1.  Provo que há uma vontade em Deus; à razão de que em todos os seres  inteligentes há uma vontade, como também uma compreensão; como em anjos e  homens, assim é com Deus; como Ele tem uma compreensão do que é  infinito e imperscrutável, assim ele tem uma vontade; fazer a vontade  dEle é o mais apropriado. As influências de Sua compreensão guiam a sua  vontade, e a Sua vontade determina todas as suas ações; e a Sua vontade  sendo dirigida assim, sabiamente, é chamada de "o conselho da sua  vontade" (Ef. 1:11). A vontade freqüentemente é atribuída à Deus na  Bíblia; “Faça-se a vontade do Senhor.” (Atos 21:14). “Porquanto, quem  tem resistido à sua vontade?” (Rm. 9:19). “Descobrindo-nos o mistério da  sua vontade,” (Ef. 1:9) e em muitos outros lugares; a vontade de Deus  não é de nenhum modo diferente de Sua própria propensão; é essencial a  Ele; é a Sua natureza e essência; não é separada, ou considerada como  distinta, ou como uma parte de um todo; o que seria contrário ao claro  senso de Deus; ou para ser um simples espírito desapiedado que fora  estabelecido. A vontade é atribuída a cada uma das pessoas divinas; para  o Pai, (Jo 6:39, 40) para o Filho, como uma pessoa divina, (Jo 5:21,  17:24) e quem também, como homem, teve uma vontade distinta dessa,  entretanto sujeitou-se, (Jo 6:38; Lc 22:42) e para o Espírito que é dito  que restringe e não sofre algumas coisas que são feitas; quer dizer,  não os permite; e não permitir é um ato da vontade, como também decidir,  (Atos 16:6, 7) é dito que ele reparte os seus dons aos homens “como  quer” (1 Cor. 12:11). E estes três, como eles são um Deus, concordam em  um, em uma mente e vontade.
2.  Mostrarei agora no que consiste a vontade de Deus: há apenas uma  vontade em Deus; mas para nossa melhor compreensão, pode-se distinguir  isso. Eu não aborrecerei o leitor com todas as distinções feitas pelos  homens; algumas são falsas e outras vãs e inúteis; como absoluto e  condicional, antecedente e conseqüente, eficaz e ineficaz, etc. A  distinção de "secreta" e "revelada" vontade de Deus é obtida entre as  perfeições divinas; a primeira é propriamente a vontade de Deus, a  segunda somente a sua manifestação.
Qualquer  que seja a resolução de Deus em Si mesmo, quer para Si ou para outros,  ou permitir ocorrer, enquanto está em seu íntimo, não se faz saber por  qualquer evento da providência, ou pela profecia, que é a Sua vontade  secreta; assim são as profundezas de Deus, os pensamentos de Seu  coração, os conselhos e determinações de Sua mente; que são  impenetráveis a outros; mas quando se abrem pelos eventos da providência  ou pela profecia então eles se tornam a revelada vontade de Deus. A  secreta vontade de Deus torna-se revelada pelos eventos da providência, é  considerada geral ou especial; a providência geral de Deus com respeito  ao mundo e a Igreja não é outra coisa do que a sua execução, e assim a  manifestação da Sua secreta vontade, com respeito a ambos: o mundo e  suas obras, a origem das nações, o estabelecimento delas nas várias  partes do mundo, o surgimento de estados e reinos e particularmente das  quatro monarquias e a sua sucessão: para a Igreja, na linha de Sete, de  Adão e na linha de Sem, de Noé e no povo de Israel, de Abraão, para a  vinda de Cristo e o livro de Apocalipse é a manifestação da vontade  secreta de Deus com respeito a ambos, da vinda de Cristo ao fim do  mundo, grande parte do qual já foi cumprida e o restante será cumprido  como a destruição do anticristo e do estado anticristão, a conversão dos  judeus e a vinda da plenitude dos gentios e o reino espiritual e  pessoal de Cristo. Essas são agora reveladas, ainda que o tempo em que  elas tomarão lugar esteja na vontade secreta de Deus.
