Este  é outro sintoma perigoso do poder do desejo pecaminoso para corromper o  coração do cristão. Neste caso, ele cativou o coração de tal maneira  que este não deseja mais destruí-lo; mesmo assim, o coração quer gozar  de paz. Este sintoma pode ser reconhecido de várias maneiras diferentes,  porém nós nos limitaremos a dois exemplos:
a)  Um cristão é perturbado nos seus pensamentos por um desejo pecaminoso.  Sua consciência fica perturbada e ele se sente infeliz. Em vez de  resolver mortificar este desejo pecaminoso o cristão busca no seu  coração outras evidências de que é um cristão. Procedendo assim espera  que a despeito de estar tendo um desejo pecaminoso que ele se recusa a  mortificar, ele pode ter paz de coração porque sabe que é um cristão.  Quando um sintoma como este pode ser reconhecido num cristão, esse  cristão está numa condição espiritual perigosa.
Foi  uma condição espiritual como essa que arruinou muitos judeus nos dias  de Jesus. Sob a pregação de Jesus, as consciências de muitos judeus  foram perturbadas, mas em vez de reconhecerem e mortificarem seus  desejos pecaminosos, apegaram-se a sua posição como "descendentes de  Abraão" e pensaram que desse modo eram aceitos por Deus (veja João  8:31-41). Este é um sintoma perigoso do coração que está amando o  pecado, um coração que subestima o gozo da paz com Deus e todas as  manifestações do amor de Deus. Quão corrupto tem se tornado um coração  quando se contenta em permanecer um cristão infrutífero, desde que possa  (segundo pensa) escapar da "ira vindoura". Que tragédia quando um  cristão pode se sentir contente em estar a qualquer distância de Deus  conquanto que não seja uma separação final. O que se pode esperar de tal  coração?
b)  Como no primeiro exemplo, temos um cristão que está perturbado nos seus  pensamentos por um desejo pecaminoso. Sua consciência está perturbada e  ele se sente infeliz. Desta vez, ao invés de se decidir a mortificar  este desejo pecaminoso o cristão procura remover seu mal-estar de alma  suplicando a graça e a misericórdia de Deus. E como se o cristão  (semelhantemente a Naamã adorando na casa de Rimon - veja 2 Reis 5:18)  estivesse suplicando: "Em todas as outras vezes andarei com o Senhor,  menos nesta. Nisto perdoe o Senhor a teu servo". Esse comportamento é  muito inconsistente com a sinceridade cristã, e é geralmente uma forte  evidência de que a pessoa que está se comportando dessa maneira seja um  hipócrita. Há pouca dúvida, contudo, de que alguns dos filhos de Deus  podem ser pegos por este engano pecaminoso.
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