Pelo termo atributos de Deus, significamos aquelas qualidades e características        da natureza divina que são essenciais a Deus como Ser Supremo. Seus        atributos são Suas perfeições pessoais sem as quais        Ele não seria o Deus vivo e verdadeiro -- O Deus da Bíblia.        Os atributos divinos explicam o que Deus é e o que Ele faz.      
A maior e a mais importante das ciências é a teologia, a ciência        que trata de Deus. O ser de Deus é a base de toda religião.        Se não existe um Deus, a religião é uma tolice e um        mal. Se Deus não existe, Ele que é o Supremo doador das leis,        Governante e Juiz, então o homem não é um ser responsável        nem culpável, e consequentemente, a idéia é que: Cada        qual faz o que é direito aos seus próprios olhos, e é        mestre de seu destino. Se Deus não existe quem "recompensará        cada um segundo as suas obras"? Romanos 2:6. Assim cada homem agiria conforme        o seu próprio prazer sem temor de retribuição futura.      
A religião é verdadeira ou falsa de acordo com a sua maneira        de olhar ao conceito do verdadeiro Deus. Religião, derivado de re-ligo,        (da língua grega que significa ligar), tem que ter um verdadeiro        Deus a quem ela possa se ligar ou então não tem valor. A mera        crença num ser supremo não basta. Deus deve ser conhecido        em Seus gloriosos atributos e eles são revelados a nós na        Bíblia.      
NOSSO ESTUDO APROPRIADO      
Já se disse que o estudo apropriado da humanidade é o estudo        do próprio homem. Mas Jó pensava de outra maneira. Ele diz:        "Apega-te, pois, a ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem". Jó        22:21. Jeremias via o conhecimento espiritual e salvador de Deus como sendo        a maior necessidade dos homens: "Assim diz a Senhor: Não se glorie        o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte em sua força;        não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se        nisto: em me entender, e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço        beneficência, juízo, e justiça na terra; porque destas        coisas me agrado, diz a Senhor". Jeremias 9:23-24.      
Nosso Salvador disse: "E a vida eterna é esta: que te conheçam,        a ti só por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem        enviaste". (João 17:3. Daniel nos diz que "o povo que conhece ao        seu Deus se esforçará e fará proezas". Daniel 11:32.        E Spurgeon escreveu que "Nada desenvolveria tanto o intelecto, nada magnificaria        tanto a alma do homem, como uma investigação devota e sincera        do grande assunto da Divindade". Permitam-nos citar ainda este gênio        entre as pregadores: "O estudo apropriado do crente é a Divindade.        A ciência mais alta, a especulação mais eminente, a        filosofia mais patente que pode atrair a atenção dos filhos        de Deus, é a existência do grande Deus a quem chamamos, Pai.        Há melhora extraordinária à mente do crente que jaz        na contemplação da Divindade. É um assunto tão        vasto que todos os nossos pensamentos se perdem na sua imensidão;        tão profundo que nosso orgulho se afunda em sua infinidade. Outros        assuntos podemos compreender ou tentar entender;neles encontramos um tipo        de auto-satisfação e os abandonamos com um pensamento de que        somos sábios. Mas quando nos aproximamos desta ciência que        não podemos sondar; nem que nossos olhos podem contemplar, nos vem        o pensamento de que somos do passado e nada sabemos". (Sermões de        Malaquias 3:6).      
Um estudo da natureza divina deve ser feito com humildade, cuidado e reverência.        Quanto mais aprendemos sobre Deus em Sua Santa Palavra, mais reconhecemos        que Ele é incomparável e incompreensível. Surpreendente        o dizer do puritano, João Howe: "A noção que podemos        ter de Sua glória é comparável a um vasto território        do qual formaremos um conceito através de uma pequena vista. Ele        nos deu o registro verdadeiro de Si mesmo mas não completo; o que        assegurará nossa compreensão do erro mas não da ignorância."        O escritor quer dizer que pelo estudo da Bíblia podemos escapar de        erros em relação a Deus, mas não da ignorância.        A mente finita nunca poderá compreender o Deus infinito. Deus é        a verdade mais esmagora de todas.      
COMO DEUS É CONHECIDO      
Duas coisas são essenciais para o homem conhecer ao verdadeiro Deus.        Deve haver uma revelação de Deus e o homem deve ter capacidade        de conhecer a Deus. Uma destas sem a outra não é suficiente.        A Bíblia nos dá a revelação, e o salvo é        o único com a capacidade de compreendê-la. Ambas são        produtos da obra do Espírito Santo. A Bíblia foi escrita por        homens movidos pelo Espírito e o homem regenerado é nascido        do Espírito. Há, portanto, para o crente uma dupla revelação        de Deus a revelação na Palavra da verdade e a iluminação        pelo Espírito Santo.      
Onde a Bíblia ainda não chegou os homens procuram em vão        pelo verdadeiro Deus. Jó perguntou: "Porventura alcançarás        os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição        do Todo-Poderoso"? Jó 11:7. Paulo nos diz em (1 Coríntios        1:21) que "o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria". Isto        foi depois das tentativas infrutíferas dos filósofos gregos.        Ao perguntarem a um filósofo: "O que é Deus"? ele pediu um        dia para pensar no assunto. Ao fim do dia pediu ainda mais tempo. O motivo        de seu pedido, disse ele, era que quanto mais considerava a questão        mais obscura ela se tornava.      