A  providência de Deus pode ser considerada como especial com respeito a  pessoas em particular; há um propósito ou secreta vontade de Deus com  respeito a cada homem; e há um tempo fixado para todo propósito; um  tempo para nascer e um tempo para morrer, e para tudo o que vier a  acontecer ao homem entre o seu nascimento e morte: tudo o que em seu  devido tempo se abriu, pela providência e que era secreto veio a ser  revelado: dessa maneira sabemos para que nascemos, que nossos país no  tempo e circunstâncias de nosso nascimento como relatado a nós, viemos a  saber que acontece a nós, se em adverso ou próspero caminho; Deus tem  executado o que foi determinado para nós, como Jó diz de si mesmo; mas  então como ele observa: “muitas coisas como estas ainda tem consigo”, em  Sua vontade secreta. Não sabemos o que sucederá conosco e embora  saibamos que um dia iremos morrer, isso é revelado, mas quando e onde,  de que maneira e circunstância, não sabemos, o que resta na secreta  vontade de Deus. Algumas coisas que pertencem a secreta vontade de Deus  vem a ser reveladas pelas profecias, assim foi feito saber a Abraão, que  a sua semente de acordo com a secreta vontade de Deus, deveria ser em  uma terra, não sua, quatrocentos anos e ser afligida e vir a se tornar  uma grande nação; Deus não ocultou a Abraão o que Ele secretamente tinha  em mente, em destruir Sodoma e Gomorra e de fato isso foi usual pelo  Senhor para fazer nada mas do que a revelação para seus servos os  profetas; particularmente todas as coisas relativas a Cristo, Sua  encarnação, ofícios, obediência, sofrimentos, morte e a glória que  deveria suceder, seria todo o significado anteriormente, para os  profetas, pelo Espírito de Cristo neles.
A  vontade de Deus, que Ele tem feito pelo homem, é revelada na lei, que é  chamada “sua vontade” (Rm 2:18). Isto foi feito a saber a Adão, pela  inscrição no seu coração, portanto, ele sabia o que era a obediência a  Deus, para ser executada por ele, isto, ainda que fracamente obliterada  pelo pecado, ainda aqui é alguma coisa restante nos gentios, que fez  pela natureza as coisas contidas nela, que mostra a obra da lei escrita  em seus corações: uma nova edição desta lei foi entregue para os  Israelitas, escritas em tábuas de pedra, pelo dedo de Deus; em  conformidade com o que eles a si mesmo procediam e tomar a possessão de  Canaã e gozar os privilégios disto: e na regeneração a lei de Deus é  posta no íntimo e escrita nos corações do povo de Deus; que sendo  transformado pela renovação das mentes vem a saber qual seja a boa,  agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2). Isto é em relação a  obediência a ambos para Deus e o homem.
Esta  é a revelada vontade de Deus no Evangelho; em relação aos tipos de  intenções, e graciosas considerações de Deus ao homem, e revelar o que  antes era Sua secreta vontade em relação a ele; como Ele tinha escolhido  alguns para a vida eterna, e os designou para a salvação por Cristo e  nomeado a Cristo para ser o Salvador; e Cristo fazendo a vontade de Deus  veio do céu a terra para tal, e isto é a vontade de Deus, que esses  deveriam ser regenerados e santificados; e “nunca hão de perecer, mas  tem a vida a vida (Ef 1:4,5; Jo 6:38; I Ts 4:3; Jo 6:39,40; Mt 18:14).  Mas por conseguinte, tudo isto é a revelada vontade de Deus, no  Evangelho, contudo, quanto a pessoas neste ponto, esta é em grande  medida, uma secreta eleição de Deus, e dessa maneira o restante, pode  ser conhecido pelo Evangelho vindo com poder ao coração e pela obra da  graça sobre ele, e o conhecimento deveria ser depois buscado; porém não é  alcançado senão por quem é favorecido com uma plena convicção de fé; e  quanto a outros, ainda que possam, em um julgamento de obras, pela razão  de suas declaradas experiências, seus discursos agradáveis e proceder  piedoso, deduzir que são eleitos de Deus.
Porém  isto não pode certamente ser conhecido, mas pela divina revelação, como  foi pelo apóstolo Paulo, que Clemente e outros de seus companheiros  cooperadores, tinham seus nomes escritos no livro da vida (Fl 4:3). Esta  é a revelada vontade de Deus, que deve haver uma ressurreição da morte,  dos justos e injustos; e que todos devem comparecer no julgamento  diante do trono de Cristo; que depois da morte deve vir tal julgamento; e  ainda que seja revelado, que há um dia fixado, bem como uma pessoa  designada para julgar o mundo com justiça; porém, o dia e a hora ninguém  sabe, nem os anjos; mas Deus somente. Assim, que sobre tudo, ainda há  algum fundamento para esta distinção da secreta e revelada vontade de  Deus, porém isto não é completamente claro; há uma mistura, parte da  vontade de Deus é ainda secreta e parte é revelada, em relação ao mesmo  propósito, como tem sido observado e plenamente mostrado.
A mais acurada distinção da vontade de Deus está no seu propósito e prescrição; ou as ordens e decretos da Sua vontade.
As  ordens de Deus, ou seus mandamentos são os que estão declarados nas  Escrituras, que devem ser conhecidos pelo homem e é desejável que ele  possa ter conhecimento e estar inteirado disso (Mt 7:21, 12:50; Cl. 1:9,  4:12).
