SHIVA E OS FRUTOS DA MESMA ÁRVORE
Na vaidade de se crerem iluminados e muito mais inteligentes que o comum dos mortais, os luciferianos não hesitam em escarnecer dos cristãos. Portanto, quase sempre existe uma pontada de deboche dissimulado nos métodos e no simbolismo utilizado para afrontar a Igreja de Cristo.
Shiva tem muitas características que o tornam comparável à idéia do diabo cristão e acho que não é a toa que tanto se esforcem para difundi-lo como divindade. Ele é reputado como o criador do Yoga que é uma das práticas mais reverenciadas pelos movimentos da “Nova Era”. Para muitos entusiastas, o Yoga acaba conduzindo ao universo politeísta das tradições indianas e ao afastamento da religião cristã. Isso ocorre de forma muito sutil, no pressuposto de ser uma filosofia ecumênica e dentro da proposta de um maior aprimoramento mental e espiritual para os praticantes. Mas, gradativamente, os envolvidos são estimulados a montar altares, entoar mantras que substituem as orações e a invocar Shiva, entre outros deuses pagãos, ao invés de dedicar seus louvores ao Deus Pai Criador ou ao Nosso Senhor Jesus Cristo.
É fácil perceber a ironia de invocar Shiva quando damos por conta do quanto ele lembra o diabo cristão em diversos aspectos. Assim como Satã, Shiva também representa a promessa do conhecimento supremo. Para destruir a “ignorância”, sua principal arma é o Trishula ou tridente. Independentemente de ser julgado como obra do imaginário popular ou uma perversão de origem católica para denegrir antigas deidades (como Netuno), o fato é que o tridente está associado ao diabo, fazendo do Trishula não menos do que uma alusão satírica. Shiva não tem chifres, mas tem um crescente lunar sobre a cabeça que lhe é equivalente. Víboras cingem a sua cintura ou adornam o seu pescoço e creio que nem seria preciso lembrar que elas remetem ao instigador bíblico do pecado original.
A naja é uma das serpentes mais venenosas do mundo. Simboliza tanto o domínio de Shiva sobre a morte quanto uma suposta energia chamada Kundalini que intentariam fazer subir pela coluna vertebral através de práticas sexuais, principalmente, dentro de uma modalidade de Yôga denominada tantrismo. Assim como Baphomet, Shiva tem no órgão sexual masculino um de seus principais símbolos e sob a promessa de avanço espiritual, muitos se entregam à lascívia, confundindo liberdade com libertinagem.
A trindade hindu é composta pelo Criador (Brahma), o Mantenedor (Vishnu) e o Destruidor (Shiva). Chamá-los de demônios dentro de sua concepção religiosa original não faz o menor sentido, nem seria adequado. Realmente, é preciso muito cuidado com a tendência de "demonizar" as divindades de outras religiões. Algo totalmente diferente, entretanto, é correlacionar a Trimurti indiana com o satanismo, baseado em evidências de movimentos satânicos ou luciferianos (como queiram chamar) que tentam disfarçar e legitimar seus rituais usando elementos do hinduísmo.
Shiva não é o Mal conforme o concebemos pela mentalidade cristã. No máximo, poderíamos compará-lo a uma espécie de “Mal necessário” ou parte do plano divino, na cosmogênese indiana. Entretanto, dentro da trindade hindu, Shiva é aquele que mais se aproxima do arquétipo demoníaco. Portanto, é ardilosamente natural que os satanistas que não queiram se referir a Satã ou Lúcifer de forma direta; façam uma menção indireta ao seu senhor através do nome de Shiva. Agindo assim, eles podem acusar de ignorância qualquer um que tente estabelecer um paralelo entre os seus ritos e o satanismo.
Como precedente dessa premissa, Albert Pike classifica Shiva no mesmo nível de entidades de outras tradições que se equiparam a Satã como princípios do Mal. Selecionei um trecho extraído da página 277 de “Morals & Dogmas”, vejam:
Na vaidade de se crerem iluminados e muito mais inteligentes que o comum dos mortais, os luciferianos não hesitam em escarnecer dos cristãos. Portanto, quase sempre existe uma pontada de deboche dissimulado nos métodos e no simbolismo utilizado para afrontar a Igreja de Cristo.
Shiva tem muitas características que o tornam comparável à idéia do diabo cristão e acho que não é a toa que tanto se esforcem para difundi-lo como divindade. Ele é reputado como o criador do Yoga que é uma das práticas mais reverenciadas pelos movimentos da “Nova Era”. Para muitos entusiastas, o Yoga acaba conduzindo ao universo politeísta das tradições indianas e ao afastamento da religião cristã. Isso ocorre de forma muito sutil, no pressuposto de ser uma filosofia ecumênica e dentro da proposta de um maior aprimoramento mental e espiritual para os praticantes. Mas, gradativamente, os envolvidos são estimulados a montar altares, entoar mantras que substituem as orações e a invocar Shiva, entre outros deuses pagãos, ao invés de dedicar seus louvores ao Deus Pai Criador ou ao Nosso Senhor Jesus Cristo.
É fácil perceber a ironia de invocar Shiva quando damos por conta do quanto ele lembra o diabo cristão em diversos aspectos. Assim como Satã, Shiva também representa a promessa do conhecimento supremo. Para destruir a “ignorância”, sua principal arma é o Trishula ou tridente. Independentemente de ser julgado como obra do imaginário popular ou uma perversão de origem católica para denegrir antigas deidades (como Netuno), o fato é que o tridente está associado ao diabo, fazendo do Trishula não menos do que uma alusão satírica. Shiva não tem chifres, mas tem um crescente lunar sobre a cabeça que lhe é equivalente. Víboras cingem a sua cintura ou adornam o seu pescoço e creio que nem seria preciso lembrar que elas remetem ao instigador bíblico do pecado original.
A naja é uma das serpentes mais venenosas do mundo. Simboliza tanto o domínio de Shiva sobre a morte quanto uma suposta energia chamada Kundalini que intentariam fazer subir pela coluna vertebral através de práticas sexuais, principalmente, dentro de uma modalidade de Yôga denominada tantrismo. Assim como Baphomet, Shiva tem no órgão sexual masculino um de seus principais símbolos e sob a promessa de avanço espiritual, muitos se entregam à lascívia, confundindo liberdade com libertinagem.
A trindade hindu é composta pelo Criador (Brahma), o Mantenedor (Vishnu) e o Destruidor (Shiva). Chamá-los de demônios dentro de sua concepção religiosa original não faz o menor sentido, nem seria adequado. Realmente, é preciso muito cuidado com a tendência de "demonizar" as divindades de outras religiões. Algo totalmente diferente, entretanto, é correlacionar a Trimurti indiana com o satanismo, baseado em evidências de movimentos satânicos ou luciferianos (como queiram chamar) que tentam disfarçar e legitimar seus rituais usando elementos do hinduísmo.
Shiva não é o Mal conforme o concebemos pela mentalidade cristã. No máximo, poderíamos compará-lo a uma espécie de “Mal necessário” ou parte do plano divino, na cosmogênese indiana. Entretanto, dentro da trindade hindu, Shiva é aquele que mais se aproxima do arquétipo demoníaco. Portanto, é ardilosamente natural que os satanistas que não queiram se referir a Satã ou Lúcifer de forma direta; façam uma menção indireta ao seu senhor através do nome de Shiva. Agindo assim, eles podem acusar de ignorância qualquer um que tente estabelecer um paralelo entre os seus ritos e o satanismo.
Como precedente dessa premissa, Albert Pike classifica Shiva no mesmo nível de entidades de outras tradições que se equiparam a Satã como princípios do Mal. Selecionei um trecho extraído da página 277 de “Morals & Dogmas”, vejam:
“Toda a antiguidade resolveu o enigma da existência do Mal supondo a existência de um Princípio do Mal, de demônios, Anjos caídos, um Arimã, um Tifão, um Shiva, um Loke ou um Satã que, primeiro caindo e afundando na miséria e na escuridão, tentaram o homem para sua própria queda e trouxeram pecado para o mundo.”
“All antiquity solved the enigma of the existence of Evil, by supposing the existence of a Principle of Evil, of Demons, fallen Angels, an Ahriman, a Typhon, a Siva, a Lok, or a Satan, that, first falling themselves, and plunged in misery and darkness, tempted man to his fall, and brought sin into the world. “
“All antiquity solved the enigma of the existence of Evil, by supposing the existence of a Principle of Evil, of Demons, fallen Angels, an Ahriman, a Typhon, a Siva, a Lok, or a Satan, that, first falling themselves, and plunged in misery and darkness, tempted man to his fall, and brought sin into the world. “
Para aqueles que não saibam o papel fundamental de Albert Pike e de sua obra para que a Maçonaria se tornasse a instituição que hoje conhecemos, sugiro que pesquisem, pois a narrativa iria muito além do escopo deste artigo e vale a pena estudar sobre o assunto.
