A última coisa considerada no capítulo anterior é a chamada interna. Esta chamada comunica-se aos homens em o novo nascimento. De modo que somos trazidos, logicamente, a um estudo do novo nascimento ou regeneração.
I. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO
1. O FATO DE SUA NECESSIDADE
Jesus não deixou dúvidas quanto a indispensável necessidade do novo nascimento como um pré-requisito à entrada no Reino de Deus quando Ele disse a Nicodemos: “Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.” (João 3:5).
2. RAZÕES DE SUA NECESSIDADE
O novo nascimento é necessário porque:
(1). As bênçãos espirituais de Deus são somente para os filhos espirituais.
Rom. 8:16,17. O Homem, por natureza, não é um filho espiritual de Deus, ainda que o seja naturalmente. Adão é chamado “o filho de Deus” (Lc. 3:28). Esta filiação baseou-se, não no nascimento, nem na mera criação, mas na semelhança de Deus herdada pelo homem. Essa imagem era dupla: Adão tinha uma parecença moral e espiritual com Deus na santidade. Tinha uma parecença natural com Deus na personalidade. Para discussão mais ampla dessas semelhanças vide o capítulo sobre “O Estado Original e Queda do Homem”. Quando o homem caiu, ele perdeu a parecença moral e espiritual com Deus e assim cessou de ser um filho espiritual de Deus. Mas ele não perdeu sua personalidade, não caiu ao nível de um bruto e assim reteve uma base natural de filiação. Isto explica Atos 17:28-9.
Espiritualmente e moralmente o homem é um filho do diabo (João 8:44; e I João 3:10), porque traz a semelhança espiritual e moral do diabo. Assim ele deve nascer de novo para herdar as bênçãos espirituais de Deus, porque estas, como Rom. 8:16,17 mostra claramente, não são para ninguém exceto Seus filhos espirituais.
(2). O homem está espiritualmente morto e o reino de Deus, tanto aqui como além, é por natureza espiritual.
Rom. 5:12; Efe. 2:1; Col. 2:13; I João 3:14. A afirmação que o homem está espiritualmente morto quer dizer, por causa do pecado, que o homem está espiritualmente privado de vida espiritual divina; contudo, ele tem vida espiritual natural. O seu espírito perdeu toda afinidade real com Deus. Ele não tem afeto por Deus ou pelas coisas espirituais (Rom. 8:7,8). Ele não tem habilidade para as coisas espirituais (Jer. 13:23; João 6:65).
Portanto, nada há em a natureza do homem que o qualifique para a cidadania num reino espiritual. O que estiver espiritualmente morto não pode habitar um reino espiritual mais do que estiver fisicamente morto habitar um reino físico. Assim, deve o homem nascer de novo para poder entrar no reino de Deus.
(3). Estar no reino de Deus implica submissão à Lei de Deus e o homem por natureza está em inimizade com Deus.
Rom. 8:7,8. O reino de Deus é a Sua Lei nos corações de Seus santos; logo, entrar no Seu reino, é submeter-se à Sua Lei. Mas o homem, por natureza, não pode fazer isso porque ele está em inimizade contra Deus. É necessário o novo nascimento para que esta inimizade seja dominada.
II. A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO
1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE
(1). Não é uma erradicação da velha natureza
O novo nascimento pode-se chamar uma mudança de coração no sentido de uma mudança da disposição regente (incluindo os afetos bem como a vontade), mas o novo coração não desarraiga o velho. O velho, ou a natureza carnal, fica. Vide Rom. 7:14-25; Gal. 5:17. O novo coração ou natureza é colocado lado a lado do velho e o santo tem duas naturezas, como indicadas nas passagens pré-citadas. O novo nascimento deixa a velha natureza inalterada.
(2). Não é uma simples aquisição de religião
O homem é naturalmente religioso. Notai os atenienses pagãos em Atos 17. Recordai também as várias religiões e formas de culto nas terras gentias de hoje. Pouco importa quão religioso um homem se torne, sem o novo nascimento ele permanece essencialmente pecaminoso. Lemos num tratado metodista: “Cremos que alguém “adquira religião”, perca-a e fique eternamente perdido.” Escrevemos a margem: “Passar-vos-ei um melhor que esse: creio que um homem adquira religião, guarde-a e vá para o inferno, levando-a consigo.”
(3). Não é reforma humana
A reforma humana é superficial, deixando a natureza inteira essencialmente a mesma. Por essa razão a reforma humana provavelmente não dura. O novo nascimento será seguido de reformas, mas é reforma que provém de uma mudança fundamental na disposição regente e não a que se funda numa simples resolução da mente. A reforma humana nunca pode purgar da alma o pecado e implantar uma nova disposição. 2 Pedro 2:20-22.