Esta  é a regra da obediência humana; o qual consiste do temor a Deus e da  guarda de seus mandamentos; isto é feito, mas por alguns apenas, e não  de forma perfeita; todo pecado é a transgressão disto; quando essas  coisas são feitas corretamente pela fé, provindo do amor e para a glória  de Deus, todo homem regenerado deseja fazer da melhor maneira e se  puder, perfeitamente; mesmo é feito pelos anjos no céu. Deus, pela  declaração de Sua vontade, mostra Sua aprovação, que é aceitável a Ele,  quando feito corretamente e torna o homem que não faz inescusável, e  resulta na aparição da justiça divina em infligir punição a tais  pessoas.
Os  decretos da vontade de Deus são propriamente falando, Sua vontade; a  outra é a Sua Palavra; esta é a regra de Suas próprias ações, Ele fez  todas as coisas nos céus e terra em conseqüência dessa Sua vontade, o  conselho dela; e esta vontade é sempre feita, não pode ser resistida,  frustrada e cancelada; Ele faz tudo o que desejar; “seus conselhos  permanecem e os pensamentos de Seu coração são para todas as gerações”; e  isto é as vezes cumprido por esses que não tem consideração pela Sua  vontade de propósito, e não tem conhecimento disto, mesmo quando a estão  fazendo; como Herodes e Pilatos, os judeus e gentios, que estavam  contra Cristo (At 4:27-28) e os dez reis, cujos corações Deus pôs a Sua  vontade, para dar seus reinos a besta (Ap 17:17) e esta vontade de Deus  deve estar na mente de  tudo que intencionarmos  fazer; dizendo: “Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou  aquilo.” (I Co 4:19, Tg 4:13-15), e isto deve ser de nosso conhecimento e  submissão  a todo estado e condição de vida, se de prosperidade ou adversidade, ou  qualquer coisa que venha a nos acometer, ou a nossos amigos e  conhecidos (At 21:14) e isto, propriamente falando, é somente e a única  vontade de Deus.
3. Quais são os objetos:
Primeiro,  o próprio Deus, não Sua natureza e modo de subsistir; como a  paternidade do Pai; a geração do Filho; e a presença do Espírito  naturalmente e necessariamente existem e não dependem da vontade de  Deus: mas de Sua própria glória; “O SENHOR fez todas as coisas”, que são  para Sua própria glória (Pv 16:4). Ele deseja a Sua própria glória em  tudo o que faz; como “todas as coisas são feitas por Ele”, como a causa  eficiente; e “através dEle”, como sabiamente os distribui; assim  é  “para ele”, para Sua glória, como a causa final e o derradeiro fim de  tudo; e isto Ele necessariamente deseja; Ele não pode mas Sua própria  glória; como “Ele não dará Sua glória a outro”; Ele não pode desejar a  outro; o que seria negar a Si mesmo.
Segundo,  todas as coisas aparte de Deus, se boas ou más, são os objetos de Sua  vontade, ou que Sua vontade é de algum modo ou outro interessada em  diferenciar, de fato, entre os objetos do conhecimento e poder de Deus e  os objetos de Sua vontade; entretanto Ele conhece todas as coisas, em  Seu entendimento, e Seu poder alcança tudo o que é possível; porém Ele  não quer todas as coisas transmitidas, se a palavra pode ser permitida,  ou que possa ter volição, razão do qual, Amesius [1] observa, ainda que  Deus seja onisciente e onipotente, não é onivolente (todo-vontade).
Terceiro, todas as coisas boas.
Todas  as coisas na natureza; todas as coisas foram feitas por Ele e tudo que  foi originalmente bom foi feito por Ele, mesmo “muito bom” e tudo foi  feito de acordo com Sua vontade; “tu criaste todas as coisas, e por tua  vontade são e foram criadas” (Ap 4:11), mesmo os céus, terra e mar,e  tudo o que neles há.
Todas as coisas em Deus.
O  Reino de Deus regula a providência sobre tudo, e se estende a todas as  criaturas, anjos e homens e tudo o mais e todos os eventos que sucedem a  eles; nenhum pardal cai ao chão sem que seja pela vontade de Deus; “e  segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu”; na celestial  habitação dos anjos; “e os moradores da terra” (Dn 4:35) não há nada que  venha suceder que Deus não tenha determinado, ordenado e designado.  “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?”  (Lm 3:37).
Todas  as coisas na graça estão de acordo com a vontade de Deus, todas as  bençãos espirituais em Cristo, todas as graças dadas aos eleitos em  Cristo, antes da fundação do mundo; a escolha deles em Cristo;  predestinação para adoção por Ele; redenção pelo Seu sangue;  regeneração, santificação e eterna herança; tudo está de acordo com o  beneplácito de Sua vontade (2 Tm. 1:9; Ef. 1:3-5, 7, 9, 11; Tg1:18; 1  Ts. 4:3).