Os maçons se dizem pedreiros livres ou construtores, enquanto Shiva é descrito como o Grande Destruidor. Algo que, do ponto de vista maçônico, faz dele uma figura interessantíssima. Seu elemento é o fogo; o agente transformador por natureza e, supostamente, usado para destruir o que se julga ultrapassado, dando lugar ao que se crê renovador. Penso que a maioria dos leitores haverá de concordar que aquilo que vemos em nossos tempos é justamente a destruição de todos os costumes, padrões de moralidade e religião visando instaurar um modelo unificado para o mundo.
Portanto, os maçons se dizem construtores e de fato o são, mas não revelam que pretendem construir sua “Grande Obra”, principalmente, sobre os escombros da Igreja de Cristo; além de todas as outras religiões tradicionais que trabalham para reunir numa única crença...
É importante notar que em seu contexto original, dentro da tradição hindu, Shiva e seus associados são tidos como destruidores do Mal. Por outro lado, também é importante notar que, no universo maçônico/teosófico, Lúcifer ou Satã representa o “Bem”, sendo considerado o portador da “luz do conhecimento” para a humanidade. Em contrapartida, o Deus do Paraíso cristão teria sido aquele que tentou aprisionar o homem no “jardim da ignorância”, sendo, portanto, associado ao Mal. Dito isso, podemos considerar uma inversão de valores onde é possível chamar o Bem de “Mal” e o Mal de “Bem”.
De tal forma, digo que é por tomar um pelo outro e não por sua concepção filosófica ou religiosa intrínseca que tenham convertido Shiva numa representação do Princípio Demoníaco que, dissimuladamente, oferece libertação, riquezas, conhecimento ou progresso espiritual, mas corrompe a sociedade e destrói tudo o que nela há de bom.
Isso está de acordo com a nem tão enigmática expressão do 33º. Grau maçônico: “Ordo ab Chao” (Ordem vinda do Caos).
A Nova Ordem Mundial virá do caos! Mais precisamente, irá emergir quando todos os valores cristãos que um dia permearam a sociedade, nada mais forem do que ruínas e pó...
Não obstante, é preciso reconhecer o belo serviço de ajuda humanitária prestado, principalmente, por aqueles que se encontram no círculo exterior da maçonaria, pois, conforme se lê nas obras de Albert Pike, na Ordem existem círculos internos cujos propósitos não são conhecidos pelos que habitam nos círculos externos.
A propaganda maçônica fala em admitir homens bons para torná-los melhores. Nesse sentido, a letra “G” (usada no logo maçônico) é aquela que melhor representa o formato e a postura fetal, sendo que o compasso e o esquadro que a envolvem são sugestivos quanto ao projeto de gerar um novo homem; superior e até divino, como alguns gostam de comparar.
Tais idéias parecem muito nobres, dignas, louváveis e até inofensivas desde que não atentemos para o fato de que também estiveram por trás dos objetivos do Terceiro Reich...
No decorrer dos últimos séculos, membros proeminentes da Maçonaria estiveram à frente na criação de novas ordens e movimentos esotéricos. Por certo, haverá quem diga que eles eram livres pensadores e, necessariamente, não representavam os propósitos e interesses oficiais da Maçonaria. Mas será mesmo assim? De fato, é possível concordar que não representassem a conduta oficial, mas e quanto à oficiosa?
Entre os grandes grupos empresariais é comum investirem numa nova companhia ou marca secundária para coexistir ao lado da principal e alcançar outras faixas de consumidores. Além de propiciar uma maior liberdade para a aplicação de conceitos e preços diferenciados; caso algo dê errado, não se contamina a credibilidade de um produto bem sucedido com o eventual malogro do empreendimento recém criado. Tenho a impressão de que a Maçonaria utiliza essa mesma estratégia de marketing há séculos.
Existiriam realmente várias ordens ou apenas uma? Frutos diferentes ou apenas enxertias de uma mesma árvore? Façamos um apanhado geral:
- O co-fundador da Sociedade Teosófica, Coronel Henry Steel Olcott, era maçom. Paralelamente, a própria Helena Blavatsky estaria entre o seleto número de mulheres que percorreu a senda maçônica;
- Charles W. Leadbeater foi outro líder teosófico de grau 33 na Maçonaria que, ao lado de Annie Besant, viu em Krishnamurti o veículo para a manifestação de Maytreia, o avatar da “Nova Era”;
- Rudolf Steiner, grau 33 da Maçonaria, fundou a Sociedade Antroposófica após romper com a Sociedade Teosófica;
- Edward Bulwer-Lytton era maçom e foi o autor de “Zanoni” e de “The Coming Race” (A Raça Futura), obra que teria dado origem a teoria do Vril (um tipo de energia sem precedentes dominada por uma super-raça chamada Vril-ya que habitaria o centro da Terra);
- O fundador da Ordem de Thule (de íntimas ligações com a Sociedade do Vril, de Karl Haushofer) foi o maçom Rudolf von Sebottendorff;
- Tanto a Thule quanto a Vril arrebataram alguns dos mais importantes membros da elite nazista, inclusive Adolf Hitler. Diga-se de passagem, as idéias de superioridade racial estão alinhadas com o conteúdo de “A Doutrina Secreta”, escrita por Blavastsky;
- Os fundadores da Golden Dawn, Coronel William Wynn Westcott e William Robert Woodman, eram maçons e essa sociedade foi bastante influente na Alemanha nazista, tanto quanto para o crescimento do ocultismo como um todo;
- A fundação da “OTO - Ordo Templi Orientis” está ligada aos maçons Karl Kellner (1851-1905) e Theodor Reuss (1855-1923), mesmo sendo dito que Kellner não teria ultrapassado o grau de aprendiz e Reuss, apesar de ter atingido o grau 3 (mestre maçom), tenha um histórico conturbado que inclui sua expulsão da Loja Simbólica que freqüentava, além da ostentação de vários títulos que seriam fictícios. Kellner era profundamente interessado pelo Yoga e é reconhecido como um dos primeiros ocidentais a atingir certo domínio sobre suas técnicas. Não por acaso, a chamada “magia sexual” (que remete ao tantrismo) era praticada na OTO;
- Aleister Crowley, maçom de grau 33º, foi iniciado na Golden Dawn, onde teve rápida ascensão. Tornou-se dirigente da OTO, co-fundador da Astrum Argentum e inspirador de outras ordens baseadas na “Lei de Thelema”;
- Dois membros da OTO tiveram papel de destaque no movimento rosacruz moderno: Arnold Krumm-Heller com a ”FRA - Fraternitas Rosicruciana Antiqua” e Harvey Spencer Lewis que constituiu a “Antiga e Mística Ordem Rosacruz – AMORC”;
- Max Heindel se engajou na Teosofia através das palestras de Leadbeater, teve contato com a Antroposofia de Steiner, mas, sob influência de uma entidade espiritual identificada como “Irmão Maior da Ordem Rosacruz”, iniciou sua própria fraternidade;
- Do ramo rosacruz de Krumm-Heller, sob influência de Eliphas Levi, Steiner e Max Heindel, brota o controvertido colombiano Vitor Manuel Gomez Rodrigues, mais conhecido como Samael Aum Weor, fundador da “Igreja Gnóstica Cristã Universal” e da “AGEACAC - Associação Gnóstica de Estudos Antropológicos Culturais Arte e Ciência”.
Assim como na “Sociedade Teosófica”, além de estudos ligados ao budismo esotérico, as técnicas eubiotas para a expansão da consciência provêm de exercícios de Yoga: respiração, mantras, visualizações, mentalizações e posturas corporais. Somam-se a elas, a devotada crença em mestres invisíveis que zelam pela evolução da humanidade, dentro de uma “Grande Fraternidade Branca”. Henrique Jose de Souza é também reputado como mentor e patrono de lojas maçônicas.
Mesmo pertencente a uma categoria distinta, pois seus ensinamentos estão à livre disposição do grande público, não poderia deixar de mencionar o maçom Hippolyte Léon Denizard Rivail ou Allan Kardec. Ele codificou a doutrina espírita no mesmo período de grande efervescência ocultista representado pela passagem de meados do século XIX para o século XX. A comunicação com os mortos é biblicamente condenável, abrindo portas para o assédio de entidades enganadoras que, se aproveitando da boa fé e sofrimento humano, se fazem passar por entes queridos, adotam a identidade de personalidades famosas ou intentam exercer o papel de orientadores espirituais. O próprio Kardec reconhecia essas incertezas; não obstante, o espiritismo se tornou a versão para as massas de modelos esotéricos baseados em guias espirituais e num processo de evolução da alma que se dá através do aprendizado entre inúmeras encarnações.