(4). Não é adoção
Adoção é um termo legal. É o resultado imediato de justificação. Não é o mesmo que regeneração. Adoção faz-nos filhos de Deus legalmente, ao passo que a regeneração nos faz filhos de Deus experimentalmente. A adoção traz mera mudança de parentesco legal. A regeneração muda nossa natureza. A adoção tem de ver conosco como os filhos espirituais e morais do diabo por natureza. A regeneração tem de ver conosco como aqueles que por natureza estão privados de vida espiritual.
2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE
A regeneração é aquele ato instantâneo de Deus na região da alma abaixo do senso íntimo pelo qual se remove toda a nódoa da alma, e pela qual, através da instrumentalidade da verdade, o exercício inicial da disposição santa assim comunicada se efetua. Na regeneração há também formada uma união inseparável entre a alma regenerada e o Espírito Santo.
Da descrição supra de regeneração notemos que:
(1). É um ato de Deus
O homem não pode dar nascimento a si mesmo. João atribui claramente a regeneração a Deus quando, ao falar de nascermos outra vez, diz: “Não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (João 1:13). Esta passagem nos diz que a nova natureza não é hereditária; que ela não provém da vontade da velha natureza (carne); e que não se realiza pela vontade de homem algum, mas é operada por Deus. Na regeneração não temos um homem trabalhando por si mesmo ou por algum outro homem, mas um homem trabalhado por Deus. Daí podemos amplificar a afirmação que encabeça este parágrafo e dizer que a regeneração é um ato soberano de Deus. João 3:8. Na sua fase inicial (vivificação) a regeneração é incondicional. Por ato algum de si mesmo o homem dispõe Deus a regenerá-lo .
(2). É um ato instantâneo
Diz A. H. Strong: “A regeneração não é uma obra gradual. Conquanto possa haver uma obra gradual da providência de Deus e do Espírito, preparando a mudança, e um reconhecimento gradual dela depois que ocorre, deve haver um instante de tempo em que, sob a influência do Espírito de Deus, a disposição da alma, logo antes hostil a Deus, muda-se para amar. Qualquer outra idéia assume um estado intermediário de indecisões que não tem nenhum caráter moral que seja e confunde a regeneração quer como a convicção quer com a santificação.” (System Theology, pág. 458).
A regeneração consiste de gerar e produzir , uma vivificação e um nascimento. E, por causa disso, alguns tem tentado explicar uma tal analogia entre os nascimentos físico e espiritual como interporia um lapso de tempo entre gerar e nascer; mas a separação quanto ao tempo entre gerar e nascer no reino físico é ocasionada por condições que são peculiares ao referido reino. Nenhumas condições tais prevalecem no reino espiritual.
Toda passagem da Escritura conduzindo ao novo nascimento implica que ele é instantâneo.
(3). Ele remove da alma toda a nódoa de pecado
Por natureza a alma do homem é pecaminosa, evidenciado pelo fato que a alma, quando separada do corpo, vai imediatamente ao tormento do fogo (Lc. 16:23). Se a alma dos incrédulos não fosse pecaminosa tanto quanto o corpo, não seria justo a alma sofrer no inferno. Mas que a alma da pessoa regenerada não é pecaminosa está evidenciado pelo fato que tal alma quando separada do corpo na morte, vai imediatamente à presença de Jesus, onde certamente nenhum pecado será permitido entrar. É-nos dito em 1 Pedro 1:22 que a fé purifica a alma.
E, a modo de mais extensa confirmação do precedente, notamos que, em descrever as duas naturezas dos crentes, a Escritura representa a velha natureza como corpo e carne, enquanto que a nova natureza é chamada mente ou espírito. O pecado no crente existe nas luxurias físicas e apetites, não na alma (espírito) ou parte imaterial do homem.
(4). Por meio desta purificação da alma os crentes se tornam “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1:4)
Assim a imagem espiritual de Deus se restaura na alma dos crentes. A nova disposição santa assim instilada é a nova natureza ou novo homem... criado em justiça e verdadeira santidade (Efe. 4:24).
(5). O novo nascimento não está completo até que o arrependimento e a fé tenham sido operados na alma.
É a estes que nos referimos quando falamos acima de “o exercício inicial da santa disposição”, cujo exercício é efetuado pela regeneração. O arrependimento e a fé deveriam ser considerados como uma parte da regeneração mais do que como frutos dela. A alma não se renova enquanto ela permanece na impenitência e na incredulidade. Estas atitudes do coração expostas na regeneração. Isto se confirma pelo fato que a verdade é usada instrumentalmente na regeneração. Se a regeneração não consistisse da operação do arrependimento e da fé no coração, não haveria necessidade da instrumentalidade da palavra.