Segundo, todas as coisas más são objetos da vontade de Deus; sendo de dois tipos.
A  maldade das aflições; quer seja um modo de correção ou de punição: se  um modo de correção, como ao povo de Deus, ele está de acordo com a  vontade de Deus; não surgiu da terra, nem vem por acaso, mas pela  vontade, ordem e desígnio de Deus; em qualidade, quantidade, duração,  fins e usos, (Jó 23:14, Mic 6:9, 1Ts 3:3) o qual é consistente com a  justiça, santidade, sabedoria, amor e bondade de Deus. Se ele é um meio  de punição, é para os homens ímpios e incrédulos; não há razão para  queixar-se deles, visto que eles são inferiores ao que realmente  mereceriam pelos seus pecados; e não é injusto o que um Deus íntegro  infligirá neles (Lm 3:39) todos os julgamentos, calamidades e desastres  que vem sobre reinos, nações, cidades e sobre pessoas em particular, são  todas de Deus, e estão de acordo com o conselho de Sua vontade (Amós  3:6). Não que Deus faça essas coisas por causa deles; ou que tenha  prazer nas aflições ou misérias de Suas criaturas, (Lm 3:33, Ez 18:32)  mas com a finalidade de algo superior: as aflições de Seu povo são para o  seu bem espiritual, bem como para a Sua própria glória: e a punição dos  ímpios é para a glorificação de Sua justiça.
Há  o mal da falha e da responsabilidade (ou culpa), que é pecado: sobre  isto há alguma dificuldade de como a vontade de Deus é participante,  consistente com Sua pureza e santidade: que a vontade de Deus é de algum  modo ou de outro ocupada com isto é certamente correto; porque Ele  determina ou não os acontecimentos: o último não pode ser, em razão de  nada suceder sem a permissão dEle (Lm 3:37) ou Ele nem determina, nem  permite, quer dizer, que Ele não tem cuidado com isso, nem interesse; e  assim os fatos estão fora de Sua área de jurisdição e não estão ao  alcance de Sua providência; o que não pode ser admitido e que nenhum  cristão dirá, mas os que são inclinados ao ateísmo, sim (veja Ez 9:9, Sf  1:12). Além disso, Beza [2],e outros argumentam que Deus fez uma  exceção voluntária em permitir a existência do pecado, não podendo ser  mostrado, nem de Sua justiça punitiva, nem de Sua misericórdia: pelo  qual pode ser acrescentado, que a presciência de Deus sobre o pecado  deva plenamente provar Sua vontade nisso; que a presciência de Deus  previra a existência do pecado, é correto; como a queda de Adão, desde  que ele fez uma provisão, em Cristo, para a salvação do homem revelado  nEle, antes deveria; e assim outros pecados (2 Sm. 12:11, 16:22). Agora  certo e imutável pré-conhecimento, tal como o pré-conhecimento de Deus, é  criado sobre um certo e imutável motivo; que não pode ser outro do que a  vontade divina; a presciência de Deus, certamente, é que tais coisas  seriam assim; em razão que Ele determinou em Sua vontade o que deveria  de ser.
Para  estabelecer esta relação em uma luz melhor, é adequado considerar, o  que é o pecado, e o que é relativo a ele: há o ato do pecado, e há a  culpa pelo pecado, que é o dever de punir, e a punir própria. Relativo a  dois últimos tipos não há dificuldade; que Deus deva querer que o homem  por causa do pecado torne-se culpado; seja considerado, julgado, e  tratado como tal; ou minta sobre sob a obrigação em punir e punir  propriamente; nem que Ele deva puni-lo designando-o e o predestinando  para isto (Pv 16;4; Jd 1:4).