Voltando ao foco central, examinemos Gérard Anaclet Vincent Encausse (1865 – 1916), mais conhecido como Papus. Médico, ocultista, rosacruz e, apenas para não variar, maçom! Para o nosso propósito que é o de estabelecer conexões entre as assim chamadas “escolas de mistérios” e sistemas místicos orientais como o Yoga, importa lembrar aquele que talvez tenha sido o feito mais relevante da vida de Papus: a fundação da “TOM – Tradicional Ordem Martinista”, atualmente, integrada à AMORC. Em 1907, o português Antonio Olívio Rodrigues (conhecido como AOR) é iniciado na Loja Martinista “Amor e Verdade”, situada na cidade de São Paulo. Dois anos mais tarde, criando uma importante derivação, AOR funda o “Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento” que foi o grande divulgador do ocultismo no Brasil. Através de palestras, cursos, reuniões e publicações de uma editora própria, a “Pensamento” (hoje, Pensamento-Cultrix), AOR trouxe para o nosso país as obras de Eliphas Levi e Papus, entre outros. Igualmente, em 1980, é a Editora Pensamento que lança, no Brasil, a primeira versão integral de “A Doutrina Secreta”, de Helena P. Blavatsky.
A Ordem Martinista de Papus tem uma relação direta com a divulgação do Yoga em nossa pátria. Reconhecido como o seu grande introdutor no Brasil, o francês Leo Alvarez Costet de Mascheville ou Sevananda também foi presidente da Ordem em 1936. De fato, a família de Leo é fundamental para a implantação do Martinismo em toda a América do Sul, sendo seu pai nomeado “Delegado Especial do Supremo Conselho da Ordem Martinista” por Papus, em 1895. Portanto, os laços entre as chamadas escolas de mistérios contemporâneas e o misticismo oriental no qual o Yoga se enquadra, podem ser encontrados por quem os procure. Todavia, para torná-lo atraente para os que se recusem a aceitar uma roupagem mística ou para evitar conflitos com diferentes concepções religiosas, existe quem tente desvinculá-lo de suas conotações espiritualistas.
Eu convido o leitor a aprofundar tal pesquisa por conta própria, verificando a intricada rede de conexões no surgimento de diversos movimentos esotéricos, aparentemente desligados ou independentes entre si. Digo isso porque é comum que esses “mestres” ou seus conceitos se respaldem uns pelos outros. Mas, conforme se pode constatar, tal cumplicidade, antes de significar a confirmação de alguma incorruptível verdade eterna, indica brotamentos de uma mesma raiz ou pensamentos dos que beberam de uma mesma fonte. Ou seja: ecos e mais ecos de um mesmo sistema!
Também acho fascinante notar que entre as figuras ilustres dos meios esotéricos, muitos deles possuíam patentes militares, conforme citei nos exemplos estrangeiros. No Brasil, entre os maiores expoentes do Yoga, temos o General Caio Miranda e o Coronel Hermógenes, ambos teósofos. Seria coincidência ou uma clara indicação de estarmos diante da maior batalha travada sobre a face da terra através dos tempos, cujo prêmio não é o ouro ou qualquer outra riqueza de cunho material, mas a tão cobiçada quanto preciosa alma humana?
Parte II
AS APARÊNCIAS ENGANAM
Yoga não é apenas uma filosofia, mas uma prática cujas bases descansam no paganismo hindu e num tipo de religiosidade que permite devoção a homens de carne e osso desejosos de serem reverenciados como manifestações divinas. Não são, por exemplo, os benefícios fisiológicos derivados das técnicas respiratórias que questionamos, mas às implicações espirituais que se ocultam entre sorrisos, afagos e promessas de iluminação pessoal.
Buscando uma abordagem mais objetiva, vamos mostrar evidências da participação maçônica na promoção do Yoga no Brasil.
Os princípios da Maçonaria podem se harmonizar com as aparentemente distintas correntes de Yoga, mas, no que tange aos fundamentos bíblicos, tanto a Maçonaria quanto o Yoga são contrários à fé cristã.
Boa parte dos cristãos ainda é capaz de perceber que o deus maçônico se opõe ao Deus bíblico. No entanto, carecem da mesma assertividade para reconhecer as contra-indicações do Yoga. Fazer a conexão entre os interesses maçônicos e essa doutrina oriental pode ajudá-los a obter uma visão mais crítica. Portanto, o objetivo desta parte é o de identificar vínculos maçônicos na promoção do Yoga dentro do próprio contexto brasileiro e não o de condenar os seus protagonistas. A competência de julgar pertence unicamente a Deus. Nesse sentido, tampouco intentamos “denunciar” aquilo que diz respeito ao foro íntimo de cada um. Queremos apenas esclarecer tais relações, de modo a garantir que os leitores cristãos não sejam enganados e, caso resolvam adotar tais metodologias, façam essa escolha mediante uma análise consciente daquilo que não está publicamente explícito.
“Dizia-lhes ainda: Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro? Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado.”
Marcos 4: 21-22
No mais, considerando a marcante presença maçônica nos bastidores e palcos do poder, comparada à crescente degradação que se espalha pelo mundo, subsiste a impressão de que ou a Maçonaria tem falhado miseravelmente no papel ao qual se destina a cumprir ou o está realizando com demasiada perfeição.
Dito isso, cabe perguntar se haverá mais do que apenas simpatia entre o fundador de uma instituição brasileira denominada Universidade de Yôga ou Uni-Yôga, Luís Sérgio DeRose, mais conhecido como "mestre" DeRose e a Maçonaria?
"Preferi o 33º. andar em alusão aos 33 graus da Maçonaria e às 33 vértebras que a kundaliní tem que ascender.”
Yôga, Mitos e Verdades - DeRose
Yôga, Mitos e Verdades - DeRose
Ele é discreto nesse assunto, exatamente como convém a todo "pedreiro-livre" empenhado nos serviços à "Grande Obra". Mas, nos últimos anos, o Sr. DeRose parece bastante à vontade no recebimento de títulos e honrarias vindas de instituições marcadamente vinculadas às potências maçônicas. Igualmente, ele se mostra à vontade em reuniões do Rotary e em associações como o Lions Clube, entidades que também compõem esse círculo...
O fundador do Rotary foi Paul Percy Harris e o do Lions foi Melvin Jones. Ambos figuram entre os maçons famosos que a Ordem Maçônica costuma mencionar orgulhosamente como referência de seus propósitos humanitários. Sob sua fachada filantrópica, tanto o Rotary quanto o Lions reúnem figuras influentes do meio político e social num ambiente adequado para discutirem os seus interesses. Essas instituições são instrumentos através dos quais a Maçonaria pode sondar e arregimentar novos membros, além de congregá-los socialmente em um contexto favorável em termos de imagem pública.
Aqui no Brasil, como em muitos outros países, a Maçonaria está infiltrada nos mais altos escalões do poder, incluindo as forças armadas. É no mínimo curioso ver um homem que se disse perseguido pela ditadura militar brasileira, comprazer-se agora no recebimento de tantas honras oferecidas pelas instituições do exército nacional. E qual relação ele teria com o exército, não sendo militar e na qualidade de professor de Yoga para receber tais homenagens e medalhas? O apoio a causas humanitárias ou culturais? De fato, os órgãos militares também condecoram civis, mas existem serviços públicos prestados de tamanho vulto que justifiquem tanta deferência ou seria mais por conta de uma rede de contatos que favoreça esse expressivo reconhecimento?
Algumas entidades das quais o Sr. DeRose recebe reconhecimento são relativamente obscuras. Mas isso não significa dizer que não sejam importantes, uma vez que esse parâmetro só pode ser medido pela esfera de influência dos seus membros.