(6). O homem não é totalmente passivo na regeneração
Ele é passivo na vivificação, ou na comunicação inicial da vida. É passivo na mudança da disposição regente ou na remoção de toda a nódoa da alma. Mas no exercício inicial da santa disposição comunicada na regeneração o homem é ativo.
(7). Na regeneração forma-se uma união inseparável entre a alma regenerada e o Espírito Santo.
Rom. 8:26; Efe. 1:13,14. Esta união é tão íntima e completa que os santos gemidos do santo são os gemidos do Espírito Santo, por meio dos quais Ele faz intercessão pelo santo. É por meio desta união entre alma regenerada e o Espírito Santo que temos união moral e espiritual com Cristo (Rom. 7:2-4).
É em respeito a esta união do Espírito Santo com o espírito regenerado do homem que temos a diferença entre a regeneração no Velho Testamento e a regeneração no Novo. A do Velho era exatamente a mesma como a do Novo, exceto por isto:
III. COMO SE CUMPRE O NOVO NASCIMENTO
1. CONSIDERADO NEGATIVAMENTE
(1). Não por educação ou cultura
A educação e a cultura não podem tirar do homem aquilo que não esteja nele. Daí, desde que o homem é essencialmente pecaminoso e totalmente depravado, a educação e a cultura não podem nunca produzir aquela santa disposição regente que é operada na regeneração.
(2). Não por batismo
Que o batismo não é instrumental em o novo nascimento, está provado pelos seguintes fatos:
A. Não há nenhum meio concebível por que o batismo possa remover o pecado da alma ou comunicar uma santa disposição regente.
Os meios físicos não podem nunca operar uma mudança espiritual. A idéia de regeneração batismal “é parte e parcela de um esquema geral mais de salvação mecânica do que moral, mais coerente com uma filosofia materialística que espiritual.” (Strong).
B. Pedro afirma que o batismo não é o despojo da imundícia da carne senão a resposta de uma boa consciência para com Deus (I Pedro 3:21).
Uma boa consciência é a que foi purificada pelo sangue de Cristo (Heb. 9:14). Até que assim se purifica a consciência é má (Heb. 10:22). E quando alguém for purificado, não há mais consciência de pecados (Heb. 10:2). Daí um que tem uma boa consciência nunca fará nada para poder salvar-se, porque não tem consciência de pecados nenhum sentimento de necessidade de salvação. Tudo isto prova que alguém está salvo antes do batismo e não por meio do batismo.
C. As palavras de Jesus em Mat. 3:15 implicam que o batismo é uma obra de justiça e Paulo diz que não somente somos salvos pelas obras de justiça (Tito 3:15).
D. A fé deve preceder o batismo (Atos 2:41, 8:37, 19:1-5), e quando a fé é exercitada, já se está salvo (João 3:18; 5:24; I João 5:1,12).
E. Quando a fé foi exercida, a regeneração está completa; logo, o batismo que segue a fé não pode ser instrumental na regeneração.
A fé é operada no coração, como já foi mostrada e mais claro ainda se fará no capítulo sobre conversão.
F. O Ladrão na cruz foi salvo sem batismo.
A suposição que este ladrão deve ter tido o batismo de João antes de sua crucificação não tem base. Tal batismo não teria sido melhor do que o batismo recebido pelos doze em Éfeso, porque teria sido, como o dos doze, sem fé em Cristo, portanto não válida. O esforço para estabelecer que as palavras de Cristo ao ladrão formaram uma pergunta em vez de uma declaração é absurdo e sem o mais leve pretexto no grego. Que o paraíso é o céu, a presença imediata de Deus, está evidente de Apoc. 2:7 e 22:1,2.
Tomamos “água” em João 3:5 como um símbolo da Palavra de Deus na base dos seguintes fatos escrituristicos:
(a). A regeneração é uma lavagem (Tito 3:5) e é pela Palavra (Tiago 1:18; I Pedro 1:23).
(b). A purificação operada pela Palavra é como a “lavagem da água” Efe. 5:26.
Que é mais natural então do que “água” em João 3:5 representando o efeito purificador da Palavra na regeneração?
Alguns interpretam água em João 3:5 para referir-se ao nascimento natural. Uma interpretação tal é forçada e desnatural. Em nenhuma parte da Bíblia se fala do nascimento natural como um nascimento da água. E não havia necessidade de se dizer a um homem que ele tinha de nascer naturalmente para poder entrar no reino de Deus. A construção da frase também favorece a idéia que um só batismo é aqui referido. A preposição “de” ocorre antes de água só no grego.