A  única dificuldade é sobre o ato do pecado; em poder considerá-lo  natural ou moral; ou o ato, desordem, irregularidade e viciosidade dele:  como em ação, considerando de forma aberta, é de Deus e de acordo com a  Sua vontade; sem o qual o discurso de Sua providência, nada pode ser  executado; Ele é a fonte e origem de ação e moção; nEle está toda a vida  e movimento onde temos a existência (At 17:28) mas então a viciosidade e  irregularidade disto, como é uma aberração da lei de Deus e uma  transgressão disto, é do homem somente; e não se pode dizer que isso  seja a vontade de Deus; Ele proíbe isso, Ele abomina e detesta; Ele não  tem prazer nisso; Ele tem olhos puros para até mesmo contemplar isso com  aprovação e prazer. Deus não pode se inclinar para o pecado, ou por  causa de si mesmo; mas por causa de algum bem que seja provocado por  isso; como a queda de Adão, para a glorificação de Sua justiça e  misericórdia, em punir em grande extensão a sua posteridade, e salvando  outros: o pecado dos irmãos de José, vendendo-o ao Egito, para o bem  dele e de seu pai Jacó, e outros; e o pecado dos judeus, em crucificar a  Cristo, para a redenção e salvação dos homens. E, além disso, Deus pode  permitir um pecado como uma punição para outros; como certamente Ele  tem no caso dos Israelitas (Os 4:9, 10,13) dos filósofos pagãos (Rm  1:28) e dos papistas (II Ts 2:9-12). Uma vez mais, ainda que de Deus  possa ser dito em tal sentido, desejar o pecado, ainda Ele quer isto em  um modo diferente que Ele quer que o seu fim seja bom; Ele não fará isso  por si mesmo, nem por outros; mas permite ser feito; e qual não é uma  permissão aberta, mas uma permissão voluntária; e é expressada por Deus  “dando” ao homem para seu próprio coração luxuriante, e por “sofrimento”  ele vai em seu próprio caminho pecaminoso (Sl. 81:12; At 14:16) Ele não  deseja isso pela Sua vontade efetiva, mas pela Sua vontade permissiva; e  portanto não pode ser imputado como o autor do pecado; desde aqui há  uma grande diferença entre Ele fazer e o ser feito por outros, ou  ordenar ser feito, somente pode fazê-lo o autor do pecado; e  voluntariamente permitindo ou sofrendo isto ao ser feito por outros.
4. A natureza e propriedades da vontade de Deus.
Primeiro,  é natural e essencial a Ele; é a Sua verdadeira natureza e essência;  Sua vontade é a Sua própria inclinação; e por essa razão pode haver  apenas uma vontade em Deus; visto que há um único Deus, de quem a  natureza e essência é um; ainda que haja três pessoas na trindade, há  apenas uma natureza não dividida, comum a todos os três, e a mesma  vontade única: Ele é um, e concorda em um; Deus é um em mente, ou  vontade, ainda que possa haver distinções de Sua vontade, e diferentes  propósitos dela, e diversos meios no qual Ele concorda, não obstante, é  por um único ato eterno da vontade que Ele determina todas as coisas.  Conseqüentemente também Sua vontade é incomunicável para uma criatura; a  vontade de Deus não pode ser diferente em uma criatura, mas afim de que  ela a confirme, concorde e se submeta a ela, foi incomunicável até  mesmo para a natureza humana de Cristo, ainda que tendo união com a  pessoa do Filho de Deus; porém Sua vontade divina e humana são distintas  uma da outra, ainda que uma seja sujeita a outra (Jo 6:38; Lc 22:42).
Segundo,  a vontade de Deus é “eterna”, como podemos concluir do atributo de  “eternidade”; para Deus ser eterno, como certamente é, mesmo de  eternidade a eternidade, então Sua vontade deve ser eterna, desde sua  natureza e essência e de Sua “imutabilidade”; que não muda, e em que não  há sombra de mudança; mas se qualquer nova vontade surge em Deus, o que  não foi na eternidade, haveria uma mudança nEle; Ele não seria o mesmo  que foi na eternidade; considerando que Ele é o mesmo ontem, hoje e  sempre e da Sua “presciência”, o qual é eterna; “Conhecidas são a Deus,  desde o princípio do mundo, todas as suas obras.”, ou desde a eternidade  (Atos 15:18) e como a presciência de Deus surge de Sua vontade, Ele  sabe de antemão o que deseja, como tem sido observado, em razão de Ele  ter determinado, em Sua vontade o que deveria de ser; assim, se o Seu  conhecimento é eterno, Sua vontade deve ser eterna. Do mesmo modo, isto  pode ser ilustrado pelo decreto da “eleição”; que foi, certamente, antes  do homem ter feito tanto o bem quanto o mal; foi desde o princípio, ou  desde a eternidade, mesmo até antes da fundação do mundo (Ef. 1:4) e  como o decreto e determinação da vontade de Deus foi assim, o mesmo pode  ser concluído de tudo o mais; adicionado a tudo que a vontade de Deus é  participante, em “todas as coisas” que tem sido “desde o princípio” do  mundo, agora é, ou deve ser para o fim disto; e, portanto, deve ser  antes da existência do mundo e se é antes dele, então é antes do tempo; e  se é antes do tempo, deve ser eterna; porque nada sabemos antes do  tempo, mas o que é eterno.