Muitas homenagens, por exemplo, foram recebidas da assim chamada "Casa da Fazenda", como o prêmio de "Reconhecimento por Excelência". A Casa da Fazenda está situada no Morumbi, bairro nobre da cidade de São Paulo e é a sede de uma instituição denominada ABACH, Academia Brasileira de Artes Cultura e História. Entre as "honrarias" que recebeu da ABACH está uma "Medalha de Mérito Profissional" cujos ornamentos do certificado merecem alguma atenção:
Conforme se pode notar, a ilustração à esquerda faz parte dos adornos do certificado de "mérito profissional". Existe uma grande diversidade de elementos simbólicos dispostos numa composição monocromática. Mas uma avaliação mais atenta faz suscitar a dúvida se o motivo não seria o de disfarçar aquilo que, isoladamente, seria tão suspeito quanto óbvio. Na base temos elementos relativos às artes e à escrita, como a pena mergulhada em um tinteiro, uma paleta com tintas, um pincel e uma espátula. Na parte superior há o elmo de Hermes, a espada que serve de fiel para a balança da justiça e, atrás, o perfil da deusa Têmis de olhos vendados...
A figura se torna mais interessante à medida que é examinada das extremidades para o centro cuja coloração foi alterada para destacar a presença da tocha dos iluminados, a serpente como representação do conhecimento do bem e do mal, uma engrenagem de doze dentes que também pode ser uma alusão ao Sol, a roda zodiacal e aos doze signos astrológicos. Sobre eles se elevam o esquadro e o compasso: os símbolos universais da Maçonaria...
No topo do certificado, existe ainda o símbolo da armadura com a águia bicéfala estampada, transpassada pela espada e o machado que é uma alusão aos cavaleiros templários.
É preciso ter em mente que tudo o que diz respeito à Maçonaria costuma estar carregado de amplo simbolismo. No canto inferior esquerdo temos dois ramos de louros, planta consagrada ao deus Apolo, usualmente utilizada para representar glória, triunfo ou vitória.
Isolados, os ramos de louro podem não dizer absolutamente nada, mas combinados com os demais símbolos, parecem mais indicar o glorioso reconhecimento pelos serviços prestados por um frater maçom.
A Uni-Yôga criou o seu próprio hino e também possui uma bandeira. Isso remete a uma curiosa estrutura marcial, recheada de pompa e circunstância que está em sintonia com a observação anterior de que muitos daqueles que foram pioneiros na divulgação das doutrinas esotéricas eram militares.
Quem tomar contato com a apostila do Sr. DeRose destinada aos dirigentes da Uni-Yôga e denominada “Manual de Liderança”, verá que ele coordena a sua Rede com claros mecanismos de disciplina militar e manipulação emocional.
Resumidamente, ele declara que os “seres humanos carregam o gene da traição” e passa instruções para “evitar que isso venha à tona”. Diz que o “hominídeo”, por carregar “milhões de anos de hostilidades impostas” não está preparado para “receber muito carinho, atenção, amor”, ensinando que esse tipo de dedicação é comparável a dar “pérolas aos porcos”. É, no mínimo, questionável usar a Bíblia, removendo uma frase do seu contexto, como exemplo para fundamentar uma idéia nada cristã. Desde quando amar ou demonstrar afeição é dar pérolas aos porcos?
O objetivo do impresso seria prevenir contra o que ele chama de “excesso de carinho, atenção, ajuda, intimidade, concessões”. Na verdade uma apologia do sistema de castas indiano adaptado para o ocidente que mescla uma postura de superioridade e polidez superficial para definir com sutileza “quem é que manda”. Nesse sentido, os elogios devem ser escassos, mas as críticas e repreensões podem e devem ser aplicadas mesmo que injustamente, sob o pretexto de disciplinar o incauto.
De tal forma, segundo a apostila, seria preciso punir, impondo a autoridade para não despertar no noviço o instinto predatório que ele pode precipitar sobre os instrutores da Rede. Noutras palavras, os instrutores são exortados a desqualificar e criar dificuldades para reprimir a personalidade dos alunos e induzir um comportamento submisso.
Vejamos abaixo, dois trechos selecionados das páginas cinco e seis do manual:
Sobre o primeiro trecho, torna evidente uma fixação hierárquica de tal intensidade que reduz o sexo a uma casualidade tão superficial quanto o cumprimento cortês entre vizinhos. Sobre o segundo, intitulado “Alguns Cuidados”, observem o emprego do vocábulo “patente” que é de uso fluente na terminologia militar, referindo-se a um posto oficial ocupado dentro de um esquema de subordinações. Notando que o Sr. DeRose gosta de posar nas fotos de seus livros portando suas medalhas, difícil não lembrar um general no comando de seu exército.
Na bandeira da Uni-Yôga existe uma cruz templária que é assim explicada:
"Escolhemos a Cruz de Cristo, ou Cruz dos Templários, em alusão à bravura dos navegantes lusitanos que aqui chegaram, como gratidão ao tanto que devemos à nossa Terra-Mãe."
Luís Lopes – Professor da Rede e Presidente da Federação do Norte de Portugal
Luís Lopes – Professor da Rede e Presidente da Federação do Norte de Portugal
Não soa estranho que um homem que declare ser totalmente contrário ao que ele próprio chama de mistura de "egrégoras" (consciência grupal e específica da soma das energias físicas, mentais e espirituais de pessoas reunidas em torno dos mesmos propósitos) permita uma deferência aos templários na bandeira adotada para representar a sua instituição? Faz algum sentido que uma escola ou universidade de Yoga preste homenagem aos templários? Não, exceto, se esse "mestre" (e fundador) ainda mantiver vínculos estreitos com a Maçonaria. Nesse caso, isso fica tão claro quanto a mais pura água cristalina. A memória dos templários é preservada e venerada na Ordem e, para os maçons, todo empreendimento parece ter que se comunicar à "Grande Obra" através dos símbolos adotados para representá-lo...
Nesta perspectiva, o próprio logo da Uni-Yôga adquire outros contornos, pois, nos meios iniciáticos, a letra “Y” (Ipsilon) ou letra pitagórica representa a possibilidade de escolher entre dois caminhos distintos. O “Y” representa uma bifurcação que se divide entre a trilha da mão esquerda e a da mão direita. Algo que, na prática, tanto faz, pois ambos os caminhos constituem parte do mesmo entroncamento na base do “Y”.
Socialmente, as pessoas se dividem em partidos e grupos que se digladiam, competindo entre si. Sob o domínio da dualidade, se separam entre egoístas e altruístas; entre aquelas que julgam praticar uma magia do mal e aqueles que acreditam praticar uma magia do bem; no entanto, acabam servindo aos interesses de um mesmo ditame. Na realidade, tornam-se peões num jogo cujas regras não definem vencedores ou perdedores, mas apenas colaboradores encenando seus papéis.
O yoguin dentro do coração do logo forma um triângulo eqüilátero, símbolo da perfeita harmonia entre dois pólos e a sua convergência ou ponto de equilíbrio, sendo que um dos principais símbolos maçônicos é o triângulo. Apesar de banal, justamente pela multiplicidade de usos nos quais ele possa ser empregado, serve tanto para retratar a trindade do hinduísmo no equilíbrio entre os três grandes princípios da divindade (criação, conservação e destruição ou Brahma, Vishnu e Shiva), como para se referir ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo da Trindade cristã ou a Osíris, Ísis e Hórus entre os maçons. Convenhamos que tal versatilidade é bastante conveniente.
O brasão da Uni-Yôga tem uma configuração bastante significativa, do ponto de vista geométrico. Nele, o "Y" se forma pela disposição dos braços, enquanto o triângulo é desenhado pelo arranjo das mãos.
Uma das atribuições dadas à letra "G" (contida entre o compasso e o esquadro maçônico) é Geometria, porque é dito que “Deus geometrizou” ao criar o mundo. Portanto, a geometria figura entre as chamadas “Ciências Sagradas”.
Do ponto de vista simbólico, a geometria de um desenho é tão importante ou pode ser tão conclusiva quanto o desenho em si. O desenho expõe o que se queira tornar público, distraindo a atenção do arranjo geométrico que é capaz de revelar segredos que ficam ocultos do observador desatento. Sem dúvida, existe uma explicação oficial para a simbologia empregada no brasão, assim como para a disposição dos elementos que nele se combinam. Entretanto, não estou interessado apenas naquilo que é dito oficialmente, mas no que o símbolo sugere por si só...
Relembro que o "Y" representa dois ramos ou a bifurcação no caminho que também serve para separar os que realmente sabem daqueles que ignoram os verdadeiros objetivos da obra. Mas uma vez que ambos os galhos descendem do mesmo tronco, qualquer escolha que seja feita estará beneficiando a mesma raiz.
O triângulo, no centro da figura, evoca um propósito de realização. A "Lei do Triangulo", muito utilizada pelos rosacruzes, declara que toda manifestação deriva de duas determinantes originais ou duas outras pontas, além daquela que se faz visível. Como pirâmide, o triângulo também simboliza hierarquia. Disso se deduz que as duas vias do "Y" devem conduzir à manifestação de um mesmo projeto ou estrutura. Já a geometria da flor de lótus é a mesma de um pentagrama invertido que, para os iniciados, é o símbolo de Baphomet; Lúcifer mergulhado na matéria; o portador do archote ou da "luz do conhecimento"...
