Não  pode haver dúvida de que todos os problemas da Igreja hoje, e a maioria  dos problemas do mundo, devem-se ao abandono da autoridade da Bíblia.  E, que pena! Foi a própria Igreja que introduziu a chamada Alta Crítica  que veio da Alemanha há mais de cem anos. A filosofia humana tomou o  lugar da revelação, as opiniões do homem foram exaltadas e os líderes da  Igreja falavam do "progresso do conhecimento e da ciência", e dos  "seguros resultados" desse conhecimento. 
A  Bíblia passou a ser então simplesmente como qualquer outro livro,  obsoleto em certos aspectos, errado noutros, e assim por diante. Deixou  de ser um livro em que se podia confiar implicitamente. Não se pode  contestar que a queda na freqüência à igreja neste país é conseqüência  direta da Alta Crítica. O homem da rua diz: "Que é que estes cristãos  sabem? É só opinião deles; eles estão perpetrando algo que os  verdadeiros pensadores e cientistas de há muito verificaram e pararam de  considerar". Essa é a atitude do homem da rua! Ele não ouve mais,  perdeu todo o interesse. 
A  situação em geral é de deriva; e, em grande parte, repito, é resultado  direto e imediato da dúvida que a própria Igreja lançou sobre a única  autoridade verdadeira. As opiniões dos homens tomaram o lugar da verdade  de Deus, e as pessoas, em sua necessidade, estão procurando as seitas e  estão dando ouvidos a qualquer falsa autoridade que se lhes ofereça.
Portanto,  todos nós temos que enfrentar esta questão crucial e fundamental;  aceitamos a Bíblia como a Palavra de Deus, como a única autoridade em  todas as questões de fé e prática, ou não? Seria todo o meu pensamento  governado pelas Escrituras, ou eu venho com a minha razão a fim de  selecionar e destacar partes das Escrituras, para fazer-me seu juiz,  pondo-me e pondo o conhecimento moderno como o padrão supremo e a  autoridade final? 
A  questão é clara como cristal. Porventura aceito as Escrituras como  revelação de Deus, ou confio na especulação, no conhecimento humano, no  saber humano, no entendimento humano e na razão humana? Ou, fazendo uma  colocação ainda mais simples: eu ligo a minha fé e submeto todo o meu  pensamento ao que leio na Bíblia? Ou será que cedo-me ao conhecimento  moderno, ao saber moderno, ao que as pessoas pensam hoje, ao que sabemos  nestes tempos presentes e que não se sabia no passado? É inevitável que  ocupemos uma destas duas posições.
A  posição protestante, como aconteceu com a Igreja Primitiva nos  primeiros séculos, é que a Bíblia é a Palavra de Deus. Não que a  "contém", mas que ela é a Palavra de Deus, inspirada e inerrante em  sentido único. Os reformadores protestantes criam, não somente que a  Bíblia contém a revelação da verdade de Deus aos homens, porém também  que Deus salvaguardava a verdade exercendo controle sobre os homens que a  escreveram, mediante o Espírito Santo, e que Ele os mantinha livres de  erro, de mácula e de toda forma de engano. Essa é a posição protestante  tradicional, e no momento em que a abandonarmos, já começamos a andar  pela estrada que leva de volta a uma das falsas autoridades e, como é  provável, finalmente a Roma. Em última anal ise, esta é a única  alternativa.
As  pessoas querem ter uma autoridade em que se firmar; e estão certas em  pensar assim. Precisam de autoridade porque estão desnorteadas; e se não  a acharem seguindo o caminho certo, vão buscá-la no caminho errado.  Poderão ser persuadidas mesmo que não saibam a origem da autoridade; em  sua total desorientação, estão prontas a deixar-se persuadir por  qualquer afirmação autoritária. Dessa maneira, chega-se ao seguinte:  voltamos exatamente ao ponto em que estavam os cristãos há 400 anos. O  mundo fala do seu progresso no conhecimento, da suaciência etc, mas o  fato é que estamos girando em ciclos, e estamos de volta exatamente onde  os cristãos estavam há 400 anos. Temos que travar mais uma vez todo o  combate da Reforma Protestante. Ou é este Livro, ou, em última  instância, é a autoridade da igreja de Roma e a sua "tradição"! Esse foi  o grande impasse na Reforma Protestante. 
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