Paulo chamava as pessoas que ganhara para a fé de minha alegria: "Meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor" (Fp 4.1). "Quem é nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença do nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós? Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!" (lTs 2.19, 20). A igreja era sua alegria porque na alegria deles em Cristo sua alegria em Cristo era maior. Mais da misericórdia de Cristo era exaltado na multiplicação de convertidos à cruz. Assim, quando Paulo escolheu sofrer na causa da evangelização mundial e disse que seu objetivo era "ganhar a Cristo", queria dizer que seu próprio prazer na comunhão com Cristo seria eternamente maior por causa da grande assembléia de redimidos que se alegrava em Cristo com ele.
Apesar de eu não estar tão longe como Paulo em seu amor apaixonado pela igreja, agradeço a Deus os momentos críticos em minha vida em que ele me salvou do abismo do cinismo. Lembro da época em que eu estava começando meus estudos de teologia. O ambiente da igreja local no fim da década de 1960 era inóspito. Lembro-me de andar pelas ruas de Pasadena nos domingos de manhã no outono de 1968, perguntando-me se havia algum futuro para a igreja — como um peixe que duvidava do valor da água, ou um pássaro perguntando pelo porquê do vento e do ar. Foi uma preciosa obra da graça Deus ter-me salvo dessa estupidez e me dado um lar com o povo de Deus na Igreja da Avenida do Lago durante três anos, e me deixado ver no coração de Ray Ortlund, meu pastor, um homem que transpirava o espírito de Paulo quando olhava para o seu rebanho e dizia: "Minha alegria, minha coroa de exultação".
Dez anos mais tarde, houve outro momento de crise, estando eu à minha escrivaninha tarde da noite em outubro de 1989, escrevendo em meu diário. A questão era se eu continuaria como professor no Bethel College ensinando Estudos Bíblicos, ou se me demitiria para procurar um pastorado. Uma das coisas que Deus estava fazendo naqueles dias era dar-me um amor profundo pela igreja — o corpo de pessoas que se reúne, cresce, ministra, que se encontra a cada semana e avança na semelhança com Cristo. Ensinar tinha suas alegrias. É um grande chamado. Mas naquela noite outra paixão triunfou, e Deus me conduziu, nos próximos meses, à Igreja Batista Bethlehem. Agora que escrevo estas linhas, já se passaram mais de quinze anos. Se eu deixar, as lágrimas correm com facilidade quando penso no que esses irmãos significam para mim. Eles sabem, espero eu, que minha grande paixão é "ganhar a Cristo". E, se eu não estiver enganado, eles também sabem que eu vivo "para ajudá-los a progredir e a ter alegria na fé" (Fp 1.25, BLH). O propósito dos meus escritos e pregações é mostrar que esses dois objetivos são um só. Ganho mais de Cristo em um pecador que se converte e em um santo que cresce do que em centenas de tarefas rotineiras. Dizer que Cristo é minha alegria e que Bethlehem é minha alegria não é conversa fiada.
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