Esotericamente, conforme Blavatsky e a Teosofia, o AUM (ou OM) do topo, em sânscrito, é o fogo triplo da filosofia esotérica: Agni (fogo ígneo), Varuna (fogo aquoso ou do akasha) e Maruts (fogo aéreo ou espiritual).
Atrás do brasão, sugestivamente cruzados em “X”, estão os objetos de Shiva: o Damaru (tambor) e o Trishula (tridente). Nesse processo, Shiva é essencial porque representa o destruidor da forma. No caso, o destruidor de um velho modelo social. Alguém poderia perguntar: mas os maçons não são pedreiros, não são construtores? Sim, mas, conforme já foi dito, se quiserem erigir um novo prédio sobre um terreno já construído, precisam derrubar o antigo e é isto o que parecemos testemunhar pelo mundo afora...
Para quem não esteja familiarizado, explico que pequenas alterações em um símbolo podem estar significando diferenças mais profundas do que gostaríamos de admitir, haja vista o exemplo do logo do partido republicano dos Estados Unidos, antes e depois da subida de George Bush (o filho) ao poder:
A contraparte democrata parece seguir o mesmo caminho, conforme mostram as estrelas invertidas da bandeira usada na comemoração da vitória de Hillary Clinton nas primárias de New Hampshire:
Essa imagem foi obtida no site da própria Hillary, embora tenha sido removida devido ao fim da campanha e atualização de conteúdo. A ousadia aqui é a subversão de um símbolo nacional, mas existem referências oficiais desse "flerte" com as estrelas invertidas.
Considerando o formato das medalhas de honra americanas, ninguém deveria se escandalizar com um pentagrama invertido a mais ou a menos:
Essa disposição é amplamente empregada pela Maçonaria e entidades paramaçônicas; visível em práticas que declaradamente se associam a Satã e dissimulada no brasão da Uni-Yôga:
A chama sobre a "cabeça de bode" e o AUM sobre o "lótus estrelado", significam a mesma coisa: consciência ou conhecimento supremo!
Bem se vê que estamos diante de uma onda que se alastra amplamente pelo mundo em nome de Lúcifer que em latim significa “o portador da luz” em deferência ao planeta Vênus ou Estrela d’Alva quando antecede o nascimento do Sol. Título, hoje, exclusivamente associado a Satanás, mesmo que, biblicamente, assim não o seja (vide postagem anterior do Blog: "Lúcifer é Satanás?").
Quanto à possibilidade do formato do lótus e toda a composição do brasão da Uni-Yôga ser acidental, eu diria que é nula. O Sr. DeRose é simpatizante de Madame Blavatsky, citada em seu livro “Yôga, Mitos e Verdades” (Capítulo: “A História é só Estória: Não Acredite Nela!” – pg. 335), atual “Quando é Preciso ser Forte” (Capítulo: “A História Oficial” – pg. 375), como uma integrante da confraria de sábios incompreendidos da história da humanidade, perseguidos por sua genialidade ou pioneirismo.
Existe relativa complexidade na visão do papel pertinente a Satã, dentro dos ensinamentos teosóficos. E ser complexo faz parte do objetivo de confundir deliberadamente, pois a grande revelação esotérica destitui o Deus Bíblico em favor de Satanás.
Segundo Blavatsky:
“’Satã é o Deus do nosso planeta, e o Deus único’, e isto sem nenhuma alusão metafórica à sua maldade e depravação. Pois ele é uno com o Logos.”
A Doutrina Secreta – Vol. III – Antropogênese
Pag. 253 – Editora Pensamento
De acordo com a Teosofia, a criação do homem descrita em Gênesis, deu vida a um ser destituído de inteligência e discernimento que só pôde iniciar o seu progresso evolutivo graças à rebeldia de Satã:
“Neste caso, é de todo natural – tendo em vista a letra morta - que se considere Satã, a Serpente do Gênesis, como o verdadeiro criador e benfeitor, o Pai Espiritual da Humanidade. Porque foi ele o ‘Portador da Luz’, o brilhante e radioso Lúcifer que abriu os olhos do autômato que Jeová criara (como se pretende). E aquele que foi o primeiro a sussurrar: ‘No dia em que comeres... sereis como Elohim, sabendo o bem e o mal’, não pode ser olhado senão como Salvador. ‘Adversário’ de Jeová, espírito usurpador, ele permanece sempre, diante da verdade esotérica, como o ‘Mensageiro’ amante, o Anjo, o Serafim e o Querubim, o que sabia muito e amava ainda mais, e o que nos conferiu a Liberdade Espiritual, em lugar da imortalidade física – pois que esta última não era senão uma imortalidade estática que transformaria o homem num ‘Judeu Errante’, incapaz de morrer.”
A Doutrina Secreta – Vol. III – Antropogênese
Pg.261 – Editora Pensamento
A Doutrina Secreta – Vol. III – Antropogênese
Pg.261 – Editora Pensamento
Portanto, dentro dos círculos esotéricos, o conceito de Satã é totalmente inverso daquele pregado pelas correntes cristãs. Conforme já tivemos oportunidade de comentar, ao falarmos sobre Shiva, ensina-se, no percurso de provas e juramentos, uma perspectiva oposta sobre os conceitos primordiais de Bem e Mal. Assim, Satã seria um grande injustiçado, cuja verdadeira história teria sido corrompida pela Igreja. Percebam que, considerando a natureza de tal “revelação”, torna-se facilmente compreensível a necessidade de sigilo e de um processo gradual de iniciações para que o aspirante à "iluminação" seja colocado em contato com tais idéias até aceitá-las sem restrição...
Os homens comuns pensam fazer escolhas, mas apenas escolhem o que já foi pré-selecionado como suas opções. Principalmente, numa época onde os opostos se conciliam por sinais que parecem reverenciar a um mesmo senhor:
Existem relatos de companheiros maçons que se ajudaram mutuamente, mesmo estando em lados opostos de uma guerra. Isso deveria levar à reflexão sobre o nível dos conchavos que se estabelecem nas altas cúpulas do poder. As coisas não são necessariamente como parecem e, sem dúvidas, esse paradoxo me lembra a águia bicéfala maçônica. O seu significado é muito semelhante ao “Y”, pois apesar de cada cabeça olhar para a direção oposta, isso ocorre sob uma mesma coroa e elas fazem parte de um mesmo ser, unidas pelo mesmo corpo, vontade e propósitos:
"Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és.”
Adágio Popular
Adágio Popular
Há registros de diversas ordens de cavalaria contemporâneas a “Ordem dos ‘Pobres’ Cavaleiros de Cristo” ou templários. A Ordem Militar de São Lázaro de Jerusalém é uma delas e talvez guarde uma das conexões mais intimas e interessantes por reunir muitos cavaleiros templários afligidos pela lepra. Homens muito valorosos em combate, talvez incentivados pela busca de alcançar uma morte mais digna...
Não digo que seja inviável, mas seria uma tarefa bem árdua fazer as derivações entre esse festival de eventos sociais com honras e medalhas e todas as suas ligações com figuras de destaque atuais na Ordem Maçônica. Mas, no Brasil, temos um ditado popular que diz que "quando a esmola é demais, o santo desconfia...".
Existem muitos militares brasileiros notáveis, desde os tempos do Império, que pertenceram às fileiras da Maçonaria e tiveram papel de destaque na história brasileira: Duque de Caxias (que ocupou o cargo de Primeiro Ministro do Brasil), Marechal Manuel Luís Osório (Senador, Ministro da Guerra e Patrono da Cavalaria), Marechal Deodoro da Fonseca (Chefe do Governo Provisório), Marechal Floriano Peixoto (também Presidente da República), Mal. Hermes da Fonseca (também Presidente), entre outros. Fora as grandes figuras políticas de origem civil, como o Grão Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva que dá nome a algumas da medalhas recebidas pelo Sr. DeRose.
A propósito, vários rudimentos maçônicos podem ser vistos no retrato de José Bonifácio abaixo, principalmente no selo comemorativo. Observe-se a posição maçônica da mão direita junto ao peito, abaixo da Grã-Cruz da Ordem de "Cristo":
A Ordem de "Cristo" foi criada por Dom Diniz de Portugal para abrigar o corpo remanescente da Ordem dos Templários, após sua dissolução, perseguida pelo rei Felipe IV (o Belo), da França. José Bonifácio, o tutor de Dom Pedro II, também foi Grão Mestre da Ordem de "Cristo".
