Há muitos perigos a serem considerados, mas nós nos limitaremos a quatro deles:
a) O perigo de sermos endurecidos
Considere  as advertências de Hebreus 3:12,13. Nestas palavras o escritor  solenemente admoesta seus leitores a que façam tudo que estiver ao seu  alcance para evitar que sejam "endurecidos pelo engano do pecado". O  endurecimento mencionado aqui é a apostasia total, um endurecimento que  "afasta do Deus vivo". Qualquer desejo pecaminoso que se deixe sem  mortificar opera tal endurecimento e consegue fazer pelo menos algum  progresso nessa direção. A pessoa que está lendo estas palavras pode ter  sido certa vez muito terna para com Deus e freqüentemente percebido o  mover--se do seu coração pela Sua Palavra. Agora, no entanto, eis que as  coisas mudaram e ela pode negligenciar os deveres de orar, de ler e de  ouvir a Palavra de Deus, com pouca preocu¬pação. Não é suficiente que  seu coração trema ao pensar em se endurecer, a tal ponto que você pense  levianamente do pecado, da maravilha da graça de Deus, da misericórdia  de Deus, do precioso sangue de Cristo, da lei de Deus, do céu e do  inferno. Leitor, tome cuidado. Isso é o que um desejo pecaminoso que não  foi mortificado fará, se for deixado sem ser examinado.
b) O perigo de alguma grande punição temporal
Embora  Deus nunca vá abandonar completamente os Seus filhos por deixarem de  mortificar seus desejos pecaminosos, talvez Ele os castigue,  causando-lhes dor e tristeza (veja Sal. 89:30-33). Pense em Davi e em  todas as tribulações que teve porque deixou de mortificar os desejos  pecaminosos por Bate-Seba. Não significaria nada para você que seu  fracasso em mortificar os desejos pecaminosos na sua vida possa trazer  sobre você castigos dolorosos que podem continuar com você até o túmulo?  Se não tem receio de tal coisa, então há uma boa razão para temer que  seu coração já esteja endurecido.
c)       O perigo de perder a paz e a força pelo resto da vida
A  paz com Deus e a força para andar diante de Deus são essenciais para a  vida espiritual da alma. Sem gozar destas coisas em certa medida, viver é  morrer. Quando uma pessoa persiste em deixar de mortificar os seus  desejos pecaminosos, mais cedo ou mais tarde será privada de ambas essas  bênçãos. Que paz ou que força pode desfrutar uma alma quando Deus diz:  "Por causa da indignidade da sua cobiça eu me indignei e feri o povo;  escondi a face, e indignei-me..." (como Ele fez em Is. 57:17)? Ainda  noutra ocasião Deus diz: "Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se  reconheçam culpados" (Os. 5:15). E, quando Deus age assim, o que será da  paz deles e de sua força?
Pense,  leitor, seria o caso de que em breve, talvez, você não mais veja a face  de Deus com paz? Talvez amanhã você não seja capaz de orar, de ler, de  ouvir ou de realizar quaisquer deveres com pelo menos um pouco de gozo,  vida ou vigor. Talvez Deus lance suas setas em você, e o encha de  angústia, de temores e de perplexidades. Considere isto um pouco, que  embora Deus não o destrua totalmente, Ele poderá lançá--lo em um estado  no qual você sinta que isto é o que acontecerá com você. Não deixe de  lado esta consideração até que sua alma trema dentro de você.
d)      O perigo da destruição eterna (Owen faz duas observações a respeito deste perigo, mas nós nos limitaremos à primeira delas.)
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