Romanos 8:29-30 nos diz que àqueles a quem Deus escolheu para salvação, ele também tem dado um propósito, a saber, se conformarem à semelhança de seu Filho. E àqueles a quem ele tem dado tal propósito, ele também envia um chamado para eles no devido tempo, para que eles possam vir a Cristo. Assim, a passagem diz: “E aos que predestinou, também chamou” (v. 30).
Lembre-se que todos que estão inclusos numa fase da aplicação, também entram na fase seguinte. Todos a quem Deus elegeu, ele também predestinou, e todos a quem Deus predestinou, ele também chama a Cristo. Mas o versículo 30 continua e diz: “Aos que chamou, também justificou”. Assim, todos a quem Deus chama alcançarão a justificação. E visto que a justificação é pela fé em Cristo, todos a quem Deus chama crerão em Cristo e serão justificados. Portanto, o chamado de Deus para com o eleito é obrigatoriamente eficaz, e assim, os teólogos chamam esse ato de Deus de um CHAMADO EFICAZ.
Visto que chamado eficaz é um chamado cujo resultado está garantido, ele não é como um “convite” que o eleito pode aceitar ou rejeitar. Antes, ele é mais parecido com o que queremos dizer pelo verbo “intimar”. Ao chamar seus eleitos, Deus não meramente os convida a fazer algo, mas o próprio Deus faz algo neles. Sinclair Ferguson escreve: “Aquele que os chama cria neles a capacidade para responder, de forma que no próprio ato de chamar ele os traz a uma nova vida”. [34] Assim, aqueles a quem Deus escolheu e predestinou na eternidade, ele também intima para vir a Cristo no tempo histórico.
Deus intima o eleito usualmente através da pregação do evangelho. Agora, os cristãos não aprendem primeiramente a identificar os eleitos, e então prosseguem a pregar o evangelho somente a eles. Antes, eles pregam o evangelho “a toda criação" e “quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16:15-16). Portanto, quer na forma de oração pública, conversa privada, literatura escrita, ou outros meios, a pregação ou apresentação do evangelho é direcionada tanto aos eleitos como aos não-eleitos. O eleito chegará à fé; o não-eleito ou rejeitará o evangelho, ou produzirá uma profissão de fé temporária e falsa.
Por causa disso, os teólogos distinguem entre o CHAMADO EXTERNO e o CHAMADO INTERNO. O chamado externo refere-se à pregação do evangelho pelos seres humanos, e é apresentado tanto aos eleitos com aos não eleitos. Por outro lado, o chamado interno ou eficaz é uma obra de Deus que acompanha o chamado externo para fazer com que o eleito chegue à fé em Cristo. A pregação do evangelho se mostra a todos como um chamado externo, mas ela vem também como uma intimação interna aos eleitos. O chamado externo é produzido pelos seres humanos, mas o chamado interno é uma obra somente de Deus e ocorre somente nos eleitos. O chamado interno é usualmente concomitante com o chamado externo. Em outras palavras, muitas pessoas podem ouvir o evangelho numa determinada situação, mas Deus faz com que somente os eleitos creiam no que é pregado, enquanto que ele endurece os não-eleitos contra o mesmo.
Mateus 22:14 diz: “Pois muitos são convidados, mas poucos são escolhidos” (NIV). A palavra “convidados” nesse versículo pode ser traduzida como “chamados”, como em muitas outras traduções. Muitos são de fato “convidados” no fato deles ouvirem o chamado externo do evangelho, mas somente uns poucos estão entre os eleitos de Deus, e, portanto, as profissões de fé genuínas e permanentes vêm do último grupo.
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