Terceiro,  a vontade de Deus é “imutável”: imutabilidade é expressamente atribuída  ao conselho de Deus; que é para a vontade e propósito de Deus (Hb.  6:17) e pode ser estabelecida a partir do atributo de “imutabilidade”;  se Deus é imutavelmente o mesmo, e como Ele é, então Sua vontade deve  ser a mesma, desde a Sua natureza e essência se uma mudança é feita na  vontade de uma criatura, ou por começar a querer o que antes não queria,  ou pela interrupção do que tinha propensão agora causa o começo de uma  nova vontade; ou desejando o que não queria, supõe prévia ignorância do  que agora começou a querer; nem conhecendo a sua aptidão e propriedades,  sendo ignorante de sua natureza, excelência e utilidade; por  desconhecer algo que não pode desejar e concordar: mas tal como uma  mudança de vontade nunca pode ter lugar em Deus, como um fundamento;  desde que isso não somente é contrário a Sua eternidade e imutabilidade,  mas ao Seu conhecimento, cujo entendimento é infinito: ou uma criatura  muda a sua vontade, quando esse querer cessa; o qual é tampouco por  escolha, ou por obrigação; de escolher, quando alguma  coisa  imprevista acontece, qualquer causa pode mudar esta vontade e tomar  outro curso. Mas nada deste tipo pode suceder a Deus, antes, em quem  todas as coisas estão uma vez juntas, expostas e abertas; mesmo antes da  eternidade ou senão pela força, sendo compelida, porque não pode  executar esta vontade, e, portanto, a renuncia e toma outro curso: “Mas  quem tem resistido a Sua vontade?”, a vontade de Deus, assim como Ele  causa a cessação e a interrupção? Se Deus muda Sua vontade, deve ser  tampouco para melhor ou para pior; e de qualquer modo isto mostraria  imperfeições nEle e carência de sabedoria; Deus pode aparentemente mudar  Seus desígnios das coisas, mas Ele nunca muda Sua vontade:  arrependimento atribuído a Ele não é prova disto, “Ele é um em mente e  quem pode voltar-se para Ele? Sua vontade não pode ser alterada nem  mudada, nem pelas orações de Seu povo.
Quarto,  a vontade de Deus é sempre eficaz; não há desejos imaginários ou graus  ineficazes de volição em Deus; Sua vontade é sempre efetuada, nunca pode  ser anulada ou cancelada; Ele faz tudo o que lhe agrada, ou quer, Seu  conselho permanece para sempre e Ele sempre faz o que for de Seu  interesse, de outro modo Ele não seria onipotente, como Ele é: ela deve  ser pela necessidade de Seu poder, se Sua vontade não é cumprida, o que  não pode ser dito; como Ele é onipotente, assim é Sua vontade; Austin  [3] assim a chama de máxima onipotente vontade: se não foi este o caso,  seria até certo grau, ou algo “superior” a Ele; ao passo que Ele é Deus  sobre tudo, o Altíssimo, e nunca pode ser contradito por quem quer que  seja: e se Sua vontade foi ineficiente Ele seria “frustrado” e  desapontado em Seu propósito: mas como nada vai além do que o homem diz,  e do que o Senhor não ordena; assim, tudo o que o Senhor diz, quer e  ordena deve certamente vir  a ocorrer; “O SENHOR  dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como  determinei, assim se efetuará.”; “Porque o SENHOR dos Exércitos o  determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a  fará voltar atrás?” (Is. 14:24, 27). Além disso, se Sua vontade não foi  eficiente, ou falhou no seu cumprimento, Ele não seria feliz: quando a  vontade de um homem é ineficiente e não pode ser cumprir algo, isso  causa inquietação, o faz infeliz; mas isso nunca pode ser dito de Deus,  que é bem-aventurado, o bem-aventurado Deus, bem-aventurado para todo o  sempre.
Quinto,  a vontade de Deus não tem causa fora de si mesma; por conseguinte seria  anterior a Ele e maior e mais excelente do que Ele; como toda causa é  antes de seu efeito e mais excelente que essa; e Sua vontade estaria  dependente de outra, e assim ela não seria independente: nem poderia ter  qualquer impulso ou causa a mover Sua vontade; em razão que nEle não há  poder passivo para atuar sobre ela; é puramente um ato, como puro,  ativo espírito: se Ele consiste de ato e poder, Ele não seria simples e  desapiedado espírito; para ser impulsionado ou movido por qualquer  causa, seria contrário a Sua simplicidade, anteriormente estabelecida,  Ele pode de fato dizer uma coisa por outra; mas neste caso o que Ele  quer para outros não é a causa que move a Sua vontade; essa pode ter a  natureza da causa e efeito entre eles mesmos; mas nenhum deles são a  causa da vontade de Deus; nem há nisso qualquer causa final do que ele  quer e faz, mas a Sua própria glória; e seria loucura buscar uma causa  para Sua vontade: e desta propriedade da vontade de Deus, pode ser  discernido claramente, que prevendo fé, santidade, e boas obras, não  pode ser a causa da vontade Deus na eleição de alguns para vida eterna; e  assim o contrário, nenhuma causa de Sua vontade na rejeição de outros.   