José Bonifácio é o mentor do Brasão de Armas e da Bandeira do Brasil Império:
Perceba-se a Cruz Templária inserida dentro da esfera armilar, símbolo da expansão marítima portuguesa. Essa inserção da cruz templária dentro da esfera sugere o reconhecimento da utilização da experiência e saber dos templários na realização dos empreendimentos da coroa lusitana. Vista como um protótipo das idéias de hegemonia mundial, percebe-se o quanto se pode tratar de uma ambição antiga. Os ramos atados de oliveira (vida, paz, prosperidade) e de acácia (imortalidade, pureza, ressurreição) são símbolos amplamente empregados pela Maçonaria.
Atualmente, os maçons costumam argumentar que não são mais uma sociedade secreta e sim uma "sociedade discreta". Mas, através dos tempos, parece sempre ter existido dois tipos de maçons: os de palco e os de bastidores. Não que os maçons de bastidores não sejam pessoas públicas, eles apenas mantêm sua filiação à Ordem oculta da sociedade. Por trás disso, existem razões estratégicas, pois se assim não procedessem, ficaria evidente a presença maciça da Maçonaria em todos os pináculos sociais brasileiros. Inclusive, concorrendo entre si por cargos políticos, pois, ganhe quem ganhar, o benefício será sempre da Ordem e da “Obra”.
Portanto, embora os maçons possam se reunir em lojas publicamente estabelecidas, seus segredos permanecem secretos e seus membros, de fato, continuam bastante discretos...
Não fosse apenas pela presença de elementos templários nos símbolos da cidade de São Paulo, a relação entre eles e a Maçonaria também poderia ser estabelecida pela "coincidência" administrativa na época de suas criações.
O brasão de São Paulo foi criado em 1916, durante o governo municipal de Washington Luís que, dez anos mais tarde, tornou-se presidente do Brasil. Washington foi o fundador e o primeiro "Venerável Mestre" da Loja Maçônica Filantropia II, em Batatais, interior de São Paulo.
Já a Bandeira da cidade de São Paulo foi instituída em 06 de Março de 1987, pelo então prefeito e ex-presidente do Brasil, Jânio Quadros, como um de seus primeiros atos. Jânio era "Mestre" Maçom. Segundo registros públicos da própria Maçonaria, Jânio foi iniciado pela Loja Libertas em 1946, deixando a Ordem em data não especificada e voltando em 1985, dois anos antes de instituir a bandeira que seria uma cruz “deitada”, ao centro da qual se estampou o brasão de armas:
Vemos, assim, que a bandeira paulistana foi criada sob o mandato municipal de dois notáveis maçons brasileiros (lembrando que ambos ocuparam a presidência da República), separados pelo intervalo de 71 anos na confecção dos símbolos paulistanos. No escudo do brasão vemos o braço de um cavaleiro empunhando a bandeira da cruz templária ou Cruz de "Cristo", a mesma que tremulava nas naves da expansão marítima portuguesa.
O lema "Non ducor duco" ou "não sou conduzido, conduzo" está de pleno acordo com o espírito "libertário" e empreendedor que caracteriza os ideais maçônicos. Mas por que será que a cruz do escudo é diferente da cruz externa que a contém?
A Cruz Templária pode até levar o nome de Cruz de "Cristo", mas isso foi feito para torná-la atraente aos homens que estivessem dispostos a serem recrutados para combater e morrer em nome de uma idéia de Cristo. Guerreiros que podiam ser puros ou sinceros de coração, valorosos em combate, mas que deviam ser tão impulsivos que agiam muito antes de pensar...
Desde quando Jesus pediu para combaterem em seu nome? Muito pelo contrário, pediu para que os homens se amassem entre si como Ele os tinha amado... Não existe guerra santa! Ainda que possamos reconhecer uma contraparte de reações justas na defesa de direitos legítimos, todas as guerras são bárbaras e assassinas, sendo fomentadas pelas ambições de grupos elitistas em busca de maior poder. As guerras podem ser políticas, ideológicas, entre outras conotações, mas santas jamais! Muito menos aos olhos de Jesus Cristo.
A cruz templária é baseada na quadratura do círculo: um dos problemas clássicos da geometria, que era o de construir um quadrado com área equivalente ao de um círculo. Considerando que o maior de todos os círculos ou esferas é o mundo e os quatro braços da cruz são as suas quatro direções; o propósito era mapeá-las e conquistá-las. Isso tem a ver com poder, com dominação e não com Jesus Cristo. Desde quando Jesus Cristo foi pregado em uma cruz de quatro braços iguais para que essa cruz pudesse ser chamada de Cruz de "Cristo"?
O rei francês perseguiu a Ordem Templária porque estava afundado em dívidas com os templários. Desde aqueles tempos e muito antes, a prática da usura, do estímulo a tomada de empréstimos e da formação de dívidas já era empregada para submeter reis e reinos... O que conhecemos por história, nada mais é do que a narração de um ponto de vista através do qual um acontecimento foi testemunhado. A forma de contá-la pode ser amplamente distorcida por influências tendenciosas. Uma análise mais neutra talvez conduzisse à conclusão de que nem os templários eram anjos, nem Felipe IV era um demônio. Sem sectarismos, veríamos apenas homens defendendo seus próprios interesses e ambições.
Já a cruz externa na Bandeira de São Paulo, esta sim, pode representar a Cruz de Cristo pelo alongamento de um de seus braços. Ela não deriva da quadratura do círculo. Mas observem que está tombada. Ora, sendo símbolo do cristianismo, porque exibir uma cruz derrubada em uma bandeira? Porque a idéia é justamente esta: lutar pela derrubada dos valores apregoados pelo cristianismo!
Simbolicamente, o brasão de armas e a frase "Non ducor duco", remete à rebelião de Lúcifer. A cidade de São Paulo é uma Cosmópolis maçônica aonde as idéias de lapidação da pedra bruta pela geração de riquezas, desbravamento, divisão e estabelecimento do poder florescem e estão gravadas nos elementos do brasão circundado sobre a cruz derrubada... Nada existe ali de cristão e muito há de anticristão, pois o cristianismo é encarado como um obstáculo ao "progresso" e ao "livre pensamento".
Antes de prosseguir, gostaria de remover o cristianismo da pele de sua principal instituição que é a Igreja Católica. Supostamente, esta instituição teria sido fundada em torno da palavra professada por Jesus, mas, na prática, os ritos católicos são um amalgama das incorporações de muitas práticas pagãs para reunir prosélitos. Em nome de Jesus, os senhores da Igreja perseguiram, torturaram, mataram e reprimiram de todas as maneiras possíveis quem pudesse representar uma ameaça ao seu poder, produzindo muitos ressentimentos históricos... Os ensinamentos de Jesus não são os culpados pelas atrocidades cometidas, mas intenciona-se que se percam e caiam na trilha de falsos líderes que corromperam a verdade que liberta para satisfazer suas próprias ambições. Ainda assim, derrubar as denominações faz parte do objetivo maior que é anular o próprio Cristo. Tendo tudo isso em vista, fica ainda mais sugestivo ver que o Sr. DeRose tenha colocado o brasão da Uni-Yôga dentro de uma Cruz Tombada para compor a bandeira do seu grupo:
A julgar pelas aparências, algum desavisado poderia acreditar que a composição acima retrata outra daquelas "saladas místicas". Mas, segundo vimos, tudo se encaixa, fazendo bastante sentido. Diante do exposto, fica claro que tal bandeira significa tudo quanto poderia haver de mais contrário a fé cristã. Eles não acreditam na salvação proposta pelos evangelhos e sim numa metodologia para atingir níveis de expansão da consciência, cuja principal via é o êxtase sexual. Eles não crêem em Jesus Cristo como filho de Deus manifestado na terra e têm por "mestre" um homem de carne e osso como condutor de seus caminhos. Então, para que uma cruz, senão para subvertê-la, tombando-a como quem derruba um velho edifício?
Os valores pregados pela Uni-Yôga são anticristãos. Do ponto de vista daquilo que eles chamam de "cultura", o cristianismo é considerado repressor e totalmente contrário às suas práticas. Os motivos para adotar tal cruz são mais bem elaborados e sinistros do que simplesmente prestar uma homenagem à cidade de São Paulo pelo reconhecimento recebido ou por ser a sede do seu sucesso empresarial.
