Alguns dizem. . . «Não diz nosso Senhor: Se, porém, não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas? E isso não é lei? Onde está a graça aí? Dizer-nos que se nós não perdoarmos não seremos perdoados, não é graça». Assim, parecem capazes de provar que o Sermão da Montanha não se aplica a nós. Mas se você disser isso, terá que tirar dos evangelhos quase todo o cristianismo. Lembre-se também que o Senhor ensinou exatamente a mesma coisa na parábola do credor incompassivo que ofendera a seu amo, parábola registrada na parte final do capítulo 18 do Evangelho segundo Mateus.
Esse homem procurou o seu amo e lhe rogou que o perdoasse; e este o perdoou. Mas o perdoado negou-se a perdoar um subalterno que lhe era devedor, resultando disso que o seu senhor retirou-lhe o perdão e o puniu. Nosso Senhor comenta o caso: «Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão». O ensino é idêntico em ambos os casos. Mas esse ensino significa que eu sou perdoado somente porque perdoei? Não. O ensino é — e devemos levá-lo a sério — que se eu não perdoar, não sou alguém que foi perdoado. . . o homem que se reconhece culpado, vil pecador perante Deus, sabe que sua única esperança do Céu reside no fato em que Deus o perdoou livremente.
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