Sexto,  A vontade de Deus, por esta mesma razão, não é condicional; para estar  dependente de uma condição a ser executada; e não a vontade de Deus, mas  o desempenho da condição é quem seria o princípio e chefe na realização  de determinado fim. E, para não dizer mais, se, por exemplo, Deus  tivesse o desejo de salvar todos os homens condicionalmente; quer dizer,  na condição de fé e arrependimento; e os condenar se estas condições  fossem insuficientes; quem não vê que esta vontade condicional, salvar e  destruir, são iguais? Destruição é igualmente volitiva como salvação; e  onde está o assim tão falado amor geral de Deus ao homem? Não há nada  disso indistintamente para todo e qualquer homem.
Sétimo, a vontade de Deus é livre e soberana;
Da  criação do mundo e de todas as coisas, alguns tem defendido que o mundo  é eterno; que foi feito assim e as Escrituras asseveram (Ap 4:11) como  tempo e ordem, e as coisas que estão contidas nele, são devidas a  soberania de Deus; além de ser atribuída a Sua soberania: que Ele não  fez outros mundos além desse, e não poderia, se quisesse, ter feito  outros milhares de mundos? Ou que Ele deveria ter feito este mundo nesse  tempo e não antes, quando poderia ter feito milhões de anos atrás,  embora não o fizesse? Ou que Ele fez o mundo em seis dias e todas as  coisas nele, quando poderia ter feito tudo em um momento, embora isso o  satisfizesse? Ou que Ele não fez este mundo mais extenso, e com mais  tipos e espécies de criaturas do que tem e esses Ele não poderia fazer  mais numerosos do que são? Nenhuma outra razão pode ser apontada, senão  Sua soberana vontade e satisfação.
A  vontade soberana de Deus aparece na providência e em seus vários  eventos; como nos nascimentos e mortes dos homens, o qual nenhum deles  ocorre pela vontade deles, mas pela vontade de Deus; e há para ambos um  tempo fixado pela Sua vontade; e no qual Sua soberania pode ser vista; o  que senão poderia ser atribuído a que tal e tal homem deva nascer e vir  ao mundo em tal época e não antes? E que eles deveriam sair do mundo no  tempo, modo e circunstâncias que lhes conviessem? E que deveria haver  diferenças entre os homens, em seus estados, condições e circunstâncias  de vida; que alguns deveriam ser ricos e outros pobres?
Riqueza  e pobreza são ambas disposições de Deus, como as palavras de Agur  demonstram (Pv 30); e Deus é quem faz a ambos, o rico e o pobre, não  somente como homem, mas como um estado de rico e pobre homem: e para  quem pode esta diferença ser atribuída, senão para a soberana vontade de  Deus? Alguns tem surgido para grande honra e dignidade; outros vivem em  muito precárias condições, em estado miserável;
Mas  mudança de estado não vem nem do leste, nem do oeste, nem do sul; mas  Deus derruba uns e levanta outros, como Ele quiser; e essas diferenças e  mudanças podem ser observadas nas mesmas pessoas, como em Jó, que foi  por muitos anos o homem mais rico da Terra, e de súbito, foi desprovido  de todas as suas riquezas, honra e glória; e então, depois de um tempo,  restaurou em dobro a saúde e riquezas que antes possuía.
Assim  foi com Nabucodonosor, o grande monarca de sua época, quando em sua  mais notável e elevada situação de poder foi destituído de sua  dignidade, como homem e monarca, e levado a viver entre os animais,  vivendo como um deles; e, depois de tudo, restaurado a sua razão, e ao  seu trono e sua primeira grandeza; o que forçou dele tal reconhecimento  da soberana vontade de Deus como em nenhuma outra parte talvez seja mais  fortemente expressa: “E todos os moradores da terra são reputados em  nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os  moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga:  Que fazes?” (Dn 4:35).
Alguns  são livres de enfermidades e doenças em todos os dias de sua vida; seu  vigor é firme e não há moléstia nem na hora da morte, mas morre em seu  vigor. Enquanto outros levam uma vida carregada de enfermidades e  problemas até ao túmulo; e esta é a figura do homem: para quem pode ser  imputado isso senão para a soberana vontade de Deus? E como de outra  maneira pode ser considerado os muitos abortos, fracassos, nascimentos  precoces, infantes que nunca viram a luz; e outros, que tão logo seus  olhos se abriram a este mundo são fechados de novo; enquanto que outros  não somente atravessam os estágios da infância, adolescência e  juventude, mas alcançam a plenitude da existência e vão à cova como uma  pilha de espigas de milho? E uma multidão de outras coisas podem ser  observadas na providência; que embora Deus tenha sábios motivos para  eles, são inexplicáveis para nós, mas somos obrigados a recorrer a Sua  soberana vontade e satisfação, que não deu nenhuma consideração de seus  empreendimentos para os filhos dos homens.