2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE
A regeneração é operada:
(1). Pelo Espírito Santo
João 3:5 nos diz que o novo nascimento é pelo Espírito Santo. Há dois sérios erros em referência à obra do Espírito Santo na regeneração. Um é que Ele opera (pelo menos em alguns casos) inteiramente independente e à parte da Palavra escrita de Deus. Isto é sustentado pelos Cascaduras. Conseqüentemente, eles crêem que os homens podem salvar-se sem o conhecimento da Palavra de Deus escrita. As passagens que atribuem à Palavra de Deus num lugar na regeneração, que são notadas sob a próxima epígrafe, refutam esta noção. O outro erro a que aqui nos referimos é o ensino que o Espírito na regeneração não age imediatamente sobre a alma, mas somente imediatamente por meio da Palavra. Isto é o ensino dos campbelistas. “As asserções escrituristicas da morada do Espírito Santo e do Seu imenso poder na alma proíbem-nos considerar o divino espírito na regeneração como vindo em contato, não com a alma, mas somente com a verdade. Desde que a verdade é só o que é, simplesmente, não pode haver mudança operada na verdade. As frases “energizar a verdade”, “intensificar a verdade”, “iluminar a verdade”, não tem sentido próprio, uma vez que Deus não pode fazer a verdade mais verdadeira. Se se opera alguma mudança, ela deve ser operada não na verdade senão na alma.” (Strong, Systematic Theology, pág. 453).
A depravação e inabilidade por natureza de receber a verdade e virar-se do pecado para Cristo e para a justiça (Jeremias 13:23; João 6:65; 1 Cor. 2:14) também mostram a necessidade absoluta do impacto imediato e da operação do Espírito Santo sobre a alma na regeneração. “O mero aumento de luz não fará que o cego veja; a doença do olho deve primeiro ser curada para que o cego veja objetos externos. Assim a obra de Deus na regeneração deve ser executada dentro da alma mesma. Sobre a cima de toda a influência da verdade deve estar a influência direta do Espírito Santo sobre o coração.” (ibid).
(2). Usando a instrumentalidade da palavra
A instrumentalidade da Palavra na regeneração está ensinada em Efes. 5:26; Tia. 1:18; 1 Ped. 1:23. É evidente de 1 Ped. 1:25 que a palavra nestas passagens é a Palavra escrita ou pregada antes que o Verbo encarnado (que é Cristo). Em 1 Ped. 1:23 a palavra está caracterizada como aquilo que “vive e permanece para sempre”. Então, no verso 24, está referido a natureza perecível de outras coisas. E, no verso 25, a duração da Palavra está de novo referida, e está plenamente especificada que a referida Palavra é “a Palavra de boas novas que vos foi evangelizada” (tradução correta).
Veremos mais adiante a evidência da instrumentalidade da Palavra na regeneração quando notamos em nossa consideração de fé, o que é o objeto e a base de fé, a qual é operada em nossos corações como parte da regeneração.
Todavia, carece de ficar entendido que na primeira fase da regeneração (vivificação) o Espírito opera sobre a alma independente da Palavra. À alma espiritualmente morta deve-se dar vida antes que ela possa ver e agir sobre a verdade. É na vivificação que se pode vir a Cristo (João 6:65). É assim que Deus dá homens à possessão de Cristo (João 6:37). “Na mudança primaria de disposição, a qual é o traço essencialíssimo da regeneração, o Espírito de Deus age diretamente sobre o espírito do homem. Na consecução do exercício inicial da nova posição – a qual constitui o traço secundário da obra de Deus na regeneração – a verdade é usada como um meio. Daí, talvez, em Tiago 1:18, lemos: “Do seu próprio querer ele nos gerou pela Palavra da verdade”, em vês de “Ele nos ganhou pela Palavra da Verdade” – a referência sendo ao secundário, não ao primário, traço da regeneração” (Strong, Systematic theology, pág. 454)
IV. EVIDENCIAS DO NOVO NASCIMENTO
1. CONFIANÇA GENUÍNA EM CRISTO SÓ PARA A SALVAÇÃO.
Notamos que a fé é operada no coração como uma parte (a secundária) ou regeneração. Isto é necessariamente assim porque a nova natureza não pode estar na incredulidade. A fé que se opera no homem pela regeneração não se detém por menos que implícita confiança e certeza em Cristo como salvador pessoal. Não é meramente crença a respeito dEle, mas fé e confiança nEle e sobre Ele. Isto é tão abundantemente evidente das passagens que tratam da fé que argumento mais extenso não é preciso para substanciá-lo.