Mas uma simples revelação objetiva de Deus não basta.        Deve haver também uma revelação subjetiva. O Espírito        deve iluminar a alma entenebrecida pelo pecado. Muitos possuem a Bíblia,        mas não conhecem a Deus. Leia e medite em João 3:5; 1 Coríntios        2:14 e Mateus 11:27. 
  
       
VALOR DO ESTUDO      
1. O estudo dos atributos divinos nos livrará de cairmos no erro        em muitas doutrinas. Por exemplo, a oposição à verdade        de uma punição eterna vem de uma perversão de Sua bondade        e uma negação de Sua ira e justiça. A oposição        à doutrina de eleição vem dum mal entendimento da graça        de Deus, negação da depravação humana, e uma        desconsideração pela soberania de Deus.      
2. O estudo das perfeições pessoais de Deus dará uma        visão justa de Deus. O Deus das multidões não é        o Deus da Bíblia. O Deus da imaginação não é        o Deus verdadeiro. A. W. Pink fala com duras palavras, mas que acreditamos        serem verdadeiras quando ele diz: "O Deus do século vinte assemelha-se        tanto ao verdadeiro Deus quanto a luz duma vela assemelha-se ao sol do meio-dia.        O !deus? que é pregado em muitos púlpitos, ensinado em muitas        escolas dominicais, mencionado em grande parte da literatura religiosa e        pregado em muitas conferências é uma invenção        da imaginação humana modelada no sentimentalismo. Os pagãos        fora da esfera cristã fazem seus ídolos de pedra e madeira,        ao passo que milhões de pagãos dentro do cristianismo fazem        um deus nas suas mentes carnais. Na verdade são ateus, porque não        há alternativa entre o Deus Supremo e a idéia da não        existência de Deus. Um Deus que pode ser resistido, cujos desígnios        são frustrados, cujo propósito é aniquilado não        é Deus. Muito menos pode ser tal deus objeto de adoração".      
3. A contemplação de Deus em Seus atributos pessoais promoverá        humildade e reverência. Quando Jó recebeu uma visão        de Deus ele clamou: "Por isso me abomino e me arrependo no pó e na        cinza". Jó 42:6. Quando Isaías viu Deus sobre Seu trono Ele        clamou: "Ai de mim, que sou um homem de lábios impuros". Isaías        6:5. Quanto melhor a visão obtida de Deus; melhor será nossa        visão de nós mesmos. À luz da Sua santidade, podemos        ver melhor nossa corrupção. A humildade é o efeito        de se ocupar mais com os mais austeros atributos de Deus como: Sua justiça,        Sua ira, Sua santidade e Seu poder. Por causa de uma opinião desproporcione        do amor de Deus e negligência relação a Sua ira, é        que hoje vemos pouca reverência a Deus.      
4. Estar ocupado com pensamentos sobre Deus como temos na Bíblia        aumentará nossa fé. Muito do que é chamado fé        hoje em dia é sentimento ou presunção. A fé        deve ser baseada numa revelação verdadeira de Deus, e esta        revelação encontra-se na Bíblia. Para se ter uma grande        fé é necessário um grande e poderoso Deus. Fé        nenhuma pode ultrapassar a idéia que alguém tem de Deus. Não        posso ter fé num Deus menor que os próprios homens. Se meu        Deus é fraco, minha fé por necessidade corresponderá        a esta fraqueza. Como posso ter fé num Deus que está sendo        derrotado nas pelejas? Pouca fé terei se creio que meu Deus tenta        e não é bem sucedido; ou que Sua vontade é distorcida        pela dos homens; ou se creio que Ele está fazendo o melhor para produzir        um bem máximo, tentando salvar tantos quantos pode. Mas se como Jó        creio que "O que a sua alma quiser, isso fará". Jó 23:13,        então posso dizer como o apóstolo Paulo: "Ora àquele        que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além        daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera".        Efésios 3:20.      
A QUE TIPO DE DEUS ORAMOS?      
Oramos pela conversão de amados, amigos ou mesmo inimigos? Devemos        então orar com fé que Deus é capaz de convencê-los        e convertê-los. Mas para orarmos com fé temos que acreditar        que Ele é Todo-poderoso e que nada é difícil para Ele.        Temos que crer que Deus é irresistível quando opera em Sua        graça ou mesmo em justiça; para a salvação ou        julgamento.      
Como Isaque Watts temos que dizer: "Sua palavra de graça é        forte, como aquela que fez os céus. A voz que impulsiona as estrelas,        a proclama do alto".      
E que a graça seja concedida ao autor e leitor para dizermos como        Filipe Doddridge: "A graça guia meus pés vagantes aos caminhos        celestiais. E novas forças recebo no caminho ao nosso Deus".      
CLASSIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS      
Os atributos divinos são distinguidos de várias maneiras        pelos teólogos. Talvez a melhor classificação seja        aquela que os divide em comunicáveis e incomunicáveis. Os        atributos comunicáveis são aqueles que Deus, em alguma medida,        comunica ou dá ao homem, como; poder, sabedoria e santidade. Os incomunicáveis        são qualidades que pertencem exclusivamente a Deus, como: infinidade,        independência e imutabilidade. Estas qualidades são as que        distinguem o Criador da criação.       
Revisão 2004: David A Zuhars Jr
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