dele próprio, constituindo o fim para o qual o seu coração estava voltado acima de tudo e no qual se deleitava de modo supremo: "Quando ele saiu, disse Jesus: Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele; se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará nele mesmo; e glorifica-lo-á imediatamente".
O fato de a glória de Deus ser o fim transcendente e último da obra da redenção é confirmado pelo cântico dos anjos no nascimento de Cristo. Lucas 2.14: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem". Deve-se supor que eles sabiam qual era o fim último de Deus ao enviar Cristo ao mundo e que, ao se regozijarem nessa ocasião, o gozo maior na mente deles estava no que lhes era mais precioso e glorioso, no que devia consistir a relação deles com o que era o seu fim máximo e supremo. Podemos supor, ainda, que o que ocupava a mente deles acima de todas as coisas era o elemento mais glorioso e jubiloso da ocasião e o primeiro tema do cântico que devia expressar a disposição mental e a exultação do coração deles.
A glória do Pai e do Filho é referida como o fim da obra da redenção em Filipenses 2.6-11 (de modo bastante parecido com aquele em Jo 12.23,28e 13.31,32 e 17.1,4,5): "pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tomando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai".
Assim, a glória de Deus ou o louvor da sua glória é referido como o fim da obra de redenção em Efésios 1.3-6, etc: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça". E, na seqüência dessa mesma discussão, a respeito da redenção em Cristo, a glória de Deus volta a ser mencionada como o fim maior de tudo [em Ef 1.12,14].
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