Ninguém se regenerou até que esteja pronto a confiar o seu eterno bem-estar inteiramente a Cristo. Deve ter se arrependido das obras mortas (Heb. 6:1) . Todas as obras engajadas para a salvação são obras mortas. Nenhuma fé se conta por justiça e portanto não é fé salvadora. Exceto a fé do que “não obra” para salvação (Rom. 4:5). Enquanto alguém está olhando para qualquer coisa que não Cristo, não esta o tal regenerado.
2. O TESTEMUNHO E A PRESENÇA MORADORA DO ESPÍRITO
Rom. 8:16,9; 1 João 3:24; 4:13. O testemunho e a habitação do Espírito não se evidência por algum sentimento vago, místico, abstrato, mas pelo constante poder regente do Espírito (Rom. 8:14) produzindo devoção a Deus e uma vida obediente. É pela habitação constante do Espírito e Sua operação em nós que Deus executa até ao fim a obra que Ele começa em nós na regeneração (Fil. 1:6, 2:13). O testemunho e a moradia do Espírito estão evidenciados em todos os modos subseqüentes.
3. PRONTIDÃO EM ACEITAR A PALAVRA DE DEUS
João 8:47. Uma pessoa regenerada mostrará sempre um desejo de conhecer a vontade do Seu Pai em tudo a seguir essa vontade quando se torna conhecida. Não se achará andando continuamente em obstinada rebelião contra a verdade.
4. ESTADO CÔNSCIO DE PECADO
Rom. 7:14-25; 1 João 1:8. Nenhuma pessoa salva crer-se-á sem pecado. Os que crêem, estão enganados e sem a verdade, pela qual somos regenerados (Tia. 1:18) e feitos livres (João 8:32). Isto o torna claro que não estão salvos. A nova natureza reconhecerá sempre a presença do pecado no corpo, como no caso de Paulo (Rom. 7:14-25). Essa nova natureza tem em si mesma a unção iluminante do Espírito (1 João 2:27) e participa da natureza de Deus mesmo (2 Ped. 1:4), sendo criada em justiça e verdadeira santidade (Efe. 4:24). Não pode estar cega ao pecado.
5. AMOR DE DEUS E JUSTIÇA
João 8:42; Rom. 7:22; 2 Cor. 5:17; 1 João 4:16-19. Juntamente com o estado cônscio de moradia do pecado estará um amor de Deus e justiça, tal como no caso de Paulo. Paulo achou o pecado no corpo, mas contudo alegrou-se na Lei de Deus segundo o homem interior.
6. UMA VIDA QUE É OBEDIENTE SEGUNDO O SEU TEOR PRINCIPAL
João 14:21-24; Rom. 6:14; 8:6,13; Gal. 5:24; 1 João 1:6; 2:4,15; 3:8,9; 2 João 6. A vida da pessoa salva não será perfeita, mas será justa e obediente quanto ao seu teor principal. Para mais extensa discussão desta matéria vide estudo de 1 João 2:4.
7. PURIFICAÇÃO PROGRESSIVA
1 João 3:3. Enquanto o crente nunca alcançará perfeição sem pecado nesta vida, contudo ele sempre batalha contra os seus próprios pecados.
8. AMOR DE OUTROS CRENTES
1 João 3:14, 5:2. Há uma tal afinidade entre as pessoas regeneradas que elas se amam mutuamente. Uma evidência deste amor é que elas se alegram na presença e amizade de uns pelos outros. Deus, porém, ajuntou um outro teste de nosso amor pelos irmãos: se amarmos a Deus e guardamos os Seus mandamentos sabemos que amamos os filhos de Deus. Vede a segunda passagem à cima. Assim, de novo somos trazidos de volta à matéria de obediência a Deus.
9. PERSEVERANÇA ATÉ AO FIM.
Mat. 10:22; Rom. 11:22; Fil. 1:6; Col. 1:23; 1 João 3:9; 5:4. A perseverança tanto é uma doutrina da Escritura como a conservação. Pela conservação de Deus somos levados a perseverar. Estas duas doutrinas são perfeitamente coerentes e precisam de ser sustentadas e pregadas como verdades gêmeas. Ninguém alcançará o céu senão aqueles que resistem firmes até ao fim e vencem o mundo. Vide as promessas aos vencedores no Apoc. 3 e 4. Nenhumas promessas a outros. Mas todos dentre os regenerados vencerão (1 João 5:4).
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Luis Antonio dos Santos – 09/12/05
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