A  soberana vontade de Deus aparece nas coisas santas, espirituais e  religiosas, com respeito tanto a anjos como homens. Que alguns dos anjos  foram eleitos e confirmados pela graça de Cristo, no estado em que  foram criados e preservados da apostasia, enquanto um grande número  deles tornaram-se rebeldes contra Deus e caíram de seu estado original;  pelo qual foram lançados fora do céu para o inferno e permanecem até  hoje em cadeias nas trevas, aguardando o julgamento daquele grande dia, e  não haverá misericórdia para qualquer um deles; como será com muitos da  apóstata raça de Adão. Que outra razão poderíamos dar para tudo isso  senão à soberana vontade de Deus?  Entre os  homens, alguns amam a Deus e muitos o odeiam; e isso antes de qualquer  bem ou mal feitos por eles; alguns Ele escolhe para eterna  bem-aventurança e outros Ele abandona e rejeita; Ele tem misericórdia de  alguns e endurece a (muitos) outros; tal como Ele é assim é a Sua  soberania, vontade e deleite: alguns são redimidos de entre os homens,  por Cristo, mesmo sendo de toda família, língua, povo e nação, quem Ele  quiser e decide salvar; enquanto outros são deixados a perecer em seus  pecados. O qual não há outra causa a ser admitida do que a soberana  vontade e satisfação de Deus. Em conformidade pelo qual também dispensa  dons aos homens e esses de diferentes tipos; alguns próprios para  serviço público, como para os ministros do evangelho e a outros Ele  concede quando lhe apraz e destes, diferentes dons; para alguns grandes,  para outros pequenos, para alguns um talento e para outros cinco,  dividindo para todos individualmente como lhe apraz, de acordo com Sua  soberana vontade: o expediente da graça, o ministério da Palavra e  ordenanças, em todas as épocas, tendo se disposto a isto, tal como  pareceu bom a Sua vista; por muitas centenas de anos, Deus deu Sua  palavra a Jacó e Seus estatutos a Israel, e outras nações não o  souberam; e eles foram espalhados entre os gentios, as vezes em um  lugar, as vezes em outro; e como é notória a soberania de Deus em favor  de nossas ilhas britânicas, essas ilhas foram longe com o evangelho e  ordenanças, embora grande parte do mundo o recusou, estando coberto com  as trevas do paganismo, catolicismo e islamismo.  E  ainda é mais manifesto o que isso representa para alguns, “cheiro de  morte para morte”, mas para outros, “cheiro de vida para vida”. Os dons  especiais da graça de Deus são entregues aos homens de acordo com a  soberana vontade de Deus; de Sua própria vontade de regenerar alguns e  não outros; chamando-os pela graça, quem Ele deseja, quando e por quais  recursos, de acordo com Seu propósito; revelado no evangelho e nas  grandes coisas que nele estão, para quem Ele o fez saber; e os ocultou  dos sábios e entendidos; “Sim, ó Pai,”, disse Cristo, “porque assim te  aprouve.”; nem deu Ele a qualquer outro a razão para tal conduta. A  graça do Espírito de Deus é dada a alguns e não a outros; como por  exemplo, arrependimento, o qual é uma concessão de Deus, um dom de  Cristo, foi entregue a Pedro, que negou o seu Senhor; e negado a Judas,  que O traiu. Fé, que é um dom de Deus, nem todo homem a tem; a alguns  somente é dado, enquanto que outros tem um espírito de sono, olhos que  não podem ver e ouvidos que não ouvem. Em resumo, vida eterna, que é um  livre dom de Deus, através de Cristo, é dado somente por Ele, tanto como  o Pai tem dado a Ele, e para estes semelhantemente; o dinheiro, que  parece significar a felicidade eterna, na parábola, é dado para os que  foram chamados para trabalhar na vinha na hora undécima a mesma quantia  para os que ficaram no labor durante todo o dia: alguns devem servir a  Cristo e outros muito pouco, e ainda todos recebem a mesma porção de  glória. O que pode ser determinado disso senão a soberana vontade de  Deus? Que diz: “Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é  mau o teu olho porque eu sou bom?” (Mt 20:15). Mas ainda que a vontade  de Deus seja soberana, sempre age sabiamente? Alguns soberanos pensam  precipitada e tolamente; mas a vontade de Deus nunca é contrária a Sua  perfeição de sabedoria, justiça, santidade, etc, e Sua vontade é  portanto chamada de “conselho” e “conselho de Sua vontade” (Is. 25:1,  46:10; Ef. 1:11).
Livro - A Body of Doctrinal Divity – John Gill
[1] Medulla Theolog. l. 1. c. 7. s. 47.
[2] Vide Maccov. Loc. Commun. c. 24. p. 195.
[3] De Civitate Dei, l. 13. c. 18.
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