Seus seguidores dizem-se praticantes do "mais completo Yoga do mundo", mas ao cultuarem a juventude, o corpo, a beleza exterior, marcas, luxo e badalações, deixam-se seduzir pelas aparências ou por aquilo que é efêmero. Parece que jamais questionam sobre a real afinidade entre a fonte de uma honraria e aquilo que a Uni-Yôga diz representar. Não se importam com a origem de uma homenagem desde que se sintam homenageados na figura do seu "mestre". Algo que me parece tão conveniente quanto insensato...
Entre as instituições que prestigiam o Sr. DeRose está a SBHH - Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística (entidade da qual ele tem recebido medalhas e comendas). Entrando em seu site, pode-se verificar a lista do grupo denominado "Oficiais Chanceleres". Num rápido passar de olhos, vê-se que dois deles são políticos conhecidos do Estado de São Paulo, ligados à Maçonaria, mais um terceiro que declarou seu grau e filiação maçônica durante um debate num programa de televisão. Portanto, não é difícil verificar a existência de laços com a Maçonaria e não estamos invadindo a privacidade de ninguém ao citá-los, pois tais informações são de domínio público e podem ser obtidas na internet por quem se dê ao trabalho de procurá-las. Aliás, elas são tão públicas quanto é a esfera de atuação desses homens.
O primeiro é o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, citado no Blog do Sr. DeRose como um dos "deputados amigos do Swásthya" (denominação do método por eles praticado). Detém o título de "Comendador Grã Cruz", é Grão Mestre Maçom e um dos autores do projeto que instituiu o dia do maçom no Brasil (20 de Agosto). A ele se junta o também "Comendador Grã-Cruz", deputado federal Francisco Marcelo Ortiz, maçom filiado à Loja Renascer e, segundo consta, presidente do PV (Partido Verde) de Guaratinguetá, no interior paulista. Outra figura ilustre é conhecida do meio cristão por ter debatido favoravelmente à Maçonaria (apesar de se dizer evangélico) em oposição ao Dr. Abimael Correa do Nascimento Filho (ex-grau 33) e ao Dr. Pedrosa no vídeo "Maçonaria vs. Fé Cristã", divulgado no Youtube. Trata-se do também Comendador Grã-Cruz, jornalista e advogado, Professor Dr. João Baptista de Oliveira; maçom do 33º e Soberano Grande Inspetor.
O ponto que desejo destacar é que tais associações demonstram a influência da Maçonaria no recebimento de homenagens que manifestam o reconhecimento e o apoio entre fraternos comprometidos com a mesma "Grande Obra" e não apenas o mérito pessoal por realizações filantrópicas, apoio a causas humanitárias ou a promoção do bem social, fora das imediações de um círculo restrito.
Pessoalmente, eu não tenho nada contra os maçons. Conheci alguns que me pareceram pessoas sinceras e dignas, além de bastante cultas. Diga-se de passagem, quem quer que observe a fala do Dr. João Baptista de Oliveira no vídeo "Maçonaria vs. Fé Cristã", matéria levada ao ar pela RIT TV, verá que se trata de um homem instruído, distinto e bem articulado, a quem não se pode negar certo carisma. O Dr. Oliveira se apresenta como evangélico batista e maçom do grau 33, afirmando serem condições absolutamente conciliáveis, algo de que discordamos...
Por outro lado, também conheci maçons que tentam encobrir a incapacidade de dialogar ou suas motivações inconfessáveis com uma indisfarçável arrogância. Por tais exemplos é que dou ciência do quanto o caráter é uma condição individual, inexoravelmente desprendida dos valores de qualquer instituição.
No texto abaixo, escrito pelo Sr. DeRose em seu livro “Yôga, Mitos e Verdades” (relançado sob o título “Quando é Preciso ser Forte”), ele traça um perfil das pessoas que lhe fazem oposição:
“Até hoje, quanto mais inculta a pessoa, mais nos faz oposição. O repúdio é inversamente proporcional à cultura do observador. Pessoas menos intelectualizadas rejeitam nossas propostas sistematicamente, até mesmo porque não conseguem sequer escrever ou verbalizar corretamente o nome do Swásthya Yôga. E quanto a este pormenor, se o povo consegue pedir uma tônica Schweppes, muito mais fácil é pronunciar a palavra Swásthya.”
Yôga, Mitos e Verdades - DeRose
Yôga, Mitos e Verdades - DeRose
Percebam que ele estabelece uma relação proporcional entre uma pressuposta ausência de cultura e a rejeição de suas práticas. Os que lhe fazem oposição são classificados como pessoas “incultas”, restando entender como pessoas tão “menos intelectualizadas” que sequer consigam escrever ou pronunciar o nome de seu ramo de Yoga corretamente, possam rejeitar suas propostas “sistematicamente”.
“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.”
Eclesiastes 1:2
Eclesiastes 1:2
Muitos podem ficar intimidados com a idéia de serem considerados incultos. Assim, se acabrunham e se calam... Isso me faz lembrar a fábula do rei nu, de Hans Christian Andersen. Da roupa tão leve e tão maravilhosa que os tolos (as pessoas ineptas, destituídas de inteligência) não seriam capazes de enxergá-la. Na verdade, um estelionato que explorava a vaidade humana. Os membros da corte não viam a roupa, mas, ainda assim, nenhum deles teve coragem de admitir para não ser chamado de tolo, correndo o risco de perder seu posto no palácio. No dia do desfile público, o rei marchava nu diante de uma multidão estupefata, mas ninguém teve coragem de denunciar o ridículo por medo de retaliações. Até que uma criança, símbolo da pureza incorruptível, gritou: “Coitado, o rei está nu!”. E todos se juntaram em uníssono: “O rei está nu!”
A declaração do Sr. DeRose é falaciosa; trata-se de um ataque ad hominem. Não defende um pensamento, apenas tenta diminuir, com generalizações, qualquer um que discorde de suas idéias, desqualificando-o como ignorante. Que tipos de pessoas incultas teriam interesse em aprender Yoga e ainda seriam capazes de sustentar um questionamento? É preciso respeitar a pluralidade de opiniões, isso sim! Uma pessoa inculta ou rude não sabe argumentar, muito menos de forma sistemática. Todos nós nos defrontamos com opiniões contrárias, mas os argumentos das réplicas devem ser dirigidos contra idéias e não contra pessoas...
Para quem não teria nem mesmo concluído um curso numa instituição de ensino superior regular, são bastante pomposas as insígnias do Sr. DeRose. Condecorações, comendas e títulos como educador, reeducador e doutor... Mas não cito isso para desmerecê-lo e sim para frisar que a inteligência e, principalmente, as intenções de um homem não podem ser medidas pelos títulos que conquistou ou recebeu; assim como por aqueles que ainda não retenha. Entretanto, em termos estratégicos, servem para abrir portas, concedendo notoriedade, credibilidade social e permitindo que o portador seja prestigiado nos mais diversos meios em que circule.
Munido de tais créditos, o Sr. DeRose que é um ferrenho defensor do vegetarianismo não hesitou em distorcer o conteúdo bíblico para embasar a sua campanha contra o consumo de carne. E se é capaz de fazer isso com uma obra de tamanha circulação pública, como é o caso da Bíblia, o que se pode esperar de sua interpretação dos assuntos estranhos à cultura ocidental? Lamentamos pelos animais, mas será que nos píncaros de sua “maestria” os fins justificam os meios?
No seu próprio mercado de ensino, o Sr. DeRose é conhecido por causar uma celeuma em torno da transliteração da palavra Yoga, grafada em sua Rede com acento circunflexo no esforço de ostentar maior conhecimento lingüístico diante dos concorrentes e agregá-lo como diferencial para a sua escola. Igualmente, ele desaprova o aportuguesamento da palavra Yoga, através da substituição do "Y" pelo "I", conforme vemos na grafia "Ioga". Considerando que, em sua justificativa, ele evoca a defesa por uma padronização internacional; é contraditório notar que, internacionalmente, se Yoga não é escrito com "I", também não é grafado com acento...
Na verdade, trata-se de uma estratégia de marketing que vem perdendo o fôlego, inclusive diante do acordo ortográfico e da supressão do acento para as palavras paroxítonas. De tal forma, dentro de seu grupo, a utilização do termo Yôga tem sido preterida pela expressão “Nossa Cultura”, “Life Style” (Estilo de Vida) ou "Método DeRose", não sendo mais recomendado por ele o uso incisivo do termo Yôga. Além disso, o Sr. DeRose tem preferido que se refiram a ele como professor, escritor, educador ou comendador; embora a expressão “mestre” ainda predomine. Essa é a fachada de modernidade que buscam imprimir, juntamente com a suposta desvinculação de quaisquer fundamentos místicos ou espiritualistas.
