O modo certo de encarar-se a si mesmo
Que é mansidão, pois? Creio que posso resumi-lo deste modo: Mansidão é, essencialmente, o verdadeiro conceito de si mesmo, expressando-se na atitude e na conduta comrespeito aos outros. Portanto, consiste de duas coisas. É minha atitude para comigo mesmo; e é a expressão disso em meu relacionamento com os outros. Você percebe como inevitavelmente vem em seguida a ser «pobre de espírito» e «chorar». Ninguém pode ser manso se não for pobre de espírito.
Ninguém pode ser manso se não se vê a si próprio como vil pecador. Estas outras coisas têm que vir primeiro. Mas quando chego a ter correto conceito de mim mesmo em termos de pobreza de espírito, e de chorar por causa da minha pecaminosidade, sou levado a entender que é necessário haver ausência de orgulho. O manso não é orgulhoso de si; em nenhum sentido gloria-se em si mesmo. Reconhece que nada há nele de que se possa gabar.
Também significa que não faz valer a sua vontade. Como você vê, isso é uma negação da psicologia popular hodierna, que diz: «Afirme-se», «expresse a sua personalidade». Aquele que é manso não pretende fazer isso; ele se envergonha disso. O manso, por igual modo, não exige nada para si mesmo. Ele não leva adiante todos os seus direitos como reivindicações. Não faz exigências por sua posição, por seus privilégios, por suas posses e por seu status na vida.
Não. Ele é como o Homem retratado por Paulo, no segundo capítulo da Epístola aos Filipenses: «Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus». Cristo não quis fazer valer aquele direito à igualdade com Deus; deliberadamente não o fez. E é a esse ponto que você e eu temos que chegar.
Studies in the Sermon on the Mount, i, p. 68,9.
Nenhum comentário:
Postar um comentário