Para os que tenham dúvidas das conotações mistico-religiosas que subsistem quer sob o nome de Método, Life-Style, Cultura ou outro rótulo e embalagem diferentes que ainda possam criar, basta consultar o livro "Corpos do Homem e Planos do Universo", do Sr. DeRose. O texto dispara o mesmo arsenal de paradigmas teosóficos que divide o homem em sete corpos com diferentes padrões vibracionais, estendidos dos planos mais sutis até o mais denso, onde se materializa o corpo físico, propriamente dito. Descreve a relação entre tais corpos, os chacras (centros de energia nervosa), mantras (sons vocálicos), níveis de consciência, estágios evolutivos e a doutrina da reencarnação. Ou seja, trata-se da mesma via proposta pelas escolas de mistérios, entre as quais está inclusa a Maçonaria. No livro, o inferno é tratado como uma metáfora da descida aos planos inferiores de consciência pela absorção de sentimentos negativos através do consumo de carnes (devido ao sofrimento animal) ou pela fixação em sentimentos e pensamentos deletérios gerados pela própria pessoa.
Publicamente, as idéias do que significa a relação entre mestre e discípulo são minimizadas, mas o livro "Tratado de Yôga", também do Sr. DeRose (páginas 523 à 533), dá a dimensão exata do nível de compromisso exigido. Menciona sobre as obrigações, os vínculos de lealdade, obediência e as vantagens de uma identificação de tal magnitude com o "mestre" que o discípulo já não saiba distinguir a si mesmo de seu "guru". Esse estado devocional é citado como desejável sob a alegação de que o discípulo aceleraria o seu "progresso evolutivo", impulsionando o seu padrão vibratório inferior para alcançar o padrão supostamente elevado do "mestre". Diga-se de passagem o Sr. DeRose não teria ele próprio um "mestre" físico, mas uma entidade misteriosa que tramita entre um ser do mundo espiritual e um arquétipo do inconsciente coletivo como guia...
Como parte do exercício devocional, a título de gratidão pelo conhecimento recebido, os praticantes iniciam suas aulas com aquilo que chamam de "Pujá": uma técnica de visualização que consiste numa oferenda de energia pessoal dedicada ao "mestre".
Para não deixar dúvidas da existência de um culto dirigido à personalidade do Sr. DeRose, leiam abaixo uma circular contrária àqueles que resolvem sair da Rede, assinada por um de seus discípulos diretos:
"(...) A nossa verdadeira missão é tornar-nos a imagem e semelhança do Mestre... reproduzir a sua visão iluminada da realidade... egos e vaidades distorcem a luz que vem do Mestre. São dissidentes porque estão cegos e gerarão dissidentes tão míopes quanto eles."
"Luz", "visão iluminada", "cegueira" e "miopia"? De uma coisa todos podem estar certos: não se trata de uma campanha oftalmológica!
Pergunto: um predador comunica à sua presa que está prestes a devorá-la ou espreita e se oculta ao máximo para se aproximar furtivamente até que a fuga seja impossível?
A vida seria bem mais fácil e haveria menos vítimas de enganos se adotássemos por regra o simples preceito de que aquilo que tem garras e dentes de lobo, que cheira como um lobo, que anda como um lobo e uiva como um deles, não importa o que diga ou como se apresente: é um lobo!
Abordamos essas polêmicas para evidenciar o mesmos fundamentos da "Nova Era" aliados a tendência para uma condução falaciosa de argumentos, antes de introduzir o que ele diz sobre Moisés e Jesus, no afã de defender a alimentação vegetariana.
Examinem a declaração feita em outro de seus livros:
“O próprio dharma shástra de Moisés, declara solenemente em Êxodus, capítulo XX: “Não matarás.” Em parte alguma está escrito “não matarás homens”. Está escrito não matarás. Portanto, ao matar animais para comer, você está contra o karma, que é universal, e contra o dharma, que é a lei religiosa do Cristianismo e do Judaísmo.”
(Karma e Dharma – DeRose – página 25)
(Karma e Dharma – DeRose – página 25)
O Sr. DeRose define dharma como o conjunto de leis jurídicas, religiosas, preceitos morais, usos e costumes que regulam os atos de um indivíduo. Na citação acima, o que ele chama de dharma de Moisés seria a própria lei mosaica, resumida nos dez mandamentos, dos quais ele menciona o sétimo: “não matarás”. Ao fazê-lo, simplesmente declara que a lei também incluía os animais...
Algum teólogo se habilita a ratificar tal afirmação? Parece que estamos diante de um dom natural de polemizar para dividir, além da habilidade nata para tomar proveito e reunir em torno de si a máxima soma dessa divisão.
O Sr. DeRose, por trás de um aparente purismo, ao gerar controvérsias em torno da correta acentuação das palavras em sânscrito, figurando ele próprio como a erudita fonte dessa distinção, executa a manobra de tentar separar o seu meio entre cultos e incultos, desacreditando o conhecimento dos seus concorrentes e desafetos. Por outro lado, não demonstra cerimônia nem escrúpulos para adotar, segundo sua conveniência, conceitos que não são de origem indiana como “egrégora” ou usar o simbolismo templário para compor sua bandeira. De igual modo, o texto acima não demonstra a menor preocupação em torcer fundamentos bíblicos para embasar seus argumentos pró-vegetarianismo.
Falando de homens mergulhados num primitivismo tribal, já foi um tremendo avanço que a lei de Moisés os proibissem de se matar entre si. No Antigo Testamento, os animais eram abatidos tanto para consumo quanto para sacrifício e ainda que existam algumas restrições alimentares, não há proibição ordenada por Deus. Já o Cristianismo tem fundamento na vida de Jesus, sua passagem pelo mundo, ensinamentos e sacrifício. Onde está escrito que Jesus era vegetariano? Jesus multiplicou pães e peixes, não pães e berinjelas!
“E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; O que ele tomou, e comeu diante deles.”
Lucas 24: 41,42,43
Lucas 24: 41,42,43
Para concluir esse assunto, lembramos:
“11 O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. 17 Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora? 18 Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. 19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.”
Mateus 15
Mateus 15
O leitor pode continuar desacreditando na relação de patrocínio do Yoga pelos interesses maçônicos; desprezar o sincretismo entre Shiva e o diabo; prosseguir na entonação de mantras indianos como se fossem sons vocálicos inocentes; mas, principalmente, no que diz respeito à veneração dos que se dizem “mestres”, subsiste a incompatibilidade com os princípios do Evangelho, na palavra do Nosso Senhor Jesus Cristo:
8 Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. 9 E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. 10 Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. 11 O maior dentre vós será vosso servo. 12 E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado. 13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.
Mateus 23
Mateus 23
O texto acima é extremamente claro. A ninguém um verdadeiro cristão chamará de mestre, pois o nosso único Mestre é o Cristo! Tampouco se envolverá com técnicas cujo objetivo é levantar uma suspeita serpente adormecida na base da coluna vertebral. Não importa se tal expressão é dita como uma figura de linguagem para referenciar uma energia orgânica que deva irromper pelos centros psíquicos, visando propiciar uma suposta hiperconsciência.
Dentro do padrão recorrente de misturar mentiras e verdades, há que se reconhecer, entretanto, o valor da temperança na administração do impulso sexual. O apóstolo Paulo pregava a virtude pela castidade ou pelo casamento. De modo que não convém ao homem e a mulher, perderem-se nas perturbações eróticas e facilidades sexuais dos nossos tempos. Mas, a despeito dos apelos de vários métodos de meditação, não é o vazio da mente que conduz ao sentimento de paz, mas a plenitude de Deus em nossos corações. Assim como um cálice é preenchido de baixo para cima, embora o seu conteúdo se precipite de cima para baixo, subindo gradativamente até transbordar, devemos nos tornar receptáculos da Fonte Eterna que é o Deus Pai Todo Poderoso. Devemos estar cheios do Espírito Santo que emana do Altíssimo, ao invés de sermos escalados por uma serpente até o topo de nossas cabeças, onde o Reinado de Cristo é a única coroa.
A serpente é um antigo símbolo de tudo aquilo que deve ser evitado pelo cristão. Nós nos enlevamos pela graça do Espírito Santo que não emerge dos esgotos corporais, de comportamentos libidinosos, nem de libertinagens enganosamente camufladas por falsos apelos de libertação sexual. O Espírito Santo se manifesta unicamente pela graça do Deus Único e não pela submissão a uma hierarquia que entroniza Satã como o portador da luz para a humanidade.
Graça e Paz a todos os leitores!
Fonte:[Tv Espiritual Online]
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